A ZONA DE CONVERGÊNCIA DO ATLÂNTICO SUL NO MODELO CLIMÁTICO DO HADLEY CENTRE. Iracema F.A.Cavalcanti 1 e Peter Rowntree 2 ABSTRACT



Documentos relacionados
INFLUÊNCIA DE FASES EXTREMAS DA OSCILAÇÃO SUL SOBRE A INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DAS CHUVAS NO SUL DO BRASIL

Atmosfera e o Clima. Clique Professor. Ensino Médio

Resumo. Abstract. 1. Introdução

TELECONEXÕES E O PAPEL DAS CIRCULAÇÕES EM VÁRIOS NÍVEIS NO IMPACTO DE EL NIÑO SOBRE O BRASIL NA PRIMAVERA

Massas de ar do Brasil Centros de ação Sistemas meteorológicos atuantes na América do Sul Breve explicação

Variabilidade na velocidade do vento na região próxima a Alta da Bolívia e sua relação com a precipitação no Sul do Brasil

ATUAÇÃO DO VÓRTICE CICLÔNICO DE ALTOS NÍVEIS SOBRE O NORDESTE DO BRASIL NO MÊS DE JANEIRO NOS ANOS DE 2004 E 2006.

INMET: CURSO DE METEOROLOGIA SINÓTICA E VARIABILIDADE CLIMÁTICA CAPÍTULO 4

Análise sinótica associada a ocorrência de chuvas anômalas no Estado de SC durante o inverno de 2011

MUDANÇA A DOS EVENTOS ZCAS NO CLIMA FUTURO

Índices Teleconectivos

CONSIDERAÇÕES SOBRE A CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA DA ALTA TROPOSFERA DURANTE O VERÃO DA AMÉRICA DO SUL

INFORMATIVO CLIMÁTICO

Relações entre diferentes fases da monção na América do Sul

CARACTERIZAÇÃO DA VARIABILIDADE INTERANUAL DAS VAZÕES MÉDIAS MENSAIS NA AMERICA DO SUL

Jose A Marengo CCST INPE São Paulo, Brazil jose.marengo@inpe.br

ANÁLISE DE UM CASO DE CHUVA INTENSA NO SERTÃO ALAGOANO NO DIA 19 DE JANEIRO DE 2013

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA Instituto Nacional de Meteorologia INMET Coordenação Geral de Agrometeorologia

PADRÕES ATMOSFÉRICOS E A PREVISÃO NUMÉRICA DO CLIMA NA AMÉRICA DO SUL ANÁLISE ESTATÍSTICA

CAPÍTULO 8 O FENÔMENO EL NIÑO -LA NIÑA E SUA INFLUENCIA NA COSTA BRASILEIRA

1. Acompanhamento dos principais sistemas meteorológicos que atuaram. na América do Sul a norte do paralelo 40S no mês de julho de 2013

SINAIS DE LA NIÑA NA PRECIPITAÇÃO DA AMAZÔNIA. Alice M. Grimm (1); Paulo Zaratini; José Marengo

ÍNDICE K: ANÁLISE COMPARATIVA DOS PERIODOS CLIMATOLÓGICOS DE E

NOTA TÉCNICA: CHUVAS SIGNIFICATIVAS EM JUNHO DE 2014 NA REGIÃO SUDESTE DA AMÉRICA DO SUL

PRECIPITAÇÃO CLIMATOLÓGICA NO GCM DO CPTEC/COLA RESOLUÇÃO T42 L18. Iracema F. A. Cavalcanti CPTEC/INPE ABSTRACT

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO. (Fevereiro, Março e Abril de 2002).

CAPÍTULO 9. El Niño/ Oscilação Sul (ENOS) Nota: Para mais informações, consulte o PowerPoint: Kousky-Lecture-18-enso-cycle.ppt

Estudo de Caso : Configuração da Atmosfera na Ocorrência de Baixo Índice da Umidade Relativa do Ar no Centro-Oeste do Brasil

MECANISMOS FÍSICOS EM MÊS EXTREMO CHUVOSO NA CIDADE DE PETROLINA. PARTE 3: CARACTERÍSTICAS TERMODINÂMICAS E DO VENTO

UMA ANÁLISE CLIMATOLÓGICA DE RE-INCURSÕES DE MASSAS DE AR ÚMIDO NA REGIÃO DA BACIA DO PRATA DURANTE A ESTAÇÃO FRIA.

INMET/CPTEC-INPE INFOCLIMA, Ano 13, Número 07 INFOCLIMA. BOLETIM DE INFORMAÇÕES CLIMÁTICAS Ano de julho de 2006 Número 07

Climatologia GEOGRAFIA DAVI PAULINO

Nota Técnica 01/2015: Estado atual do El Niño e perspectiva para os próximos meses

Fenômeno El Niño influenciará clima nos próximos meses

BLOQUEIOS OCORRIDOS PRÓXIMOS À AMÉRICA DO SUL E SEUS EFEITOS NO LITORAL DE SANTA CATARINA

COLÉGIO SÃO JOSÉ PROF. JOÃO PAULO PACHECO GEOGRAFIA 1 EM 2011

PROGNÓSTICO TRIMESTRAL (Setembro Outubro e Novembro de- 2003).

MIGRAÇÃO DA ZONA DE CONVERGÊNCIA INTER-TROPICAL (ZCIT): UM ESTUDO COM UM MODELO CLIMÁTICO SIMPLES. por

ABSTRACT. Palavras-chave: Aviso Meteorologia Especial, INMET, São Paulo. 1 - INTRODUÇÃO

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA ENERGIA CINÉTICA ASSOCIADA A ATUAÇÃO DE UM VÓRTICE CICLÔNICO SOBRE A REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

Estudo de caso de um sistema frontal atuante na cidade de Salvador, Bahia

Boletim Climatológico Mensal Fevereiro de 2010

ASPECTOS SINOTICOS E TtRMICOS DO INVERNO EUROPEU 86/87. Marcos Anderson Duffles Andrade

3203 APERFEIÇOAMENTO DE UM MÉTODO DE PREVISÃO DE TEMPERATURAS MÁXIMAS PARA PELOTAS

Colóquio APMG Um Inverno particular. Pedro Viterbo Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Agradecimentos: Julia Slingo, UK Metoffice

Massas de Ar e Frentes

INFLUÊNCIA DE EVENTOS ENOS NA PRECIPITAÇÃO DE CAMPINAS, SP Leônidas Mantovani Malvesti 1 e Dr. Jonas Teixeira Nery 2

PROGNÓSTICO DE ESTAÇÃO PARA A PRIMAVERA DE TRIMESTRE Outubro-Novembro-Dezembro.

CARACTERIZAÇÃO DO CLIMA DA CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

CAPÍTULO 13 OS CLIMAS DO E DO MUNDOBRASIL

Universidade de Aveiro Departamento de Física. Dinâmica do Clima. Precipitação

A mudança climática: Kyoto e cenários de aquecimento global

Ocorrência de Storm Track no Hemisfério sul

Elementos Climáticos CLIMA

CLIMA I. Fig Circulação global numa Terra sem rotação (Hadley)

XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002

ANÁLISE SINÓTICA DA ESTIAGEM NO VERÃO 2004/2005 NO OESTE E MEIO-OESTE CATARINENSE

Interacção Oceano-Atmosfera. O transporte de calor pelos oceanos. Os oceanos como reguladores do clima.

Tendência Sazonal das Temperaturas mínimas e máximas no Rio Grande do Sul. Amazônia, Manaus, AM.

CARACTERÍSTICAS DA PRECIPITAÇÃO SOBRE O BRASIL NO VERÃO E OUTONO DE 1998.

Adversidades Climáticas Geradoras de Eventos de Inundação. Camila Cossetin Ferreira

CLIMATOLOGIA DE RELÂMPAGOS NO BRASIL: ANÁLISE PRELIMINAR

AS CHUVAS DE JANEIRO/2004 NO NORDESTE DO BRASIL, SUAS CARACTERÍSTICAS ATMOSFÉRICAS E SEUS IMPACTOS NOS RECURSOS HÍDRICOS DA REGIÃO

Acumulados significativos de chuva provocam deslizamentos e prejuízos em cidades da faixa litorânea entre SP e RJ no dia 24 de abril de 2014.

Validação das observações feitas com o pluviômetro de garrafa PET na cidade de Belém-PA.

CICLONE EXTRATROPICAL MAIS INTENSO DAS ÚLTIMAS DUAS DÉCADAS PROVOCA ESTRAGOS NO RIO GRANDE DO SUL E NO URUGUAI

4. ANÁLISE DA PLUVIOMETRIA

PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL

Impacto do Fenômeno El Niño na Captação de Chuva no Semi-árido do Nordeste do Brasil

01 Introdução 02 O que é um tornado? 03 Quanto custa um tornado? Tipo de destruição 04 Tornado é coisa de norte americano? 05 O que é um downburst?

INFORME SOBRE O VERÃO

UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A VARIABILIDADE DE BAIXA FREQU~NCIA DA CIRCULAÇ~O DE GRANDE ESCALA SOBRE A AM~RICA DO SUL. Charles Jones e John D.

DMet CTO / MN Centro Técnico Operacional de Manaus Divisão de Meteorologia

DESASTRES NATURAIS SOBRE A AMAZÔNIA E NORDESTE BRASILEIRO ASSOCIADOS ÀS ENCHENTES E INUNDAÇÕES: O CASO DE 2009

Relação entre a Precipitação Acumulada Mensal e Radiação de Onda Longa no Estado do Pará. (Dezembro/2009 a Abril/2010)

VARIAÇÃO DIÁRIA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA EM BELÉM-PA EM UM ANO DE EL NIÑO(1997) Dimitrie Nechet (1); Vanda Maria Sales de Andrade

ANÁLISE DE VÓRTICES CONVECTIVOS DE MESOESCALA EMBEBIDOS NA ZCAS

Análise das condições atmosféricas durante evento extremo em Porto Alegre - RS

CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DOS SISTEMAS FRONTAIS NA CIDADE DE SÃO PAULO. Guilherme Santini Dametto¹ e Rosmeri Porfírio da Rocha²

ANÁLISE DE UM CASO DE ZCAS UTILIZANDO PSEUDO-TEMPS NA ASSIMILAÇÃO DE DADOS DO MCGA/CPTEC/COLA

INFLUÊNCIA DA ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL NA VARIABILIDADE DA PRECIPITAÇÃO EM MACAPÁ - BRASIL 1

PRINCIPAIS SECAS OCORRIDAS NESTE SÉCULO NO ESTADO DO CEARÁ: UMA AVALIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA

VARIABILIDADE DO VENTO NA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO DURANTE A OCORRÊNCIA DA ZCAS

Figura 18. Distâncias das estações em relação ao Inmet e Mapa hipsmétrico

DETERMINAÇÃO DAS DATAS DE INÍCIO E FIM DA ESTAÇÃO CHUVOSA PARA REGIÕES HOMOGÊNEAS NO ESTADO DO PARANÁ

INFOCLIMA, Ano 11, Número 11 INFOCLIMA. Previsão de Consenso 1 CPTEC/INPE e INMET para o trimestre Dezembro/04 a fevereiro/05

ASPECTOS METEOROLÓGICOS ASSOCIADOS A EVENTOS EXTREMOS DE CHEIAS NO RIO ACRE RESUMO

ESTUDO DE CASO DE CHUVAS EXTREMAS NO NEB: RECIFE (PE) - ABRIL DE wendellmax@gmail.com

Influências de teleconexões na variabilidade de precipitação em algumas regiões do Brasil

FREQUÊNCIA DA TEMPERATURA MÍNIMA DO AR ASSOCIADA A EVENTOS EL NIÑO, LA NIÑA E NEUTROS NO RIO GRANDE DO SUL

CLIMATOLOGIA. Profª Margarida Barros. Geografia

VISUALIZAÇÃO TRIDIMENSIONAL DE SISTEMAS FRONTAIS: ANÁLISE DO DIA 24 DE AGOSTO DE 2005.

ANÁLISE DA OCORRÊNCIA SIMULTÂNEA DE ENOS E ODP SOBRE O CARIRI CEARENSE

ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS DA PRECIPITAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CAPÍTULO 11 O FENÔMENO EL NINO

MODELOS ESTATÍSTICOS DE QUANTIFICAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO ASSOCIADA AS PASSAGENS FRONTAIS NO RIO GRANDE DO SUL. por

PROGNÓSTICO TRIMESTRAL Agosto-Setembro-Outubro de Prognóstico Trimestral (Agosto-Setembro-Outubro de 2003).

Boletim Climatológico Mensal Maio de 2014

CLIMATOLOGIA SINÓTICA DE EVENTOS EXTREMOS DE CHUVA NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

Modulações da ZCAS pelas temperaturas da superfície do mar no Atlântico Sudoeste

Transcrição:

A ZONA DE CONVERGÊNCIA DO ATLÂNTICO SUL NO MODELO CLIMÁTICO DO HADLEY CENTRE. Iracema F.A.Cavalcanti e Peter Rowntree CPTEC/INPE, BRASIL HADLEY CENTRE, U.K. ABSTRACT The South Atlantic Convergence Zone (SACZ), a cloudiness band oriented NW/SE over South America and South Atlantic which shows an interaction between tropical and middle latitudes systems is analysed in results of the Hadley Centre Model (HADAMb). Outlongwave radiation (OLR) was analysed in years of the model integration to identify extreme cases of convection associated with the SACZ. The extreme cases which occurred in December, January and February (DJF), during the whole analysed period, were averaged in areas were the ZCAS can be located. The convective band was identified in the areas, and the main characteristics were the presence of positive anomalies to the north and south of the band. The analyses of convective precipitation and specific humidity also show the same characteristics, indicating strong ascent of moist air in the region of the SACZ and subsidence and dry regions to the north and to the south. The area to the south has more intense positive anomalies of OLR and is drier than the area to the north. This feature can be associated with the displacement of zonal fronts which interact with the convection over the continent and which have to the rear, cold and dry air. Positive values of soil moisture in the region of the ZCAS can be a result of the intense precipitation and can also be seen as a feedback to the maintenance of the band. -Introdução A Zona de Convergência do Atlântico Sul é uma banda de nebulosidade convectiva que se estende de noroeste a sudeste sobre a América do Sul e mostra uma interação entre sistemas tropicais e extratropicais. Esta banda aparece na primavera e verão algumas vezes no outono, mas nunca no inverno. A principal característica para o desenvolvimento desta banda é uma forte convecção sobre a América do Sul tropical, o que é frequente no verão e o deslocamento de sistemas frontais de latitudes médias em direção a nordeste, ao longo da costa do Brasil. Uma revisão de estudos sobre este sistema pode ser encontrada em Rocha e Gandu (). O objetivo deste estudo é usar os resultados do modelo do Hadley Centre para identificar anos de casos extremos de ocorrência de ZCAS e analisar as variáveis atmosféricas bem como as variáveis de superfície que são associadas com a banda de nebulosidade. - Dados do modelo e caracterização da ZCAS Neste estudo uma integração de anos realizada pelo Hadley Centre (U.K.), foi a base de dados para a análise da ZCAS. O período de análise foi de a e as condições iniciais foram obtidas de outra integração de anos. Destas, foram considerados o dia primeiro de fevereiro dos anos de a, para a obtenção de condições iniciais. Portanto estas condições iniciais têm todas as variáveis de saída do modelo, incluindo umidade do solo. As condições de contorno variáveis foram as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) e extensão do gelo mensais. As variáveis analisadas do modelo foram anomalias de radiação de onda longa (ROL), precipitação convectiva, umidade específica em hpa e umidade do solo. Para identificar a ZCAS, foi analisada primeiramente a radiação de onda longa. Para analisar as anomalias da ZCAS, foram consideradas regiões onde a ZCAS pode ocorrer, devido ao deslocamento para norte ou para sul durante alguns anos (observado em imagens de satélite e em campos de precipitação). As regiões

foram chamadas de Area, e e consistiram de regiões em uma direção diagonal seguindo a orientação da ZCAS (Noroeste/Sudeste). Area : W to W; S to S + W to W; S to S + W to W; S to S. Area : W to W; S to S + W to W; S to S + W to W; S to S. Area : W to W; S to S + W to W; S to S + W to W; S to S. -Variabilidade Interanual da ZCAS A frequência de ocorrência de anomalias menores que -W/m em cada área é mostrada nas Fig.a,b,c para as décadas do período analisado. Nota-se que a frequência de ocorrência diminui a partir da década de, principalmente nas áreas e. As maiores frequências são identificadas nas áreas e nas décadas de a e a. Nas séries temporais de anomalias médias para cada área, (não mostradas) há uma tendência positiva nos valores de anomalias, com mais valores positivos nas décadas após. Essa variabilidade sugere que nas útimas décadas a atividade convectiva da ZCAS diminuiu. Esses resultados do modelo podem indicar que as condições de contorno de TSM e de gelo do mar modificaram e alteraram o comportamento da banda de nebulosidade sobre a América do Sul, e pode ser parte de um processo de mudanças climáticas. - Casos extremos de ocorrência de ZCAS em DJF Os casos extremos foram considerados os meses em que a média espacial das anomalias de ROL em cada área foi menor do que - W/m. Foi feita uma média sazonal de verão com todos os meses extremos, para análise das configurações..- Configurações de ROL A posição da ZCAS sazonal de verão, para as áreas, e é vista na Fig.a, que mostra as anomalias de ROL. A posição na área também afeta o Nordeste do Brasil, (sombreado escuro) e a região ao sul da banda convectiva apresenta anomalias positivas, indicando um deslocamento da banda para o norte e uma região de subsidência devido à forte ascenção do ar na região da ZCAS. Anomalias positivas também são observadas sobre o Atlântico Norte o que representa uma fraca ZCIT. Uma banda de anomalias negativas sobre o Pacífico Sul caracteriza a presença de uma ZCPS mais forte que o normal. No composto para a área, a qual é situada sobre parte do sudeste e sul do Nordeste, também existe uma área de anomalias positivas ao sul da banda convectiva. A posição na área, a qual se estende da América do Sul Central para o Brasil Sudeste, apresenta também uma área de anomalias positivas ao norte, além daquela ao sul. Anomalias negativas são observadas na região da ZCIT e é notada também a presença da ZCPS no Pacífico..- Precipitação convectiva, umidade específica, umidade do solo e escoamento do vento Os compostos de umidade do solo, (Fig.b), precipitação convectiva, (Fig.a), e umidade específica em hpa (Fig.b) mostram o mesmo padrão de anomalias encontrado nos campos de radiação de onda longa. As mesmas características de áreas mais secas e com menos chuva são notadas ao sul da banda de precipitação, bem como a presença da ZCPS. O escoamento do vento em altos níveis apresenta uma distorção na circulação da alta da Bolívia, com uma extensão para a região da ZCAS, consistente com dados observados (Fig. não mostrada). -Conclusões

Os casos extremos da ZCAS mostraram uma configuração de uma banda de nuvens entre duas regiões secas. A região ao sul tem valores positivos mais altos de OLR e valores mais altos de anomalias negativas de umidade específica, caracterizando uma região mais seca. O mesmo tipo de configuração foi obtido por Kousky e Cavalcanti () usando análises de EOF para OLR. O mecanismo desta configuração parece ser uma forte ascenção do ar na ZCAS e subsidência ao norte e ao sul. Os valores mais altos ao sul da ZCAS podem ser relacionados com o deslocamento de zonas frontais que interagem com a convecção sobre o continente e que são acompanhadas por ar seco e frio atrás da banda de nebulosidade associada às frentes frias. A presença da ZCPS nos casos em que a ZCAS estava posicionada na área e na área podem indicar a conexão entre essas duas bandas de convecção, como discutido em Grimm e Silva Dias (). Os valores positivos de umidade do solo na região da ZCAS podem ser o resultado de intensa precipitação convectiva e pode também ser um mecanismo de feedback para a manutenção da banda. A alta umidade específica na região da ZCAS pode ser também parte do processo de feedback. Agradecimentos Este estudo mostra parte das análises feitas no Hadley Centre (U.K.) e foi financiado pela União Européia através do projeto Climate Variability over South America Project. Agradeçemos a Simon Wilson, Mark Rodwel, Gil Martin, Dave Rowell and Gordon Lupton, membros do Hadley Centre. O primeiro autor agradece também ao CNPq. processo n../.. Referências Davies, J.R.; D.P.Rowell; C.K.Folland,. North Atlantic European seasonal predictability using an ensemble of multidecadal AGCM simulations. Internat. J.Climatol.,, -. Grimm, A.M.; P.L. Silva Dias,. Analyses of tropical-extratropical interactions with influence functions of a barotropic model. J.Atm. Sci,, -. Hall, C.D; R.A.Stratton; M.L.Gallani,. Climate simulations with the Unified Model:AMIP runs. Climate Research Note., Hadley Centre. Kousky V.E.; I.F.A.Cavalcanti,. "Precipitation and Atmospheric Circulation Anomaly Patterns in the South American Sector". Revista Brasileira de Meteorologia, Vol. : -. Rocha, A.G.; Gandu,. South Atlantic Convergence Zone, In: Climanalise, Edição Especial. CPTEC/INPE, -. Rowell, D.P.,. Assessing potential predictability with an ensemble of multidecadal GCM simulations. J.Climate,, -. AREA AREA AREA (a) (b) (c) Fig.-Número de casos com médias de anomalias de ROL menores que - W/m, em cada década (-/, --, --, -/, -/, -/, -/, --, --, - /. (a) Área, (b) Área, (c) Área.

(a) (b) Fig.-a)Precipitação convectiva; b) umidade específica em hpa para casos extremos de atividade convectiva nas áreas A, A e A.

(a) Fig.-a) Radiação de Onda Longa ; b) Umidade do solo para casos extremos de atividade convectiva nas áreas A, A e A. (b)