Método científico. Em que consiste o método científico?

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Transcrição:

Ao assistirmos documentários e lermos notícias sobre as descobertas da ciência somos constantemente levados a acreditar na figura dos cientistas como seres fenomenais com ideias magníficas que surgem assim que um fenômeno ocorre. Entretanto, o desenvolvimento da ciência não é assim tão simples. O famoso momento Eureka raramente é um processo rápido e instantâneo ao se observar um fenômeno. O modo que um cientista se propõe a resolver um novo problema ou a questionar a validade de um conhecimento anterior é chamado Método científico. Em que consiste o método científico? O método científico consiste em aplicar uma série de etapas para questionar o meio em que se vive, não sendo um procedimento rígido e podendo variar entre áreas de estudos diferentes. É importante ressaltar que o método científico garante o rigor nas investigações mas não implica necessariamente em uma verdade absoluta. Quais etapas são essas? São dadas na figura abaixo.

A observação dos fenômenos é a etapa inicial dos estudos na ciência visto que nessa podemos identificar os possíveis questionamentos em uma temática. Por exemplo, ao observarmos um dia ensolarado podemos nos questionar: O que faz com o que sol nos aqueça? Como os pássaros voam? Por que o céu é azul? Todas essas perguntas, por mais banais, tiveram respostas complexas que só foram respondidas atualmente em função da investigação feita utilizando se do método científico. É importante ressaltar que a dúvida é parte fundamental no desenvolvimento da ciência, visto que ela leva a busca pelas respostas do universo. Em nossas aulas de ciências (Biologia, Química e Física) tentaremos desmistificar esse processo, mostrando como diversos cientistas se utilizaram do método científico e formularam as diversas teorias que utilizamos até hoje. Para auxiliar na fixação desse conteúdo, realizaremos alguns experimentos para identificarmos as etapas do método científico. EXPERIMENTO 1 Comparar a efervescência de comprimidos de antiácido moídos e inteiros em um copo de água fria. Observação: Em um dos copos o antiácido efervescerá mais rapidamente que em outro. A pergunta inicial: Por que a efervescência foi mais rápida em um dos copos comparado com os outros? Formule as possíveis hipóteses. Se nesses casos, a(s) hipótese(s) se confirmou(aram) ou não, quais as conclusões? O método científico evita que teorias sejam consideradas verdades absolutas? Não, o método científico feito com o rigor necessário garante que uma teoria responde uma dúvida inicial entretanto, com o passar do tempo, essa pode se mostrar falsa. Exemplos: 1. Neutrinos mais rápido que a luz! Experimento realizado no CERN ( Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear ), chamado de Opera, e localizado na Suiça, enviou neutrinos, um tipo de partícula subatômica, para Gran Sasso, na Itália, a 732 km de distância. Sabendo o tempo que os neutrinos saíram da Suíça e

chegaram na Itália, e também a distância, calcula se a velocidade dessas partículas, lembrando do velho e bom Δs/Δt! (Claro que a conta real é mais complexa que isso devido à relatividade*, sendo muito mais complexas). O que intrigou os cientistas inicialmente foi que chegaram a um resultado de velocidade maior que o da luz no vácuo, coisa que seria revolucionário! E para completar, o experimento foi repetido em torno de 16000 vezes, chegando a resultados estatísticos bons o suficiente para considerarem um acerto! A notícia foi recebida com bastante descrença dentro do meio científico, pois se o que foi descoberto fosse verdade, muita coisa teria que mudar nas teorias físicas. Não que isso seja um problema em si, a ciência se renova sempre. Porém, mudanças radicais sempre trazem um ar de desconfiança nos resultados. Eis que 2 semanas depois, de fato, o mesmo laboratório admitiu que houve um erro no experimento. Apesar dos cientirtas saberem calcular muito bem, um erro na eletrônica da montagem do experimento causou uma interferência suficiente para levar a essa distorção nos resultados, o que explica os cientistas terem visto o mesmo problema as 16000 vezes. Isso mostra que mesmo os melhores do mundo em certas áreas podem errar. Nesse caso, um problema que passou despercebido por todos os envolvidos no experimento criou uma falha em um dos passos do método científico: a experimentação. *Se quiser saber mais sobre a relatividade e seus efeitos, fale com o professor Tiago, de Física. 2. Terra Plana! Hoje em dia já crescemos ouvindo que a Terra é redonda. Os mais rigorosos diriam que é achatada nos polos. De qualquer forma, a dicotomia entre a terra plana e redonda foi algo interessante no conhecimento da humanidade em tempos antigos. Erastótenes, um filósofo grego que viveu entre 276 a.c. e 194 a.c., conseguiu naquela época desenvolver um método para calcular a circunferência da Terra, utilizando apenas conhecimentos de geometria básica. Incrivelmente, ele chegou no resultado de 39700 km, muito perto do valor conhecido atualmente com toda nossa tecnologia, de 40008 km! O mais legal disso tudo é que a teoria usada por Erastótenes é aprendida hoje nas escolas de ensino médio, ou seja, qualquer aluno do ensino médio está apto a entender e repetir seu experimento! 3. Lamarck e a evolução! Jean Baptiste Lamarck foi o primeiro a propor uma teoria sintética da evolução, ou seja, os organismos se adaptavam ao meio em que vivem. Antes da teoria evolucionista de Lamarck acreditava se que os organismos eram imutáveis (teoria do criacionismo).

Lamarck propôs duas hipóteses: uso e desuso e caracteres adquiridos. O uso e desuso propõe que características que não eram usadas se perdiam nas gerações; por outro lado, as características usadas, quem conferiam vantagem adaptativas, eram transferidas para as gerações seguintes. Por exemplo: As girafas habitam locais de solo é seco e com pouca vegetação rasteira. Por se alimentar dos brotos e folhas das árvores maiores, houve aumento do pescoço e das pernas anteriores. As membranas entre os dedos das aves aquáticas resultaram do uso durante a natação. Aves pernaltas, teriam desenvolvido as pernas esticando as para manter o corpo fora d água. Plantas de regiões desérticas teriam diminuído a superfície das folhas, para evitar a transpiração; tais folhas acabaram transformadas em espinhos. Para conservar água os caules adquiriram a consistência suculenta. Esta suposição está correta, o uso e desuso provocam alterações nos organismos. Pois, as características utilizadas conferem vantagens adaptativas. Porém, a outra proposta de Lamarck, a transmissão de geração em geração dos caracteres adquiridos, foi falha. Por exemplo: Atletas q treinam e tem sua musculatura desenvolvida não passarão tais características aos descendentes. Camundongos que tem suas caudas cortadas em sucessivas gerações não ficaram sem cauda ou com cauda atrofiada. Com base nesses exemplos e todos os conhecimentos adquiridos nessa aula, o método científico nos adverte do seguinte: Não há verdades absolutas e nem teorias a provas de falhas. O conhecimento estudado hoje pode ser superado no futuro. Portanto, como um bom estudante de ciências, lembre se de manter a mente aberta e sempre questionar o meio em que vivemos. Para ilustrar esses conhecimentos, durante a aula, um experimento semelhante ao video abaixo foi realizado: https://www.youtube.com/watch?v=u382goodvug Como tarefa, avalie o que aconteceu com o galão. Quais suas possíveis hipóteses? Testando essas, quais as possíveis conclusões? Mande suas respostas e duvidas para os e mails dos diferentes professores de ciências:

Rafael (Biologia): rafaelrosolen@hotmail.com Larissa (Química) : richter.larissa@gmail.com Gabriel (Química) : gabrielflorianocosta@gmail.com Daniela (Química): danielafogaca.r@gmail.com Tiago ( Física): tiago.kalile@gmail.com