AVALIAÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA NA CULTURA DO MILHO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA NA CULTURA DO MILHO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Dionata HOTZ 1 ; Fabrício Campos MASIERO 2 ; Ricardo Kozoroski VEIGA 3 ; Marlon GOEDE 4 ; Jeferson IELER 4. 1 Bolsista de Iniciação Científica do Instituto Federal Catarinense - Campus Rio do Sul; 2 Orientador IFC - Campus Rio do Sul; 3 Colaborador IFC Campus Rio do Sul; 4 Graduandos em Agronomia no IFC Campus Rio do Sul. Introdução O milho (Zea mays L.) é uma das principais culturas com importância econômica e social no mundo. Dentro da evolução mundial de produção de milho, segundo a CONAB (2013) Companhia Nacional de Abastecimento, o Brasil tem se destacado como terceiro maior produtor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China, sinal de que ainda precisa ser melhorado muito o sistema de produção para chegar a resultados produtivos superiores. A produtividade de uma cultura é definida pela interação entre a planta, o ambiente de produção e o manejo. Dentre as práticas de manejo, a densidade de semeadura tem papel importante no rendimento de uma lavoura de milho, uma vez que pequenas variações na densidade têm grande influência no rendimento final da cultura, sendo que para cada sistema de produção, existe uma população que maximiza o rendimento de grãos. Segundo Filho e Cruz (2010) a densidade de plantio inadequada é uma das principais causas da baixa produtividade de milho no Brasil. Uma adequada densidade de semeadura na cultura do milho é importante, pois além de promover acréscimo na produtividade, ainda ajuda na prevenção da ocorrência de doenças, deixa a maturação da lavoura mais uniforme e evita o acamamento das plantas. Tais fatores são influenciados pelo estande e arranjo de plantas no campo (CALONEGO et al., 2011). Com a escolha de uma boa densidade de semeadura conforme sistema de produção desejado, é possível otimizar a eficiência da interceptação de luz pelo aumento do índice foliar mesmo nos estádios fenológicos iniciais, melhorando o aproveitamento de água e nutrientes, reduzindo a competição por esses fatores, aumentando a matéria seca e a produção de grãos (MOLIN, 2000). Uma população ideal depende do cultivar em questão, da fertilidade do solo, da disponibilidade hídrica e da época de semeadura. Desse modo, a produtividade tende a se

elevar com o aumento da população, até atingir determinado número de plantas por área, que é considerada como população ótima. A partir desse ponto, a produtividade diminui com o aumento do número de plantas por área. Quando a densidade de plantas é baixa, ocorre certa compensação por meio do aumento no número de espigas, em razão do genótipo e, ou, variação no tamanho da espiga, o que pode reduzir a diferença da produtividade (PEREIRA, 1991). Pesquisas sobre esse tema têm sido desenvolvidas em vários países, contudo, os resultados ainda não são consensuais, já que as condições de ambiente e os genótipos variam entre os locais, altitude e época de semeadura. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desenvolvimento e produtividade da cultura do milho em diferentes densidades de semeadura na região do Alto Vale do Itajaí. Material e Métodos O experimento foi conduzido nos anos agrícolas 2014/15 em uma área da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produção do Instituto Federal Catarinense IFC Campus de Rio do Sul em Santa Catarina, localizada no ponto central pelas coordenadas geográficas 27º08 S e 49º40 W, altitude de aproximadamente 650 metros, em área cujo solo foi classificado como Cambissolo Distrófico Álico (EMBRAPA, 1999). O clima da região é subtropical úmido (Cfa), segundo a classificação de Köeppen. Antes da instalação do experimento, foram coletadas de forma aleatória subamostras de solo na camada de 0 a 20 cm de profundidade formando uma única amostra composta, posteriormente encaminhada ao laboratório de análise química de solo da região do Alto Vale do Itajaí da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - EPAGRI. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso (DBC) contendo três tratamentos e sete repetições, resultando em vinte e uma parcelas. Cada unidade experimental foi formada por oito fileiras com 5,0 m de comprimento, espaçadas entre si 0,80 m, sendo que área utilizada para amostragem foram os três metros centrais de cada uma das quatro fileiras do meio das parcelas totalizando 9,6 m 2, sendo o restante da parcela destinado como área de bordadura. Dentro de cada bloco as unidades experimentais foram separadas entre si por um

corredor com um metro de largura, e entre cada bloco foi estabelecido um corredor com cinco metros de largura devido as manobras de cabeceira dos conjuntos mecanizados. Os tratamentos avaliados foram três densidades de semeadura (50.000, 75.000 e 100.000 sementes.ha -1 ), variando respectivamente entre 4, 6 e 8 sementes por metro linear. As sementes utilizadas foram de um híbrido de alta performance (DEKALB). A semeadura foi realizada de forma mecanizada com um trator John Deere 5603 com 55,2 Kw (75 cv) de potência e uma semeadora de precisão com mecanismo dosador de sementes do tipo discos horizontais, com 4 linhas modelo PC2126 SEED-MAX. No final do ciclo da cultura, quando as umidades dos grãos se encontravam em torno de 23%, foi realizada a colheita manual das espigas, separando-as conforme o bloco e respectivo tratamento, sendo posteriormente levadas para o processo de debulha em uma máquina elétrica debulhadora de milho da marca Tapp modelo DM 50. Antes da debulha foi realizada a medição das espigas de forma aleatória em cinco espigas de cada tratamento. A umidade dos grãos foi corrigida para 13% de umidade para obtenção da produtividade das parcelas. Os resultados obtidos de produtividade da cultura e comprimento de espigas foram submetidos à análise da variância e os valores médios comparados pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Resultados e discussão Devido a área do experimento possuir uma alta variabilidade espacial, houve um bloco onde todos tratamentos sofreram influência do excessivo teor de água no solo que fez com que não houvesse a plena sobrevivência das sementes, acarretando em drástica redução da produtividade, portanto, os tratamentos de um dos blocos foram descartados da análise estatística. Pode-se notar que não houve diferença na altura de plantas entre as três densidades, fato evidenciado também por outros autores como Martins e Costa (2003) que também não obtiveram mudança em altura de plantas com a alteração na densidade nem mesmo com a diminuição do espaçamento entre linhas de 0,90 m para 0,45 m. As produções de cada densidade das parcelas foram transformadas em produção por hectare e estão presentes na Tabela 1. De acordo com a análise de variância para rendimento Kg.ha -1, verificou-se que não houve diferença significativa na produtividade entre a população das três densidades (P 0,05), o que evidenciou que tanto para a população de 50 mil plantas

quanto para 100 mil plantas por hectare a produtividade não diferiu. Resultados semelhantes foram encontrados por GROSS et al. (2006). Evidenciou-se também que com o aumento da densidade populacional ocorreu um maior acamamento de plantas. Esse efeito deve-se provavelmente pelo aumento populacional modificar as características morfológicas da planta, fazendo com que os colmos ficassem mais finos, além de ser maior o número de plantas competindo por água, luz e nutrientes no mesmo espaço físico, resultando em hastes menos resistentes, acamando mais plantas. Tabela 1. Efeito da densidade populacional de milho sobre o parâmetro produtivo e comprimento de espigas. Tratamentos (plantas.ha -1 ) 50.000 75.000 100.000 Produtividade (Kg.ha -1 ) 7630,2 a 7178,8 a 7682,3 a Comprimento de espigas (cm) 16,6 a 15,6 a 13,9 b Médias seguidas de mesma letra na mesma linha não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Pela análise de variância, verificou-se ainda que houve diferença significativa (P>0,05) para o comprimento de espigas. Conforme aumentou a população de plantas por hectare diminuiu o comprimento de espigas. Ficou evidente que apesar do menor número de espigas por hectare, a menor densidade compensou no tamanho de espiga, igualando a produção com o tratamento que possuía uma densidade em dobro. Dessa forma, em baixas densidades a produção individual por planta foi máxima, porém a produtividade por área foi pequena, a espiga foi grande e o colmo mais forte. Para melhorar a densidade de semeadura, uma alternativa possível seria reduzir o espaçamento entre linhas deixando as plantas melhor distribuídas, porém, a realidade de muitos produtores ainda são as colhedoras mais antigas que não permitem plantar em espaçamento reduzido devido à inviabilidade no momento da colheita. Conclusão A densidade de plantio não influenciou na produtividade de grãos, porém, o comprimento de espigas foi influenciado e compensou a produção em baixa densidade. Dessa forma, fica evidente a necessidade de ainda serem realizados estudos na região, podendo-se variar o espaçamento entre linhas.

Referências CALONEGO, J. C.; POLETO, L. C.; DOMINGUES F. N.; TIRITAN, C. S. Produtividade e crescimento de milho em diferentes arranjos de plantas. Revista Agrarian, Dourados, v. 4, n. 12, jun. 2011. CONAB. Levantamento Safra 2012/2013. Disponível em: <http: // www.conab.gov.br/olalacms/ uploads/arquivos/13_05_11_56_07_boletim_2_maio- _2013.pdf>. Acesso em: 16 julho 2015. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: Embrapa, 412p. 1999. FILHO, I. A. P.; CRUZ, J. C.; Plantio, espaçamento, densidade, quantidade de sementes. Embrapa Milho e Sorgo. Sistema de Produção 1. Versão eletrônica, 6ª edição. ISSN 1679-012X, Set. 2010. Gross, M.R., Von Pinho, R.G., Brito, A.H. Adubação nitrogenada, densidade de semeadura, espaçamento entre fileiras na cultura do milho em sistema de plantio direto. Ciências Agrotécnicas. Lavras, v.30, n.3, p.387-393, 2006 MARTINS, P.E.; COSTA, A.J.A. Comportamento de um milho híbrido hiperprecoce em dois espaçamentos e diferentes populações de plantas. Cultura Agronômica, v.12, p.77-88, 2003. MOLIN, R. Espaçamento entre linhas de semeadura na cultura de milho. Castro, Fundação ABC para Assistência e Divulgação Técnica Agropecuária, 2000. p.1 2. PEREIRA, R.S.B. Caracteres correlacionados com a produção e suas alterações no melhoramento genético do milho (Zea mays L.). Pesq. Agropec. Bras, 26:745-751, 1991.