Invasões biológicas: uma das principais ameaças à biodiversidade Hélia Marchante Escola Superior Agrária de Coimbra/IPC Centro de Ecologia Funcional/ Universidade de Coimbra
Resumo Invasões biológicas - plantas invasoras O que são Como chegam até nós Que impactes causam Situação em Portugal Algumas plantas invasoras em Portugal O que podemos fazer? 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 2
As nossas florestas, dunas, lagos, zonas ribeirinhas, a nossa biodiversidade estão ameaçados por vários fatores, entre eles as espécies invasoras Mas o que são espécies invasoras? 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 3
O que são? Plantas NATIVAS ( espontâneas, indígenas, autóctones) Plantas EXÓTICAS ( introduzidas, alóctones) Richardson et al., 2000, Div & Dist. 6: 93-107 Pyšek et al., 2004, Taxon, 53(1): 131-143 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 4
O que são? Planta INVASORA Planta INFESTANTE NEM TODAS AS EXÓTICAS SÃO INVASORAS 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 5
Plantas invasoras COMO CHEGAM ATÉ NÓS? plantas inteiras / sementes / pedaços de raízes ou caules misturadas na carga de camiões em vasos de plantas ornamentais 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas agarradas a barcos www.invasoras.pt /28 6
E quais os impactes que as plantas invasoras promovem? Porque são uma ameaça? 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 7
Impactes das plantas invasoras (1) Ecológicos (Vilà et al., 2011. Ecol. Letters, 14: 702 708) ameaça à biodiversidade e equilíbrio dos ecossistemas alteração dos ciclos biogeoquímicos (ex.,ciclo do carbono, azoto, água) impactes nos serviços dos ecossistemas (alimentos, fornecimento de água e recursos diversos, regulação do clima, cheias, doenças, etc.) alteração/uniformização dos ecossistemas/paisagens alteração dos regimes de fogo alteração das cadeias ecológicas/alimentares Económicos (Europa: >10 biliões /ano; Hulme et al., 2009. Science, 324: 40-1): produtividade - espécies que invadem áreas agrícolas, florestais ou piscícolas (aquáticas), pragas, epidemias, etc. gestão e controlo de invasoras e recuperação de sistemas invadidos turismo, etc. Célia Laranjeiro 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt 8/28
Impactes das plantas invasoras (2) Diminuição da disponibilidade de água nos lençóis freáticos espécies muito exigentes no seu consumo, quer pelas suas características, quer pelas densidades elevadas que atingem Impactes na saúde pública espécies que provocam doenças, alergias, ou funcionam como vectores de pragas As espécies invasoras são uma das maiores ameaças ao bem-estar ambiental e económico do planeta GISP (Global Invasive Species Programme) 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 9
Mas a maioria das plantas exóticas não revelam comportamento invasor 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 10
n.º de espécies Plantas invasoras SITUAÇÃO EM PORTUGAL ca. 3300 espécies NATIVAS ca. 670 espécies EXÓTICAS; destas, ca. 40 são INVASORAS 800 600 400 200? 0 Exóticas (casuais + naturalizadas + invasoras) Potencial desconhecido Com potencial invasor (casuais + naturalizadas) Invasoras Marchante et al 2008, Almeida e Freitas 2012 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 11
Legislação Decreto-Lei nº 565/99 (DL n.º 28039, 14-09-1937 DL n.º165/74, 22 de abril DL n.º 205/2003, 12 de setembro Despacho 20194/2009; nº 4, artigo 19º, DL 16/2009, 14 janeiro) Introdução intencional de espécies exóticas na natureza Exceções económicas - agricultura, horticultura, interesse zootécnico 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 12
Alguns exemplos 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 13
mimosa (Acacia dealbata) Austrália Invade principalmente vales e zonas montanhosas, margens de cursos de água e vias de comunicação Vitor Carvalho 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 14
acácia-de-espigas (Acacia longifolia) Austrália Invade principalmente dunas costeiras, cabos e margens de linhas de água 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 15
háquea-picante (Hakea sericea) Austrália Invade principalmente áreas perturbadas ou seminaturais, junto a áreas onde foi plantada (e.g., sebes) 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 16
chorão-das-praias (Carpobrotus edulis) África do Sul Invade principalmente dunas costeiras, cabos e taludes onde foi plantado 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 17
penachos (Cortaderia selloana) América do Sul Invade principalmente dunas costeiras, margens de vias de comunicação e áreas perturbadas 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 18
espanta-lobos (Ailanthus altissima) China Invade principalmente junto a vias de comunicação, áreas perturbadas, espaços urbanos; tem aumentado em florestas ribeirinhas 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 19
jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) rio Amazonas Invade principalmente canais de irrigação, lagoas e lagoachos 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 20
E 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 21
pintosousa.wordpress.com Bursaphelenchus xylophilus,nemátodo da madeira http://images04.olx.pt/ui/3/96/82/45569482_1.jpg Procambarus clarkii,lagostim-vermelho http://www.cnr.vt.edu/efish/families/images/jpegs/gambusia.jpg Gambusia holbrooki, gambúsia 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas http://pt.wikipedia.org/wiki/formiga-argentina Linepithema humile, formiga-argentina www.invasoras.pt /28 22
Perante o problema, o que podemos fazer? 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 23
O que podemos fazer? Todos somos intervenientes neste processo. Todos podemos ajudar! PREVENÇÃO É A MELHOR OPÇÃO www.invasoras.pt Alternativas nativas 1. Aprender (e ensinar) a identificar as plantas invasoras (e.g., nos espaços escolares e municipais) e NÃO as UTILIZAR 2. Ao comprar plantas, preferir as nativas; optando por exóticas informar-se sobre o seu caráter invasor 3. Ao passear no campo, verificar que as roupas e sapatos não trazem sementes ou outros propágulos de plantas invasoras... 4. Ao limpar os jardins/espaços verdes (da escola/município)/ terrenos de cultivo, não deitar restos de exóticas na natureza 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 24
O que podemos fazer? 5. Organizar ou participar em ações de controlo, palestras, atividades de sensibilização, ou outras, sobre espécies invasoras 6. Contribuir ativamente para o mapa de avistamentos de plantas invasoras em Portugal* 7. E não abandonar os animais de estimação! 8. Linha SOS Ambiente e Território:808 200 520; sepna@gnr.pt 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 25
Mapa de avistamentos de plantas invasoras Projeto de Citizen Science, disponível em breve em www.invasoras.pt Contribuições possíveis por upload de informação online ou através de aplicação smartphone Workshops de formação para dinamizadores de grupos (e.g., professores, técnicos de municípios, escuteiros, ) Mais informação em breve: folha inscrição para interessados em receber informação Registo na newsletter (www.invasoras.pt) 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 26
Referências citadas Almeida JD, Freitas H (2006) Exotic naturalized flora of continental Portugal - a reassessment. Botanica Complutensis 30:117-130 Hulme, P.E., Pysek, P., Nentwig, W. & Vilà, M. (2009) Will Threat of Biological Invasions Unite the European Union? Science, 40-41. Marchante, H.. 2011. Invasion of Portuguese dunes by Acacia longifolia: present status and perspectives for the future. Faculdade de Ciências e Tecnologia. Universidade de Coimbra. Doutoramento em Biologia, especialidade em Ecologia. 184 pág. Marchante E, Freitas H, Marchante H (2008a) Guia prático para a identificação de Plantas Invasoras de Portugal Continental. Natura Naturata. Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra Ministério do Ambiente (1999) Decreto-lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro. In: Diário da República - I Série - A. 295: 9100-9114. Pyšek P, Richardson DM, Rejmanek M, Webster GL, Williamson M, Kirschner J (2004) Alien plants in checklists and floras: towards better communication between taxonomists and ecologists. Taxon 53 (1):131-143 Richardson DM, Pyšek P, Rejmánek M, Barbour MG, Panetta FD, West CJ (2000) Naturalization and invasion of alien plants: concepts and definitions. Divers Distrib 6:93-107 Vilà M, Espinar JL, Hejda M, Hulme PE, Jarošík V, Maron JL, Pergl J, Schaffner U, Sun Y, Pyšek P (2011) Ecological impacts of invasive alien plants: a meta-analysis of their effects on species, communities and ecosystems. Ecol Lett 14:702-708 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 27
Obrigada Mais informação: www.invasoras.pt hmarchante@gmail.com 25-01-2013, Seminário Nacional Eco-Escolas www.invasoras.pt /28 28