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Transcrição:

ISSN 2237-8324 PAEBES Alfa 2012 REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR SEÇÃO 1 O desafio da gestão escolar: avaliação e qualidade do ensino EXPERIÊNCIA EM FOCO SEÇÃO 2 A ampliação do ensino fundamental: obrigatoriedade e expectativas SEÇÃO 3 Padrões de Desempenho SEÇÃO 4 Os resultados da avaliação EXPERIÊNCIA EM FOCO

ISSN 2237-8324 REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo

GOvERnADOR DO EStADO DO ESPÍRitO SAntO José renato casagrande vice-governador DO EStADO DO ESPÍRitO SAntO givaldo vieira da silva SECREtÁRiO DO EStADO DA EDuCAçãO Klinger marcos barbosa Alves SuBSECREtÁRiO DE EStADO DE PlAnEJAMEntO E AvAliAçãO eduardo malini GEREntE DE informação E AvAliAçãO EDuCACiOnAl Aline elisa cotta d`ávila SuBGERÊnCiA DE AvAliAçãO EDuCACiOnAl maria AdelAide tâmara Alves (subgerente) denise moraes e silva gloriete carnielli marilda surlo graciotti silvia maria Pires de carvalho leite SuBGERÊnCiA DE EStAtÍStiCA EDuCACiOnAl denise PereirA da silva (subgerente) AnA PAulA APArecidA raimundo daniel serafim grossi dias elzimar sobral scaramussa monica KelleY bottoni de souza monique marinho noia

Klinger Marcos Barbosa Alves, Secretário de Estado da Educação AO EDuCADOR Após um trabalho árduo para garantir o acesso de todas as crianças às escolas, o desafio de hoje é assegurar a qualidade do ensino. A sociedade exige melhorias nos níveis de aprendizagem e o Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes) é um importante instrumento no processo de planejamento das ações pedagógicas que vão contribuir para alcançar as metas estabelecidas. O diagnóstico do sistema de ensino do Espírito Santo, obtido por meio do Paebes ao longo dos últimos anos, subsidia a definição de políticas educacionais. Assim, o Paebes torna-se imprescindível de tal modo que, a cada nova edição, surge a necessidade de ampliar sua abrangência. No ano de 2012, além das provas de Língua Portuguesa, matemática, os alunos também fizeram testes de história e Geografia. Ao todo, mais de 260 mil estudantes das redes estadual, particular e municipal foram avaliados, nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e na 3ª série do Ensino médio. Dessa maneira, esperamos que as informações contidas nas publicações possam auxiliar os educadores do estado na busca permanente que é de todos nós: garantir aos alunos o direito de aprender.

1. O desafio da gestão escolar: Avaliação e qualidade do ensino PÁGINA 10 2. A AMPLIAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL OBRIGATORIEDADE E EXPECTATIVAS PÁGINA 16 sumário EXPERIÊNCIA EM FOCO PÁGINA 14

4. Os resultados da avaliação PÁGINA 22 3. Padrões de Desempenho PÁGINA 19 EXPERIÊNCIA EM FOCO PÁGINA 21

1 O desafio da gestão escolar: Avaliação e qualidade do ensino Cara Equipe Gestora, a Revista da Gestão Escolar oferece informações gerais sobre a participação dos estudantes na avaliação e os resultados de proficiência alcançados, apresentando, de modo sintético, os Padrões de Desempenho estudantil, além de discussões em prol de uma educação de qualidade. A cidadania está ancorada nas metas públicas de uma educação de qualidade. Isso porque o indivíduo se torna cidadão não apenas quando o direito fundamental à vida lhe é assegurado, mas também quando está capacitado ao exercício da democracia, de modo a participar do destino da sociedade. Nesse sentido, a escola é uma das instâncias de referência para a formação deste sujeito crítico e ativo, sendo o papel formador um desafio para a gestão escolar. As atuais diretrizes federais propõem às instituições públicas de ensino autonomia no seu processo de decisões, tanto do ponto de vista pedagógico quanto financeiro. Para garantir uma aprendizagem de qualidade, é preciso, antes de tudo, fazer um diagnóstico da educação nas redes de ensino que indique quais ações educacionais e gerenciais devem ser tomadas, função desempenhada pela avaliação em larga escala. Para que as ações sejam concretizadas em prol da excelência do sistema educacional, faz-se necessário que gestores, professores, estudantes e comunidade escolar conheçam, entendam e se apropriem de seus resultados. As informações obtidas subsidiam a elaboração de políticas públicas voltadas à melhoria do processo de ensino-aprendizagem e ao planejamento de propostas pedagógicas que possam propiciar o avanço necessário. Embora recente, a avaliação em larga escala no Brasil tem um respaldo legal. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB/96), em seu artigo 9º, inciso VI, estabelece que cabe à União assegurar o processo nacional de avaliação do 10 Paebes Alfa 2012

rendimento escolar na Educação Básica e Superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade da educação. Neste contexto, as principais avaliações no país são o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Ao monitorar a qualidade do ensino, as avaliações fornecem aos gestores um importante diagnóstico para embasamento de políticas públicas educacionais nas instâncias federal, estadual e municipal. A partir dessa perspectiva, a Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo (SEDU), em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), divulga os resultados do Paebes Alfa. A Revista da Gestão Escolar oferece informações gerais sobre a participação dos estudantes na avaliação e os resultados de proficiência alcançados, apresentando, de modo sintético, os Padrões de Desempenho estudantil, além de discussões em prol de uma educação de qualidade. Também são disponibilizados nesta Revista depoimentos, baseados em relatos de experiência com o coordenador da avaliação e com um diretor de escola da rede de ensino, de modo a aproximar a apropriação dos resultados à prática educacional. REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 11

O Paebes Alfa O Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes Alfa) avaliou em 2012, os estudantes das escolas estaduais, municipais e Escolas Particulares Participantes (EPP) do Espírito Santo nas disciplinas de Língua Portuguesa e matemática. O programa avaliou estudantes do 1 ano, 2 ano e 3 ano do Ensino Fundamental. Na linha do tempo a seguir, pode-se verificar a trajetória do Paebes Alfa e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que apresentam sobre o desempenho dos estudantes. Paebes Alfa - trajetória 1ª onda 2008 2009 51.059 44.665 Língua Portuguesa 1 Ano EF e 2 Ano EF Língua Portuguesa 1 Ano EF 2ª onda 2008 2009 50.544 110.738 Língua Portuguesa 1 Ano EF e 2 Ano EF Língua Portuguesa 1 Ano EF, 2º Ano EF e 3º Ano EF 12 Paebes Alfa 2012

2010 2011 2012 43.504 34.377 38.323 Língua Portuguesa e matemática 1 Ano EF Língua Portuguesa e matemática 1 Ano EF Língua Portuguesa e matemática 1 Ano EF 2010 2011 2012 116.729 113.561 127.302 Língua Portuguesa e matemática 1 Ano EF, 2 Ano EF e 3º Ano EF Língua Portuguesa e matemática 1 Ano EF, 2 Ano EF e 3º Ano EF Língua Portuguesa e matemática 1 Ano EF, 2 Ano EF e 3º Ano EF REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 13

EXPERIÊNCIA EM FOCO Clareza na avaliação, clareza no ensino Avaliações colaboram para elaboração de políticas públicas de educação mais efetivas Com pouco mais de um ano à frente da coordenação da Avaliação do Espírito Santo, Eduardo Malini defende a importância do sistema avaliativo em larga escala enquanto política pública para o estado. Graduado em Ciências Sociais, Especialista em Gestão Municipal de Políticas Públicas e Mestre em Educação, o profissional acredita que a medida permite ao gestor público tomar decisões mais seguras e garantir não somente a aplicação eficaz dos recursos públicos, mas, fundamentalmente, condições pedagógicas mais favoráveis ao desenvolvimento da aprendizagem. Para ele, o programa de avaliação é produtivo porque possibilita acompanhar o desenvolvimento dos estudantes, relacionando a aprendizagem com a idade do avaliado em um intervalo de tempo determinado. Esse processo, segundo o coordenador, traz benefícios para o ensino. Tendo acesso aos resultados e analisandoos, é possível subsidiar intervenções pedagógicas efetivas e intervir positivamente na situação das escolas. Dessa maneira, as ações se tornam mais focadas e, portanto, mais eficazes. A avaliação permite informar sobre os resultados gerais em um estado ou em um município e o que pode ser feito para a obtenção de melhorias, se necessárias. Além de obter resultados específicos por escola e por estudante, completa. Esses resultados servem como fonte de estímulo e são norteadores do desenvolvimento da aprendizagem. Entendendo o processo Eduardo acredita que o envolvimento de todos os integrantes da comunidade escolar é essencial para o êxito da avaliação. E esse entendimento deve ser ampliado, multiplicado, não se restringindo ao contexto escolar. Por permitir uma visão sistêmica, desde a alta gestão, passando pelas administrações regionais e chegando aos gestores escolares e professores, deve haver um enorme comprometimento com a realização das avaliações, afirma. Para ele, imprescindível também é que os próprios estudantes entendam a importância, a A avaliação permite informar sobre os resultados gerais em um estado ou em um município e o que pode ser feito para a obtenção de melhorias, se necessárias forem. Além de obter resultados específicos por escola e por estudante... Eduardo Malini, Coordenador da avaliação do Espírito Santo 14 Paebes Alfa 2012

finalidade do sistema. Essa é uma forma de garantir maior veracidade às informações coletadas, pois são eles que farão os testes. É necessário que percebam mudanças a partir das avaliações para o comprometimento ser crescente. A certeza de que os resultados obtidos através dos testes servirão de base para a formulação de políticas públicas mais efetivas e para o enfrentamento das necessidades de melhoria na aprendizagem é o que impulsiona o coordenador. E esse é também o principal desafio: concretizar os resultados da avaliação, transformando-os em políticas voltadas para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. No entanto, Eduardo ressalta que as avaliações em larga escala não tiram o espaço das avaliações processuais aplicadas pelos professores no dia a dia escolar. Ambas são e devem ser ferramentas de monitoramento para a melhoria do ensino. Destaca, ainda, que as duas formas têm objetivos diferentes. Mas se pensarmos na gestão de um sistema, de uma rede de escolas, a existência de avaliações em larga escala permite a ampliação do olhar, sem perdermos o foco na escola. Foco na docência O sistema avaliativo permite que o professor perceba os resultados de seu trabalho. Um dos objetivos da avaliação, segundo Eduardo, é promover o suporte de informações necessárias à construção de políticas de formação de professores; além de permitir a criação de políticas de bonificação por desempenho para os docentes. Isso já vem acontecendo no estado. O monitoramento da qualidade do ensino permitiu que a Secretaria de Educação verificasse a necessidade de uma ação intensa na formação de professores de Matemática do Ensino Médio. A intervenção foi feita e, após três anos de investimentos, os resultados chegaram aos estudantes com o avanço do aprendizado na matéria. Percebemos nessa situação que o monitoramento permitiu uma ação eficaz e de impacto, conta Eduardo. Além disso, o estado do Espírito Santo desenvolveu seu plano de formação de professores a partir das informações extraídas do Paebes. Esses mesmos resultados também proporcionam o desenvolvimento da política de bonificação por desempenho para os profissionais da educação, o Bônus Desempenho. Nenhuma ação pode acontecer sem que haja ferramentas de monitoramento de seus impactos e efetividades, enfatiza Eduardo, esperando que os benefícios da avaliação continuem presentes nas políticas de formação docente e de assessoramento pedagógico para as escolas. Um dos objetivos da avaliação, segundo Eduardo, é promover o suporte de informações necessárias à construção de políticas de formação de professores; além de permitir a criação de políticas de bonificação por desempenho para os docentes. REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 15

2 A AMPLIAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL OBRIGATORIEDADE E EXPECTATIVAS a ampliação da escolaridade obrigatória está relacionada com a tentativa de enfrentar dois grandes problemas que a educação brasileira vem apresentando: os altos índices de evasão escolar e a qualidade do ensino ofertado no país, ainda aquém do que se espera. A estrutura e a forma de organização do Ensino Fundamental têm apresentado muitas mudanças nos últimos anos, revelando uma preocupação com o ensino ofertado por esta etapa de escolaridade. Uma das mudanças mais significativas foi a ampliação do Ensino Fundamental, que passou a contar com a previsão de nove anos de escolaridade, um ano a mais do que previa a organização anterior, de oito anos. A concepção de um Ensino Fundamental de nove anos não é uma peculiaridade do sistema educacional brasileiro. Ela pode ser percebida como um movimento mundial, que já ganhou força em muitos outros países, e se encontra em expansão também na América Latina. No Brasil, a Lei 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, é o documento que dispõe e regulariza a escolaridade obrigatória com entrada na escola a partir dos seis anos de idade, prevendo a organização do Ensino Fundamental em nove anos. A Lei é fruto do entendimento de haver uma necessidade de ampliar a duração da escolaridade obrigatória no país. A determinação legal de ampliação do tempo de escolaridade, com a consequente inclusão das crianças com seis anos de idade no Ensino Fundamental, tem dois principais objetivos: 16 Paebes Alfa 2012

»» Oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período de escolarização obrigatória, já que prevê um aumento do tempo de escolaridade;»» Buscar assegurar uma maior permanência das crianças e, depois, adolescentes, na escola, permitindo com que alcancem maior nível de escolaridade, visto que as crianças ingressariam mais cedo no sistema escolar. Estes dois objetivos se alicerçam, fundamentalmente, em duas crenças: a de que, quanto mais longa for a escolaridade obrigatória, maiores as chances de o estudante permanecer na escola; e a de que a antecipação da entrada dos estudantes no Ensino Fundamental aumentará suas oportunidades escolares, fazendo com que alcancem melhores rendimentos no decorrer de sua trajetória escolar. Essas duas crenças revelam, portanto, que a ampliação da escolaridade obrigatória está relacionada com a tentativa de enfrentar dois grandes problemas que a educação brasileira vem apresentando: os altos índices de evasão escolar e a qualidade do ensino ofertado no país, ainda aquém do que se espera. Além dessas preocupações, ainda há outra, de cunho social. O ingresso antecipado na escola atende a camadas menos favorecidas da população. Crianças de estratos sociais mais favorecidos, na idade de seis anos, em regra, já estavam frequentando a escola. O mesmo não ocorria com as crianças cuja origem social era menos favorecida. Ainda um ponto importante a ser considerado: já havia uma tendência, anterior à Lei 11.274, de ingresso na escola aos seis anos de idade, como mostram os dados do IBGE, relativos ao tema, datados de 2000. Segundo tais dados, à época, 81,7% das crianças de seis anos já frequentavam a escola, sendo que cerca de 29% já estavam no Ensino Fundamental. Quando se trata de avaliar as consequências da ampliação do ensino obrigatório, ainda é cedo para emitir algum julgamento sólido sobre suas possibilidades e falhas. Contudo, é possível, desde já, levantar alguns pontos essenciais em torno desse debate. Não há concordância, na literatura que tem se dedicado ao tema, acerca da eficácia do Ensino Fundamental de nove anos. Os especialistas se dividem. Há quem acredite se tratar de uma política acertada, visto que o Ensino Fundamental estava mesmo carecendo de uma reforma em sua organização, e a ampliação da escolaridade obrigatória para nove anos seria um passo importante nesse sentido, pois não só contribuiria para uma mudança na estrutura e na cultura escolar, como também daria mais ênfase a uma etapa essencial do processo de aprendizagem, a Alfabetização. Com mais tempo destinado à Alfabetização, estaríamos combatendo um dos grandes problemas educacionais que ainda nos aflige. REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 17

Por outro lado, há quem pense que tal ampliação acabaria por suprimir uma etapa do importante trabalho desenvolvido no período pré-escolar, no bojo da Educação Infantil. Além disso, o aumento do tempo destinado à escolarização obrigatória acabaria por se mostrar uma medida meramente administrativa, sem reais impactos na melhoria da qualidade da educação, na medida em que não implicaria uma reforma do Ensino Fundamental, constituindo uma ação isolada e, portanto, ineficaz. Embora exista divergência acerca do tema, há um terreno comum, sobre o qual todos concordam. A ampliação do Ensino Fundamental não pode figurar como uma ação isolada, desconectada de um movimento maior, de reforma de toda a estrutura do Ensino Fundamental. Ela não pode ser pensada apenas como um acréscimo de um ano de escolaridade. Ainda, é preciso que haja uma reforma que vá além de aspectos meramente administrativos e organizacionais, tendo em vista a necessidade de uma mudança pedagógica. Isso significa a ênfase no aspecto cognitivo que essa mudança exige: formação específica de professores para trabalhar com crianças de seis anos; adaptação de conteúdos, que devem ser específicos para essa faixa etária, e não uma simples transferência de conteúdos da antiga 1ª série do Ensino Fundamental; adaptação do material didático e das atividades utilizadas para atender a esse público específico; investigação de outros elementos necessários à adaptação desses novos estudantes, como a própria organização física da sala de aula, bem como o mobiliário utilizado. A ampliação do Ensino Fundamental não pode figurar como uma ação isolada, desconectada de um movimento maior, de reforma de toda a estrutura do Ensino Fundamental. Vale notar ainda que, mesmo entre aqueles que acreditam na eficácia dessa mudança, estes pontos são ressaltados. No que tange à Alfabetização, por exemplo, não basta que o tempo dedicado a essa etapa seja ampliado do ponto de vista formal. É preciso que haja um uso mais eficaz do tempo destinado a esta atividade. Em razão do pouco tempo de implantação de tal política, ainda não é possível estabelecer um diagnóstico preciso se ela trará benefícios para o ensino ofertado, melhorando sua qualidade, ou se acarretará o aumento de problemas antigos, e mesmo o surgimento de novos. O fato é que, sem um planejamento que envolva a atenção a todos os elementos abarcados nessa discussão, a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos será apenas mais uma tentativa de política educacional para a reforma de nosso ensino que não alcançaram os resultados esperados. 18 Paebes Alfa 2012

3 Padrões de Desempenho Esta seção apresenta os Padrões de Desempenho agrupados em quatro níveis de acordo com intervalos de desempenho dos estudantes na avaliação. Por meio desses Padrões, é possível planejar e realizar ações voltadas aos estudantes a partir do nível em se encontram. Os testes aplicados aos estudantes trazem uma medida de seu desempenho nas habilidades avaliadas, denominada PROFICIÊNCIA. Os resultados de proficiência obtidos foram agrupados em quatro PADRÕES DE DESEMPENHO Abaixo do básico, Básico, Proficiente e Avançado. Esses Padrões proporcionam uma interpretação pedagógica das habilidades desenvolvidas pelos estudantes e oferecem à escola o entendimento a respeito do nível em que eles se encontram. Por meio deles é possível analisar a distância de aprendizagem entre os estudantes que se encontram em diferentes níveis de desempenho, do mais baixo ao mais elevado. É importante atentar-se para os estudantes que estão nos Padrões mais baixos, pois são eles os mais vulneráveis à evasão e ao insucesso escolar. Os níveis de proficiência compreendidos em cada um dos Padrões de Desempenho, para as diferentes etapas de escolaridade avaliadas, correspondem a determinados intervalos de pontuação alcançada nos testes e estão descritos mais detalhadamente na Revista Pedagógica desta Coleção. A seguir, são apresentados os Padrões de Desempenho e suas respectivas caracterizações. REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 19

Padrões de Desempenho Estudantil Caracterização Área do conhecimento avaliada Abaixo do Básico Neste Padrão de Desempenho, o estudante demonstra carência de aprendizagem do que é previsto para a sua etapa de escolaridade. Ele fica abaixo do esperado, na maioria das vezes, tanto no que diz respeito à compreensão do que é abordado, quanto na execução de tarefas e avaliações. Por isso, é necessária uma intervenção focada para que possa progredir em seu processo de aprendizagem. Língua Portuguesa Matemática Básico O estudante que se encontra neste Padrão de Desempenho demonstra ter aprendido o mínimo do que é proposto para o seu ano escolar. Neste nível ele já iniciou um processo de sistematização e domínio das habilidades consideradas básicas e essenciais ao período de escolarização em que se encontra. Língua Portuguesa Matemática Proficiente Neste Padrão de Desempenho, o estudante demonstra ter adquirido um conhecimento apropriado e substancial ao que é previsto para a sua etapa de escolaridade. Neste nível, ele domina um maior leque de habilidades, tanto no que diz respeito à quantidade, quanto à complexidade, as quais exigem um refinamento dos processos cognitivos nelas envolvidos. Língua Portuguesa Matemática Avançado O estudante que atingiu este Padrão de Desempenho revela ter desenvolvido habilidades mais sofisticadas e demonstra ter um aprendizado superior ao que é previsto para o seu ano escolar. O desempenho desses estudantes nas tarefas e avaliações propostas supera o esperado e, ao serem estimulados, podem ir além das expectativas traçadas. Língua Portuguesa Matemática 20 Paebes Alfa 2012

INTERVALO NA ESCALA DE PROFICIÊNCIA POR etapa avaliada 1º Ano EF 2º Ano EF 3ª Ano EF até 400 até 500 até 600 até 350 até 400 até 450 400 a 500 500 a 600 600 a 650 350 a 450 400 a 500 450 a 550 500 a 600 600 a 700 650 a 750 450 a 550 500 a 600 550 a 650 acima de 600 acima de 700 acima de 750 acima de 550 acima de 600 acima de 650 REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 21

4 Os resultados da avaliação Nesta seção são apresentados os resultados dos estudantes desta escola na avaliação do Paebes Alfa 2012. Para uma interpretação apropriada do desempenho da escola, encontram-se a seguir os resultados de proficiência média, participação e distribuição dos estudantes por Padrão de Desempenho; bem como análises contextuais, baseadas nos questionários aplicados junto aos testes. Esses resultados têm como objetivo oferecer à escola um panorama do desempenho dos estudantes avaliados em todas as etapas de escolaridade e áreas de conhecimento no ciclo 2012. Legenda explicativa para o quadro de resultados de desempenho e participação Resultados: é explicitado o desempenho da escola e das demais instâncias por disciplina e etapa de escolaridade. Edição: ano em que a prova foi aplicada e ao qual o resultado se refere. Proficiência média: grau ou nível de aproveitamento na avaliação. Desvio padrão: medida da variação entre as proficiências individuais (ou seja, das diferenças de proficiência entre os estudantes avaliados).»» Considerando um caso hipotético, em que todos os estudantes de uma mesma escola obtenham exatamente o mesmo resultado no teste, o desvio padrão é igual a zero, indicando que não houve variação de proficiência dentre os estudantes daquela escola. Valores menores de desvio padrão indicam, portanto, uma situação mais igualitária dentro da escola, pois apontam para menores diferenças entre os desempenhos individuais dos estudantes. Por outro lado, valores maiores de desvio padrão indicam que os estudantes da escola constituem 22 Paebes Alfa 2012 uma população mais heterogênea do ponto de vista do desempenho no teste, ou seja, mais desigual, de modo que se percebem casos mais extremos de desempenho, tanto para mais quanto para menos. Este dado indica o grau de equidade dentro da escola, sendo muito importante, pois um dos maiores desafios da Educação é promover o ensino de forma equânime. Nº previsto de estudantes: quantidade de estudantes calculada para participar da avaliação antes da realização da prova. Nº efetivo de estudantes: quantidade de estudantes que realmente responderam aos testes da avaliação. Participação (%): percentual de estudantes que fizeram o teste a partir do total previsto para a avaliação.»» Este percentual é importante, pois quanto mais estudantes do universo previsto para ser avaliado participarem, mais fidedignos serão os resultados encontrados e maiores as possibilidades de se implementar políticas que atendam a esse universo de forma eficaz. % de estudantes por Padrão de Desempenho: percentual de estudantes que, dentre os que foram efetivamente avaliados, estão em cada Padrão de Desempenho.

EXPERIÊNCIA EM FOCO Abraçando as oportunidades Envolvimento da comunidade escolar na avaliação externa ajuda escola a superar os próprios limites Dizem que sorte é o encontro do preparo com a oportunidade. Vanete Zani Klippel acredita na premissa e, por isso, sempre se preparou como professora. Hoje, por assumir o papel de gestora escolar, percebe a importância do investimento em capacitação na sua carreira. Ao escolher o curso de pós-graduação, pensei em alguma coisa que fosse me tornar melhor na sala de aula. Sem que eu esperasse, estava me preparando para o cargo de diretora. Formada em Pedagogia, com pós-graduação em Psicopedagogia e Pedagogia Empresarial e Especialista em Gestão Escolar, trabalha há cinco anos como gestora na Rede Estadual de Ensino do Espírito Santo. Para Vanete, é necessário desenvolver uma visão ampla sobre o ambiente escolar, a fim de aperfeiçoar o processo de ensinoaprendizagem. O maior desafio do gestor é ter uma visão 360º da escola, ou seja, estar ligado nas ações dos envolvidos, pois só há um foco para todos: o pedagógico, complementa. A diretora acredita que a instituição deve estar presente na vida dos estudantes para além dos muros da escola. Ultrapassar esses limites, procurar compreender a realidade da comunidade e buscar o envolvimento de todos os agentes da educação faz com que a escola se torne parte da vida dos educandos, mesmo fora das salas de aula. Nosso papel é conhecer o perfil das famílias, valorizar a realidade de cada uma e trabalhar com o estudante a partir disso. Vanete destaca, ainda, que o desenvolvimento do conteúdo e dos projetos deve acontecer a partir das necessidades e características encontradas. Ampliando horizontes Trabalhar com o foco na participação de todos é o que faz o sistema de avaliação externa ser encarado com seriedade pela escola. Esse instrumento permite avaliar os conhecimentos prévios do educando, além de mostrar como a escola desenvolve os conteúdos e onde devemos avançar para atingir os níveis de proficiência desejados, considera. A diretora conta que, desde o início do processo de aplicação das avaliações externas, percebeu Esse instrumento permite avaliar os conhecimentos prévios do educando, além de mostrar como a escola desenvolve os conteúdos e onde devemos avançar para atingir os níveis de proficiência desejados... REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 21

maior comprometimento com a qualidade das aulas. Procuramos intensificar os projetos e sequências didáticas que abrangem os conteúdos. Os professores buscam desde o início do ano letivo intensificar e aperfeiçoar as avaliações e os estudantes têm consciência sobre o sistema desde as séries iniciais. Procuro garantir que cada segmento esteja fazendo sua parte, dando suporte para eles, conta. Quanto mais o índice da avaliação externa cresce, mais a equipe pedagógica e a comunidade escolar procuram o aperfeiçoamento das aulas. Digo que a escola partiu de um estado de zona de conforto para uma zona de movimento constante, observa. O sistema avaliativo incentiva, inclusive, a melhoria no desempenho das avaliações internas. Tenho percebido que é um ciclo. Os resultados das avaliações externas contribuem para a melhoria da qualidade das avaliações internas e vice-versa. Divulgar para crescer Além da análise dos resultados da avaliação, a gestora acredita que a divulgação dos dados para os agentes envolvidos é um fator importante para que o comprometimento com o processo permaneça. A instituição dirigida por Vanete atende a 242 estudantes com uma equipe de 14 professores. Em primeiro lugar, fazemos uma reunião com os funcionários, depois espalhamos cartazes pela escola e então informamos aos pais, responsáveis e estudantes. Para Vanete, a divulgação dos resultados ainda permite que a escola tenha um parâmetro em relação ao desempenho do estado, da região e do município. Com as informações, vemos onde podemos crescer. A comparação incentiva o avanço do ensino em todas as instâncias, afirma. Políticas de monitoramento, como a avaliação externa, ainda permitem que a instituição programe ações pedagógicas especiais. Quando a escola realiza o Pré-Conselho de Classe e o Conselho de Classe, detectamos as causas das deficiências no trimestre e, então, elaboramos intervenções específicas, sejam elas na sala de aula, na equipe pedagógica, nas famílias ou em disciplinas isoladas. Mesmo com os índices da escola crescendo gradativamente, chegando a ultrapassar os do estado e do município, Vanete espera que a escola continue no caminho do desenvolvimento. Nossa meta é elevar os níveis de proficiência de cada estudante e da escola em geral, finaliza. Quanto mais o índice da avaliação externa cresce, mais a equipe pedagógica e a comunidade escolar procuram o aperfeiçoamento das aulas. Digo que a escola partiu de um estado de zona de conforto para uma zona de movimento constante, observa Vanete Zani Klippel, Gestora escolar 22 Paebes Alfa 2012

REitOR DA universidade federal DE Juiz DE fora HENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO COORDEnAçãO GERAl DO CAEd LINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA COORDEnAçãO técnica DO PROJEtO MANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO COORDEnAçãO DA unidade DE PESquiSA TUFI MACHADO SOARES COORDEnAçãO DE AnÁliSES E PuBliCAçõES WAGNER SILVEIRA REZENDE COORDEnAçãO DE instrumentos DE AvAliAçãO RENATO CARNAÚBA MACEDO COORDEnAçãO DE MEDiDAS EDuCACiOnAiS WELLINGTON SILVA COORDEnAçãO DE OPERAçõES DE AvAliAçãO RAFAEL DE OLIVEIRA COORDEnAçãO DE PROCESSAMEntO DE DOCuMEntOS BENITO DELAGE COORDEnAçãO DE DESiGn DA COMuniCAçãO JULIANA DIAS SOUZA DAMASCENO RESPOnSÁvEl PElO PROJEtO GRÁfiCO EDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo. PAEBES ALFA 2012/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 2 (jan/dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 Anual. ARAÚJO, Carolina Pires; MELO, Manuel Fernando Palácios da Cunha e; OLIVEIRA, Lina Kátia Mesquita de; REZENDE, Wagner Silveira. Conteúdo: Revista da Gestão Escolar. ISSN 2237-8324 CDU 373.3+373.5:371.26(05)

Convento da Penha