XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE REUSO PREDIAL DE ÁGUA CINZA NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE RISCO MICROBIOLÓGICO



Documentos relacionados
T- 072 FERRAMENTAS PARA DETERMINAÇÃO DO PADRÃO DE CONSUMO RESIDENCIAL DE ÁGUA

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA REÚSO: LEGISLAÇÕES DA AUSTRÁLIA, DO BRASIL, DE ISRAEL E DO MÉXICO

PROJETO DE LEI Nº, DE 2012 (Do Sr. Laércio Oliveira)

LINEAMENTOS PARA MELHORAR A GESTÃO DAS ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS E FAZER MAIS SUSTENTÁVEL A PROTEÇÃO DA SAÚDE

TT71 CÁLCULO DO VOLUME DE ESGOTO LANÇADO NA REDE COLETORA

LICENCIAMENTO AMBIENTAL DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO NA CPRH

COMO EVITAR O DESPERDÍCIO

Padronização de terminologia e de conceitos de sistemas prediais de água não potável

LEGISLAÇÃO SOBRE USO RACIONAL DA ÁGUA

Contaminantes microbiológicos e químicos confiabilidade do monitoramento laboratorial para efetiva ação

PROJETO DE LEI Nº, DE 2014

REÚSO DA ÁGUA BASE LEGAL E NORMATIVA

Avaliação da Qualidade da Água do Rio Sergipe no Município de Laranjeiras, Sergipe- Brasil

DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA EM LAGOA FACULTATIVA DE ESGOTO: CARACTERIZAÇÃO DA ETA

FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE PALMAS DIRETORIA DE CONTROLE AMBIENTAL GERÊNCIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Serão distribuídos: Para os professores: Cinco módulos temáticos e um caderno de atividades. Para os alunos: um caderno de atividades.

Aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis em áreas urbana

TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - PGRS

Desafios e perspectivas do reuso de esgotos sanitários em áreas urbanas: O projeto da ETE Penha - CEDAE. Edição 26/03/08

Eficiência de remoção de DBO dos principais processos de tratamento de esgotos adotados no Brasil

NORMA TÉCNICA CONTROLE DE CARGA ORGÂNICA NÃO INDUSTRIAL CPRH N 2.002

REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA POTÁVEL: REUSO DE ÁGUA PARA MINIMIZAR O DESPERDICIO EM VASOS SANITÁRIOS

ANÁLISE ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA

20 amostras de água. Figura 1- Resultados das amostras sobre a presença de coliformes fecais E.coli no bairro nova Canãa. sem contaminação 15%

ESTUDO SOBRE A APLICABILIDADE E TRATAMENTO DA ÁGUA CINZA NAS EDIFICAÇÕES STUDY ON THE APPLICABILITY AND TREATMENT OF GREY WATER IN BUILDING

Proposta de Água de Reúso ETE Insular

A WATER SOLUTION UMA SOLUÇÃO EM ÁGUAS

Uma visão sistêmica para conservação de água no ambiente construído

Curso: Panorama dos Recursos Hídricos no Mundo e no Brasil

Viabilidade técnica e econômica da captação de

Tecnologia em Água de Reuso e potencial de aplicação em processos industriais.

EFICIÊNCIA DE TRATAMENTO DE ÁGUA CINZA PELO BIOÁGUA FAMILIAR 1

Conteúdo Específico do curso de Gestão Ambiental

Gestão da Demanda de Água Através de Convênios e Parcerias com o Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura da Cidade de São Paulo SABESP

ESTUDO TÉCNICO E ECONÔMICO PARA IMPLANTAÇÃO DE REÚSO DE ÁGUA EM UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES SANITÁRIOS DE UMA INDÚSTRIA ELETRÔNICA.

Água - Recurso Natural

CRISE HÍDRICA PLANO DE CONTINGÊNCIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE

4 Avaliação Econômica

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM ÁREAS URBANAS

Tipos de Reuso. . Reuso Industrial

ATITUDES QUE DEVES DE TOMAR: Economizar Reciclar e Reutilizar

Capitulo 3. Previsão de consumo de água não potável

REÚSO DE ÁGUA CINZA EM BACIAS SANITÁRIAS. Palavras-chave: Reúso, Água cinza, Bacias sanitárias, Recursos hídricos.

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ABNT NBR ISO 14001

21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE PALMAS DIRETORIA DE CONTROLE AMBIENTAL GERÊNCIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Palácio dos Bandeirantes Av. Morumbi, Morumbi - CEP Fone: Nº 118 DOE de 24/06/06. Saúde GABINETE DO SECRETÁRIO

AVALIAÇÃO DE RISCO MICROBIOLÓGICO: ETAPAS E SUA APLICAÇÃO NA ANÁLISE DA QUALIDADE DA ÁGUA

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS SISTEMAS DE REÚSO DE ÁGUA EM EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS

PLANO DE SEGURANÇA DA ÁGUA NO BRASIL

SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO PAS 99:2006. Especificação de requisitos comuns de sistemas de gestão como estrutura para a integração

Sistema para balanceamento hídrico de empreendimento. Dentre estas medidas está a constante busca pela redução de consumo de água potável,

Prezados(as); A portaria está disponível na seguinte página: Atenciosamente CNI

Convenção de Condomínio para prédios verdes

P.42 Programa de Educação Ambiental - PEA. Cisterna Junho/2013

Instruções Técnicas para Apresentação de Projetos de Bases de Apoio a Empresas Transportadoras de Cargas e Resíduos - Licença de Instalação (LI) -

AUDITORIA AMBIENTAL. A auditoria ambiental está intimamente ligada ao Sistema de Gestão Ambiental.

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTURAS IRRIGADAS COM ESGOTO TRATADO

DZ-1314.R-0 - DIRETRIZ PARA LICENCIAMENTO DE PROCESSOS DE DESTRUIÇÃO TÉRMICA DE RESÍDUOS

Conhecimento em Tecnologia da Informação. CobiT 5. Apresentação do novo framework da ISACA Bridge Consulting All rights reserved

"Análises obrigatórias para as várias fontes de abastecimento de água para o consumo"

O TRATAMENTO DOS ESGOTOS DOMÉSTICOS E A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: Ana Maria Moreira Marchesan, Promotora de Justiça.

Atividade de Aprendizagem 1 Aquífero Guarani Eixo(s) temático(s) Tema Conteúdos Usos / objetivos Voltadas para procedimentos e atitudes Competências

REGIMENTO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E TECNOLOGIA ESPACIAIS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM ENGENHARIA E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS ESPACIAIS

REDE DE TECNOLOGIAS LIMPAS DA BAHIA PPG ENGENHARIA INDUSTRIAL DEPARTAMENTO DE ENG. AMBIENTAL ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Processos Técnicos - Aulas 4 e 5

Empreendimentos Imobiliários Sustentáveis

Cumulatividade e Sinergia: Conceitos e Desafios para Avaliações de Impactos e elaboração de Planos de Gestão no Brasil Andressa Spata

Reuso para uso Urbano não Potável

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS 3ª AUDIÊNCIA PÚBLICA

LEI N 1.192, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2007

Regulamento do projeto "50 Telhados"

Projeto 2.47 QUALIDADE DE SOFTWARE WEB

GERAÇÃO DE VIAGENS. 1.Introdução

CURSO: GESTÃO AMBIENTAL

COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº Gestão sustentável das águas em campus universitário

Relatório Técnico FCTY-RTC-RSO Referência: Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil. Fevereiro/2014.

Controlo da Qualidade da Água de Abastecimento Público Concelho de Oliveira de Azeméis

USO DE LEITOS FILTRANTES COMO PRÉ-TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS BRUTO: ESTUDO EM ESCALA REAL EM ALAGOINHAS, BRASIL

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE REATOR UASB NO TRATAMENTO DE EFLUENTES GERADOS POR HOSPITAL DA SERRA GAUCHA

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE VAZÃO DAS INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE GUARULHOS

Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família. (PROESF Fase 2) SELEÇÃO E CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIAS

PROGRAMA DE MONITORAÇÃO RADIOLÓGICA AMBIENTAL

Critérios para certificação de Sites SciELO: critérios, política e procedimentos para a classificação e certificação dos sites da Rede SciELO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA POTÁVEL DE EMBARCAÇÕES NOS PORTOS DO RIO DE JANEIRO

22/06/2015. Cronograma finalização da disciplina GA I. Instrumentos de Gestão Ambiental. ambiental. Auditoria Ambiental

Política de Suitability

Conceitos Fundamentais de Qualidade de Software

ÍNDICE GERAL. Política de Gerenciamento do Risco de Mercado. 1 Introdução. 2 Definição de Risco de Mercado. 3 Metodologia.

Desafios e Oportunidades de Melhorias no Atendimento às Demandas de PAF pela Rede Analítica de Laboratórios

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO Secretaria de Habitação e Meio Ambiente Diretoria de Licenciamento e Avaliação Ambiental

NORMAS DE DESEMPENHO: Alinhamento da Arquitetura Brasileira aos Padrões Mundiais de Projeto

1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3.

TERMO DE REFERENCIA PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL RCA PARA LICENCIAMENTO DE ÁREAS DE LAZER DE MÉDIO PORTE

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra

Proposta de Nota Técnica Cgcre. Verificação intermediária das balanças utilizadas por laboratórios que realizam ensaios químicos e biológicos

Transcrição:

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE REUSO PREDIAL DE ÁGUA CINZA NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE RISCO MICROBIOLÓGICO Laila Vaz de Oliveira1 1 ; Ricardo Franci Gonçalves 1 RESUMO. A prática do reúso de águas cinza chega ao país desorganizadamente, sem arcabouço legal consistente tenha sido construído para aportar segurança e tranquilidade para usuários, empreendedores, projetistas, construtores, operadores órgãos de licenciamento. O ponto de partida de qualquer projeto de reúso de água, independente do ponto de aplicação, é a segurança da saúde dos usuários. Por isso, tornam-se imprescindíveis normas e legislações a respeito do reúso de águas cinza. O presente trabalho tem como objetivo discutir os padrões microbiológicos de qualidade de reuso predial de água cinza na perspectiva da avaliação quantitativa de risco microbiológico. Foram avaliados quatro cenários de reúso predial de água cinza: irrigação de jardim; descarga de vaso sanitário, lavagem de carro, lavagem de calçada, levando em consideração 3 cenários de exposição: ingestão de aerossol, ingestão por exposição rotineira e ingestão acidental. Foram fixados os riscos aceitáveis estabelecidos pela WHO (2006), cujos valores igual a 1µDALY, equivalente a um risco mediano de 7,7xl0-4, 3,1x10-4 e 2,2x10-3 para rotavirus (em países em desenvolvimento), Campylobacter e Cryptosporidium, respectivamente. Diante do estudo de risco microbiológico realizado, infere-se que para o reuso predial de água cinza o padrão de qualidade de E.coli seguro para reúso é de 100NMP/100ml. ABSTRACT The practice of reusing greywater arrives in the country disorganized, with no consistent legal framework constructed to port safety and security for users, developers, designers, builders, operator s bodies licensing. O starting point of project water reuse, regardless of the point of application is the health safety of users. Therefore become essential standards and laws regarding the reuse of greywater. This paper aims to discuss the microbiological standards of building reuse greywater in the perspective of quantitative microbiological risk assessment. Four scenarios of reuse greywater were evaluated: garden irrigation; flush toilet, car wash, washing the sidewalk, taking into consideration three forms of exposure: ingestion of aerosol, ingestion for routine exposure and accidental ingestion. The acceptable risk established by WHO (2006), which equals 1µDALY values, equivalent to an median risk (in developing countries)of 7.7 xl0-4, 3.1 10-4 and 2.2 10-3 for rotavirus, Cryptosporidium, and Campylobacter, respectively. Behind the study of microbiological risk undertaken, it appears that for building reuse gray water quality standard for E. coli is safe to reuse 100NMP/100ml. Palavras-Chave AQRM, Águas Cinza; reuso predial. 1

1- INTRODUÇÃO A escassez de água no Brasil já é um problema real. O Brasil corre o risco de chegar a 2015 com problemas de abastecimento de água em mais da metade dos municípios (ANA, 2010). Dessa forma, o uso racional para a conservação de água, dentre outras ações através do uso de fontes alternativas de água, deve integrar a gestão da demanda com a gestão da oferta de água, de modo que usos menos nobres possam ser supridos, sempre que possível, por água de qualidade inferior (FIESP, 2005). Dentre as fontes alternativas de água, as águas cinza apresentam o maior potencial de exploração em edificações residenciais (unifamiliares ou multifamiliares), constituindo cerca de 50 a 80% das águas residuais domésticas (Erikson et al., 2003;. Friedler e Hadari, 2006). As águas cinza podem ser condicionadas até atingir características compatíveis com qualquer tipo de reúso, inclusive potável direto, como no caso das estações espaciais tripuladas. No entanto, em função de condicionantes técnico-financeiras, a quase totalidade das realizações disponíveis hoje em dia se enquadra como reúso não potável. Ela pode ser utilizada principalmente para o reúso doméstico (rega de jardins residenciais, lavagem de veículos e de áreas impermeáveis, descarga de vasos sanitários) e agrícola. Os riscos à saúde associados ao reúso de água em edificações incluem tanto os riscos microbiológicos quanto os riscos devido a agentes químicos. Os riscos devido a produtos químicos na água de reúso são oriundos da presença compostos orgânicos, compostos radioativos e de metais. Não obstante, a presença de organismos patogênicos oferece riscos superiores aos riscos químicos na água de reúso (Gregory et al, 1996). Em virtude disso, os modelos de avaliação de risco para o reúso não potável são baseados nos riscos microbiológicos. Várias normas estrangeiras condicionam o reúso de água residuária nas residências à obediência a padrões de qualidade, a procedimentos construtivos e a conduta específicos por parte dos usuários. No que se refere ao usuário, a legislação pertinente ao reúso de águas cinza tem como foco principal a preservação da saúde humana. Não obstante, há uma ausência dos dados epidemiológicos a respeito dos riscos de doenças gastrointestinais no reúso de águas cinza para fins não potáveis o que torna ainda mais difícil, em termo de evidencias, estimativas de risco com base em avaliação quantitativa de risco (AQRM). O reúso de águas cinza é uma prática crescente nas áreas urbanas de todo o planeta. Observa-se uma ampliação notável do parque de edificações certificadas como edifícios verdes 2

(Green building), com um crescimento considerável do número de projetos candidatos à certificação no Brasil e no mundo. Entretanto, essa prática do reúso de águas cinza chega ao país desorganizadamente, sem arcabouço legal consistente tenha sido construído para aportar segurança e tranquilidade para usuários, empreendedores, projetistas, construtores, operadores órgãos de licenciamento. Sua aceitação é potencializada pelos recentes desenvolvimentos tecnológicos na área da construção civil sustentável, impulsionados por movimentos de sociedade no sentido da conservação ambiental e de combate ao aquecimento global nas áreas urbanas do mundo. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo discutir os padrões microbiológicos de qualidade de reuso predial de água cinza na perspectiva da avaliação quantitativa de risco microbiológico, propondo uma diretriz microbiológica para reúso predial. 2- MATERIAL E MÉTODOS Para a AQRM do reuso de água cinza predial levou-se em consideração os seguintes usos: descarga do vaso sanitário, irrigação de jardim, lavagem de calçada e lavagem de carro. Para cada uso foram estabelecidas as rotas de exposição: ingestão de aerossol, ingestão por exposição rotineira (IER) e ingestão acidental (IA). Os dados referentes à exposição estão sumarizados na tabela 1. Finalidade de reúso Irrigação de jardim Tabela 1. Dados de exposição para AQRM Rota de exposição Volume (ml) a (a) Distribuição triangular, (b) distribuição normal, (c) distribuição uniforme. Frequência (ano) Aerossol (0,01; 0,1; 0,5) (100; 20) b IER (0,1; 1;2) (100,20) b IA (10; 100; 200) (0,75;1,25) c Vaso sanitário Aerossol (0,01; 0,1; 0,5) (1460; 100) b Lavagem de veículo IER (0,1; 1;2) (26;52) c Lavagem de pisos Aerossol (0,01; 0,1; 0,5) (52;104) c IER (0,1; 1; 2) (7,5;12,5) c Para os usos vasos sanitário e irrigação de jardim para rota de exposição aerossol a frequência e o volume de ingestão foram definidos conforme Ashbolt et al. (2005). Para definição da frequência empregada na lavagem de pisos foi realizado um levantamento em 6 empresas gestoras de condomínio. Também foi realizado um levantamento entre 20 motoristas para definição da frequência de lavagem de veículos. Já o volume ingerido durante a lavagem de pisos foi 3

semelhante ao da lavagem de veículos mencionada por Zanetti et al. (2013),que considerou o volume de ingestão igual aos da atividade de irrigação mencionados por Ashbolt et al. (2005), visto que os mecanismos de de lavagem são os mesmos: mangueiras e lavadoras de alta pressão. Os volumes de ingestão para as rota IA e IER para irrigação de jardim estão de acordo com Pasin et al. (2013). Os mesmos volumes para as rota IA e IER foram utilizados para os outros usos. Para verificação do risco ao se reutilizar a água cinza para os fins estabelecidos foram levados em consideração os limites mínimos e máximos dos critérios internacionais de qualidade microbiológica para água de reúso urbano irrestrito. Dessa forma, variou-se a qualidade microbiológica da água cinza de 10 0 a 10 3 E.coli/100ml. A dose ingerida em cada exposição foi calculada de acordo com a equação1: d =EC.N/10 5 x V (1) onde: EC é a concentração de E.coli por mililitro de água cinza clara, N é o número de patógenos por 10 5 de E.coli e V é referente ao volume de água cinza ingerido. Os patógenos selecionados para avaliação de risco estão de acordo com a referência das diretrizes da WHO (2006): rotavirus, Campylobacter e Cryptosporidium. O modelo dose resposta utilizados para estimar os riscos de infecção por dia foram o modelo β Poisson (equação 2) para rotavirus e Campylobacter e modelo exponencial (equação 3) para Cryptosporidium segundo ( HAAS et al.. 1999 ). Para a estimativa dos patógenos no efluente foi assumida uma relação entre patógenos e E.coli, inicialmente proposta por Shuval et. al. (1997) para enterovírus e posteriormente ampliado para Campylobacter e Cryptosporidium por Mara et. al (2007), sendo essa abordagem assumida nas diretrizes da WHO (2006): 0,1 1 para Rotavirus e Campylobacter spp. e 0,01 0,1 para oocisto de Cryptosporidium por 10 5 E.coli. Estudos realizados por Hass et al. (1999), Crockett et al. (1996); Teunis et al., (1996) indicaram dois modelos experimentais matemáticos (modelo exponencial e modelo beta-poison) como os que melhor se aproximam da infecciosidade experimental do microrganismo para expressar a probabilidade de infecção resultante da ingestão de um determinado volume de líquido contendo um número médio conhecido de microrganismos. Ambos estimam o risco de infecção associado a uma única exposição. PI (d) = 1 - [1 + (d/di50) (2 1/α - 1)]) (2) PI (d) = 1 - exp (r- d) (3) onde: PI = probabilidade de infecção para uma única exposição; 4

d = número de organismos ingeridos por exposição (dose); DI50 = dose infectante média α e r = parâmetros característicos da interação agente hospedeiro (HAAS et al., 1999). A partir das equações 2 e 3 pode-se estimar o risco para períodos de tempo maiores (por exemplo, anual), ou seja, para múltiplas exposições à mesma dose: PI (A) (d) = 1 [1 - PI (d)] n (4) onde: PI (A) = probabilidade anual de infecção decorrente de n exposições à mesma dose (d) n = número de exposições por ano (frequência anual) Os parâmetros do modelo de dose resposta utilizados (constantes de infecciosidade dos patógenos α e r) foram os relatados por Hass (1999); Teunis et al. (1996) ; sendo α= 0.145 e 0.253; β= 7,489 e 0,422 para Campylobacter e rotavirus, respectivamente; r= 0.004 para Cryptosporidium spp.. Os Riscos anuais de infecção foram estimados usando a Equação (4). Foram geradas séries de 10mil valores através do teste de Monte Carlo com amostragem por hipercubos latinos, utilizando-se o @ RISK versão 5.5 (Palisade Corporation). O risco aceitável adotado como referência neste trabalho é o mesmo que a OMS recomenda, igual a 1µDALY, equivalente a um risco mediano(em países em desenvolvimento) de 7,7xl0-4, 3,1x10-4 e 2,2x10-3 para rotavirus, Campylobacter e Cryptosporidium, respectivamente (WHO, 2006). 3- RESULTADOS A tabela 2 apresenta o resultado dos riscos medianos as finalidades de reúso e suas respectivas rotas de exposição para a qualidade microbiológica da água cinza variando de 10 0 a 10 3 E.coli/100ml. De acordo com os cenários de exposição determinados os riscos mais elevados e acima dos níveis toleráveis estabelecidos pela OMS estão relacionados com o rotavírus, com destaque para qualidade microbiológica da água da cinza com níveis entre 100-1000NMP/100ml, onde o risco mediano de infecção para esse patógeno superou o limite tolerável de 7,7x10-4 exceto para as finalidades de reúso irrigação de jardim e lavagem de piso tendo como rota de exposição o aerossol. Com relação ao Campylobacter os valores medianos de risco estão abaixo do valor de referência exceto para o cenário de descarga de vaso sanitário com qualidade microbiológica da 5

água da cinza com níveis entre 100-1000NMP/100ml. Levando-se em consideração o patógeno Cryptosporidium os valores medianos de risco são inferiores ao valor de referência em todos os casos analisados. Tabela 2. Riscos medianos as finalidades de reúso e suas respectivas rotas de exposição para a qualidade microbiológica da água cinza variando de 10 0 a 10 3 E.coli/100ml. Finalidade do Reuso Irrigação de jardim Descarga do vaso sanitário Lavagem de veículo Lavagem de piso Rota de Exposição E.coli/100ml Aerossol IER IA Aerossol IER Aerossol IER Patógenos Risco mediano de infecção Rotavírus 7,43x10-6 3,78x10-5 3,78x10-5 1,09x10-4 1,47x10-5 5,80x10-6 2,95x10-5 1-10 Campylobacter 1,29x10-6 6,58x10-6 6,58x10-6 1,89x10-5 2,57x10-6 1,01x10-6 5,13x10-6 Cryptosporidium 2,71x10-7 1,38x10-6 1,38x10-6 3,96x10-6 5,37x10-7 2,11x10-7 1,07x10-6 Rotavírus 4,06X10-5 2,06X10-4 2,06X10-4 5,93X10-4 8,05X10-5 3,17X10-5 1,61X10-4 10-100 Campylobacter 1,29X10-6 6,58X10-6 6,58X10-6 1,89X10-5 2,57X10-6 1,01X10-6 5,13X10-6 Cryptosporidium 4,96X10-8 2,52X10-7 2,52X10-7 7,24X10-7 9,83X10-8 3,87X10-8 1,97X10-7 Rotavírus 7,45X10-4 3,78X10-3 3,75X10-3 1,08X10-2 1,48X10-3 5,81X10-4 2,95X10-3 100-1000 Campylobacter 2,38X10-5 1,21X10-4 1,21X10-4 3,47X10-4 4,71X10-5 1,85X10-5 9,42X10-5 Cryptosporidium 2,76X10-6 1,40X10-5 1,40X10-5 4,03X10-5 5,47X10-6 2,15X10-6 1,09X10-5 Com relação ao Campylobacter os valores medianos de risco estão abaixo do valor de referência exceto para o cenário de descarga de vaso sanitário com qualidade microbiológica da água da cinza com níveis entre 100-1000NMP/100ml. Levando-se em consideração o patógeno Cryptosporidium os valores medianos de risco são inferiores ao valor de referência em todos os casos analisados. O maior risco mediano de infecção dentro das finalidades de reúso definidas, está relacionado a descarga do vaso sanitário. Entretanto, Bortone et al. (1999) avaliaram o uso de água de qualidade secundária contendo 10 4 organismos/100ml para descarga sanitária. Avaliaram a geração de aerossóis utilizando lactobacilos como marcadores. Não foi observado a contaminação do ar mesmo a uma altura de 30cm acima da bacia sanitária. Estudos realizados no selo hídrico de bacias sanitárias abastecidas com água potável em prédios públicos da cidade de Salvador (Brasil) indicaram densidades de coliformes termotolerantes 6

variando de 1,55Ex10 2 a 1,20Ex10 5 UFC/100ml em 50% das amostras analisadas (Cohin et al. 2006). A contaminação por coliformes termotolerantes em bacia sanitária também foi estudada por Ornelas (2004). Este autor demonstrou que, mesmo utilizando água potável nas descargas das bacias sanitárias, é possível encontrar densidade de coliformes termotolerantes da ordem de 10 3 a 10 5 UFC/100ml. As densidades de coliformes termotolerantes encontradas nas bacias sanitárias dos prédios públicos analisados apresentam valores superiores aos indicados nas legislações internacionais de reúso, apontando que tais parâmetros são desnecessariamente muito restritivos. Friedler et al. (2010) avaliou a qualidade microbiológica da água do selo hídrico de bacias sanitárias abastecidas água de reúso (gerada após tratamento da água cinza) e água potável. As densidades de coliformes fecais encontradas nos selos hídricos com água potável foram de uma a duas ordens de magnitude maior do que a dos selos hídricos com água de reúso. De forma semelhante, Campos et al. (2012) avaliaram a qualidade da água do selo hídrico de bacia sanitária abastecida com água potável e com água de reúso. Os selos hídricos com água potável apresentaram densidades de CF e E.coli com 1 ordem de grandeza superior a dos selos hídricos com água de reúso. Considerando-se a finalidade de reuso de maior risco (descarga do vaso sanitário) e o patógeno rotavirus, a fim de encontrar a dose segura de injestão de água cinza é possível usar uma solução inversa do modeo dose resposta (equação 1) introduzindo o risco de infecção tolerável para rotavírus em países em desenvolvimento (7,7 x10-4 ) como a probabilidade de infecção PI (d). (7,7x10-4 )=1-[1+(d/6.17)(2 1/0.253-1)] -0.253 ; (5) Dessa forma, tem-se a dose segura para uma única exposição d=1,32x10-3 rotavirus. Utilizando a mesma lógica, calcula-se a probabilidade de infecção para múltiplas exposições utilizando a equação (4) e o cenário de exposição de reúso de água cinza em vaso sanitário levando em consideração 1460 exposições. 7,7x10-4 = 1-(1- PI(d)) 1460 ; (6) Tem-se: PI(d) 10-3 Utilizando o valor de PI(d) calculado na equação 6 calula-se a dose segura para múltiplas exposições a partir da equação 1: 10-3 = 1-(1+(d/6,17) )(2 1/0,253-1)) -0,253 ; Assi, tem-se que a dose segura para múltiplas exposições de 1,71x10-3 rotavírus /ml 7

A partir desses dados é possível calcular a concentração segura de E.coli na água cinza levando em consideração os limites estabelecidos pela WHO (2006) 0,1-1 rotavirus/ml cada 10 5 de E.coli/100ml. Infere-se que concentração segura de E.coli/100ml irá variar de 10 2-10 4 (para casos de exposição de reúso de água cinza em vaso sanitário levando em consideração 1460 exposições com volume de 1ml por ano). Essa ampla faixa para o valor de dose segura de ingestão promeve diferenças entre os limites microbiológicos de algumas diretrizes ou regulamentos. Nos parágrafos abaixo serão discutidos o resultado desta pesquisa a luz das diretrizes ou regulamentos para reúso urbano existentes. A USEPA (2012) considera como diretriz para reúso urbano que não seja detectado coliforme termotolerante ou tenha no máximo 14/100ml e que ainda não seja detectado organismos patogênicos. A diretriz têm uma abordagem conservadora para estabelecer parâmetros de qualidade microbiológica da água para água de reúso. A WHO (Blumental, 2000) sugere para irrigação de parques e jardins um padrão de 1000 coliformes termotolerantes/100ml, entretanto para irrigação de gramados como por exemplo de hotéis, estabelece um padrão de 200 coliformes termotolerantes/100ml. Também utilizando uma abordagem conservadora, Li (2009) estabeleceu diretrizes para reúso não potável de água cinza. Para o Reúso urbano irrestrito o autor estabeleceu um limite microbiológico de coliformes fecais 10/100ml. O Canadá (CANADIAN GUIDELINES, 2010) e o Reino Unido (ENVIRONMENT AGENCY,2011) levam em consideração o microorganismo E.coli, recomendando densidades inferiores a 200 CFU/100ml e 250 CFU/100ml respectivamente. Bastos (2014), utilizando dados de estudo de AQRM realizados por Cohin e Kiperstok (2007), indica o limite microbiológico para coliforme termotolerante estipulado pelas diretrizes do PROSAB para reúso predial de 10 3 /100ml. Padrões semelhantes são adotados pela Alemanha, <1000 CFU/100ml ( Nolde, 1999) e Portugal,1000CFU/100ml ( Marrecos do Monte, 2010). Com relação aos padrões de qualidade microbiológica para reúso de água, no Brasil existe uma norma técnica que borda o reuso não potável de águas residuárias nas edificações (NBR 13969 da ABNT, 1997). A água de reuso para descarga sanitária é enquadrada na classe 3, que estabelece como densidade máxima de coliformes termotolerantes o valor de 500 NMP/100 ml. A classe 1 prevê a possibilidade de aspiração de aerossóis pelo usuário (Exemplo: lavagem de veículos), e tem como densidade limite de coliformes termotolerantes 200 NMP/100 ml. 8

4- CONCLUSÃO Diante do estudo realizado, recomenda-se para o reuso predial de água cinza de acordo com as finalidades propostas, considerando a proteção dos usuários em contato direto com a água de reúso, o padrão de qualidade de E.coli 100NMP/100ml. BIBLIOGRAFIA ASHBOLT, N.J. (2005). Microbial Risk Assessment (MRA) Tool. Gothenburg: Urban Water. BASTOS, RKX; KIPERSTOK, A.; CHERNICHARO, CAL; FLORENCIO,L.; MONTEGGIA, L.O.; VON SPERLING,M.; AISSE, M.M.; BEVILACQUA,P.D.; PIVELI, R.P. (2014) Subsídios à regulamentação do reúso da água no Brasil. DAE. Disponível em:< http://dx.doi.org/10.4322/dae.2014.016>. Acesso em maio de 2014. BLUMENTHAL; U. J.; MARA DUNCAN, D.; PEASEY, A., RUIZ-PALACIOS, G.; STOTT, R. (2000). Guidelines for the microbiological quality of treated wastewater used in agriculture: recommendations for revising WHO guidelines. Bulletin of the World Health Organization, 78(9). BORTONE, G., CIMATTI, E., PAILLA, B., SPADONI, M. & STANLE, L. Innovative water saving systems in households in Europe. (1999) Emerging Technologies for Sustainable Land Use and Water Management (ed. by A. Musy, L. S. Pereira & M. Frilseh) (Proc. Second Inter-regional Conf. on Environment-Water, Lausanne, Switzerland). 13.13. PPUR, Switzerland. CAMPOS, R. H. ; VAZ, L. O. ; GONCALVES, R. F. (2012). Análise de Riscos Ambientais de uma Estação de tratamento de Esgotos de Águas Cinza (ETAC) em um Prédio Residencial. In: XXXIII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, Salvador. Canadian Guidelines for Domestic Reclaimed Water for Use in Toilet and Urinal Flushing. Prepared by the Working Group on Domestic Reclaimed Water of the Federal -Provincial- Territorial Committee on Health and the Environment (2010). Ottawa, Ontario. Disponível em:< http:// www.healthcanada.gc.ca>. Acesso em jan. de 2012. COHIN, E. Percepção do usuário de reuso de água. (2006) In: FLORENCIO, L.; BASTOS, R. K. X., AISSE, M. M. (Coord.).Tratamento e utilização de esgotos sanitários. CROCKETT, C. S., HAAS, C. N., FAZIL, A., ROSE, J. B. AND GERBA, C. P. (1996) Prevalence of shigellosis in the U.S.: consistency with dose-response information. International Journal of Food Microbiology 30: 87-99. E. ERIKSSON, K. AUFFARTH, A.-M. EILERSEN, M. HENZE, A. (2003) LedinHousehold chemicals and personal care products as sources for xenobiotic organic compounds in grey wastewater. Water SA, 29 (2), pp. 135 146. Environment Agency, Greywater for domestic users: an information guide. (2011). Disponível em: http://publications.environment-agency.gov.uk/pdf/geho0511btwc-e-e.pdf. Acesso em : 24 jan. 2012. FIESP(2005). Manual de Conservação e reúso de água em edificações. São Paulo, Prol editora 9

gráfica. FRIEDLER, M. HADARI. (2006). Economic feasibility of on-site grey water reuse in multi-storey buildings. Desalination, 190 (1-3), pp. 221 234. GREGORY, J. D., LUGG, R., SANDERS, B. Revision of the national reclaimed water guidelines Desalination. v. 106, n. 1-3, p. 263-268, 1996. HAAS, C. N., ROSE, J. B. & GERBA, C. P.(1999) Quantitative Microbial Risk Assessment. John Wiley and Sons Inc., New York. LI, F., (2009). Treatment of household grey water for non-potable reuses. PhD thesis, Hamburg University of Technology. MARECOS DO MONTE, H.; ALBUQUERQUE, A.(2010). Reutilização de águas residuais. Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Disponível em: < https://ubithesis.ubi.pt/bitstream/10400.6/1144/1/guia_tecnico_reutilizacao-1.pdf> Acesso em: março 2010. NBR 13.969, Associação Brasileira de Normas Técnicas (1997). Tanques sépticos unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos projeto, construção e operação. Rio de Janeiro. NOLDE, E. (1999). Greywater reuse systems for toilet flushing in multi-storey buildings over ten yearsexperience in Berlin. Urban Water, 1, 275 284.ANA, 2014. ORNELAS, P. Reúso de água em edifícios públicos: o caso da escola politécnica. 2004. Dissertação (mestrado profissional em gerenciamento e tecnologias ambientais no processo produtivo) Departamento de engenharia ambiental, Universidade Federal da Bahia, Salvador. PASIN D.(2013). Avaliação quantitativa de riscos microbiológicos (AQRM) associados à E. coli em águas cinza. Dissertação apresentada como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Área de Concentração Saneamento. Bauru. TEUNIS, P. F. M., VAN DER HEIJDEN, O. G., VAN DER GIESSEN, J. W. B., & HAVELAAR, A. H. (1996). The Dose Response Relation in Human Volunteers for Gastro-Intestinal Pathogens, Technical Report 284550002, Rijksinstituut voor Volksgezondheid en Milieu RIVM. USEPA - UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Guidelines for water reuse. (Report No. EPA/600/R-12/618). Disponível em: http://nepis.epa.gov/adobe/pdf/p100fs7k.pdf >. Acesso em 17 abril 2014. World Health Organization.(2006) Guidelines for the safe use of wastewater, excreta and greywater- Excreta and greywater use in agriculture. France: World Health Organization. ZANETI, R.N.; ETCHEPARE, R.G.; OLIVEIRA, R.G.M.M.; RUBIO, J. (2013) Car wash wastewater treatment and water reuse a case study WaterScience&Technology. 67.1. AGRADECIMENTOS - Esta pesquisa foi realizada com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Brasil e da Fundação de Pesquisa do Espírito Santo (FAPES). 10