Presidente em exercício critica fala de ministro sobre reforma trabalhista

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1 Boletim 1066/2016 Ano VIII 22/09/2016 Presidente em exercício critica fala de ministro sobre reforma trabalhista Tema que têm tirado a paz do Executivo federal no pós-impeachment, será levado à discussão no Congresso apenas em Com isso, Planalto ganha tempo para discutir matéria com sindicatos São Paulo - Em sua segunda visita a São Paulo na mesma semana como presidente em exercício, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou a fala do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, de que o governo só vai enviar a proposta de reforma trabalhista no segundo semestre de Os dois estiveram ontem (21) em eventos que debatiam o crescimento do País. Pela manhã, Nogueira afirmou que a preocupação do governo é a recuperação fiscal, e a reforma trabalhista está em segundo plano. "A questão é complexa, precisa ter ampla participação de todos os setores. Dada a complexidade, a decisão do governo é deixar a modernização para o segundo semestre de 2017", falou o ministro, durante discurso na abertura da edição do "Fóruns Estadão Brasil Competitivo". Durante a tarde, no Congresso Brasil Competitivo, Maia disparou contra Nogueira, afirmando que além de dar uma primeira notícia ruim - quando se ventilou a possibilidade de criar uma jornada diária de 12 horas - o ministro jogou o tema da reforma no momento errado. "Hoje, o ministro do Trabalho disse que a reforma trabalhista vai ficar para o segundo semestre. Não deveria ter tratado de reforma trabalhista. Foram duas notícias ruins. Da forma como comunicou antes e o anuncio de hoje de que deixou tudo para o segundo semestre do ano que vem", criticou Maia. "Às vezes é melhor a gente falar pouco e produzir mais. Acho que a gente ajuda mais o nosso País. Tenho tentado, nessa linha, focalizar junto com os líderes a fazer essa agenda objetiva", completou o presidente em exercício, aplaudido por empresários que acompanhavam sua fala. Foco na retomada Nogueira disse ainda que, antes da reforma trabalhista, o governo precisa concentrar esforços em resolver a situação fiscal, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que vai limitar as despesas primárias da União aos gastos do ano anterior corrigidos pela inflação oficial. "De que adiantaria a modernização [trabalhista] se a economia não voltar ao eixo?", declarou o ministro. 1

2 Ele destacou que o governo está promovendo um amplo debate com empregadores, trabalhadores e sindicatos para discutir as mudanças na legislação, destacando que a reforma é complexa e precisa de ampla discussão. Nesta fase, antes de apresentar efetivamente uma reforma, o governo está "aventando propostas e elaborando ideias". O ministro reforçou que o governo "não apresentará prato feito" antes de um amplo diálogo. Segundo Nogueira, a liberdade de escolha é princípio fundamental para a modernização. Ele afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem endossado essa tese, de valorização do que é acordado sobre o legislado. No Congresso Em consonância com discurso prévio, Maia voltou a defender a necessidade de aprovação da PEC do Teto de Gastos. "Teremos meses decisivos. Meu mandato será de sete meses, mas com algumas votações na agenda que serão decisivas. Chegamos em um tempo em que brasileiros não podem mais esperar", afirmou ele. Diego Felix e Agências Centrais vão às ruas contra reformas No entanto, sindicalistas divergem em tom a ser adotado com o governo e sobre a PEC 241, que estipula um teto para as despesas públicas por 20 anos São Paulo - As centrais sindicais preparam um grande protesto nesta quinta-feira (22) contra mudanças na Previdência Social e legislação trabalhista. O objetivo é marcar posição oposta ao governo Michel Temer, que estuda alterações nas regras. Desta vez, não participam só as maiores centrais sindicais - CUT, UGT, CTB, Força Sindical, Nova Central e CSB -, mas também CGTB, CSP-Conlutas e Intersindical. Os sindicalistas dizem que a intenção é fazer uma mobilização por greve geral, caso o governo insista nas reformas. "É um dia de preparação para a greve geral, que ainda não tem data marcada. Mas, quanto mais o tempo passa, mais demonstra a necessidade de ter uma greve para enfrentar os ataques aos direitos que o governo está fazendo", 2

3 declarou ao DCI o secretário de Administração e Finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo. Apesar da união contra modificações na Previdência e na lei trabalhista, os sindicalistas estão divididos quanto a como negociar com o governo. "Quando o governo chama para negociar a retirada de direitos, o que mais tem para ser negociado? Não vamos negociar direitos", critica Severo. Já para o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SDD-SP), os trabalhadores devem manter um diálogo com o governo Temer. "A manifestação é para dizer que somos contrários a retirada de direitos. Isso não significa que nós não vamos negociar. Assim que tiver uma proposta, o governo vai nos chamar e nós vamos conversar", afirmou o dirigente. Os atos estão previstos nas 26 capitais e no Distrito Federal PEC dos gastos Outro ponto de divergência entre os sindicalistas é sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que cria um limite para os gastos públicos por 20 anos. A intenção de governo é votar a proposta no Congresso ainda este ano. Na avaliação da CUT, é preciso barrar a texto, que seria usada como pretexto para mudanças na Previdência. "Ao aprovar a PEC, que é a espinha dorsal da reforma, [o governo] vai colocar como pretexto a necessidade para fazer outras modificações. Como a PEC limitar gastos com pagamento de pessoal e aposentadorias, teria que se fazer a reforma da Previdência", declarou o secretário de Finanças e Administração da CUT. Segundo Severo, a central fará uma mobilização no dia 5 de outubro, em Brasília, para pressionar congressistas contra a proposta. Para o presidente da Força, o texto precisa ser modificado, com a retirada de teto para despesas sociais, como saúde e educação. Todavia, ele entende que é preciso colocar um limite para o gasto público. "Vamos tentar retirar saúde e educação, prioridades para o povo. Mas achamos que o governo tem que garantir o teto dos gastos, que, exagerado como vinha acontecendo, tem que parar", disse o deputado. O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, diz que a reforma trabalhista visa dar mais segurança para contratações. Fernando Barbosa (Fonte: DCI dia 22/09/2016) 3

4 Com PDV, Volks elimina 13% do quadro de funcionários no ABC No total, trabalhadores deixaram a montadora Eduardo Laguna, O Estado de S.Paulo A Volkswagen cortou em 13% o efetivo empregado na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) durante o programa de demissões voluntárias (PDV) aberto, no início do mês passado, no parque industrial onde são montados os modelos Gol, Saveiro e Jetta. No total, trabalhadores deixaram a montadora pelo PDV, segundo balanço divulgado pelo sindicato dos metalúrgicos da região. Antes do programa - no qual a empresa oferecia 20 salários extras, além do pagamento de meio salário por ano trabalhado -, a fábrica empregava cerca de 10,5 mil pessoas. Procurada, a Volks disse que não comentaria os números. As adesões ao PDV foram expressivas, mas, dada a grave crise enfrentada pela indústria de veículos, não resolvem o excesso de mão de obra que somava 3,6 mil empregados nas linhas do grupo no ABC. Por isso, mesmo com o plano de acelerar a produção para repor estoques nos próximos dois meses, a Volkswagen mantém afastados da produção 470 operários que, junto com o restante do quadro de funcionários, deveriam ter voltado ontem das férias coletivas que paralisaram a unidade por mais de um mês devido à falta de peças. Desse grupo, apenas 52 vão retornar ao trabalho no dia 3 de outubro. A partir da mesma data, os demais 418 terão os contratos temporariamente suspensos no regime conhecido como "lay-off", no qual os empregados ficam afastados por até cinco meses, com parte do salário (R$1,4 mil) bancada pelo governo. No mesmo acordo que permitiu a realização do PDV entre 4 de agosto e 12 de setembro, a montadora já tinha acertado a renovação do PPE, o programa de proteção ao emprego que permite a empresas reduzir jornadas e salários. 4

5 Em troca, os empregadores são proibidos de demitir de forma arbitrária ou sem justa causa. Pelo PPE, a Volkswagen vinha diminuindo a carga de trabalho em 20%, o equivalente a um dia por semana sem atividade. No entanto, o sindicato informa que, na nova fase do programa, a montadora poderá ampliar a redução de jornada para 30%, o que, para os empregados, significaria uma perda de 15% nos salários. Outros 15% são cobertos por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). No pior nível em uma década, as vendas de veículos continuam mostrando neste mês um desempenho considerado "decepcionante". Até ontem, o ritmo dos emplacamentos recuava 22,3% na comparação com setembro do ano passado, em conta que engloba carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Frente a agosto, as vendas nas concessionárias estão quase 5% menores, revela o diretor de uma grande montadora. "Vemos que, após a troca de governo, a melhora dos índices de confiança não se traduz em atitude de compra no mercado automotivo. As pessoas seguem reticentes sobre o que vai acontecer no País", afirma o executivo, acrescentando que a indústria já se prepara a um mercado que não deve chegar a 2 milhões de veículos neste ano - cerca de 22% a menos do que em "Isso representa um impacto enorme na cadeia de fornecedores. Só resta à indústria fazer o ajuste, seja de mão de obra, seja da rede de concessionárias ou de fornecedores. A capacidade ociosa é brutal." 5

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7 (Fonte: Estado de SP dia 22/09/2016) 7

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