Borboletas da Estação Ecológica do Caiuá, Diamante do Norte, Paraná, Brasil (Lepidoptera: Hesperioidea & Papilionoidea)

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Transcrição:

SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014: 265-280 eissn: 2340-4078 ISSN: 0300-5267 Borboletas da Estação Ecológica do Caiuá, Diamante do Norte, Paraná, Brasil (Lepidoptera: Hesperioidea & Papilionoidea) L. M. Garcia-Salik, E. Carneiro, D. R. Dolibaina, F. M. S. Dias, L. A. Ribeiro-Leite, M. M. Casagrande & O. H. H. Mielke Resumo As borboletas formam um grupo especialmente importante para programas de monitoramento da biodiversidade por serem amplamente utilizadas como indicadores ambientais devido à sua rápida reprodução e estreita associação com recursos vegetais. Desta forma, os inventários de borboletas são fundamentais para produção do conhecimento básico sobre a distribuição e endemismo de suas espécies, e assim contribuem para a formulação de estratégias de monitoramento e conservação da biodiversidade como um todo. Visando complementar o conhecimento sobre a lepidopterofauna brasileira, o presente estudo teve como objetivo inventariar as espécies de borboletas presentes na Estação Ecológica do Caiuá (EEC), Diamante do Norte, Paraná, Brasil. Vinte e oito dias de coleta foram realizados entre maio de 2009 e janeiro de 2012, através do uso de diferentes métodos de amostragem não padronizados: redes entomológicas, armadilhas e técnica de Ahrenholz. Ao total foram encontradas 379 espécies, destas: 163 Hesperiidae, 9 Papilionidae, 20 Pieridae, 48 Lycaenidae, 28 Riodinidae e 111 Nymphalidae. Ressalva-se a importância da EEC para preservação das espécies de borboletas típicas do noroeste paranaense, uma vez que a região sofre de um acentuado grau de fragmentação e perda de hábitat natural. PALAVRAS CHAVE: Lepidoptera, Hesperioidea, Papilionoidea, biodiversidade, conservação, inventário, técnicas de coleta, Brasil. Butterflies of the Estação Ecológica do Caiuá, Diamante do Norte, Paraná, Brazil (Lepidoptera: Hesperioidea & Papilionoidea) Abstract The butterflies, an important group for biodiversity monitoring, are largely used as bioindicators since they present fast reproduction rates and a close association to plant resources. Therefore, butterfly inventories are essential to obtain basic knowledge on the geographical distribution and endemism of species, thus adding information to the formulation of biodiversity conservation strategies and monitoring. Therefore, this study aims to list the species collected at the Estação Ecológica do Caiuá (EEC), Diamante do Norte, Paraná, Brazil, increasing the knowledge of the brazilian lepidopterofauna. Twenty-eight days of sampling were carried out from May 2009 to January 2012, using different non-standardized methods: entomological nets, Lepidoptera traps and the Ahrenholz technique. In all 379 species were listed, distributed thus: 163 Hesperiidae, 9 Papilionidae, 20 Pieridae, 48 Lycaenidae, 28 Riodinidae and 111 Nymphalidae, including new records for Brazil and new localities for threatened species. We emphasize the importance of the EEC for the preservation of butterfly species, especially those typical of northwestern Paraná, since this region is highly fragmented and suffers from a loss of natural habitats. KEYWORDS: Lepidoptera, Hesperioidea, Papilionoidea, biodiversity, conservation, inventory, sampling techniques, Brazil. 265

L. M. GARCIA-SALIK, E. CARNEIRO, D. R. DOLIBAINA, F. M. S. DIAS, L. A. RIBEIRO-LEITE, M. M. CASAGRANDE & O. H. H. MIELKE Mariposas de la Estação Ecológica do Caiuá, Diamante do Norte, Paraná, Brasil (Lepidoptera: Hesperioidea & Papilionoidea) Resumen Las mariposas forman un grupo especialmente importante para programas de monitoreo de la biodiversidad por ser ampliamente utilizados como bioindicadores debido a su rápida reproducción y estricta asociación a recursos vegetales. Por lo tanto, los inventarios de mariposas pueden aportar conocimientos básicos fundamentales sobre la distribución y endemismos de sus especies y así contribuyen a la formulación de estrategias de seguimiento y conservación de la biodiversidad como un todo. Aspirando a complementar los conocimientos sobre la lepidopterofauna brasileña, el presente estudio tiene como objetivo inventariar las especies de mariposas presentes en la Estação Ecológica do Caiuá (EEC), Diamante do Norte, Paraná, Brasil. Veintiocho días de muestreo fueron llevados a cabo entre mayo de 2009 y enero de 2012, por medio del uso de diferentes métodos no estandarizados de coleta: redes entomológicas, trampas y técnica de Ahrenholz. Un total de 379 especies fueron encontradas, de éstas: 163 Hesperiidae, 9 Papilionidae, 20 Pieridae, 48 Lycaenidae, 28 Riodinidae y 111 Nymphalidae. Enfatizamos la EEC para la preservación de las especies de mariposas, especialmente aquellas típicas del noroeste de Paraná, pues esta región está muy fragmentada y todavía sufre la pérdida de hábitats naturales. PALABRAS CLAVE: Lepidoptera, Hesperioidea, Papilionoidea, biodiversidad, conservación, inventario, técnicas de coleta, Brasil. Introdução A implementação de unidades de conservação no Brasil ainda sofre com a carência de inventários de fauna e flora, estudos ainda muito escassos e mal representados entre os diferentes grupos biológicos. Ao passo que esse tipo de estudo tem como objetivo a contextualização da importância da área ou a caracterização de suas particularidades (TERBORGH & WINTER 1983, SCOTT et al., 1987), eles acabam por também prestar auxílio para a descoberta de novos taxa, determinação dos limites de distribuição, e contribuição para o conhecimento de endemismos e áreas prioritárias para conservação (LEWINSOHN et al., 2005). Ainda, seus resultados podem apontar a presença de espécies ameaçadas de extinção ou mesmo redescobrir populações por muito tempo não registradas (BROWN & FREITAS 2000b, CARNEIRO et al., 2008a, DOLIBAINA et al., 2011). Neste contexto, as borboletas são consideradas um grupo especialmente importante por serem amplamente utilizadas como indicadores ambientais devido à sua rápida taxa de reprodução e estreita associação com recursos vegetais (BROWN & FREITAS 2000b). Suas assembléias, através de diversos de seus subgrupos taxonômicos já foram correlacionadas a indicadores de diversidade (FREITAS et al., 2003), de ambientes sob diferentes níveis de alteração antrópica (SPITZER et al. 1997, UEHARA- PRADO & FREITAS, 2009), retirada seletiva de madeira (HILL 1999, CLEARY 2004, SUMMERVILLE & CRIST 2002), fragmentação (SUMMERVILLE & CRIST 2001), estágios de sucessão vegetacional (SPITZER et al., 1993) e mudanças climáticas (DENNIS 1993). Contudo, inventários de borboletas usualmente requerem um esforço amostral exaustivo para se conhecer a biodiversidade de uma determinada região (ISERHARD et al., 2013), o qual usualmente exige o uso de diferentes métodos de coleta (POZO et al., 2005). Apesar de serem conhecidos diferentes métodos de captura direcionados a determinados grupos de borboletas (UEHARA-PRADO & RIBEIRO 2012), grande parte dos estudos brasileiros utilizaram basicamente apenas um (rede entomológica ou armadilha de Lepidoptera), deixando uma significativa parcela das demais borboletas subamostrada (ver CARNEIRO et al., 2008b). Ainda, para cada objetivo de estudo é importante se ter o conhecimento das limitações e eficácia de cada método amostral empregado (SPARROW et al.,1994, DEVRIES et al., 2009), mas infelizmente no Brasil, nenhum inventário foi realizado para verificar como diferentes técnicas complementam o conhecimento da fauna de borboletas. Dada a importância dos inventários de fauna para estudos de monitoramento e conservação, o presente trabalho teve como objetivo inventariar as espécies de borboletas presentes na Estação 266 SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014

BORBOLETAS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO CAIUÁ, DIAMANTE DO NORTE, PARANÁ, BRASIL Ecológica do Caiuá e verificar como distintos métodos de coleta não padronizados contribuem para a amostragem de diferentes espécies e grupos de borboletas. Material e Métodos ÁREA DE ESTUDO Localizada no município de Diamante do Norte (Figura 1), extremo noroeste do Paraná, a Estação Ecológica do Caiuá (EEC) (22º 37 6 S 52º 51 24 W) se encontra na margem esquerda do Rio Paranapanema, possuindo uma área de aproximadamente 1.500 ha. (ABILHOA et al., 2005). Sua vegetação é classificada como Floresta Estacional Semidecidual (BORGHI et al., 2004). O solo é formado, na maior parte, pelo Arenito Caiuá e, nas porções adjacentes ao rio ocorrem solos derivados de sedimentos fluviais (MAACK, 1968, BORGHI et al., 2004). O clima segundo a classificação de Köppen é do tipo Cfa, úmido em todas as estações com predominância dos sistemas atmosféricos intertropicais, sendo a área de estudo pertencente à faixa de transição entre os climas subtropical e tropical. A precipitação média anual é de 1.321,2 mm com a estação mais chuvosa a primavera e a estação mais seca o verão (ZANDONADI et al., 2008). A umidade relativa do ar está entre 65% a 70%. Temperaturas médias máximas podem atingir 28º C no verão, e 18º C no inverno (MENDONÇA & DANNI-OLIVEIRA, 2002). 1. Estação Ecológica do Caiuá 2. Parque Estadual do Morro do Diablo 0 500Km Figura 1. Localização da Estação Ecológica do Caiuá, Diamante do Norte, Paraná, Brasil. AMOSTRAGEM Objetivando registrar o maior número de espécies, foram realizadas coletas não padronizadas através de busca direta com rede entomológica (POZO et al., 2005), técnica de Ahrenholz (LAMAS et SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014 267

L. M. GARCIA-SALIK, E. CARNEIRO, D. R. DOLIBAINA, F. M. S. DIAS, L. A. RIBEIRO-LEITE, M. M. CASAGRANDE & O. H. H. MIELKE al., 1993) e utilização de armadilhas de Lepidoptera para borboletas frugívoras (ver AUSTIN & RILEY 1995). As coletas foram realizadas em maio e outubro de 2009, em todas as estações do ano de 2011 (exceto nos meses de janeiro, fevereiro, agosto e dezembro) e janeiro de 2012, somando 28 dias de coletas, envolvendo entre dois a quatro coletores, totalizando aproximadamente 592 horas de esforço amostral. O tempo de coleta foi de aproximadamente 10h diárias (entre 8h e 18h), explorando as diferentes regiões da estação onde há disposição de trilhas. As armadilhas de Lepidoptera foram dispostas de forma não sistemática e abastecidas com banana fermentada ou peixe, permanecendo expostas durante um período de 72h, com pelo menos uma revisão diária. Os exemplares estão depositados na Coleção Entomológica Pe. Jesus Santiago Moure, Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná (DZUP). A classificação taxonômica segue a proposta de LAMAS (2004). Os resultados foram posteriormente comparados com outras áreas de vegetação similar, sendo estas: Parque Estadual do Morro do Diabo (PEMD) (MIELKE & CASAGRANDE, 1997); Parque Nacional Iguazú (PNI) (NÚÑEZ-BUSTOS, 2009); Reserva Privada Yacutinga (RYC) (NÚÑEZ- BUSTOS, 2008); Reserva Privada Osununú (NÚÑEZ-BUSTOS et al., 2011); Frederico Westphalen (FW-G) (GIOVENARDI et al., 2008) e Frederico Westphalen (FW-B) (BONFANTTI et al., 2009). Resultados Foram registradas 379 espécies de borboletas na EEC (Tabela 1), com 163 (43,3%) correspondendo a Hesperiidae, 9 (2,3%) Papilionidae, 20 (5,2%) Pieridae, 48 (12,6%) Lycaenidae, 28 (7,4%) Riodinidae e 111 (29,3%) Nymphalidae (Tabela 2). Família EEC PEMD PNI RYC ROS FW-G FW-B Hesperiidae 163 196 283 248 145 034 033 Papilionidae 009 015 018 012 013 011 010 Pieridae 020 019 030 021 018 014 013 Lycaenidae 048 035 072 068 041 011 010 Riodinidae 028 033 060 049 022 006 010 Nymphalidae 111 128 189 174 118 093 085 TOTAL 379 426 653 572 357 169 161 Tabela 2. Comparação do número de espécies de borboletas por família registradas em áreas de Floresta Estacional no Brasil e Argentina. Estação Ecológica do Caiuá (EEC) presente estudo; Parque Estadual do Morro do Diabo (PEMD) (MIELKE & CASAGRANDE, 1997); Parque Nacional Iguazú (PNI) (NÚÑEZ-BUSTOS, 2009); Reserva Privada Yacutinga (RYC) (NÚÑEZ-BUSTOS, 2008); Reserva Privada Osununú (ROS) (NÚÑEZ- BUSTOS et al., 2011); Frederico Westphalen (FW-G) (GIOVENARDI et al., 2008) e Frederico Wesphalen (FW-B) (BONFANTTI et al., 2009). O percentual de espécies por família foi distintamente amostrado de acordo com os diferentes métodos de coleta (Tabela 3), no qual a busca direta com rede entomológica se mostrou mais eficiente para grande parte das famílias de borboletas, totalizando 94% dos registros de espécies. Adicionalmente, a técnica de Ahrenholz apresentou também uma importante parcela (156 spp.), sendo as espécies de Hesperiidae as mais representativas (110 spp.). As armadilhas, por terem sido pouco utilizadas não foram comparadas aos demais métodos. A rede entomológica registrou a maior parte das espécies exclusivas (54%), e a técnica de Ahrenholz contribuiu em menor proporção, com 6,3%. Das espécies registradas, Passova passova practa Evans, 1951 (MIELKE & CASAGRANDE, 2004) se encontra na lista de fauna ameaçada do estado do Paraná. Alesa prema (Godart, [1824]) e Zonia zonia diabo Mielke & Casagrande, 1998, ambas espécies tidas como ameaçadas de extinção do Paraná e Brasil respectivamente (MIELKE & CASAGRANDE, 2004, 2008a), não foram registradas na Estação Ecológica do Caiuá, apesar de ocorrerem em fragmentos adjacentes (DOLIBAINA et al., 268 SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014

BORBOLETAS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO CAIUÁ, DIAMANTE DO NORTE, PARANÁ, BRASIL 2010). Myscelus pardalina yacutinga Mielke & Casagrande, 2011 é considerada um novo registro para o Brasil, uma vez que sua distribuição era conhecida apenas para Argentina, Misiones, General Belgrano, Almirante Brown, Reserva Yacutinga e Paraguai, Guairá, Independência (MIELKE & CASAGRANDE, 2011). Discussão O número total de espécies encontradas na EEC ainda deve ser considerado preliminar, visto que estudos com maior esforço amostral em regiões de vegetação semelhante apresentam riquezas de espécies distintamente superiores (NÚÑEZ-BUSTOS, 2008, 2009). Por outro lado, o fato dos resultados não se aproximarem a 500 ou 600 espécies pode também estar relacionado ao alto grau de fragmentação ocorrido por toda região noroeste do Paraná, isolando a EEC de outros remanescentes, somada aos efeitos antrópicos ocorridos especificamente na área da EEC. Rede Ahrenholz Sp. totais Sp. exclusivas Sp. totais Sp. exclusivas Hesperiidae 143% 054% 110% 22,3% Papilionidae 009% 009% -% -,3% Pieridae 020% 019% 001% -,3% Lycaenidae 048% 046% 002% -,3% Riodinidae 027% 024% 004% 01,3% Nymphalidae 109% 055% 039% 01,3% % da riqueza 094% 054% 041% 06,3% TOTAL 356% 206% 156% 24,3% Tabela 3. Comparação do número de espécies de borboletas registradas com os métodos de Ahrenholz e Rede empregados na EEC, incluindo espécies exclusivas. Contudo, quando comparado a inventários com semelhante esforço amostral, o número de espécies torna-se semelhante ao levantado no PEMD (MIELKE & CASAGRANDE, 1997) e na Reserva Privada Osununú (ROS) (NÚÑEZ-BUSTOS et al., 2011). Deve-se salientar que a EEC e o PEMD são proximamente localizadas entre si, estando inclusive sobre o mesmo tipo de solo arenítico, embora sob margens opostas do rio Paranapanema. A Reserva Privada Osununú apresentou esforço amostral semelhante com a utilização da técnica de Ahrenholz e rede entomológica. Por último, estudos realizados mais ao sul do Brasil e no mesmo tipo vegetacional apresentaram riquezas distintamente menores (GIOVENARDI, 2008, BONFANTI, 2009), o que pode ser também justificado pelo acentuado grau de fragmentação das áreas amostradas e pela própria latitude. Mesmo com valores similares no número de espécies, a composição entre as unidades amostrais é bastante distinta, mesmo comparada ao PEMD, área relativamente próxima à EEC (aproximadamente 50 km). Esse parque apresenta grandes trechos preservados, sua área é cerca de 30 vezes maior que a EEC, além de possuir uma topografia diferenciada que inclui o Morro do Diabo, o que facilita a detecção de espécies que apresentam o comportamento de hilltoping. A própria ausência das espécies ameaçadas de extinção Alesa prema e Zonia zonia diabo, pode ser consequência da ausência de áreas para hilltoping na EEC, cuja topografia é basicamente plana. Além disso, a área da EEC sofreu grandes mudanças em sua estrutura florestal durante a construção da Usina Hidroelétrica de Rosana, principalmente pela retirada de madeira e fragmentação. É sabido que tais alterações afetam a composição de fauna de borboletas tropicais mesmo quando a riqueza é inalterada (UEHARA-PRADO et al., 2006). Desta forma a retirada de madeira poderia produzir um efeito adicional à mudança da composição de espécies, como observado em estudos em outras regiões tropicais do planeta (HILL, 1999, CLEARY, 2004, SUMMERVILLE & CRIST, 2002). SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014 269

L. M. GARCIA-SALIK, E. CARNEIRO, D. R. DOLIBAINA, F. M. S. DIAS, L. A. RIBEIRO-LEITE, M. M. CASAGRANDE & O. H. H. MIELKE Foram encontradas 16 espécies de Lycaenidae e 11 de Riodinidae exclusivas das amostragens conduzidas em maio de 2009. Na ocasião, tais registros foram feitos em flores de Asteraceae, as quais não foram mais encontradas na EEC. Este resultado afirma a necessidade de padronizar transecções com abundância de flores similar em estudos comparativos de borboletas. Além disso, tais borboletas compõem um grupo naturalmente heterogêneo e escasso, mesmo em estudos de longa duração (BROWN, 1992, BROWN & FREITAS, 1999, ISERHARD et al., 2013). Assim como registrado para outras regiões neotropicais (SPARROW et al., 1994; POZO et al., 2005) e fundamentalmente reconhecido por pesquisadores e amadores, a rede entomológica mostrou-se a técnica mais relevante e efetiva para registrar as espécies de borboletas da região, comparadas com Ahrenholz. Enquanto esta última técnica se mostra claramente mais seletiva a Hesperiidae (LAMAS et al., 1993), a rede entomológica se mostra capaz de inventariar todos os grupos de borboletas, mesmo sendo seletiva a determinados fatores (p.ex. dossel, áreas sombreadas e sem flores, percepção visual do coletor). É importante ressaltar que a técnica de Ahrenholz contribuiu para inventariar uma importante parcela de Hesperiidae não registrada pela rede entomológica, a qual pode estar relacionada à presença de uma estreita associação trófica deste grupo com formigas de correição e aves insetívoras (LAMAS et al., 1993). Adicionalmente, muitas das espécies ocasionalmente coletadas em rede entomológica se mostraram comuns e/ou muito frequentes na técnica de Ahrenholz, um fator que pode justificar o uso desta metodologia para acelerar e maximizar o tempo de esforço amostral empregado em inventários de curta duração. Contudo, sua eficiência é altamente variável com relação à região de estudo, especialmente em localidades onde não ocorre a presença destas formigas, tornando a técnica ineficaz em muitas regiões além da Amazônia (LAMAS et al., 1993). Na região, foi comum a presença de Passova passova practa Evans, 1951 espécie tida como ameaçada de extinção no Paraná, assim como a presença abundante de sua planta hospedeira (Guarea sp.) próxima às bordas das trilhas. Ratifica-se então, a exclusão da espécie da Lista Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção do Paraná, já sugerida por DOLIBAINA et al. (2010), a qual aparentemente não tem sua população afetada pela fragmentação de hábitat. A presença de Myscelus pardalina yacutinga é justificada pela região limítrofe de seus primeiros registros (Argentina e Paraguai) à fronteira brasileira no Estado do Paraná. Contudo, até o presente momento não se registrou tal espécie na região de Foz do Iguaçú e Guaíra, localidades que foram frequentemente visitadas por pesquisadores (Mielke et al., em prep.). Sua coleta pode ser atribuída ao uso da técnica de Ahrenholz, que até o momento não havia sido utilizada nesta região do Brasil. Agradecimentos Ao IAP pela concessão da licença de coleta e a toda a equipe da Estação Ecológica do Caiuá pela utilização da Unidade de Conservação e apoio na logística da referida pesquisa. Ao CNPq, Capes e Sisbiota pela concessão de bolsas de doutorado (EC, DRD, FMSD e LARL), mestrado (LMGS) e auxílio financeiro para realização das coletas, respectivamente. À Dra. Marta Luciane Fischer por sugestões ao trabalho. BIBLIOGRAFIA ABILHÔA, V. & BASTOS, L. P., 2005. Composição e estrutura da Ictiofauna da Estação Ecológica do Caiuá, área de in?uência da UHE de Rosana (Rio Paranapanema), Sudeste do Brasil. Arquivos de Ciências Veterinarias e Zoologia, 8(1): 33-39. AUSTIN, G. T. & RILEY, T. J., 1995. Portable bait traps for the study of butterflies. Tropical Lepidoptera, 6(1): 5-9. BONFANTTI, D., MARE, F. A. D. & GIOVENARDI, R., 2009. Butterflies (Lepdoptera: Papilionoidae and Hesperioidea) from two forest fragments in northern Rio Grande do Sul, Brazil. Check List, 5(4): 819-829. BORGHI, W. A.S. S., QUIQUI, E. M. D. & NANNI, M. R., 2004. Caracterização e avaliação da mata ciliar à montante da Hidrelétrica de Rosana, na Estação Ecológica do Caiuá, Diamante do Norte, PR. Cadernos da Biodiversidade, 4(2): 9-18. BROWN, Jr. K. S., 1992. Borboletas da Serra do Japi: diversidade, habitats, recursos alimentares e variação temporal. 270 SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014

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L. M. GARCIA-SALIK, E. CARNEIRO, D. R. DOLIBAINA, F. M. S. DIAS, L. A. RIBEIRO-LEITE, M. M. CASAGRANDE & O. H. H. MIELKE MIELKE, O. H. H. & CASAGRANDE, M. M., 2011. Duas subespécies novas de Myscelus pardalina (C. Felder & R. Felder, 1867) (Lepidoptera: Hesperiidae, Pyrrhopyginae). SHILAP Revista de lepidopterología, 39(153): 75-85. NÚÑEZ-BUSTOS, E. O., 2008. Diversidad de Mariposas Diurnas en la Reserva Privada Yacutinga, Provincia de Misiones, Argentina (Lepidoptera: Hesperioidea y Papilionoidea). Tropical Lepidoptera Research, 18(2): 78-87. NÚÑEZ-BUSTOS, E. O., 2009. Mariposas Diurnas (Lepidoptera: Papilionoidea y Hesperioidea) Del Parque Nacional Iguaçú, Provincia de Misiones, Argentina. Tropical Lepidoptera Research, 19(2): 71-81. NÚÑEZ-BUSTOS, E. O., FAVRE, P., BERTOLINI, M. P., TURNER, J. D. & SOURAKOV, A., 2011. Mariposas Diurnas (Lepidoptera: Papilionoidea e Hesperioidea) de la Reserva Privada Osununú-Parque Provincial Teyú Cuaré y Alrededores de San Ignacio, Provincia de Misiones, Argentina. Tropical Lepidoptera Research, 21(1): 34-42. POZO, C., LLORENTE, J., LUIS, A., VARGAS, I. & SALAS, N., 2005. Reflexiones acerca de los métodos de muestreo para mariposas em las comparaciones biogeográficas. In J. LLORENTE & J. J. MORRONE. Regionalización biogeografica en Iberoamérica y tópicos afines: 203 pp. Prensas de Ciencias, Facultad de Ciencias, UNAM. SCOTT, J. M., CSUTI, B., ESTES, J. E. & ANDERSON, H., 1987. Status Assesment of Biodiversity Protection. Conservation Biology, 3(1): 85-87. SPARROW, H. R., SISK, T. D., EHRLICH, P. R. & MURPHY, D. D., 1994. Techniques and Guidelines for Monitoring Neotropical Butterflies. Conservation Biology, 8(3): 800-809. SPITZER, K. J., 1993. Habitat Preferences, Distribution and Seasonality of the Butterflies (Lepidoptera, Papilionoidea) in a Montane Tropical Rain Forest, Vietnam. Journal of Biogeography, 20(1): 109-121. SPITZER, K. J., HAVELKA, J. & LEPS, J., 1997. Effect of small-scale disturbance on butterfly communities of an Indochinese montane rainforest. Biological Conservation, 80(1): 9-15. SUMMERVILLE, K. S. & CRIST, T. O., 2001. Effects of Experimental Habitat Fragmentation on Patch Use by Butterflies and Skippers (Lepidoptera). Ecology, 82(5): 1360-1370. SUMMERVILLE, K. S. & CRIST, T. O., 2002. Effects of timber harvest on forest Lepidoptera: community, guild, and species responses. Ecological Applications, 12(3): 820-835. TERBORGH, J. & WINTER, B., 1983. A method for siting parks and reserves with special reference to Columbia and Ecuador. Biological Conservation, 27: 45-58. UEHARA-PRADO, M., BROWN, Jr. K. S. & FREITAS, A. V. L., 2006. Species richness, composition and abundance of fruit-feeding butterflies in the Brazilian Atlantic Forest: Comparison between a fragmented and a continuous landscape. Global Ecology and Biogeography, 16(1): 43-54. UEHARA-PRADO, M. & FREITAS, A. V. L., 2009. The effect of rainforest fragmentation on species diversity and mimicry ring composition of ithomiine butterflies. Insect Conservation and Diversity, 2(1): 23-28. UEHARA-PRADO, M. & RIBEIRO, D. B., 2012. Borboletas em Floresta Atlântica: Métodos de amostragem e inventário de espécies na Serra do Itapeti. In M. S. C. MORINI & V. F. O. MIRANDA. Serra do Itapeti. Aspectos Históricos, Sociais e Naturalísticos: 167 pp. Canal 6, Bauru, São Paulo. ZANDONADI, L., BRAIDO, L. M. H. & SILVEIRA, H., 2008. Caracterização da precipitação pluviométrica na Estação Ecológica do Caiuá, município de Diamante do Norte-PR. Cadernos da Biodiversidade, 6(1): 8-25. *L. M. G. S., E. C., D. R. D., F. M. S. D., L. A. R. L., M. M. C.; O. H. H. M. Laboratório de Estudos de Lepidoptera Neotropical Departamento de Zoologia UFPR, Caixa Postal 19020 CEP: 81531-980 Curitiba, Paraná BRASIL / BRAZIL E-mail: lucymilas@gmail.com *Autor para la correspondencia / Corresponding author (Recibido para publicación / Received for publication 20-III-2013) (Revisado y aceptado / Revised and accepted 17-IV-2013) (Publicado / Published 30-VI-2014) 272 SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014

BORBOLETAS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO CAIUÁ, DIAMANTE DO NORTE, PARANÁ, BRASIL Tabela 1. Lista das Borboletas (Papilionoidea e Hesperioidea) registradas na Estação Ecológica do Caiuá, Diamante do Norte, Paraná, Brasil, de acordo com os diferentes métodos amostrais empregados: Rede entomológica (Rede), Técnica de Ahrenholz (Ahr) e Armadilhas para borboletas frugívoras (Arm). HESPERIOIDEA Métodos de Amostragem HESPERIIDAE Rede Ahr Arm Pyrrhopyginae Elbella azeta giffordi Mielke, 1995 X Elbella blanda Evans, 1951 X Elbella lamprus (Hopffer, 1874) X Myscelus amystis epigona Herrich-Schäffer, 1869 X X Myscelus epimachia edix Evans, 1951 X X Myscelus pardalina yacutinga Mielke & Casagrande, 2011 X Mysoria barcastus barta Evans, 1951 X Parelbella ahira extrema (Röber, 1925) X X Passova passova practa Evans, 1951 X Pyrginae - Eudamini Aguna asander (Hewitson, 1867) X X X Astraptes alardus (Stoll, 1790) X Astraptes anaphus (Cramer, 1777) X X Astraptes aulus (Plötz, 1881) X X Astraptes enotrus (Stoll, 1781) X X Astraptes fulgerator (Walch, 1775) X X Astraptes fulgor (Hayward, 1939) X X Astraptes talus (Cramer, 1777) X X Augiades epimethea (Plötz, 1883) X X Autochton neis (Geyer, 1832) X X Celaenorrhinus similis Hayward, 1933 X X Cephise cephise (Herrich-Schäffer, 1869) X X Cephise malesedis Austin & Mielke, 2000 X X X Chioides catillus (Cramer, 1779) X Chrysoplectrum bahiana (Herrich-Schäffer, 1869) X X Chrysoplectrum perniciosus (Herrich-Schäffer, 1869) X X Codatractus aminias (Hewitson, 1867) X Dyscophellus porcius doriscus (Hewitson, 1867) X X Epargyreus clavicornis (Herrich-Schäffer, 1869) X X Epargyreus exadeus (Cramer, 1779) X X Epargyreus socus socus Hübner, [1825] X X Epargyreus socus pseudexadeus Westwood, 1852 X X Narcosius parisi (R.C. Williams, 1927) X Nascus phocus (Cramer, 1777) X X Phanus australis L.D. Miller, 1965 X X Phocides metrodorus metron Evans, 1952 X Phocides pigmalion hewitsonius (Mabille, 1883) X Polygonus leo (Gmelin, [1790]) X X Polygonus savigny (Latreille, [1824]) X X Polythrix caunus (Herrich-Schäffer, 1869) X X Polythrix minvanes (R.C. Williams, 1926) X X Polythrix octomaculata (Sepp, [1844]) X Porphyrogenes vulpecula (Plötz, 1882) X X Proteides mercurius (Fabricius, 1787) X X Pseudonascus paulliniae (Sepp, [1842]) X X Urbanus albimargo rica Evans, 1952 X X SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014 273

L. M. GARCIA-SALIK, E. CARNEIRO, D. R. DOLIBAINA, F. M. S. DIAS, L. A. RIBEIRO-LEITE, M. M. CASAGRANDE & O. H. H. MIELKE Urbanus dorantes (Stol, 1790) X X Urbanus doryssus albicuspis (Herrich-Schäffer, 1869) X X Urbanus esmeraldus (Butler, 1877) X X Urbanus esta Evans, 1952 X X Urbanus longicaudus Austin, 1998 X Urbanus procne (Plötz, 1880) X X Urbanus pronta Evans, 1952 X X Urbanus proteus (Linnaeus, 1758) X X Urbanus simplicius (Stoll, 1790) X X Urbanus teleus (Hübner, 1821) X Urbanus virescens (Mabille, 1877) X Pyrginae - Pyrgini Achlyodes busirus rioja Evans, 1953 X X Achlyodes mithridates thraso (Hübner, [1807]) X X Anastrus sempiternus simplicior (Möschler, 1877) X Anisochoria sublimbata Mabille, 1883 X Antigonus erosus (Hübner, [1812]) X X Antigonus liborius areta Evans, 1953 X Camptopleura auxo (Möschler, 1879) X Camptopleura sp. X Ebrietas anacreon (Staudinger, 1876) X X Erynnis (Erynnides) funeralis (Scudder & Burgess, 1870) X Gesta gesta (Herrich-Schäffer, 1863) X Gorgythion begga (Prittwitz, 1868) X X Gorgythion beggina Mabille, 1898 X Grais stigmaticus (Mabille, 1883) X X X Helias phalaenoides palpalis (Latreille, [1824]) X X Heliopetes arsalte (Linnaeus, 1758) X Mylon maimon (Fabricius, 1775) X X Mylon pelopidas (Fabricius, 1793) X X Ouleus fridericus riona Evans, 1953 X Pellicia costimacula Herrich-Schäffer, 1870 X Pellicia najoides Hayward, 1933 X X Pellicia ranta rancida Evans, 1953 X X Polyctor polyctor (Prittwitz, 1868) X Pyrgus orcus (Stoll, 1780) X Pyrgus orcynoides (Giacomelli, 1928) X Pythonides grandis Mabille, 1878 X X Quadrus cerialis (Stoll, 1782) X X Quadrus fanda Evans, 1953 X Spathilepia clonius (Cramer, 1775) X X Sptaphylus incisus (Mabille, 1878) X Staphylus ascalon (Staudinger, 1876) X X Staphylus chlorocephala (Latreille, [1824]) X Staphylus minor Schaus, 1902 X X Telemiades amphion (Geyer, 1832) X X Telemiades meris (Plötz, 1886) X Timochares trifasciata (Hewitson, 1868) X Trina geometrina (C. Felder & R. Felder, 1867) X Viola minor (Hayward, 1933) X Xenophanes tryxus (Stoll, 1780) X Zera tetrastigma erisichthon (Plötz, 1884) X X 274 SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014

BORBOLETAS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO CAIUÁ, DIAMANTE DO NORTE, PARANÁ, BRASIL Hesperiinae Aides duma Evans, 1955 X Anatrytone perfida (Möschler, 1879) X Anthoptus epictetus (Fabricius, 1793) X Artines rica Steinhauser & Austin, 1993 X X Callimormus saturnus (Herrich-Schäffer, 1869) X Calpodes ethlius (Stoll, 1782) X Carystoides basoches (Latreille, [1824]) X Carystus ploetzi Mielke & Casagrande, 2002 X Cobalopsis nero (Herrich-Schäffer, 1869) X X Cobalus virbius hersilia (Plötz, 1882) X X Conga chydaea (Butler, 1877) X Corticea corticea (Plötz, 1882) X X Cymaenes cavala Evans, 1955 X X Cymaenes gisca Evans, 1955 X X Cymaenes lepta (Hayward, 1939) X X Cymaenes tripunctus theogenis (Capronnier, 1874) X Cynea irma (Möschler, 1879) X X Cynea popla Evans, 1955 X X Decinea lucifer (Hübner, [1831]) X X Flaccilla aecas (Stoll, 1781) X X Hylephila phyleus (Drury, 1773) X Lerema ancillaris (Butler, 1877) X Lychnuchoides ozias (Hewitson, 1878) X Methionopsis ina (Plötz, 1882) X X Mnasicles hicetaon Godman, 1901 X X Mnasitheus gemignanii (Hayward, 1940) X Morys geisa geisa (Möschler, 1879) X X Naevolus orius (Mabille, 1883) X X Neoxeniades scipio (Fabricius, 1793) X Niconiades linga Evans, 1955 X Niconiades xanthaphes Hübner, [1821] X X Nyctelius nyctelius (Latreille, [1824]) X Orses cynisca (Swainson, 1821) X X Orses itea (Swainson, 1821) X Panoquina fusina viola Evans, 1955 X X Panoquina hecebolus (Scudder, 1872) X X Panoquina lucas (Fabricius, 1793) X X Panoquina ocola (W.H. Edwards, 1863) X X Panoquina trix Evans, 1955 X Paracarystus hypargyra (Herrich-Schäffer, 1869) X Peba verames (Schaus, 1902) X X Penicula bryanti (A.G. Weeks, 1906) X Perichares lotus (Butler, 1870) X Perichares philetes aurina Evans, 1955 X X Phanes almoda (Hewitson, 1866) X Phlebodes campo (Bell, 1947) X Polites vibex catilina (Plötz, 1886) X Pompeius pompeius (Latreille, [1824]) X X Pyrrhopygopsis socrates (Ménétriés, 1855) X Quasimellana eulogius (Plötz, 1882) X Saliana esperi esperi Evans, 1955 X X SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014 275

L. M. GARCIA-SALIK, E. CARNEIRO, D. R. DOLIBAINA, F. M. S. DIAS, L. A. RIBEIRO-LEITE, M. M. CASAGRANDE & O. H. H. MIELKE Saliana fusta Evans, 1955 X X Saliana longirostris (Sepp, [1840]) X Sodalia coler (Schaus, 1902) X X Synapte malitiosa equa Evans, 1955 X X Synapte silius (Latreille, [1824]) X Thargella caura occulta (Schaus, 1902) X Thespieus aspernatus Draudt, 1923 X Thespieus dalman (Latreille, [1824]) X X Thespieus lutetia (Hewitson, 1866) X X Thracides cleanthes (Latreille, [1824]) X X Tigasis simplex (Bell, 1930) X Tisias lesueur canna Evans, 1955 X Vehilius inca (Scudder, 1872) X Vehilius stictomenes (Butler, 1877) X Vettius lucretius (Latreille, [1824]) X Vettius marcus (Fabricius, 1787) X X Zenis jebus (Plötz, 1882) X PAPILIONOIDEA PAPILIONIDAE Battus polydamas (Linnaeus, 1758) X Heraclides anchisiades capys (Hübner, [1809]) X Heraclides androgeus laodocus (Fabricius, 1793) X Heraclides astyalus (Godart, 1819) X Heraclides hectorides (Esper, 1794) X Heraclides thoas brasiliensis (Rothschild & Jordan, 1906) X Parides neophilus eurybates (Gray, [1853]) X Protographium agesilaus autosilaus (H. W. Bates, 1861) X Protographium asius (Fabricius, 1781) X PIERIDAE Dismorphiinae Dismorphia amphinome astynome (Dalman, 1823) X Dismorphia astyocha Hübner, [1831] X Enantia lina psamathe (Fabricius, 1793) X Coliadinae Anteos clorinde (Godart, [1824]) X Aphrissa statira (Cramer, 1777) X Eurema albula (Cramer, 1775) X Eurema deva (Doubleday, 1847) X Eurema elathea flavescens (Chavannes, 1850) X Eurema phiale paula (Röber, 1909) X Phoebis argante (Fabricius, 1775) X Phoebis neocypris (Hübner, [1823]) X Phoebis philea (Linnaeus, 1763) X Phoebis sennae marcellina (Cramer, 1777) X Pyrisitia leuce (Boisduval, 1836) X Pyrisitia nise tenella (Boisduval, 1836) X Pierinae Ascia monuste orseis (Godart, 1819) X Glutophrissa drusilla (Cramer, 1777) X Hesperocharis paranensis Schaus, 1898 X Melete lycimnia paulista Fruhstorfer, 1908 X Pieriballia viardi molione (Fruhstorfer, 1908) X X 276 SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014

BORBOLETAS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO CAIUÁ, DIAMANTE DO NORTE, PARANÁ, BRASIL LYCAENIDAE Theclinae Arawacus separata (Lathy, 1926) X Badecla badaca (Hewitson, 1868) X Calycopis bellera (Hewitson, 1877) X Calycopis caulonia (Hewitson, 1877) X Calycopis janeirica (C. Felder, 1862) X Calycopis meleager (H. Druce, 1907) X Celmia celmus (Cramer, 1775) X Chalybs hassan (Stoll, 1790) X Chlorostrymon telea (Hewitson, 1868) X Cyanophrys amyntor (Cramer, 1775) X Cyanophrys argentinensis (Clench, 1946) X Electrostrymon endymion (Fabricius, 1775) X Erora biblia (Hewitson, 1868) X Gargina panchaea (Hewitson, 1869) X Kisutam syllis (Godman & Salvin, 1887) X Lamprospilus orcidia (Hewitson, 1874) X Michaelus jebus (Godart, [1824]) X Michaelus thordesa (Hewitson, 1867) X Ministrymon azia (Hewitson, 1873) X Ministrymon cruenta (Gosse, 1880) X Ocaria ocrisia (Hewitson, 1868) X Ostrinotes sophocles (Fabricius, 1793) X Paiwarria venulius (Cramer, 1779) X Panthiades hebraeus (Hewitson, 1867) X Panthiades phaleros (Linnaeus, 1767) X Parrhasius orgia (Hewitson, 1867) X Parrhasius polibetes (Stoll, 1781) X Pseudolycaena marsyas (Linnaeus, 1758) X Rekoa meton (Cramer, 1779) X X Rekoa palegon (Cramer, 1780) X Rekoa stagira (Hewitson, 1867) X Rubroserrata ecbatana (Hewitson, 1868) X Strephonota ambrax (Westwood, 1852) X X Strephonota jactator (H.H. Druce, 1907) X Strymon astiocha (Prittwitz, 1865) X Strymon bazochii (Godart, [1824]) X Strymon bubastus (Stoll, 1780) X Strymon mulucha (Hewitson, 1867) X Strymon yojoa (Reakirt, [1867]) X Symbiopsis lenitas (H.H. Druce, 1907) X Temecla tema (Hewitson, 1867) X Theclopsis gargara (Hewitson, 1868) X Theclopsis sp. X Tmolus echion (Linnaeus, 1767) X Ziegleria hesperitis (Butler & H. Druce, 1872) X Polyommatinae Hemiargus hanno (Stoll, 1790) X Leptotes cassius (Cramer, 1775) X Zizula cyna (W.H. Edwards, 1881) X SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014 277

L. M. GARCIA-SALIK, E. CARNEIRO, D. R. DOLIBAINA, F. M. S. DIAS, L. A. RIBEIRO-LEITE, M. M. CASAGRANDE & O. H. H. MIELKE RIODINIDAE Euselasiinae Euselasia hygenius occulta Stichel, 1919 X Euselasia mys cytis Stichel, 1919 X Riodinidae Anteros formosus (Cramer, 1777) X Aricoris sp. X Calospila lucianus (Fabricius, 1793) X Caria marsyas Godman, 1903 X Cremna actoris (Cramer, 1776) X Detritivora brasilia (Harvey & J. Hall, 2002) X X Emesis diogenia Prittwitz, 1865 X Hyphilaria parthenis (Westwood, 1851) X X Ionotos alector (Geyer, 1837) X Juditha molpe (Hübner, [1808]) X Lasaia agelisas (Latreille, [1809]) X Melanis aegates albugo (Stichel, 1910) X Melanis electron rabuscula (Stichel, 1910) X Mesene phareus (Cramer, 1777) X Mesene pyrippe Hewitson, 1874 X Mesosemia bella Sharpe, 1890 X Mesosemia odice (Godart, [1824]) X Mesosemia rhodia (Godart, [1824]) X Napaea eucharila parvipuncta Lathy, 1932 X Notheme erota angellus Stichel, 1910 X X Nymphidium lisimon epiplatea Butler, 1867 X Parcella amarynthina (C. Felder & R. Felder, 1865) X Symmachia estellina Gallard, 2008 X Synargis calyce (C. Felder & R. Felder, 1862) X Theope foliorum H.W. Bates, 1868 X Theope pieridoides C. Felder & R. Felder, 1865 X NYMPHALIDAE Libytheinae Libytheana carinenta (Cramer, 1777) X Danainae Danaus plexippus (Linnaeus, 1758) X Lycorea halia discreta Haensch, 1909 X X Ithomiinae Aeria olena olena Weymer, 1875 X X Dircenna dero rhoeo C. Felder & R. Felder, 1860 X Episcada hymenaea (Prittwitz, 1865) X X Hypothyris euclea laphria (Doubleday, 1847) X Hypothyris ninonia daeta (Boisduval, 1836) X X Ithomia agnosia zikani d Almeida, 1940 X Ithomia lichyi d Almeida, 1939 X Mcclungia cymo salonina (Hewitson, 1855) X X Mechanitis lysimnia (Fabricius, 1793) X X Mechanitis polymnia casabranca Haensch, 1905 X Methona themisto (Hübner, 1818) X X Pseudoscada erruca (Hewitson, 1855) X X Sais rosalia rosalinde Weymer, 1890 X Tithorea harmonia pseudethra Butler, 1873 X X 278 SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014

BORBOLETAS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO CAIUÁ, DIAMANTE DO NORTE, PARANÁ, BRASIL Morphinae Brassolis sophorae vulpeculus Stichel, 1902 X Eryphanis automedon (Cramer, 1775) X X Morpho helenor achillides C. Felder & R. Felder, 1867 X X Opsiphanes invirae remoliatus Fruhstorfer, 1907 X Satyrinae Cissia terrestres (Butler, 1867) X Hermeuptychia hermes (Fabricius, 1775) X X X Magneuptychia pallema (Schaus, 1902) X X X Pareuptychia ocirrhoe interjecta (d Almeida, 1952) X X Pareuptychia summandosa (Gosse, 1880) X X X Paryphthimoides eous (Butler, 1867) X X Paryphthimoides grimon (Godart, [1824]) X X Paryphthimoides phronius (Godart, [1824]) X Paryphthimoides poltys (Prittwitz, 1865) X X X Paryphthimoides undulata (Butler, 1867) X Pharneuptychia phares (Godart, [1824]) X Posttaygetis penelea (Cramer, 1777) X X X Taygetis kerea Butler, 1869 X X Taygetis laches marginata Staudinger, [1887] X X X Taygetis larua C. Felder & R. Felder, 1867 X Taygetis rufomarginata Staudinger, 1888 X X Yphthimoides affinis (Butler, 1867) X Yphthimoides celmis (Godart, [1824]) X Yphthimoides mimula (Hayward, 1954) X X X Yphthimoides renata (Stoll, 1780) X X X Yphthimoides ordinaria Freitas, Kaminsk & Mielke, 2012 X X Charaxinae Archaeoprepona demophon thalpius (Hübner, [1814]) X Archaeoprepona demophon demophon (Hübner, [1814]) X X Consul fabius drurii (Butler, 1874) X Fountainea ryphea phidile (Geyer, 1837) X X X Hypna clytemnestra huebneri Butler, 1866 X X X Memphis acidalia victoria (H. Druce, 1877) X X X Memphis appias (Hübner, [1825]) X X X Memphis moruus stheno (Prittwitz, 1865) X X X Prepona laertes (Hübner, [1811]) X Zaretis isidora (Cramer, 1779) X X X Zaretis sp. Biblidinae Biblis hyperia nectanabis (Fruhstorfer, 1909) X X X Callicore astarte selima (Guenée, 1872) X Callicore hydaspes (Drury, 1782) X X Callicore pygas thamyras (Ménétriés, 1857) X X Callicore sorana (Godart, [1824]) X X Catonephele acontius (Linnaeus,1771) X X X Catonephele numilia penthia (Hewitson, 1852) X X X Diaethria clymena janeira (C. Felder, 1862) X X Dynamine aerata (Butler, 1877) X X Dynamine agacles (Dalman, 1823) X Dynamine artemisia (Fabricius, 1793) X X Dynamine myrrhina (Doubleday, 1849) X SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014 279

L. M. GARCIA-SALIK, E. CARNEIRO, D. R. DOLIBAINA, F. M. S. DIAS, L. A. RIBEIRO-LEITE, M. M. CASAGRANDE & O. H. H. MIELKE Dynamine postverta (Cramer, 1779) X X Dynamine tithia (Hübner, 1823) X Ectima thecla (Fabricius, 1796) X X Eunica eurota dolores (Prittwitz, 1871) X Eunica maja (Fabricius, 1775) X Eunica tatila bellaria Fruhstorfer, 1908 X X Haematera pyrame (Hübner, [1819]) X Hamadryas amphinome (Linnaeus, 1767) X X Hamadryas epinome (C. Felder & R. Felder, 1867) X X X Hamadryas februa (Hübner, [1823]) X X Marpesia chiron marius (Cramer, 1779) X Marpesia petreus (Cramer, 1776) X Nica flavilla flavilla (Godart, [1824]) X X X Pyrrhogyra neaerea ophni Butler, 1870 X Temenis laothoe meridionalis Ebert, 1965 X X X Apaturinae Doxocopa agathina vacuna (Godart, [1824]) X Doxocopa linda mileta (Boisduval, 1870) X Nymphalinae Anartia amathea roeselia (Eschscholtz, 1821) X Anartia jatrophae (Linnaeus, 1763) X Chlosyne lacinia saundersi (Doubleday, [1847]) X Colobura dirce (Linnaeus, 1758) X X X Eresia lansdorfi (Godart, 1819) X Historis odius (Fabricius, 1775) X X Hypanartia lethe (Fabricius, 1793) X Junonia evarete (Cramer, 1779) X Ortilia dicoma (Hewitson, 1864) X Ortilia ithra (W.F. Kirby, 1900) X Phystis simois variegata (Röber, 1913) X Siproeta epaphus trayja Hübner, [1823] X Siproeta stelenes meridionalis (Fruhstorfer, 1909) X X Smyrna blomfildia (Fabricius, 1781) X Tegosa claudina (Eschscholtz, 1821) X Telenassa teletusa (Godart, [1824]) X Vanessa myrinna (Doubleday, 1849) X Limenitidinae Adelpha capucinus velia (C. Felder & R. Felder, 1867) X Adelpha malea goyama Schaus, 1902 X X X Adelpha thesprotia (C. Felder & R. Felder, 1867) X Adelpha thessalia indefecta Fruhstorfer, 1913 X Heliconiinae Actinote carycina Jordan, 1913 X Dione juno suffumata K.S. Brown & Mielke, 1972 X Dryadula phaetusa (Linnaeus, 1758) X Dryas iulia alcionea (Cramer, 1779) X Eueides aliphera (Godart, 1819) X Eueides isabella dianasa (Hübner, [1806]) X Heliconius erato phyllis (Fabricius, 1775) X X Heliconius ethilla narcaea Godart, 1819 X X Heliconius ethilla polychrous C. Felder & R. Felder, 1865 X 280 SHILAP Revta. lepid., 42 (166), junio 2014