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MESC de BOlSO ORGANIZAÇÃO: Sandra Makowiecky Beatriz Goudard Eduardo Petry Fernanda do Canto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC Gestão 2016-2020 Reitor Prof. Marcus Tomasi Vice- Reitor: Leandro Zvirtes Organizadores: Sandra Makowiecky Beatriz Goudard Eduardo Petry Fernanda do Canto Projeto gráfico: Fernanda do Canto Imagens: Carlos Pontalti fotos de capa e contracapa; páginas 08, 24, 26, 28, 33, 34, 36, 40, 41, 43, 44, 47, 59, 60, 63, 64, 65, 66, 68, 71, 74, 76, 77, 79, 80, 82, 84. Cassiano Reinaldin página 46. CR2 Fotografia páginas 31, 32, 38, 39, 49, 50, 52, 54, 55, 56, 69, 86, 88, 90. Sem identificação: páginas 02, 13, 14, 16, 73, 91. Todos os esforços foram feitos para identificar os detentores dos direitos autorais das imagens aqui reproduzidas. Eventuais falhas ou omissões serão corrigidas em futuras edições. A reprodução de imagens desta publicação tem o caráter pedagógico e científico amparado pelos limites do direito de autor no art. 46 da Lei no 9610/1998, sendo toda reprodução realizada com amparo legal do regime geral de direito de autor no Brasil. MESC de BOlSO ORGANIZAÇÃO: Sandra Makowiecky Beatriz Goudard Eduardo Petry Fernanda do Canto 1ª edição Florianópolis Produção MESC UDESC DIOESC 2016

GESTÃO CULTURAL E ADMINISTRAÇÃO MESC COORDENADORA Profª Sandra Makowiecky COORDENADORA ADJUNTA Profª Beatriz Goudard TÉCNICO UNIVERSITÁRIO DE EXECUÇÃO Cassiano Reinaldin TÉCNICAS UNIVERSITÁRIO DE SUPORTE Tânia C. Gomes da Cunha Patrícia Anselmo Lisowski ESTAGIÁRIOS Eduardo Petry Fernanda do Canto Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Iraci Borszcz CRB 14/372 MUSEU DA ESCOLA CATARINENSE: MESC UDESC / Organização Sandra Makowiecky, Beatriz Goudard, Eduardo Petry, Fernanda do Canto. 1º ed. -- Florianópolis : UDESC/MESC : DIOESC 2016. 87 p. : Ii. ; 14,8 cm. (MESC de Bolso ) ISBN: 1. Universidade do Estado de Santa Catarina. Museu da Escola Catarinense Catálogo. 2. Educação Santa Catarina. 3. Makowiecky, Sandra. 4. Goudard, Beatriz. 5. Petry, Eduardo. 6. Canto, Fernanda do. CDD: 20 ed.: 370.98164 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO........................................ 10 HISTÓRICO............................................. 12 MISSÃO DO MESC..................................... 18 SOBRE O ACERVO......................................19 PLANTA DO MESC..................................... 20 DESCRIÇÃO GERAL DAS SALAS.......................... 22 CONHECENDO O MESC Ítaca Espaço do Hall Central........................... 26 Café do Museu........................................ 30 Clio Espaço Sala de Ofícios............................. 32 Vitor Lima Espaço Biblioteca 1.......................... 33 Aníbal Nunes Pires Espaço Biblioteca 2 Apoio......... 36 Hera e Cronos Espaços Banheiros.......................38 Oficina I Espaço Aldo Nunes........................... 40 Oficina II Espaço Aldo Nunes........................... 41 Victor Meirelles Espaço Sala de Reuniões.............. 42

Elpídio Barbosa Espaço Apoio......................... 46 Atena Espaço Administração do Museu................47 Loja do Museu........................................ 48 Harmonia - Espaço Mezanino.......................... 50 Mutações Espaço Expositivo 1.........................52 Apolo Espaço Banheiro Masculino Camarim............54 Tália Espaço Banheiro Feminino Camarim.............. 55 Cassandra Espaço Sala de Aula Apoio para Eventos.... 56 Euterpe Espaço Auditório Móveis CIMO Painéis da Academia do Comércio.......................58 Maria da Graça Vandresen Espaço Brinquedos da Minha Infância.................. 62 Sala Maria da Graça Vandresen Espaço Material Escolar................................ 64 Osvaldo Rodrigues Cabral Espaço Expositivo Carteiras Escolares................... 68 Nilson Paulo Espaço Antonieta de Barros.............. 70 Osvaldo Ferreira de Melo Espaço Coordenação/ Administrativa................... 76 Urânia Espaço Sala de Estar do Café....................77 Selene Sala de Aula de Época...........................78 Mnemósine Espaço Auditório..........................82 Subsolo............................................... 86

APRESENTAÇÃO POR SANDRA MAKOWIECKY Este livro em forma de guia, apresenta o Museu da Escola Catarinense em seus dados fundamentais de origem e destino, centrando-se sobretudo em ressaltar seus espaços e usos, visando fazer com que o visitante, ao entrar em contato com o museu, saiba um pouco de seus objetivos, missão, visão e leve em um pequeno livro um pouco do que sua retina conseguiu absorver. O Museu da Escola Catarinense (criado em 1992), está abrigado em edifício que foi construído para abrigar a Escola Normal Catharinense (1892-1926). Trata-se de um edifício tombado como Patrimônio Histórico. Há uma seção destinada aos materiais de escola, sobretudo do início do século XX até os anos 70. Citamos: giz, cadernos, lápis, mata-borrão, palmatória, lousa de mão, escrivaninhas, máquinas de escrever, mimeógrafo, apagador, livros de consulta, quadro negro, carteiras, armário porta-bandeira, púlpito, quadros com amostras de sementes de produtos agrícolas nacionais, entre outros, sendo que estes últimos recebiam o sugestivo nome de museu escolar. Destacamos a presença frequente do relógio e crucifixo e de gravuras, mapas, coleções de insetos, globo terrestre, abecedários de madeira, esqueletos humanos, imagens de homens ilustres, obras de arte. Considerados indispensáveis à prática do método de ensino intuitivo ou lições de coisas, contribuíram para que a instituição escolar cumprisse a sua dupla tarefa de instruir e educar/moralizar/higienizar/civilizar. É na sala de aula que se compreende o macro universo existente à nossa volta, que está correlacionado ao nosso universo próprio. Visitar um museu desta natureza não é apenas absorver cultura. Esse universo material, sensorial, é muito importante na nossa existência, respondem a valores, a interesses, a focos de conflitos e suportes de dominação. O que se encontra em um museu gera um interesse que não se esgota na visualidade efêmera. Há outras implicações de natureza diversa: a informação e o conhecimento, os vínculos de subjetividade, inclusive identitários, que podem ser criados ou reativados, o exercício da imaginação. Os museus funcionam como zonas de contato, espaços em que sujeitos que estavam separados no tempo e na geografia, por razões das mais variadas, têm a oportunidade de se encontrar, alargar a experiência de vida e ver que o mundo pode ser compartilhado e apreendido com a biografia das coisas. Para além desse acervo, o Museu acolhe eventos e ouras atividades. Suas salas e suas descrições contidas neste livro, farão com que você o compreenda um pouco mais. Sejam bem-vindos. 10 11

PATRIMÔNIO HISTÓRICO TOMBADO Situado no alto de uma pequena elevação, o edifício do Museu da Escola Catarinense predomina visualmente, tanto na Avenida Hercílio Luz como na Rua Saldanha Marinho. Edificada no primeiro quartel do séc. XX (1922), é um exemplo de arquitetura eclética de inspiração neoclássica que sobressai pela sua monumentalidade. Seu belíssimo interior é marcado por vazio central ao nível do primeiro pavimento, cuja circulação, guarnecida de guarda corpo metálico, dá-se em volta desta, de onde se visualiza o grande átrio no pavimento térreo. A ligação entre o térreo e o primeiro pavimento é feita através de duas escadas de madeira, sendo uma no interior do átrio e outra, mais elaborada, onde hoje funciona o Café do Museu. Tanto no térreo como no primeiro pavimento, sua planta caracteriza-se por uma sucessão de salas de aula e gabinetes de coordenação. Trechos retirados da Justificativa Arquitetônica do tombamento municipal. IPUF, 1992. Fachada, 1940 O Museu recebeu uma série de melhorias em sua estrutura física em 2013 para sediar a 12ª edição da Mostra Casa Nova, organizada pelo grupo RBS. A ação fez parte de dois projetos do Plano de Gestão 2012-2016 da UDESC: o Projeto Museu Vivo, que teve como objetivo a conclusão do restauro/recuperação do museu para ampliação de suas atividades ao público em geral, e o Projeto de Parceria Público-Privada, que busca recursos para melhoria da infraestrutura da instituição. A Mostra buscou valorizar a rota cultural no Centro da Capital e contribuir para a preservação do patrimônio histórico, contando com a colaboração de expositores e empresas parceiras, sob o tema PINACOTECA, com a curadoria do arquiteto Abreu Jr, e supervisão geral do arquiteto Carlos Lopes. 12 13

UM EDIFÍCIO QUE PERMEIA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO EM SANTA CATARINA O edifício foi inaugurado em 1926 para abrigar a Escola Normal Catharinense, criada no final do século XIX (1892). Neste momento estava sendo implantado um plano urbanístico para a cidade de Florianópolis que compreendia além do edifício sede da Escola, a Ponte Hercílio Luz, ligação com o continente, o Palácio Cruz e Souza, Palácio do Governo entre outros. Em 1935, devido a reformas no sistema de ensino, a Escola Normal Catharinense passa a se chamar Colégio de Educação, e em 1947, Colégio Estadual Dias Velho. No inicio da década de 1960, o Colégio Estadual Dias Velho transfere-se para as modernas e amplas instalações à Avenida Mauro Ramos, passando a se chamar definitivamente em 1969 como Instituto Estadual de Educação. Em 1964, o prédio passa a abrigar então a primeira Faculdade de Educação do Brasil. Na época, essa Faculdade representava uma escola ímpar, o que acabou motivando a criação de lugares semelhantes em outros estados. Em 1965 era aprovado o decreto que definia a Fundação Educacional de Santa Catarina FESC, a quem foi atribuído o poder necessário para constituir a Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina UDESC. A Faculdade de Educação funcionou nas dependências do prédio até 2007, (44 anos) quando foi transferida para o Bairro Itacorubi. Assim o prédio finalmente é destinado para a instalação do Museu da Escola Catarinense MESC, que já existia desde 1992 e funcionava nas dependências da Faculdade de Educação de 1992-2007. O MESC tem como objetivo principal sua consolidação como espaço educativo não formal, responsável pela preservação do patrimônio cultural catarinense ligado à Educação. Seu objeto é especificamente a Educação Escolar, podendo se constituir como um Centro de Pesquisa sobre a história da educação escolar em Santa Catarina. Integra oficialmente os Sistemas Nacional e Estadual de Museus e possui inscrição no Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). 14 15

Colégio de Educação e Colégio Dias Velho, década de 1940 16 17

SOBRE O ACERVO MISSÃO DO MESC Institucional: Prestar serviços à sociedade através da valorização e reconhecimento do patrimônio sobre a educação escolar em Santa Catarina de uma forma ampla, contribuindo para pesquisa, divulgação científica e preservação do acervo, bem como integrar o Museu a um roteiro de espaços e atividades culturais, contribuindo para a revitalização da área central da cidade. Política: Fazer do MESC a interface da UDESC com o público no âmbito da Educação escolar e sua história no estado, assim como da produção artística dentro da universidade, compartilhando as pesquisas e divulgando os trabalhos desenvolvidos nessas áreas. Científica: Abrir um novo espaço para pesquisas e fórum de discussão e compartilhamento dos assuntos pertinentes aos temas. Extensão: Servir como extensão aos cursos, compartilhando o conhecimento gerado pelas pesquisas e trabalhos através de exposições e ações junto ao público. Exposições permanentes: O Museu da Escola Catarinense apresenta salas de exposição de caráter permanente, todas de conteúdo didático e pedagógico, de acordo com seu plano museológico, dentro de sua missão e objetivos estabelecidos no seu Plano Museológico. Acervo de móveis: O acervo de móveis do Museu consta de diversas peças sendo que a maioria de 1940 a 1960, que compunham o cenário de um ambiente escolar. Mobiliário típico da época distribuídos em vários ambientes do Museu compondo tanto salas de exposição permanente quanto outros espaços do Museu. Acervo de livros: O Museu da Escola Catarinense se constitui um Centro de Pesquisa por excelência. Sua biblioteca é voltada principalmente para área de História da Educação e seus desdobramentos: legislação, instalações, métodos e materiais. O acervo da biblioteca foi praticamente todo catalogado. Todo o material está disponibilizado no site do museu com a informação de sua existência. Para ter acesso aos documentos, o visitante deve agendar visita para consultas. 18 19

PLANTA DO MESC Piso térreo Piso superior Mezanino 20 21

DESCRIÇÃO GERAL DAS SALAS nº Nome das salas Descrição TÉRREO 1 Café do Museu Espaço Café do Museu 2 Clio Espaço Sala de Ofícios 3 Vitor Lima Espaço Biblioteca 1 4 Aníbal Nunes Pires Espaço Biblioteca 2 Apoio 5 Hera Espaço Banheiro Feminino 6 Oficina I Espaço Aldo Nunes 7 Oficina II Espaço Aldo Nunes 8 Crono Espaço Banheiro Masculino 9 Victor Meirelles Espaço Sala de reuniões 10 Elpídio Barbosa Espaço Apoio 11 Atena Espaço Administração 12 Loja do Museu Espaço Loja do Museu PISO SUPERIOR 13 Mutações Espaço Expositivo 1 14 Apolo Espaço Banheiro Masc. Camarim 15 Cassandra Espaço Sala de Aula Apoio 16 Euterpe 17 18 Maria da Graça Vandresen Osvaldo Rodrigues Cabral Espaço Auditório M. CIMO Painéis da Acad. do Comércio Espaço Material Escolar Brinquedos da Minha Infância Espaço Expositivo Carteiras Escolares 19 Orfeu Passagem 20 Nilson Paulo Espaço Antonieta de Barros 21 Perseu Passagem 22 Osvaldo Ferreira de Melo 23 Teseu Passagem Espaço Coordenação/ Administrativa 24 Urânia Espaço Sala de Estar do Café 25 Selene Espaço Sala de Aula de Época 26 Mnemósine Espaço Auditório 27 Tália Espaço Banheiro Fem. Camarim SUBSOLO 28 Deméter Cozinha 29 Perséfone Despensa da cozinha 30 Pandora Almoxarifado 31 Minerva Engenharia 32 Gaia Acesso ao estacionamento 33 Poseidon Caixas d água 34 Lete Depósito 35 Cócito Despensa do depósito 36 Cérbero Portão do estacionamento OUTROS ESPAÇOS 37 Jano Porta Principal 1 38 Hebe Porta Principal 2 39 Harmonia Espaço Mezanino 40 Ítaca Espaço do Hall Central 22 23

CONHECENDO O MESC Nas páginas a seguir você encontra mais informações sobre cada espaço do Museu. Mnemósine Espaço Auditório 24 25

ÍTACA ESPAÇO DO HALL CENTRAL Um legado da Mostra Casa Nova 2013, pode ser observado ja na entrada do Museu, em seu Hall Central, chamado Espaço Ítaca. Jader Almeida, designer catarinense que projetou esse espaço durante a Mostra explica que a principal ideia é ser uma transição, com o mínimo de informações visuais. O equilíbrio entre os elementos é a máxima em seus projetos. Nesse caso, a arquitetura histórica do edifício e suas cicatrizes do tempo ganharam atenção especial. As cores do projeto reforçam a estética austera. A intenção foi destacar a arquitetura evidente nos pilares, por exemplo, que são elementos marcantes do contexto. Por isso usou- -se o branco para evidenciar os volumes e a composição original, deixando apenas a parede posterior na cor preta. Esse contraste acentua os contornos, além de se contrapor ao branco predominante. Para a iluminação a opção foi pela luz difusa, que acontece de forma suave. Outro destaque é o volume vertical em preto, que abriga uma tela de TV, onde sempre poderão ser exibidos conteúdos para a dinâmica de eventos que se realizam no Museu. O ambiente faz um equilíbrio entre passado e presente, que convivem em harmonia no mesmo contexto. A ideia deste ambiente branco é de dar um respiro, quando o visitante observa as diversas salas expositivas e retorna ao Hall. Assim, ele neutraliza o olhar para ver novamente outras salas e colher novas informações. O Átrio é um coadjuvante do espaço do Museu, que proporciona harmonia e conforto visual. 26 27

Ítaca Espaço do Hall Central 28 29

CAFÉ DO MUSEU O espaço foi agraciado com uma menção honrosa no 2º Prêmio Arquitetura Catarinense, na categoria Projetos de Restauro e Conservação de Edificações e Sítios Históricos. O café do museu foi concebido pela arquiteta Bia Kubelka Fernandes e recebeu aval da comissão técnica da Fundação Catarinense de Cultura (FCC Estadual) e do Serviço de Patrimônio Histórico (SEPHAN IPUF Municipal) de Florianópolis, que analisaram a proposta e deram parecer favorável para a manutenção do espaço após a realização da Mostra. Algumas imagens selecionadas pelo artista Chicô Gouvêa estampam mesas e aparecem nos painéis decorativos que trazem ilustrações de pontos históricos da cidade e também de Santa Catarina, presentes na decoração do Café. As luminárias seguem a mesma proposta e exibem adesivos nas cúpulas, dispostas conforme a sobreposição de formas, característica do trabalho da artista Beatriz Milhazes. Todos os elementos decorativos, aqui bem dosados, dialogam com a arquitetura da edificação, de forma muito harmônica. É um café pequeno, cheio de informação na sua estrutura, porém acolhedor para os encontros, defende a arquiteta. Sobressai ainda no ambiente a belíssima escada de madeira que faz a ligação com o piso superior. 30 31

CLIO ESPAÇO SALA DE OFÍCIOS Esta sala, carinhosamente chamada de sala de ofícios, serve de grande sala para trabalhos diversos, recuperação de objetos, local de trabalhos manuais e de necessidade diária, tanto da manutenção da integridade física do prédio quanto de seus objetos e acervo. Nossa a equipe é criativa e se preocupa com a salvaguarda e recuperação de seus materiais. VITOR LIMA ESPAÇO BIBLIOTECA 1 O Museu da Escola Catarinense se constitui um Centro de Pesquisa por excelência. Sua biblioteca, que atualmente está em fase de implantação, é voltada principalmente para área de História da Educação e seus desdobramentos: legislação, instalações, métodos e materiais. Para ter acesso aos documentos, deverá agendar visita para consultas. Esta sala também contém legados da Mostra Casa Nova 2013, como as paredes revestidas e o belíssimo armário da BellaCatarina. O projeto do escritório TheissGirardi Arquitetura e Interiores que se chamava Office do Curador de Artes, deixou um ambiente sóbrio, que serviu para a instalação da biblioteca, complementada com móveis do acervo, que compunham as bibliotecas de escolas. 32 33

Vitor Lima Espaço Biblioteca 1 34 35

ANÍBAL NUNES PIRES ESPAÇO BIBLIOTECA 2 APOIO A sala Anibal Nunes Pires acolhe a segunda biblioteca do Museu e foi concebida também para guardar a mapoteca, os livros de acervo para consulta com horários marcados e servem para realizar pequenas reuniões e realizar pesquisas. Como herança da Mostra Casa Nova, ganhou paredes cinzas que combinam com seus móveis claros, passando a sensação de leveza. Em eventos de grande porte, ela pode servir de apoio como secretaria, pois todo o seu material fica guardado a sete chaves. 36 37

HERA E CRONOS ESPAÇOS BANHEIROS Os Banheiros inferiores feminino e masculino apresentam o mesmo projeto, por exigência da avaliação do Patrimônio Histórico um legado que ficou da Mostra Casa Nova 2013. Executado por Tratto Engenharia Ltda e projetado pela arquiteta Maria Eduarda Bilbao, manteve em geral, a concepção da Mostra em suas cores, revestimentos e decoração, optando por tons brancos e neutros. Os lustres e divisórias em vidro permaneceram tal como concebido para a Mostra. Um estilo moderno com toque clássico e muito funcional, com banheiro para pessoas usuárias de cadeiras de rodas. Hera Espaço Banheiro Feminino Cronos Espaço Banheiro Masculino 38 39

OFICINA I ESPAÇO ALDO NUNES Esta sala está destinada a ser usada como sala de aula, para eventos das mais diversas finalidades. Seu mobiliário é funcional e permite diversas composições. Podem formar mesas grandes para oficinas, mesas individuais tal como exposto na foto e ocasionalmente os móveis podem ser deslocados, permitindo a criação de mais um espaço livre a ser utilizado em conjunto com a sala oficina II, anexa a ela. A recuperação desta sala se deu também na Mostra Casa Nova, por isto, sua cor em tons de terra. OFICINA II ESPAÇO ALDO NUNES Esta sala está destinada a servir para realização de oficinas, reuniões e também coquetéis, coffe breaks e eventos. Para tanto está equipada com móveis multiuso, além de pia, geladeira e bebedouro. Antes da recuperação a grande porta janela estava oculta por uma parede, e com seu retorno vieram também os tons claros predominantes do ambiente. 40 41

VICTOR MEIRELLES ESPAÇO SALA DE REUNIÕES Esta sala ficou como uma das benfeitorias da Mostra Casa Nova e apresenta cadeiras CIMO, Móveis da Bontempo e mobilário do designer Jader Almeida. O projeto foi concebido pelo arquiteto Sidnei Machado e executado em parceria com a Bontempo. A aquisição dos objetos presentes na mostra permitiu que se mantivesse no Museu esse espaço nobre. A sala recebeu o nome do pintor catarinense Victor Meirelles, pois na Mostra denominada PINACOTECA, ele foi o artista homenageado. Ao fundo, percebemos um enorme painel com reprodução de uma de suas obras, bem como reproduções de trabalhos nas paredes. A proximidade física do MESC com o Museu Victor Meirelles acentua a ligação entre estes dois espaços museológicos. Optou-se por completar a mobília da sala evidenciando a obra do renomado designer e arquiteto catarinense Jader Almeida. Suas obras estão presentes em todo o país e também no exterior. Possuem características diferenciadas e que se destacam pelas suas formas e composições. A escolha por Jader Almeida vai na mesma linha de contemplar um profissional catarinense reconhecido, estabelecendo um acervo de mobiliário com essa característica e distinção. Jader Almeida participou ainda da Mostra Casa Nova 2013 projetando o espaço do Hall Central. 42 43

Sala Victor Meirelles Sala de Reuniões 44 45

ELPÍDIO BARBOSA ESPAÇO APOIO Um museu vivo e dinâmico precisa se adaptar à sua diversificada programação. Para tanto, esta sala localizada estrategicamente perto do grande Hall, serve de local para guarda de equipamentos e materiais de usos variados. São mesas, cadeiras, armários, Banners, painéis expositivos de varias formas, tudo concebido para poder fornecer estrutura e logística adequada a quem nos procura. ATENA ESPAÇO ADMINISTRAÇÃO DO MUSEU Batizada com o nome da deusa Atena, nesta sala a equipe administrativa trabalha, planeja, organiza e supervisiona o funcionamento do museu. É também o local para onde as pessoas se dirigem quando necessitam maiores informações e para planejar eventos e outras atividades. 46 47

LOJA DO MUSEU Este foi outro grande legado da Mostra Casa Nova 2013 para o Museu, com apoio da MSB Móveis e Santa Maria Casa, o projeto foi assinado pelo escritório Marchetti Bonetti. Além disso, recebeu incentivo de diversas empresas que viabilizaram a permanência do espaço após o término da Mostra. Para o projeto da lojinha, os profissionais envolvidos buscaram referências nos grandes museus nacionais e internacionais, com linguagem atual e fortes linhas contemporâneas. Para tal, foi desenvolvido um conceito base que se relaciona com a linguagem. Pequenas prateleiras dispostas na parede simulam a ideia de linhas e, encostadas ficam as letras. A disposição das mesmas permite a interatividade com os visitantes. O público é convidado a criar palavras com as letras disponíveis nas prateleiras, com a possibilidade contínua de atualização. A paleta de cores foi montada com inspiração no artista catarinense Martinho de Haro. A obra Miramar e Castelinho foi o ponto de partida e está presente no ambiente por meio de pequenos quadros que reproduzem fragmentos dessa pintura. 48 49

HARMONIA - ESPAÇO MEZANINO Esta sala, extremante charmosa acolhe projetos de educação, como projetos para criatividade, espaços criativos, escola de futuro e seu uso é restrito a projetos de maior duração. Não fica aberta ao público em geral, pois é caracterizado como um espaço de trabalho. 50 51

MUTAÇÕES ESPAÇO EXPOSITIVO 1 O generoso espaço onde funcionava a biblioteca nos tempos da Faculdade de Educação recebeu como herança da Mostra Casa Nova a recuperação do piso, novo forro e iluminação, além dos grandes painéis que conferem sua funcionalidade.este espaço é ocupado por exposições temporárias das mais diversas ordens, desde artistas consagrados a artistas iniciantes, bem como projetos de cunho educativo e pedagógico. 52 53

APOLO ESPAÇO BANHEIRO MASCULINO CAMARIM Esse espaço foi mais um legado que ficou da Mostra Casa Nova 2013. Projetado por Catalusa Engenharia Ltda e pela empresa de design de interiores Alex Araújo Studio Design, manteve em geral a concepção da Mostra em suas cores, revestimentos e decoração de painéis fotográficos. Detalhes pontuais de leves toques de cor e rusticidade compõem o ambiente, em tons de preto, branco e cinza. TÁLIA ESPAÇO BANHEIRO FEMININO CAMARIM Já no Camarim Feminino concebido pela Designer de Interiores Adriana Tiezzi o projeto pretende remeter ao luxo, feminilidade e conforto. Mantido como legado da Mostra Casa Nova 2013 o espaço originalmente chamado de saleta feminina com lavabo precisou do acréscimo de uma divisória para adequação as demandas do Museu, sem no entanto perder a concepção, cores e revestimentos. 54 55

CASSANDRA ESPAÇO SALA DE AULA APOIO PARA EVENTOS Embora seja um dos poucos ambientes do prédio que conserve a mesma função desde que inaugurado em 1926, a sala de aula foi concebida como mais um dos espaços destinados a receber usos e atividades contemporâneos. Confortáveis cadeiras individuais, ambiente claro e bem ventilado e paredes alvas próprias para projeções não perdem em nada paras as modernas salas do nosso tempo. Sua configuração flexível permite receber aulas, palestras, reuniões ou oficinas. 56 57

EUTERPE ESPAÇO AUDITÓRIO MÓVEIS CIMO PAINÉIS DA ACADEMIA DO COMÉRCIO As poltronas desta sala são um dos poucos remanescentes do tempo em que aqui funcionou a Faculdade de Educação. Fabricadas pela Móveis CIMO, importante nome do mobiliário escolar no século passado, elas estavam presentes não só em escolas mas também em cinemas e teatros. A empresa catarinense marcou época ao aliar qualidade e design à produção em escala, atendendo não só escolas catarinenses, mas por todo o Brasil. Outros itens como cadeiras, escrivaninhas, arquivos e poltronas da marca icônica fazem parte do acervo do Museu. Na mesma sala encontra-se ainda um piano, datado de 1886. Em muitas escolas, a música era matéria de presença obrigatória, sendo ministrada na maioria das vezes ao piano, em salas de música ou auditórios. Por fim, nas paredes é possível vislumbrar uma tradição que se perdeu com os anos, ou pelo menos se modificou: os quadros de formatura. No século passado era costume que cada turma depois de formada deixasse de recordação para a instituição um quadro com fotografias dos alunos, mestres e homenageados. 58 59

Euterpe Espaço Auditório Móveis CIMO Painéis da Academia do Comércio 60 61

MARIA DA GRAÇA VANDRESEN ESPAÇO BRINQUEDOS DA MINHA INFÂNCIA A coleção de brinquedos em exposição no MESC foi doada pelo aluno e professor da extinta Escola Normal Catharinense, Aldo Nunes, que também foi o responsável pela criação do Atelier de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (ATECOR), localizado no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), do qual foi diretor de 1969 a 1981. Nessa escola, formou sensibilidades e mãos aptas a reparar agressões do tempo e dos homens em objetos da cultura material. De acordo com seu filho Adriano Vieira Nunes, o pai viveu sua infância e juventude no centro de Florianópolis, onde imperavam as brincadeiras de rua e as crianças mesmas faziam seus brinquedos, como o boi de mamão, carrinho de quatro rodas, bola de mão, pandorga, bilboquê de lata, carrinhos de madeira e de lata e tantos outros. Os brinquedos e brincadeiras apresentados no MESC são peças que se distanciam da massificação e da reprodução industrial e colocam a criança como protagonista das invenções e das técnicas que permitem construir seus próprios brinquedos. Tais objetos expressam, portanto, permanências e rupturas sobre a infância e revelam formas de conceber e tratar essa época, não pelos mestres e coordenadores, mas pelas próprias crianças. 62 63

SALA MARIA DA GRAÇA VANDRESEN ESPAÇO MATERIAL ESCOLAR Outra parte significativa do acervo é constituída por materiais escolares, equipamentos e móveis que fizeram parte da vida escolar de diversas gerações. Também podemos observar fotografias antigas do prédio, bem como de outras instituições escolares e de moveis de época, em especial dos móveis CIMO. 64 65

Maria da Graça Vandresen Espaço Material Escolar Brinquedos da Minha Infância 66 67

OSVALDO RODRIGUES CABRAL ESPAÇO EXPOSITIVO CARTEIRAS ESCOLARES Cenário Lembrança Escolar Coadjuvante da vida escolar, o conjunto de mesa e cadeira conhecido como carteira é sem dúvidas o maior cúmplice dos alunos. Da função primeira de suporte para o material à lousa de recados, rascunhos, segredos, colas de prova, desenhos ou esconderijo para gomas de mascar: quem não tem boas lembranças? Os formatos evoluíram bastante, tornaram-se mais ergonômicos e simpáticos. No Museu da Escola Catarinense apresentamos os bancos rústicos das escolas do interior, as mesas baú, passando pelas cadeiras universitárias até as mesinhas individuais já com tampo de fórmica. De 1900 aos anos 2000, certamente todos tivemos algumas dessas como companheiras. Uma tradição de antigamente eram as fotografias de lembrança escolar. Marcavam o início da vida escolar após a passagem pela alfabetização, sendo um momento de grande significação para as crianças e suas famílias. O cenário típico incluía uma bela mesa, sobre ela um globo ostentoso, livros e bandeiras e atrás do pequeno modelo um mapa do país ou do mundo. Infelizmente com o tempo esse costume se perdeu e muitos de nós não tivemos oportunidade de registrar esse momento. Pensando nisso, o Cenário da Lembrança Escolar recria essa atmosfera para que os visitantes possam se fotografar e levar esta lembrança da visita ao Museu. 68 69

NILSON PAULO ESPAÇO ANTONIETA DE BARROS Saleta expositiva que reconstitui um típico gabinete de direção escolar, com móveis de época. Na cultura escolar, ser convocado a este ambiente era quase certamente sinônimo de punição e castigo. Muitos professores aproveitavam o respeito que esse ambiente exercia sobre os alunos para ameaçá-los. Muitas vezes a mínima menção a esse espaço bastava para estabelecer a ordem em sala. Por meio de seus móveis e das memórias dos visitantes, a saleta recriada no MESC guarda essa aura de solenidade e recolhimento. Fazem parte dos móveis expostos: um conjunto de poltronas com mesinha, um arquivo com gaveteiro e porta deslizante, um armário porta-bandeiras, além de uma escrivaninha ocupada por Antonieta de Barros, diretora do Instituto Estadual da Educação (IEE), em 1950, quando este era situado no espaço onde atualmente está o Museu da Escola Catarinense. Possui também o busto de Antonieta de Barros, confeccionado pelo artista Laércio Luiz. 70 71

Antonieta de Barros Antonieta de Barros foi uma personagem importantíssima na formação cultural e política da Capital e do Estado de Santa Catarina. Nasceu em Florianópolis em 11 de julho de 1901. Formou-se em Português e Literatura pela Escola Normal Catarinense em 1921 e antes mesmo de concluir a graduação, fundou o Curso Primário Particular Antonieta de Barros para atender à comunidade carente. Foi fundadora e diretora do Jornal A Semana em Florianópolis, entre os anos de 1922 e 1927, onde publicou artigos ligados a educação, cultura, política e a condição feminina e racial da população catarinense. Em 1930, dirigiu a revista quinzenal Vida Ilhoa e escreveu artigos para jornais locais. Entre 1941 e 1945, Antonieta foi professora no Instituto Estadual de Educação Dias Velho, onde em 1950 veio a ser diretora. Em 1934, Antonieta aceita o convite do Partido Liberal Catarinense e torna-se a primeira mulher negra a ser eleita para uma cadeira na Assembleia Legislativa. Concorreu à deputada estadual nas eleições de 1945 e como primeira suplente pelo (PSD) lutou pela valorização do magistério. Defendeu a concessão de bolsas em cursos superiores para alunos carentes. Cumpriu seu mandato até 1951, quando veio a falecer por complicações da diabetes. 72 73

Nilson Paulo Espaço Antonieta de Barros 74 75

URÂNIA ESPAÇO SALA DE ESTAR DO CAFÉ No segundo andar do Café do Museu encontra-se o material resultante do projeto Resgate da História e da Cultura Material da Escola Catarinense, concebido e coordenado pela professora Maria da Graça Vandresen. O projeto percorreu grande parte do Estado visitando as escolas mais antigas, com o intuito de conhecer o patrimônio remanescente e concientizar sobre a importância da preservação das peças de interesse histórico no próprio local, como móveis, objetos, livros e fotografias, além das edificações. Todo esse processo foi fartamente documentado e está em exposição nesta sala, constituindo hoje um rico panorama das escolas públicas estaduais do final da década de 1990. OSVALDO FERREIRA DE MELO ESPAÇO COORDENAÇÃO/ ADMINISTRATIVA De modo geral, toda escola possuía um gabinetede direção. No museu, reproduzimos uma sala assim, o chamado espaço Antonieta de Barros. Todavia, a atual coordenação do Museu ocupa esta sala para sua função administrativa, para receber pessoas e organizar o planejamento do Museu. Como em quase tudo no Museu, foi pensada em seus múltiplos detalhes e concebida como local aconchegante para gerar boas ideias. 76 77

SELENE SALA DE AULA DE ÉPOCA No Museu da Escola Catarinense, reproduzimos uma sala de aula padrão do período do governo de Getúlio Vargas (1932-1954): entre quatro paredes, uma extremidade com o quadro negro feito em madeira; em uma lateral, janelas; nos fundos, armários para guardar material e na outra lateral a porta de acesso. Em fileiras e dispostas por toda a sala, encontram-se os populares conjuntos de mesa e cadeira, conhecidos como carteiras. Nas fileiras as carteiras apresentam uma variação de altura onde os alunos eram organizados de acordo com sua estatura, otimizando o espaço. Todas as carteiras são voltadas para a mesa do professor, em frente ao quadro. Em um dos cantos na frente da sala está o armário porta-bandeira para prestar homenagens, como também o púlpito para declamações. Nas paredes, mapas e diversos quadros com amostras de sementes de café, algodão, milho e outros produtos produzidos pelo país neste período disputam espaço com o relógio e o crucifixo. 78 79

Selene Sala de Aula de Época 80 81

MNEMÓSINE ESPAÇO AUDITÓRIO O Auditório Mnemósine ainda conserva alguns toques do sofisticado projeto do Guglielmi Salum Arquitetos Associados (Flávia Guglielmi e Marcelo Salum), realizado durante a Mostra Casa Nova 2013. Apesar da imponência que remete à um passado, tudo nesta sala é novo. O espaço recebeu novas poltronas além de acolher móveis do acervo. Localiza-se no piso superior e conta com capacidade para 80 lugares. 82 83

Mnemósine Espaço Auditório 84 85

SUBSOLO Planta do Subsolo Construído para elevar o piso em relação ao solo, o porão teve por muito tempo apenas função de ventilação do assoalho. Ao longo da história do prédio o espaço que tem a mesma planta dos outros dois pavimentos foi sendo gradativamente modificado para receber novos usos, como salas, laboratórios e depósitos. Com exceção dos locais sem condições de ocupação devido a pouca altura, as demais paredes de pedra e arcos de tijolos foram revestidas perdendo o aspecto característico de porão. Atualmente funcionam no subsolo cozinha, depósitos e instalações técnicas. Por questões de segurança essa parte não é acessível a visitação, mas imagens do espaço em exposição fornecem uma visão deste espaço. 86 87

Subsolo 88 89

Livro de bolso composto em TheSans e Chaparral Pro e impresso em papel couche fosco pela Editora DIOESC em agosto de 2016. Florianópolis, década de 1940

Visite o museu! Endereço: Rua Saldanha Marinho, 196. Centro. CEP: 88010-450 Florianópolis/SC Horário de visitação: de segunda a sexta, das 13h às 19h. sábados das 10h às 16h. visitas fora desse horário podem ser agendadas por e-mail ou telefone. Entrada gratuita. Contatos: E-mail: museudaescola@udesc.br Fone: +55 48 3664-8110 Acompanhe nossas redes sociais: instagram.com/museudaescola facebook.com/museudaescolacatarinense 92