AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FILTRANTE DOS CONSTITUINTES DA MORINGA OLEÍFERA LAM PARA TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA

Documentos relacionados
USO DA SEMENTE DE MORINGA OLEIFERA NO TRATAMENTO DE EFLUENTES DE OFICINAS MECÂNICAS.

ANÁLISE DE UM MEIO ADSORVENTE, UTILIZANDO A MORINGA OLEÍFERA LAM, PARA APLICAÇÃO EM PETRÓLEO

POTENCIAL DO AGENTE COAGULANTE À BASE DE MORINGA NO TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA DE PETRÓLEO

ESTUDOS DA ÁGUA PRODUZIDA ATRAVÉS DOS PARAMETROS TOG, CONDUTIVIDADE, PH, TURBIDEZ E SALINIDADE

ÓLEO DE COCO E QUEROSENE DE AVIAÇÃO: TRATAMENTO ALTERNATIVO PARA ÁGUA PRODUZIDA

DESCONTAMINAÇÃO DE CORPOS D ÁGUA UTILIZANDO MESOCARPO DE COCO EM SISTEMA DE LEITO DIFERENCIAL, VISANDO A REMOÇÃO DE DERIVADOS DE PETRÓLEO

ADSORÇÃO DE ÓLEOS E GRAXAS DA ÁGUA PRODUZIDA UTILIZANDO COMO ADSORVENTE CARVÃO ATIVADO PRODUZIDO A PARTIR DA VAGEM DA MORINGA OLEÍFERA LAM

Resumo. Luciana de Jesus Barros; Layne Sousa dos Santos. Orientadores: Elba Gomes dos Santos, Luiz Antônio Magalhães Pontes

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A DIATOMITA E VERMICULITA NO PROCESSO DE ADSORÇÃO VISANDO APLICAÇÃO NO TRATAMENTO DE ÁGUAS PRODUZIDAS

APLICAÇÃO DE BIOADSORVENTE DE CASCA DE COCO VERDE PARA O TRATAMENTO DE EFLUENTES OLEOSOS

Palavras-chave: Tratamento de águas produzidas, Carvão ativo, Adsorção, Extração Líquido-Líquido

AUTOR(ES): GUILHERME CANDIDO LOPES, ALESSANDRA GOMES DOS SANTOS, VICTOR PAULINO LESCANO

III ANÁLISE DE REMOÇÃO DE COR E TURBIDEZ EM LIXIVIADO ATRAVÉS DE COAGULAÇÃO COM BIOCAGULANTE A BASE DE MORINGA

DESSULFURIZAÇÃO DE ÁGUAS PRODUZIDAS DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO UTILIZANDO AMINAS COMERCIAIS.

Investigação dos parâmetros que influenciam na metodologia de extração de óleos e graxas através de um planejamento fatorial 2 3.

Tratamento de Água. Filtração. Filtração SÉRIE CV. Filtros para Água. SNatural FILTRO ATRAVÉS DE CARVÃO ATIVADO

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES FRUTAS PARA EXTRAÇÃO DE DNA: REVISITANDO AS AULAS PRATICAS DE BIOQUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

CADASTRO PROJETO. Título do Projeto Elaboração de esmalte para unhas com pigmento da casca da Beterraba

EFICIÊNCIA DE FILTRAGEM UTILIZANDO UM FILTRO ARTESANAL DE TELA EM FORMA DE DISCO

TRATAMENTO DO EFLUENTES

PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL APLICADO NO PROCESSO DE FLOTAÇÃO NA SEPARAÇÃO PETRÓLEO-ÁGUA

UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DA CANA DE AÇÚCAR COMO ADSORVENTE PARA REMOÇÃO DO ÓLEO DA ÁGUA PRODUZIDA

TRATAMENTO DE EFLUENTES DE OFICINAS DE CARROS PARA O REÚSO USANDO SEMENTES DE MORINGA (Moringa oleifera)

REMOÇÃO DE CÁDMIO, NÍQUEL E CHUMBO DA ÁGUA PRODUZIDA (PETROBRAS RN/CE) UTILIZANDO O MISTURADOR- DECANTADOR À INVERSÃO DE FASES (MDIF)

THUANNE BRAÚLIO HENNIG 1,2*, ARLINDO CRISTIANO FELIPPE 1,2

Preservação da madeira

VIABILIDADE TÉCNICA DA REGENERAÇÃO DE COAGULANTE POR VIA ÁCIDA A PARTIR DO LODO DA ETA DE UMA INDÚSTRIA DE CORANTES

Vamos aprender: Importância para os seres vivos; Ciclo da água; Tratamento da água e esgoto; Poluição da água e Saneamento básico; Doenças ;

Manual Filtros SFMC 150/400/1000

TRATAMENTO DO EFLUENTE GERADO NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL UTILIZANDO OS PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS FOTO- FENTON- EM LUZ ARTIFICIAL

Tema do Trabalho: A L og sti tica Reversa do Ól eo e Cozinha Usado

Experimentos de Química Orgânica

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

DETERMINAÇÃO DE PROPRIEDADES DO ÓLEO RESIDUAL DE FRITURAS, COM E SEM FILTRAÇÃO, EM DIFERENTES TEMPERATURAS

TÍTULO: FERMENTAÇÃO DE EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA VERDE POR BACTÉRIAS PROBIÓTICAS

16 Tratamento e disposição de lodos

ANÁLISE ESTATÍSTICA E CURVA DE SUPERFÍCIE DOS RENDIMENTOS DA EXTRAÇÃO POR SOLVENTE DO ÓLEO DE PINHÃO MANSO

ANEXO I LISTA DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS NÃO PERIGOSOS PASSÍVEIS DE INCORPORAÇÃO À PREPARAÇÃO DO CDRU

Escola: Nome: Turma: N.º: Data: / / FICHA DE TRABALHO. salgada gasoso água subterrânea. 70% doce água superficial. sólido 30% líquido

SISTEMA DE TRATAMENTO INDIVIDUAL DE ESGOTO SANITÁRIO

TÍTULO: VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO BIOLÓGICO DE EFLUENTE INDUSTRIAL, UTILIZANDO COMO BIOINDICADOR A PLANÁRIA DUGESIA TIGRINA.

II OZONIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS DOMICILIARES APÓS TRATAMENTO ANAERÓBIO - ESTUDO PRELIMINAR

ESTUDO PROSPECTIVO DA CASCA DE MARACUJÁ APLICADA COMO MEIO FILTRANTE NO TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA RESUMO

Ciências Naturais, 5º Ano. Ciências Naturais, 5º Ano FICHA DE TRABALHO FICHA DE TRABALHO

AVALIAÇÃO DE UM MEIO ADSORVENTE A PARTIR DA Moringa oleifera Lam PARA USO NO TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA

Sistemas de Filtragem e Fertirrigação

Química das Águas - parte 3

Aula 21 Sistemas individuais de tratamento de esgotos

AVALIAÇÃO DO PODER ADSORTIVO DA PALMA FORRAGEIRA (Opuntia tuna Mill) SEM CASCA PARA USO NA REMOÇÃO DE GASOLINA COMUM EM CORPOS D'ÁGUA

3005 Síntese de 7,7-diclorobiciclo [4.1.0] heptano (7,7- dicloronorcarano) a partir de ciclohexeno

ENSAIOS DE LABORATÓRIO

UTILIZAÇÃO DA GLICERINA OBTIDA NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL PARA NEUTRALIZAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL RESIDUAL

REDUÇÃO DE VOLUME DE LODO GERADO EM DECANTADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA, UTILIZANDO ESPESSAMENTO POR FLOTAÇÃO E POR GRAVIDADE

9 o EF. Jeosafá de P. Lima. Exercícios sobre separação de misturas

Risco de trabalhos realizados com água produzida real

Química das Águas - parte 3b

ANÁLISE ESTATÍSTICA E CURVA DE SUPERFÍCIE DOS RENDIMENTOS DA EXTRAÇÃO POR SOLVENTE DO ÓLEO DE PINHÃO MANSO

ESTUDO DA EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE SEMENTE DE UVA DA VARIEDADE BORDÔ POR PRENSAGEM

Estação de Tratamento e Reúso de Água (ETRA) do CENPES

DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA DA COMBUSTÃO DA VINHAÇA, UTILIZANDO RESÍDUOS DO SETOR SUCROENERGÉTICO.

Prof. Dr. Luciano dos Santos Rodrigues EV-UFMG. Contato: Telefone: (31)

Filtros linha F. Manual de Instruções para instalação e funcionamento do filtro epex para tratamento de água Linha F. Dissolvedor de pastilhas

ilustramos os dois mecanismos previamente descritos e associados ao aumento da fração volumétrica de água nas emulsões durante a produção de petróleo.

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE REMOÇÃO DE PETRÓLEO EM ÁGUAS PRODUZIDAS DE POÇOS DE GUAMARÉ/RN

Lamas do tratamento local de efluentes Outros resíduos não anteriormente especificados Materiais impróprios para consumo

MF-1308.R-2 - MÉTODO DE LIXIVIAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS EM MEIO AQUOSO - TESTE DE LABORATÓRIO

INOVANDO AS AULAS PRÁTICAS DE ENSINO DE CIÊNCIAS UTILIZANDO DIFERENTES FRUTAS PARA A EXTRAÇÃO DE DNA

DESENVOLVIMENTO DE FILTRO DE CARVÃO ATIVADO PARA PRÉ- TRATAMENTO DE ÓLEO ORIUNDOS DE FRITURAS.

Faculdade de Engenharia Química (FEQUI) Operações Unitárias 2 4ª Lista de Exercícios (parte B Extração Líquido-Líquido)

Avaliação da queima de serragem em fornalha

PROCESSO DE TRATAMENTO

MUITO MAIS EFICIENTE.

I DIAGRAMA DE COAGULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE MISTURAS PARA ÁGUA COM TURBIDEZ ELEVADA UTILIZANDO CLORETO DE POLIALUMÍNIO

INVESTIGAÇÃO DOS POSSÍVEIS SÍTIOS DE ADSORÇÃO DE Cd +2 E Hg +2 EM SOLUÇÃO AQUOSA

II-019 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DOIS SISTEMAS DE PÓS- TRATAMENTO PARA REATORES UASB EM ESCALA REAL

DESSULFURIZAÇÃO ADSORTIVA DO CONDENSADO ORIUNDO DA PIRÓLISE DE PNEUS INSERVÍVEIS

REVISTA ELETRÔNICA DE EDUCAÇÃO DA FACULDADE ARAGUAIA, 8: ,

Tratamento de Esgoto

oleifera Lam para Remoção de Cistos de Giardia

A avaliação da eficiência da zeólita na remoção do íon amônio numa solução sintética

COMPARAÇÃO DE METODOLOGIAS PARA REAPROVEITAMENTO DE SOLVENTES E REDUÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

3003 Síntese de 2-cloro-ciclohexanol a partir de ciclohexeno

REMEDIAÇÃO DE CASCALHO DE PERFURAÇÃO ATRAVÉS DE TENSOATIVOS: REMOÇÃO DE NACL

Catálogo de Filtros RCI

SAAE Serviço autônomo de Água e Esgoto. Sistemas de Tratamento de Esgoto

Potencial de Substituição de Cimento por Finos de Quartzo em Materiais Cimentícios

INPI 18/07/12 INPI. Consulta à Base de Dados do INPI 1/1. [ Pesquisa Base Marcas Pesquisa Base Desenhos Ajuda? ]

- A importância da Análise Química: ph de produtos comuns, Ferro em águas e Flúor em pastas de dentes - Remoção de poluentes de efluentes industriais

Questão 01. Substância Ponto de fusão ( C) Ponto de ebulição ( C) Densidade (g/ml) Polaridade. H 2 O polar. C 6 H 12 6,6 80,7 0,77 apolar

ESTUDO DA ADSORÇÃO EM EFLUENTES LÍQUIDOS ATRAVÉS DO MESOCARPO DO COCO E BAGAÇO DA CANA DE AÇÚCAR

EFEITO DA MISTURA DE PARTÍCULAS E CONCENTRAÇÃO NA IDENTIFICAÇÃO DOS REGIMES DE SEDIMENTAÇÃO: SUSPENSÃO DE CARBONATO DE CÁLCIO

MANUAL DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

EXTRAÇÃO DE CLORETOS EM CASCALHO DE PETRÓLEO UTILIZANDO MICROEMULSÕES

Ribeiro Lima. Aluna de Iniciação Científica PIVIC/UEPB, discente do curso de Química Industrial

EXTRAÇÃO COM SOLVENTES II

Gilda Vieira de Almeida, Leonardo Duarte Batista da Silva, Alexandre Lioi Nascentes, Camila Pinho de Sousa, Thayza Oliveira Nacena de Santana

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO CARVÃO VEGETAL NA ADSORÇÃO DE PETRÓLEO EM TOLUENO

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DE AGREGADOS PASSANTE NA PENEIRA DE 75 M (Nº200), POR LAVAGEM

EXTRAÇÃO POR SOLVENTES (QUIMICAMENTE ATIVA)

Transcrição:

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FILTRANTE DOS CONSTITUINTES DA MORINGA OLEÍFERA LAM PARA TRATAMENTO DE ÁGUA PRODUZIDA Kryslaine Machado de Almeida dos Santos 1 ; Mirele dos Santos Bispo 2 ; Adriana Cerqueira Moitinho³; Andrea Gonçalves Bueno de Freitas 4 Gabriel Francisco da Silva 5 1 Universidade Federal de Sergipe, Pós-Graduação em Engenharia Química kryslainealmeida@gmail.com 2 Universidade Federal de Sergipe, Núcleo de graduação em Engenharia de Petróleo mirele_sb@hotmail.com 3 Universidade Federal de Sergipe, Departamento de graduação em Engenharia Química drimoitinho@gmail.com 4 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos andreagbfreitas@hotmail.com 5 Universidade Federal de Sergipe, Núcleo de graduação em Engenharia de Petróleo gabriel@ufs.br RESUMO A cada dia é evidenciada a necessidade de se buscar novos métodos com a finalidade de promover uma melhor qualidade da água, pois esta é de suma importância para os seres vivos, e vem sendo contaminada por vários fatores, como o descarte de esgoto nos rios, produtos químicos provindos da agricultura, fábricas que descartam seus resíduos em locais inadequados e que podem atingir o lençol freático, mas daremos enfoque a indústria petrolífera que durante os processos de extração de hidrocarbonetos produz rejeitos que precisam de tratamento prévio para que sejam posteriormente descartados ou reutilizados e se enquadrem nas legislações ambientais vigentes, minimizando assim os impactos ambientais. Partindo desse princípio, o objetivo dessa pesquisa foi avaliar a capacidade das partes da Moringa oleífera Lam como meio filtrante no tratamento de água produzida. Os ensaios de filtração foram realizados numa unidade piloto, utilizando constituintes da Moringa, casca e vagem completa, variando-se a granulometria das mesmas. A partir das analises obtidas através do Espectrofotômetro de infravermelho, foi notório a redução no teor de óleo e graxas da água, após a filtração de ambas as partes da moringa, onde neste trabalho utilizou-se água produzida sintética. A casca apresentou a maior eficiência, com diminuição de até 61,2% de óleo/água, comprovando assim que as partes da Moringa são meios filtrantes capazes de remover consideravelmente as substâncias orgânicas, vegetais e animais presentes na água e prejudiciais à saúde, podendo assim, ser um meio filtrante alternativo no tratamento de efluentes. Palavras-chave: Moringa oleífera Lam, Meio filtrante, Água produzida 1. INTRODUÇÃO A pesquisa científica tem como objetivo proporcionar ou comprovar novas descobertas, visando complementar o conhecimento em diversas áreas. Esta pesquisa visou analisar o tratamento da água produzida, utilizando partes da Moringa oleífera Lam, para que esta possa ser descartada ou reutilizada de acordo com as Legislações ambientais vigentes no país. Segundo [Gomes, 2011] a água é um recurso natural essencial, seja como componente bioquímico de seres vivos, como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como

elemento representativo de valores sociais e culturais e até como fator de produção de vários bens de consumo final e intermediário. Nas últimas décadas, a poluição dos aquíferos tem se intensificado, devido a fatores como, o uso inadequado da água, a falta de saneamento básico, entre outros fatores incluindo as atividades industriais. Os poluentes provenientes do setor secundário são os principais responsáveis pela degradação do meio ambiente aquático. Sendo assim, pode-se exemplificar a água produzida (AP), que segundo [Silva, 2000] é o efluente resultante dos processos de separação existentes nas estações coletoras e de tratamento na produção de petróleo. O crescente volume resultante constitui-se em um perigo potencial para o meio ambiente. Onde esta contém partículas de óleo em suspensão, produtos químicos adicionados durante os processos de produção juntamente com outros resíduos que podem prejudicar o meio ambiente, como resultado da indústria petrolífera. Os contaminantes provenientes da extração devem ter um fim adequado de acordo com as normas vigentes na Lei de Crimes Ambientais (Lei n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998). Com o passar do tempo o ser humano foi criando e aperfeiçoando métodos de purificação, utilizando filtros, decantadores, assim como produtos químicos que proporcionam uma melhor qualidade da água e menor custo durante o processo de tratamento. A partir dos métodos mencionados anteriormente podemos dar enfoque a filtração que foi realizada através da passagem do fluido pelo material poroso que no caso desse estudo foram a casca e vagem completa da Moringa oleífera Lam, utilizadas separadamente durante a filtração. Segundo [Miranda, 2011] a Moringa oleífera Lam, é uma árvore de pequeno porte, nativa do Norte da Índia, de crescimento rápido, que se adapta a uma ampla faixa de solo e é tolerante à seca. Considerada como uma das árvores cultivadas mais úteis para o ser humano, praticamente todas as suas partes podem ser utilizadas para diversos fins. Como por exemplo, sendo utilizada como ração animal, óleo combustível, hidratante, chá, alimentação humana e principalmente no tratamento de água como coagulante/floculante. 2. METODOLOGIA 2.1 Preparo da Matéria-prima Inicialmente, foram obtidas, a partir da Moringa Oleifera lam, as matériasprimas utilizadas como meios filtrantes. São elas: casca e vagem completa. A casca foi triturada em um liquidificador comercial e a vagem em uma máquina forrageira, modelo GP1500 marca Garthen. 2.2 Obtenção da granulometria Posteriormente, os dois componentes da Moringa foram separados em três granulometrias, através de um agitador mecânico de peneiras, com dispositivo para fixação de até seis peneiras, incluindo tampa e fundo. Onde a escolha dos diâmetros foi baseada nos diâmetros da casca de nozes utilizados pela indústria. A Erro! Fonte de referência não encontrada.1 exibe a granulometria utilizada para os constituintes da Moringa. Tabela 1: Granulometrias dos meios filtrantes. Abertura Peneira Mesh Tyler 01 10 1,70 02 14 1,19 03 20 0,84

2.3 Água Produzida Sintética (APS) A água produzida utilizada foi sintética, preparada no Laboratório de Tecnologias Alternativas, localizado na Universidade Federal de Sergipe, Campus São Cristóvão. Em um Becker de 500mL foi feita a emulsão com 20g de petróleo bruto, 5mL de emulsificante e 5L de água, para mistura fez-se uso do Turrax operando numa rotação de 10.000 rpm por 30 minutos. Conseguinte, no tanque do sistema de filtração contendo 11kg de cloreto de sódio e 200L de água, já homogeneizados, acrescentou-se a solução e agitou-se por mais 15 minutos. 2.4 Ensaios de filtração De posse da matéria-prima, devidamente separada, e da água produzida sintética, seguiu-se para etapa de filtração de cada constituinte da Moringa. A filtração foi realizada numa uma unidade piloto, com o intuito de remover o teor de óleos e graxas ( TOG) da água produzida sintética. O sistema de filtração foi composto por um filtro de 2 m de altura e 1 m de diâmetro, um tanque de alimentação com capacidade para 200L, um tanque de filtrado com capacidade de 200L, bomba centrífuga de 1CV, dois manômetros para indicação da queda de carga e válvulas de controle de vazão. Iniciando o processo de filtração, permitiuse a passagem da água produzida sintética pelos diferentes meios filtrantes e posteriormente mediu-se o TOG no Espectrofotômetro de infravermelho UV/VIS, modelo Biospectro SP 220. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a conclusão dos ensaios granulométricos, pôde-se observar os resultados para cada diâmetro escolhido da vagem e da casca, representados na figura 1 e figura 2, respectivamente. Figura 3.1 Meio filtrante vagem da moringa, diâmetros: 1,70mm (a), 1,19mm (b) e 0,84mm (c). Figura 3.2 Meio filtrante casca da moringa, diâmetros: 1,70mm (a), 1,19mm (b) e 0,84mm (c). Durante os ensaios de filtração, foram feitas no total, seis variações do meio filtrante, e para simplificação foram codificados da seguinte maneira: MF1 representa o meio filtrante vagem da Moringa e MF2 representa o meio filtrante casca de Moringa. G1, G2 e G3 representam os seguintes valores de granulometria: 1,70 mm, 0,84 mm e 1,19 mm, respectivamente. O processo consistiu na passagem da água produzida sintética por cada leito citado anteriormente, realizando a coleta, tanto na entrada quanto na saída do filtro. A análise do teor de óleos e graxas foi realizada através da extração o óleo da APS com solvente clorofórmio HPLC e os resultados podem ser conferidos nas Tabelas 3.1 e 3.2. Tabela 3.1 Resultados do teor de óleo e graxas para eficiência do leito MF1. Granulometrias TOG Remoção (ppm) (%) E 111 G1 5,1 S 105,3 E 110,3 G2 31,1 S 76,0 G3 E entrada da APS S saída da APS E 97,5 S 60,3 38,1

Tabela 3.2 Resultados do teor de óleo e graxas para eficiência do leito MF2 Granulometrias TOG Remoção (ppm) (%) E 132,7 G1 39,4 S 80,3 E 131,0 G2 44,8 S 72,3 E 134,7 G3 61,2 S 52,3 De acordo com a Tabela 3.1, observa-se à priori, uma pequena variação do meio filtrante MF1-G1 entre o TOG de entrada e o de saída, tendo em vista, que houve uma remoção de óleo em água de apenas 5,1%, resultado considerado pouco satisfatório. Em contrapartida, os leitos MF1-G2 e MF1-G3 mostraram-se mais eficientes já que foram capazes de remover 31,1% e 38,1% de óleo/água, nesta ordem. Examinando a tabela 3.2 é perceptível que ambas as granulometrias apresentaram resultados satisfatórios, haja vista, que a menor remoção do teor de óleos e graxas foi de 39,4% e o meio filtrante mais eficiente foi a casca da moringa com granulometria de 1,19 mm, capaz de diminuir o TOG em 61,2%. Para fins comparativos efetuou-se o tratamento da APS com o meio filtrante casca de nozes, cedido pela Petrobras, com a granulometria de 1,19 mm. O resultado para remoção do TOG encontra-se ilustrado na tabela abaixo. Tabela 3.3 - Resultados do teor de óleo e graxas para eficiência do leito casca de nozes. Granulometria 1,19 TOG (ppm) E 94,7 S 38,3 Remoção (%) 59,6 A casca de nozes obteve uma eficiência na remoção óleo/água de 59,6%, que se mostra semelhante ao MF2-G3 com uma diferença de apenas 1,6%, indicando que a Moringa oleífera Lam tem um grande potencial quando o foco é tratamento de água produzida, principalmente a sua casca, no entanto faz-se necessário mais estudos, para desenvolver tecnologias que possam aperfeiçoar este método. 4. CONCLUSÕES Ao término deste trabalho foi possível concluir que os componentes da Moringa oleífera Lam, casca e vagem completa, obtiveram resultados favoráveis na diminuição do teor de óleos e graxas, com exceção MF1-G1. Destacando a casca com a granulometria de 1,19 mm, que apresentou o resultado 61,2% de separação óleo/água, sendo este o mais próximo da casca de nozes, utilizada com parâmetro de comparação. Portanto, presumisse que a Moringa pode ser considerada como uma alternativa viável para o tratamento de água produzida. 5. AGRADECIMENTOS UFS, CNPq, Fapitec/SE e Petrobras. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOMES, Marco Antônio Ferreira. Água: sem ela seremos o planeta Marte de amanhã. 2011. Disponível em http://www.cnpma.embrapa.br/down_hp/4 64.pdf. Acesso em 01 de fev. 2015. Lei de Crimes Ambientais. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9 605.htm. Acesso em 01 de fev. de 2014. MIRANDA, Claudia Santana, BERGAMASCO, Rosângela; Arcieri; SERAFINI, Mairim Russo; SILVA, Gabriel Francisco da. Potencialidades da Moringa Oleifera Lam. São Cristóvão, SE: UFS, 2011. v. 1

SILVA, Carlos R. R., Água Produzida na Extração de Petróleo. Curso de Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria. Escola Politécnica Departamento de Hidráulica e Saneamento. 2000.