Câncer de Tireóide Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade física adaptada e saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira O câncer de tireóide é um tumor maligno de crescimento localizado dentro da glândula tireóide. Não é um tipo de câncer comum. Nos Estados Unidos da América, somente 1 em cada 100 tumores corresponde a este tipo. Destes cânceres, cerca de 65% a 80% são diagnosticados como câncer de tireóide papilar, de 10% a 15% como folicular, de 5% a 10% como medular, e de 3% a 5% como anaplásico. O câncer de tireóide tem grandes chances de ser totalmente retirado mediante cirurgia. Porém este tipo de câncer pode algumas vezes reaparecer ou atingir outras partes do corpo, mesmo que muitos anos mais tarde. Por esta razão, os médicos recomendam a quem tenha tido câncer de tireóide, realizar exames de controle durante toda a sua vida, para assegurar-se de que o tumor não haja reaparecido ou disseminado. Particularmente, muitos médicos consideram que os exames dentro dos 5 a 10 anos imediatamente após a cirurgia, são os mais importantes. O segredo da cura é a eterna vigilância O câncer de tireóide provavelmente ocorra mais freqüentemente entre aqueles que tenham sido submetidos a radioterapia na cabeça, pescoço, ou tórax, durante a infância. A radiação foi utilizada comumente antes de 1960 para reduzir amídalas aumentadas ou adenóides, para tratar vários problemas de pele, tais como acne, e para reduzir o timo hipertrofiado em crianças. O câncer de tireóide comumente ocorre em pessoas que tenham familiares acometidos anteriormente desta mesma neoplasia.
Diagnóstico e Tratamento O câncer de tireóide é quase sempre descoberto pelos próprios pacientes. Pode ser percebido como um nódulo na parte anterior do pescoço, ou o médico pode observar um nódulo durante o exame físico de rotina. Afortunadamente, a maioria das vezes, os nódulos são benignos, o que significa que não há risco para a vida. A proporção de malignidade é de apenas 1 em cada 20 nódulos examinados. Desse modo, os nódulos benignos de tireóide são muito comuns. Estima-se que podem estar presentes em mais da metade da população. Porém, a maior parte deles são tão pequenos que não são descobertos, nem pelo paciente, nem pelo médico. Seu médico pode realizar um diagnóstico de nódulo de tireóide, que na maioria das vezes não representará qualquer risco de doença maligna para você. Examinará cuidadosamente sua glândula tireóide em busca de outros nódulos ou de bócio fazendo pressão sobre ela. O bócio é todo e qualquer aumento do volume da glândula tireóide. Um bócio pode se difuso(quando afeta toda a glândula) ou nodular, por sua vez, este último pode ser multinodular. Uma vez que o nódulo foi descoberto, seu médico provavelmente lhe perguntará como vocês está se sentindo ultimamente e se está apresentando algum sintoma que possa ser atribuído a nódulos tireoideanos, como: tosse, dificuldade para engolir, sensação de falta de ar ou alterações da voz.
Depois de realizar o exame físico e de completar sua história clínica, o especialista solicitará exames, que incluirão: Dosagens de hormônios tireoideanos Ultra-sonografia ou Cintilografia Punção Aspirativa da Tireóide Outros exames de imagem (Ressonância, Tomografia, Fdg-Pet Scan) Seu especialista pode utilizar uma punção aspirativa com agulha fina para saber se um nódulo tireoideano é benigno ou maligno. Neste exame, é introduzido uma pequena agulha no nódulo tireoideano com a finalidade de extrair amostras de células ou de líquido, sendo analisadas em um laboratório. O exame é rápido, barato e seguro. Mesmo sendo maligno, o nódulo tireoideano, na maioria dos casos cresce muito lentamente e se o paciente começa o tratamento, as chances de cura são grandes. A grande maioria dos tumores malignos de tireóide podem ser removidos totalmente pela cirurgia. Esta operação chamada tireoidectomia, remove total ou parcialmente a glândula tireóide. A cirurgia é geralmente seguida de tratamento com iodo radiativo para destruir tanto os "resíduos" de células tireoideanas normais, como de células cancerosas. Uma vez que a glândula tireóide tenha sido removida, lhe será indicado o uso contínuo de hormônio tireoideano para repor o que sua tireóide produzia. Outra razão para tomar hormônio tireoideano depois da tireoidectomia é que o TSH (produzido pela hipófise) pode fazer com que o câncer cresça. Mas, ao tomar o comprimidos de hormônio tireoideano é enviado um sinal à hipófise para que produza menos TSH. Assim, a reposição hormonal tireoideana com comprimidos ajuda de 2 maneiras: Repõe o hormônio tireoideano, que seu corpo antes produzia, com a finalidade de não entrar em estado de hipotireoidismo. Indica à hipófise que produza menos TSH, de maneira que se ficaram células cancerosas, não crescerão tão facilmente. Proservação
Algumas vezes o câncer de tireóide pode persistir, reaparecer ou metastatizar para outras partes do corpo, até muitos anos depois da cirurgia. Essa é a razão pela qual seu médico necessita que se realizem exames regulares, especialmente nos primeiros cinco a dez anos após a cirurgia. Se houve uma operação para remover total ou parcialmente a glândula tireóide, devido a um tumor maligno, seu especialista recorrerá a dois exames primários para controlar se o câncer retornou ou apareceu em outras partes do corpo. Um, é a análise do sangue com dosagem de tireoglobulina, e o outro é a pesquisa de corpo inteiro (PCI). Seu médico pode decidir solicitar ambos os exames ou apenas a dosagem de tireoglobulina. A determinação de tireoglobulina é uma análise de sangue que mede a quantidade de tireoglobulina, uma proteína que armazena hormônio tireoideano. As células tireoideanas são as únicas células do corpo que produzem tireoglobulina. Assim, se a dosagem da mesma mostra níveis elevados, você saberá que células tireoideanas ou cancerosas estão presentes em alguma parte de seu corpo. Outro exame que controla a recidiva ou mestástases do câncer é o mapeamento de corpo inteiro, ou PCI. Neste exame, o paciente bebe uma pequena quantidade de iodo radiativo, chamado Iodo 131. Logo, será submetido a um exame de imagem cintilográfica que rastreará todo o seu corpo à procura de metástases. Se alguma célula tireoideana está presente, aparecerá como uma pequena mancha no filme cintilográfico. Para a realização desse exame, habitualmente deve-se suspender a medicação tireoideana por um período de 2 a 6 semanas, antes do exame, o que permite ao corpo produzir suficiente TSH e que o estudo seja mais preciso. Os pacientes avaliados desta maneira devem permanecer em um estado de hipotireoidismo severo. E além disso logo após o exame mesmo após terem tomado medicação tireoideana, muitas pessoas continuam sentindo-se com hipotireoidismo até que o nível de hormônio tireoideano volte à normalidade em sua corrente sanguínea. Algumas pessoas sentem os sintomas de hipotireoidismo até por um período de 10 a 12 semanas. Como mencionamos previamente, a maior parte dos paciente tireoidectomizados começam a tomar hormônio tireoideano depois da cirurgia. A reposição do hormônio tireoideano que a glândula antes produzia, evita o hipotireoidismo, que pode provocar uma variedade de sintomas. Os sintomas de hipotireoidismo variam de paciente a paciente. Existem pacientes que logo da suspensão da terapia de reposição hormonal tireoideana percebem poucos sintomas e outros que não podem tolerar esta situação. A tireotrofina alfa recombinante humana é similar ao TSH que o corpo produz naturalmente, no entanto é produzida em um laboratório. Devido a similaridade deste fármaco com o TSH, o paciente não tem que suspender sua terapia de reposição hormonal tireoideana antes dos exames.
Os efeitos colaterais da aplicação de tirotrofina alfa recombinante humana são poucos e geralmente leves. Algumas pessoas experimentam nâusea, cefaléias, debilidade ou vômitos logo após sua injeção. Poucas pessoas experimentaram vermelhidão no local da aplicação. Há quatro razões pelo qual o paciente e seu médico podem decidir pelo uso de tirotrofina alfa recombinante injetável ao serem realizadas provas de detecção de câncer. Se a determinação prévia de tireoglobulina, realizada enquanto se fazia a terapia de reposição hormonal, não detectou qualquer alteração, e seu médico deseja confirmar este resultado com uma determinação de tireoglobulina con tireotrofina alfa recombinante humana, que é mais precisa. Se você não está disposto a suspender sua terapia de reposição hormona e seu médico considera que é apropriado o uso de tirotrofina alfa recombinante humana. Se seu corpo não produz suficiente TSH sem tirotrofina alfa recombinante humana. Se existem determinadas condições médicas associadas. As determinações de tireoglobulina e os mapeamentos corporais totais realizados quando se suspende a terapia hormonal são comparáveis às que se obtém quando se recebe tirotrofina alfa recombinante humana. É inquietante descobri que alguém tem câncer de tireóide. Mas sua vida pode voltar à normalidade uma vez que o tumor seja removido mediante cirurgia e uma vez que se encontre sob terapia hormonal tireoideana. Cuide-se, comendo bem, fazendo exercícios regularmente, e controlando o stress. Aprendendo métodos de relaxamento e a fixar prioridades, ou lembrando-se que o bom humor ajuda a reduzir o stress. Aproveite para fazer as coisas que você fazia antes de seu diagnóstico. E sobretudo, não se esqueça de fazer os exames de controle regularmente para assegurar-se de que continua estando livre do câncer. Se é difícil fazer os exames de checagem regularmente por alguma razão, converse com seu médico. Lembre-se de falar com seus familiares e amigos a respeito de temores e inquietudes que possa ter, e considere participar de um grupo de suporte de pacientes para este tipo de enfermidades.