Sustentabilidade Empresarial e Pobreza:

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2.1 Descrição. Objetivos:

Transcrição:

: Novas estratégias. Novos caminhos. Conferência O Fenómeno da Pobreza na Europa 4 de Maio de 2010 Centro Cultural de Belém

1. A Pobreza Portugal no contexto da União Europeia 2. Sustentabilidade Empresarial A pegada da pobreza 3. Novas estratégias, Novos caminhos Exemplos de intervenção das empresas 2

1. A Pobreza Portugal no contexto da União Europeia Conceito absoluto de pobreza Condição caracterizada pela privação severa da satisfação das necessidades humanas básicas, incluindo comida, água própria para consumo, saneamento, saúde, habitação, educação e informação. World Summit on Social Development, Copenhaga, 1995 Conceito relativo de pobreza Considera-se que uma pessoa vive em pobreza quando o seu rendimento e recursos são de tal forma insuficientes que a impedem de usufruir de um padrão de vida considerado aceitável na sociedade em que vive. European Council, 1975 By necessaries, I understand not only the commodities which are indispensably necessary for the support of life, but whatever the custom of the country renders it indecent for creditable people, even of the lowest order, to be without. An Enquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations, Adam Smith, 1776 3

1. A Pobreza Portugal no contexto da União Europeia A Estratégia de Lisboa fixava para 2010 o objectivo de fazer da União Europeia: The most dynamic and competitive knowledge-based economy in the world capable of sustainable economic growth with more and better jobs and greater social cohesion, and respect for the environment. O método aberto de coordenação (MAC), enquanto instrumento da Estratégia de Lisboa, fornece um mecanismo de coordenação, voluntária, flexível e descentralizada entre os Estados-Membros a favor da convergência das políticas nacionais, na resposta aos problemas da pobreza e da exclusão. São cinco as áreas prioritárias: Pobreza infantil Inclusão activa Habitação para todos Inclusão de grupos vulneráveis Inclusão financeira e sobreendividamento 4

1. A Pobreza Portugal no contexto da União Europeia Limiar da Pobreza 1, 2008 (EUR a preços correntes; EUR em paridades do poder de compra) 18 000 EUR ppc 14 000 EUR pc 5 768 4 878 10 000 6 000 2 000 0 Luxemburgo Dinamarca Irlanda Reino Unido Suécia Finlândia Holanda Áustria Alemanha Bélgica França Chipre Itália Espanha Eslovénia Grécia Malta Portugal República Checa Estónia Letónia Eslováquia Hungria Lituânia Polónia Bulgária Roménia 1 Agregados familiares de uma só pessoa. O valor de referência do limiar de pobreza, para um agregado familiar de dois adultos e duas crianças em Portugal, é de EUR 12 113. 5

1. A Pobreza Portugal no contexto da União Europeia 35 População em Risco de Pobreza 1 e Intensidade do risco 2, 2008 (Percentagens) Intensidade do Risco de Pobreza 30 25 22 20 15 CZ II SK III EL FR HU DKSE FI NL AT BE GE MT LU IE CY PL IT UK EE LT EL ES BG RO I IV LV (18, 23) 10 17 5 10 15 20 25 30 População em Risco de Pobreza 1 População cujo rendimento é inferior a 60% da mediana do rendimento disponível equivalente em cada Estado Membro. 2 Diferença entre o rendimento mediano da população em risco de pobreza e o limiar de pobreza em cada país. 6

1. A Pobreza Concentração de Rendimento Concentração de rendimento 1, 2008 UE-27 5.0 Letónia Roménia Bulgária Portugal 6.1 Lituânia Grécia Reino Unido Espanha Polónia Itália Estónia Alemanha Irlanda França Luxemburgo Chipre Bélgica Holanda Malta Finlândia Áustria Na UE-27, o total do rendimento recebido pelos 20% com rendimento mais elevado é 5 vezes superior ao rendimento recebido pelos 20% da população com rendimentos mais baixos. Em Portugal, esta proporção encontra-se a cima da média, ascendendo a 6.1. Hungria Dinamarca Suécia Eslováquia Eslovénia República Checa 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 1 Rácio entre o rendimento do quintil da população com maior rendimento e o quintil da população com menor rendimento. 7

1. A Pobreza Risco de pobreza Na UE-27, as crianças têm um risco mais elevado de pobreza (20%) face à totalidade da população (17%). Em Portugal, o risco de pobreza da população é de 18%, que compara com o risco de pobreza das crianças de 23%. Risco de pobreza das crianças e total, 2008 (Percentagem) 35 30 25 23 20 20 18 17 15 Crianças Total 10 5 Dinamarca Eslovénia R. Checa Suécia Finlândia Holanda Chipre Áustria Alemanha Eslováquia França Bélgica Estónia Irlanda Hungria Luxemburgo Malta Polónia Portugal Reino Unido Grécia Lituânia Espanha Letónia Itália Bulgária Roménia UE-27 8

1. A Pobreza Abandono escolar UE-27 14.9 Abandono escolar precoce 1, 2008 (Percentagem) Malta Portugal 35.4 Espanha Itália RU Roménia Letónia Grécia Bulgária Estónia Chipre Luxemburgo Bélgica França Alemanha Hungria Dinamarca Lisbon targets Holanda 10% em 2010 Irlanda Suécia Áustria Finlândia Lituânia Eslováquia República Checa Eslovénia Polónia 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 O abandono escolar precoce é geralmente considerado como factor indutor de exclusão social. Quebrar o ciclo de exclusão, e interromper a marcha para o desemprego, é um dos maiores desafios que a Europa enfrenta. Malta, Portugal e Espanha foram, em 2008, os países que apresentaram valores mais elevados na UE-27. 1 População entre 18 e 24 anos que não se encontra a estudar e cuja habilitação não supera a conclusão do ensino secundário. 9

1. A Pobreza Desemprego Desemprego de longo prazo por duração, 2009 (Percentagem da população activa) UE-27 Eslováquia Portugal Letónia Hungria Grécia Alemanha Bélgica Espanha Itália Estónia França Bulgária Lituânia Irlanda Malta Polónia Roménia R. Checa Reino Unido Eslovénia Finlândia Luxemburgo Suécia Áustria Holanda Chipre Dinamarca 1.5 3.0 2.5 4.5 Desemprego muito longa duração (mais de 2 anos) Desemprego longa duração (mais de 1 ano) Portugal foi, em 2009, o país da UE-27 que apresentou a segunda taxa mais elevada de desemprego de longa duração (apenas atrás da Eslováquia). 0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 10

1. A Pobreza A disparidade de rendimentos Famílias em risco de pobreza com encargos financeiros elevados devido ao custo da habitação, 2008 (Percentagem) UE-27 50 Chipre Itália Espanha Luxemburgo Bulgária Eslováquia Hungria Polónia República Checa Bélgica Eslovénia Portugal França Roménia Letónia Reino Unido Lituânia Grécia Malta Irlanda Alemanha Estónia Áustria Finlândia Holanda Suécia Dinamarca 10 20 30 40 50 60 70 80 90 52 52% das famílias portuguesas em risco de pobreza confrontam-se com elevados encargos financeiros resultantes do custo suportado com a habitação. Valor ligeiramente superior ao da média comunitária (50%). 11

1. A Pobreza Portugal no contexto da União Europeia 2. Sustentabilidade Empresarial A pegada da pobreza 3. Novas estratégias, Novos caminhos Exemplos de intervenção das empresas 12

2. Sustentabilidade Empresarial A Pegada da Pobreza Empresa Ambiental Social Negócio Sustentabilidade de desempenhos e até, no limite, da própria empresa Estratégia empresarial - Onde é que o fenómeno da pobreza se encontra com a formulação da estratégia da empresa? - Como é que a empresa pode actuar sobre o fenómeno da pobreza? Reduzindo ameaças e/ou explorando oportunidades. 13

Sustentabilidade Empresarial A Pegada da Pobreza Empresas inteligentes detectam os sinais da sociedade Empresa Pobreza A pobreza é um sinal fundamental. 14

2. Sustentabilidade Empresarial A Pegada da Pobreza Macroeconomia Produto e marketing Enquadramento institucional e político Impacto económico da empresa no nível de vida das pessoas mais pobres, e nas Balanças de Pagamentos dos países em que se inserem, nomeadamente, através da distribuição dos lucros e dos dividendos, pagamento de impostos e criação de emprego. A influência dos produtos, serviços e marketing da empresa nas práticas culturais da Comunidade, na sua saúde, no seu bem-estar e através do fornecimento de bens e serviços essenciais. A relação da empresa, em termos de investimento directo, de lobbying, de procurement, com as instituições sociais e as organizações sectoriais, e as suas políticas ao nível da educação e da saúde. Impacto social das práticas ambientais Cadeia de valor A importância que a empresa confere à sua política de procurement, produção e distribuição enquanto catalizadores do acesso das pessoas pobres ao emprego, a um salário justo e à capacidade para manterem um negócio e participarem no mercado. A forma como as práticas ambientais da empresa afectam o ambiente e a saúde dos mais pobres, a sua capacidade de aceder aos recursos naturais e o risco de serem afectados por desastres naturais (capacidade que a cadeia tem de não vir a ser afectada por possíveis desastres naturais). 15

2. Sustentabilidade Empresarial A Pegada da Pobreza Compreender as necessidades dos segmentos de mais baixos rendimentos e criar produtos que saibam explorar essas oportunidades. Saber construir mercados. Desenvolver cadeias de abastecimento e distribuição, fontes de financiamento, sistemas legais, informação. Inovar ao nível da gestão e das práticas comerciais. Formação de colaboradores, adaptação da política de comunicação e envolvimento das comunidades. Concepção de produto Desenvolvimento do mercado Desenvolvimento de novos modelos de negócio Medir o sucesso da estratégia, não apenas pelos resultados imediatos mas, também, pelo potencial de resultados futuros. O desenvolvimento de mercados, o lançamento de novos produtos, a introdução de novas práticas de negócio exige horizonte temporal na avaliação dos resultados alcançados e a capacidade de valorização dos intangíveis presentes. A pobreza faz parte da experiência das empresas, quer nos países desenvolvidos (bolsas de pobreza, internacionalização) quer nos países menos desenvolvidos. O desafio das empresas é perceber os riscos com que se poderá confrontar face às situações de pobreza (segurança, acesso a recursos, saúde, corrupção) prevenindo-os, e detectar caminhos para a criação de novos negócios (necessidades a satisfazer e principais bloqueios). Aferição do sucesso Riscos e oportunidades 16

1. A Pobreza Portugal no contexto da União Europeia 2. Sustentabilidade Empresarial A pegada da pobreza 3. Novas Estratégias, Novos caminhos Exemplos de intervenção das empresas 17

3. Novas estratégias, Novos caminhos As empresas, enquanto agentes económicos movidos pela obtenção de lucro, e não excluindo a mais valia que representam os projectos desenvolvidos por múltiplas entidades do sector não lucrativo, são actores privilegiados para a mobilização e afectação de recursos na escala necessária e da forma mais eficiente. Os benefícios sociais, ainda que não perseguidos directamente, emergem naturalmente de projectos comerciais bem sucedidos (salários, impostos, compras). Estratégias sustentáveis alargam o espectro destes benefícios a outras áreas socialmente relevantes (educação, saúde, ambiente, governação) com forte impacto sobre a pobreza. Transparência na Governação Desenvolvimento dos Mercados Empresas + Estratégias Sustentáveis Inovação Gestão Produtos Processos Instituições Comunidades Preparadas Capacitadas Exigentes Impacto Ambiente Educação Saúde Produtividade 18

3. Novas estratégias, Novos caminhos A identificação de caminhos para a criação de negócios efectivos em comunidades de baixo rendimento leva as empresas, em diferentes geografias e múltiplas área de actividade, a serem parceiros relevantes na luta contra a pobreza. Inovação Educação, formação e divulgação Mercado Financiamento Um passo em frente contra a Pobreza Alimentação e Saúde Governance Ambiente Empreendedorismo 19

O aumento sistemático das desigualdades entre grupos sociais no interior de um mesmo país e entre as populações dos diversos países, ou seja, o aumento maciço da pobreza em sentido relativo, tende não só a minar a coesão social (...) mas tem também um impacto negativo no plano económico com a progressiva corrosão do «capital social», isto é, daquele conjunto de relações de confiança, de credibilidade, de respeito das regras, indispensáveis em qualquer convivência civil. Os custos humanos são sempre também custos económicos, e as disfunções económicas acarretam sempre também custos humanos. Carta Encíclica Caritas in Veritate, Bento XVI (2009) 20

Fontes e Informação 21

Director Coordenador Miguel Frasquilho mfrasquilho@bes.pt Direcção Research Sectorial Francisco Mendes Palma Susana Barros Luís Ribeiro Rosa Conceição Leitão Patrícia Agostinho Cristina Marques fmpalma@bes.pt msbarros@bes.pt luis.c.rosa@bes.pt mcleitao@bes.pt patricia.agostinho@bes.pt cristina.marques@bes.pt 22