No RS, trabalhadores paralisam e protestam contra a terceirização e os ajustes fiscais Em Porto Alegre e região metropolitana, pararam o metrô (TRENSURB), as empresas de ônibus, professores, metalúrgicos, bancários e servidores públicos, entre outras categorias. Sindicatos e centrais se preparam para uma greve geral contra a perda de direitos dos trabalhadores. O Dia Nacional de Paralisações, convocado pelas centrais sindicais em todo o país para essa sexta-feira (29 de Maio) teve forte adesão no Rio Grande do Sul. Na Capital, Porto Alegre, já de madrugada piquetes estavam montados em oito garagens de empresas do transporte público, impedindo a saída dos ônibus (entre elas a CARRIS, NORTRAN, SUDESTE e a TINGA). Na garagem da CARRIS, na zona Leste, por volta das 7h30min um efetivo da Polícia de Choque da Brigada Militar tentou liberar o portão à força, quase usando da violência contra os rodoviários da empresa, que estavam parados, e contra os sindicalistas. Por meio de negociação com a empresa, a mobilização seguiu até às 8h30min, sob a ameaça constante da tropa de choque, que permaneceu no local até que a garagem fosse aberta e os ônibus saíssem.
Os trabalhadores do metrô (TRENSUBR), mesmo com a decisão judicial de multa de R$ 30 mil caso não garantissem o funcionamento em horários de pico, ficaram o dia inteiro parados. Nenhuma estação de Porto Alegre e da região metropolitana foi aberta durante a sexta-feira e nem os trens
circularam. As agências bancárias públicas e privadas não abriram; professores e funcionários da rede pública estadual de educação fecharam inteiramente várias escolas da cidade (como o Julio de Castilhos, o Julinho, e o Protásio Alves). Professores e servidores da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e servidores públicos de várias outras categorias, sejam federais ou estaduais, também cruzaram os braços. Os municipários de Porto Alegre, que estão em greve há 10 dias, se juntaram às mobilizações do Dia Nacional de Paralisações. Na região metropolitana, depois de quase 20 anos, os trabalhadores da VICASA (da cidade de Canoas) pararam e a empresa também teve suas garagens bloqueadas até parte da manhã. Em Santa Maria, na região central do estado, professores e servidores da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) aderiram às paralisações. Na nossa categoria, a TI, trabalhadores da regional do SERPRO em Porto Alegre fizeram uma assembleia durante a manhã, ficando parados por uma hora. Os colegas usaram o momento para conversar sobre as perdas de direitos que os trabalhadores vêm sofrendo ano após ano e sobre perdas específicas no SERPRO (como o fundo de pensão, o SERPROS) e a campanha salarial. À tarde, foi a vez dos trabalhadores da PROCERGS e da PROCEMPA paralisarem por 1h seus serviços.
No Serpro (primeira foto) e na Procergs (segunda) Ato unificado contra a terceirização e os ajustes fiscais Às 11h, iniciou o ato unificado dos sindicatos das categorias que estavam mobilizadas, das centrais sindicais e de movimentos sociais contra as terceirizações e os ajustes fiscais dos governos. Em frente ao CPERS Sindicato, na avenida Alberto Bins, no centro da cidade, concentraram-se professores, concursados da Brigada Militar e dos Bombeiros que ainda não foram nomeados, servidores públicos em geral e
rodoviários. Logo depois, comerciários, metalúrgicos e demais categorias que tinham protestado em frente à FEDERASUL (Federação das Indústrias no Rio Grande do Sul) chegaram ao local, dando início ao protesto unificado.
Em marcha, cerca de 3 mil manifestantes percorreram pela Avenida Mauá, parando em frente à prefeitura de Porto Alegre, onde cederam espaço para uma fala dos municipários grevistas no carro de som. Com a adesão de mais essa categoria, os trabalhadores subiram pela Avenida Borges de Medeiros até a Rua Jerônimo Coelho, onde entraram rumo ao Palácio Piratini.
Em frente à sede do governo gaúcho, representantes das centrais sindicais que convocaram o Dia Nacional de Paralisações fizeram suas falas finais sobre a importância da mobilização dessa sexta-feira e, principalmente, sobre os desafios que estão por vir. Todos sabem que os efeitos da dita crise financeira avançam e que governos e empresários provavelmente quererão compensar suas supostas perdas retirando mais direitos dos trabalhadores e rebaixando seus salários. Portanto, a resposta dos trabalhadores terá que ser à altura! Sindicatos e centrais sindicais já preparam, desde já, a GREVE GERAL no país. Fique atento O que foi o dia 29 de Maio O dia 29 de Maio foi o Dia Nacional de Paralisação e
Manifestações, organizado pelas centrais sindicais CSP- Conlutas, CTB, CUT, Intersindical-CCT, UGT e Nova Central. A exemplo do que ocorreu em 15 de Abril, nesta sexta-feira trabalhadores do transporte público, rodovias, portos, fábricas, canteiros de obra, universidades, comércio e escolas de várias capitais e cidades do país pararam contra o Projeto de Lei que libera as terceirizações (PL 4330) e as MPs 664 e 665, que reduzem direitos, como do seguro-desemprego. O que são as MPS 664 e 665 (clique no link) Por que o PL 4330, que libera as terceirizações, é um perigo aos trabalhadores (clique no link) Junto com a retirada dos direitos, os governos federal, estadual e municipais e os empresários estão infringindo aos trabalhadores forte arrocho salarial, alegando que os efeitos da crise financeira agora estão chegando ao país. Em diversos estados, as previdências dos trabalhadores estão sofrendo alterações, como no caso do Paraná, em que os professores resistiram e foram duramente reprimidos. Ainda há o Programa de Proteção do Emprego (PPE), pouco divulgado mas que está sendo negociado entre o governo federal e algumas centrais sindicais. Com a desculpa de proteger os empregos, o PPE consiste em diminuir salário dos trabalhadores e conceder dinheiro público para que, em troca, os empresários reduzam seus custos e, assim, não efetivem demissões. Nessa tal de crise, quem continua perdendo mais é o TRABALHADOR. Essa crise não é nossa! E não devemos pagar por ela! Mantenha-se informado, colega. E participe das mobilizações!
Sindppd/RS