Prezado(a) amigo(a), É chegada a hora de nos dedicarmos ao tão esperado concurso para (área fiscalização) do Tribunal de Contas do Estado do Pará. Meu nome é Renato Ribeiro Fenili, sou natural de São Paulo e tenho 37 anos. Atualmente sou Analista Legislativo atribuição técnico em material e patrimônio, na Câmara dos Deputados (aprovado em 6º lugar no concurso de 2007), exercendo o cargo de Diretor de Compras. Antes disso, fui Oficial da Marinha do Brasil, servia embarcado em navio, tendo exercido o cargo de Chefe de Máquinas por cerca de dois anos. Fazia cerca de 120 dias de mar por ano, o que não me deixava alternativa a não ser estudar sozinho... não era fácil! Bom, feitas as apresentações, creio que seja hora de começarmos o estudo. Iremos estudar uma das disciplinas centrais para a sua aprovação neste concurso, haja vista a complexidade da norma e o histórico de desempenho dos candidatos nessa disciplina. Nosso curso será construído com base em um trabalho intensivo de resolução de exercícios, associado a uma exposição bastante sólida da teoria. Ao longo do curso, serão resolvidas cerca de 400 questões. Cada aula apresentará, em média, 40 questões sendo que, ainda, as aulas 01, 02 e 04 virão acompanhadas de um simulado, com questões recentes (a maioria de 2013 a 2015). Vejamos como será a estrutura do curso: AULA 1 2 CONTEÚDO 9 Licitação pública. 9.1 Modalidades, dispensa e inexigibilidade. 9.2 Pregão.
AULA 3 4 5 6 CONTEÚDO 9.3 Contratos e compras (PARTE 1) - Sistema de Registro de Preços 9.3 Contratos e compras (PARTE 2) - Contratos Administrativos. 9.4 Convênios e termos similares. 9.3. Compras - aspectos complementares + Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal (CADIN) + RDC. Uma última coisa: após mais de 6 anos aprofundando-me no estudo e na docência dessa disciplina, hoje sou seguro em dizer que este é o melhor curso disponível a você. É um material único, com conteúdo expandido, voltado especificamente a este concurso de elevada exigência. Proponho, assim, que arregasse suas mangas e que, sem mais demora, ingresse comigo em uma aula demonstrativa! Ressalto que esta aula, por ser apenas uma demonstração da didática de nosso curso, é consideravelmente mais curta que as demais, ok? Ainda, friso que seu conteúdo aborda tópico da aula 06, que será visto com profundidade ao longo do curso.
O REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES Introdução Passados mais de vinte anos desde a sanção da Lei nº 8.666/93 (Lei Geral de Licitações e Contratos), é ponto pacífico entre gestores e doutrinadores que a norma, a despeito de haver, à época, trazido uma série de inovações positivas, hoje é responsável por entraves burocráticos que acarretam morosidade e perda de eficiência ao processo licitatório. As discussões sobre uma reforma na Lei nº 8.666/93 vêm sendo estendidas há anos, sem que algo concreto seja submetido ao plenário do Congresso Nacional. Dessa forma, alegando a necessidade de urgência na reforma da base legal que fundamentasse os ritos de contratação alusivos às obras de infraestrutura para principalmente os grandes eventos esportivos sediados pelo Brasil nesta década, sancionou-se, em 4 de agosto de 2011, a Lei nº 12.462/2011, que institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC). O Poder Legislativo Federal, desta maneira, adotou linha de ação que contou com críticas não só da oposição, mas também de diversos gestores públicos e de setores da sociedade: ao invés de promover a reforma da Lei Geral, criou-se uma regulação específica, com limitações em termos de objetivos das contratações. Tal linha de ação, ao longo dos anos, foi ainda agravada. Se, inicialmente, o RDC era aplicável apenas às licitações e contratos necessários à realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, além da Copa das Confederações (2013) e Copa do Mundo Fifa (2014), por meio das Leis n os 12.688/2012, 12.745/2012 e 12.980/2014, o escopo foi abragido, agora contemplando também: ações integrantes do PAC; obras e serviços de engenharia no âmbito do SUS; obras e serviços de engenharia voltados a estabelecimentos penais e a unidades de atendimento socioeducativo; obras e serviços de engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino.
Assim, observa-se que o RDC vem se consolidando como norma paralela à Lei de Licitações e Contratos, voltada à contratação da infraestrutura necessária à execução de políticas públicas pelo Estado. Na realidade, a Lei nº 12.462/2011 é oriunda da Medida Provisória (MP) nº 527/2011, originalmente voltada unicamente à criação da Secretaria de Aviação Civil na estrutura do Poder Executivo federal. Contudo, durante a análise da MP 1 na Câmara dos Deputados, apresentou-se uma proposta de acrescentar ao texto original um conjunto de dispositivos, desconexos com o assunto da Medida Provisória, visando a normatizar as licitações e contratos alusivos aos grandes eventos esportivos sediados pelo Brasil nesta década. Dessa forma, a Lei nº 12.462/2011 reúne dois assuntos que não guardam relação entre si: Regime Diferenciado de Contratações Públicas (arts. 1º a 47), e Alterações da organização da Presidência da República e Ministérios, com a criação da Secretaria de Aviação Civil (arts. 48 a 63). Apenas os arts. 1º a 47 (Capítulo I) da Lei em estudo é de interesse para fins de nosso curso. Tais artigos foram ainda regulamentados pelo Decreto nº 7.581/2011. Nas páginas seguintes, destrincharemos o conteúdo do Regime Diferenciado de Contratações Públicas, por meio de questões. Princípios administrativos no RDC 1. (Inédita) O princípio da economicidade, implícito nas licitações regidas pela Lei nº 8.666/983, é tornado explícito no Regime Diferenciado de Contratações Públicas. 2. (CESPE / ANATEL / 2014) O RDC norteia-se, entre outros princípios, pelo princípio da economicidade, previsto 1 A Medida Provisória é uma norma de autoria do Poder Executivo, editada (em teoria) somente em casos de urgência, que passa a vigorar imediatamente após sua publicação. Todavia, carece de apreciação pelo Congresso Nacional para ser convertida em lei.
constitucionalmente no tocante à fiscalização contábil, financeira e orçamentária da administração pública. As licitações realizadas em conformidade com o RDC, por força do art. 3º da Lei nº 12.462/11, devem observar os seguintes princípios (11 princípios): Legalidade; Impessoalidade; Moralidade; Igualdade; Publicidade; Eficiência; Probidade administrativa; Economicidade; Desenvolvimento nacional sustentável; Vinculação ao instrumento convocatório, e Julgamento objetivo. Dos princípios arrolados previamente, os destacados em negrito (economicidade e eficiência 2 ) são implícitos nas licitações regidas pela Lei nº 8.666/93, mas explícitos na Lei nº 12.462/11. Ambas as afirmativas (questões 1 e 2) estão corretas. Logicamente, cabe a ressalva de que o princípio da eficiência é explícito na própria Constituição Federal de 1988, permeando toda a atividade da Administração Pública (art. 37, caput). Objetivos do RDC 2 Tais princípios referem-se ao custo-benefício de determinado processo. Um processo eficiente / econômico é aquele que emprega recursos de forma mais inteligente possível, obtendo-se o máximo a partir do mínimo. Ao ponderarmos sobre eficiência, vemos a relação entre insumos e produtos. De certa forma, a Lei de Licitações e Contratos (8.666/93) contempla tais princípios, ao registrar que a licitação destina-se a garantir a seleção da proposta mais vantajosa para a administração.
3. (Inédita) Entre os objetivos do RDC, pode-se citar o incentivo à inovação tecnológica e a promoção de trocas de tecnologias em busca da melhor relação entre custos e benefícios para a Administração Pública. A Lei nº 12.462/11, no 1º de seu art. 1º, apresenta os objetivos do RDC. De fato, em especial devido aos incisos II e III do citado parágrafo, trata-se de uma ampliação de objetivos com relação aos constantes da Lei de Licitações e Contratos. Vejamos: 1 o O RDC tem por objetivos: I - ampliar a eficiência nas contratações públicas e a competitividade entre os licitantes; II - promover a troca de experiências e tecnologias em busca da melhor relação entre custos e benefícios para o setor público; III - incentivar a inovação tecnológica; e IV - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes e a seleção da proposta mais vantajosa para a administração pública. Com base nos trechos destacados, vemos que a afirmativa está correta. Aplicação do RDC 4. (CESPE / TCDF / 2014) Afora a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o regime diferenciado de contratações aplica-se a obras e a serviços voltados à construção, à ampliação e à reforma de estabelecimentos penais e de unidades de atendimento socioeducativo, entre outras.
O contexto de aplicação do RDC é previsto no art. 1º da Lei nº 12.462/2011: Art. 1 o É instituído o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), aplicável exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização: I - dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, constantes da Carteira de Projetos Olímpicos a ser definida pela Autoridade Pública Olímpica (APO); e II - da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação - Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014, definidos pelo Grupo Executivo - Gecopa 2014 do Comitê Gestor instituído para definir, aprovar e supervisionar as ações previstas no Plano Estratégico das Ações do Governo Brasileiro para a realização da Copa do Mundo Fifa 2014 - CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso de obras públicas, às constantes da matriz de responsabilidades celebrada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios; III - de obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km (trezentos e cinquenta quilômetros) das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II. IV - das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) V - das obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. VI - das obras e serviços de engenharia para construção, ampliação e reforma de estabelecimentos penais e unidades de atendimento socioeducativo. 3 o Além das hipóteses previstas no caput, o RDC também é aplicável às licitações e contratos necessários à realização de obras e serviços de engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino. A questão aborda o conteúdo destacado em negrito, no quadro acima. Está, portanto, correta. 5. (CESPE / CEF / 2014) O regime diferenciado de contratações públicas, aplicável às licitações e contratos necessários à
realização dos Jogos Olímpicos, da Copa do Mundo FIFA 2014 e de outras obras na área de saúde, mobilidade urbana e segurança pública, deve obrigatoriamente ser adotado para a construção de estádios e aeroportos bem como para obras de infraestrutura. Há, na realidade, dois erros no enunciado acima: as áreas de mobilidade urbana e segurança urbana não eram, à época da questão, explicitamente previstas no RDC, a despeito de poderem estar contempladas no PAC. No entanto, houve recente alteração na Lei do RDC, que hoje contempla essas áreas!! a adoção pelo RDC é dicricionária, e não obrigatória! É o disposto no 2º do art. 1º da Lei em estudo: 2 o A opção pelo RDC deverá constar de forma expressa do instrumento convocatório e resultará no afastamento das normas contidas na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, exceto nos casos expressamente previstos nesta Lei. Assim, cabe a opção do gestor. Nesse caso, deve-se regostrar no instrumento convocatório que se trata de um RDC. Veja, por exemplo, o preâmbulo do Edital de RDC nº 09/13, do FNDE, que visa a um RDC para registro de preços: A questão está errada.
Bom, ficaremos por aqui nesta aula demonstrativa. No próximo encontro, ingressaremos no estudo da Lei nº 8.666/93, no que concerne às licitações e às compras e contratações diretas. Forte abraço e bons estudos!
QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA 1. (Inédita) O princípio da economicidade, implícito nas licitações regidas pela Lei nº 8.666/983, é tornado explícito no Regime Diferenciado de Contratações Públicas. 2. (CESPE / ANATEL / 2014) O RDC norteia-se, entre outros princípios, pelo princípio da economicidade, previsto constitucionalmente no tocante à fiscalização contábil, financeira e orçamentária da administração pública. 3. (Inédita) Entre os objetivos do RDC, pode-se citar o incentivo à inovação tecnológica e a promoção de trocas de tecnologias em busca da melhor relação entre custos e benefícios para a Administração Pública. 4. (CESPE / TCDF / 2014) Afora a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o regime diferenciado de contratações aplica-se a obras e a serviços voltados à construção, à ampliação e à reforma de estabelecimentos penais e de unidades de atendimento socioeducativo, entre outras. 5. (CESPE / CEF / 2014) O regime diferenciado de contratações públicas, aplicável às licitações e contratos necessários à realização dos Jogos Olímpicos, da Copa do Mundo FIFA 2014 e de outras obras na área de saúde, mobilidade urbana e segurança pública, deve obrigatoriamente ser adotado para a construção de estádios e aeroportos bem como para obras de infraestrutura.
GABARITO 1- C 2- C 3- C 4- C 5- E Sucesso!