Programa para Dimensionamento de Trocadores de Calor SUMÁRIO



Documentos relacionados
Aula 23 Trocadores de Calor

Condensação. Ciclo de refrigeração

Instalações Térmicas. 3º ano 6º semestre Aula 21

Equipamentos que realizam a troca de calor entre dois fluidos que estão a diferentes temperaturas e separados através de uma parede sólida

Armazenamento de energia

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS E INSTALAÇÕES

Motores Térmicos. 9º Semestre 5º ano

OBJETIVOS: CARGA HORÁRIA MÍNIMA CRONOGRAMA:

Dimensionamento de Solar T. para aquecimento de Piscinas

14 ASPECTOS BÁSICOS PARA SELEÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROCESSO

Sistema de Arrefecimento dos Motores. Sistemas auxiliares dos motores de combustão interna

RECUPERAÇÃO DE CALOR. em processos industriais. Uso do calor residual Economia em energia primária Proteção do meio ambiente Redução de custos

Simulado ENEM. a) 75 C b) 65 C c) 55 C d) 45 C e) 35 C

PROJETO DE UM TROCADOR DE CALOR PARA RESFRIAMENTO DE FLUIDO EM UM CIRCUITO HIDRÁULICO UTILIZADO NA AGRICULTURA DE PRECISÃO

4 SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE CLIMATIZAÇÃO

Módulo VII - 1ª Lei da Termodinâmica Aplicada a Volume de Controle: Princípio de Conservação da Massa. Regime Permanente.

Desenho e Projeto de Tubulação Industrial Nível II

Acumuladores de Calor

Dutos Química Ltda Informativo eletrônico *.pdf

ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA 3º TRIMESTRE 8º ANO DISCIPLINA: FÍSICA

Hardware Básico. Refrigeração. Professor: Wanderson Dantas

COMPRESSORES PARAFUSO

4ª aula Compressores (complemento) e Sistemas de Tratamento do Ar Comprimido

Guia completo para o profissional sobre a nova Directiva de etiquetagem energética ErP

DESIDRATAÇÃO, SEPARAÇÃO E LIQUEFAÇÃO DE GÁS NATURAL USANDO O TUBO VORTEX

hidráulico de Trocadores de Calor Tipo Casco e Tubos

CAPÍTULO 2 EQUIPAMENTOS DE TROCA TÉRMICA

Tecnologia thermowave. Alimentos Bebidas. Trocadores de calor a placas

Projecto de uma fornalha para a queima de Biomassa lenhosa para alimentar o ciclo de refrigeração por absorção

UEM FACULDADE DE ENGENHARA DEMA

Disciplina : Termodinâmica. Aula 5 ANÁLISE DA MASSA E ENERGIA APLICADAS A VOLUMES DE CONTROLE

MÁQUINAS DE EQUILÍBRIO

Aquecimento e arrefecimento. Ventilação. Humidificação e desumidificação

1 Introdução simulação numérica termoacumulação

04/05/2012 TROCADORES DE CALOR

Caldeiras. Notas das aulas da disciplina de INSTALAÇÕES E SERVIÇOS INDUSTRIAIS. Instalações e Serviços Industriais 1

Conceitos gerais. A movimentação do ar e dos gases de combustão é garantida por: Ventiladores centrífugos Efeito de sucção da chaminé

Inversores de Freqüência na Refrigeração Industrial

METODOLOGIA DE DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO. Oportunidades de redução de custos e maior eficiência energética

BOLETIM de ENGENHARIA Nº 001/15

MÁQUINAS TÉRMICAS AT-101

Funcionamento de uma Torre de Resfriamento de Água

FICHA TÉCNICA - MASSA LEVE -

Módulo VIII - 1ª Lei da Termodinâmica Aplicada a Volume de Controle: Regime Permanente, Dispositivos de Engenharia com Escoamento e Regime Transiente.

Chaminés Cálculos e Normas aplicáveis

CAPITULO 1 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS TÉRMICAS 1.1 CIÊNCIAS TÉRMICAS

TORRES DE RESFRIAMENTO REFERVEDORES CONDENSADORES CALDEIRAS

Disciplina Higiene do Trabalho. Ventilação Industrial

Água quente e vapor condensadoras evaporadoras água gelada aplicações especiais

FORMAS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ENTRE HOMEM E MEIO AMBIENTE

SOLUÇÕES DE ÁGUA QUENTE

ESCOLHA DO TIPO CONSTRUTIVO

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais

214 Efeito Termoelétrico

Evaporadores. Ciclo de refrigeração

ÇÃO O DE UM TROCADOR DE CALOR

Fundamentos de Engenharia Solar. Racine T. A. Prado

Objetivos: Potencial para aplicação ST em grandes instalações: Água quente sanitária. Água quente de processo Água quente para arrefecimento

TANQUES DE ARMAZENAMENTO E AQUECIMENTO DE ASFALTO E COMBUSTÍVEL

ECONOMIA DE ENERGIA ELETRICA COM USO RACIONAL DE AR COMPRIMIDO

FIGURA 63 - a) TUBULAÇÕES DE RETORNO DIRETO b) TUBULAÇÕES DE RETORNO INVERSO

JUSTIFICATIVAS PROPOSTA de LIMITES DE EMISSÕES FONTES EXISTENTES REFINARIAS

"A vantagem do alumínio"

Centro de Seleção/UFGD Técnico em Refrigeração ==Questão 26==================== Assinale a alternativa que define refrigeração.

TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

Soluções em Troca Térmica Spirax Sarco. Garantia de eficiência do seu sistema

Colectores Solares para Aquecimento de Água

Sistema de Aquecimento Therm 8000 S Com inovadora tecnologia de condensação. Mais água quente, mais eficiência.

ENSAIO DE BOMBAS EM SÉRIE E PARALELO

3 Modelo Evolucionário para Sustentabilidade Inteligente

Petróleo e Meio Ambiente

Vamos Poupar Energia!!!

Um sistema bem dimensionado permite poupar, em média, 70% a 80% da energia necessária para o aquecimento de água que usamos em casa.

Chamamos de sistema individual quando um equipamento alimenta um único aparelho.

Informações Gerais Trocadores de Calor / Chiller de Placas

Qualificação de Procedimentos

Aquecimento Doméstico

Controladores de temperatura

Prof. Eduardo Loureiro, DSc.

Tecnologias de Micro-Geração e Sistemas Periféricos PARTE II Tecnologias de Aproveitamento de Calor -

Compressor Parafuso. Principais tipos: Parafuso simples. Parafuso duplo (mais empregado)

Armário Outdoor com. Free Cooling ou Ar Condicionado.

5. Resultados e Análises

Circuitos Elétricos 1º parte. Introdução Geradores elétricos Chaves e fusíveis Aprofundando Equação do gerador Potência e rendimento

Serviço duplo Theta BFC, SGE, SGS para capacidade de aquecimento de 20/30/40 kw

Comparação da câmara de secagem spray de 3 estágios com a câmara tradicional de 2 estágios.

Condicionamento de Ar

Disciplina: Introdução à Informática Profª Érica Barcelos

TERMODINÂMICA CONCEITOS FUNDAMENTAIS. Sistema termodinâmico: Demarcamos um sistema termodinâmico em. Universidade Santa Cecília Santos / SP

Ar Condicionado Central VRF Ar de Confiança

23/06/2010. Eficiência Energética: Regulamentação, Classificação e Conformidade Técnica. Roberto Lamberts

Empresas de diversos setores necessitam de produzir águas quentes no âmbito das suas atividades, como por exemplo:

Curso de Farmácia. Operações Unitárias em Indústria Prof.a: Msd Érica Muniz 6 /7 Período DESTILAÇÃO

(J/gºC) Água 4,19 Petróleo 2,09 Glicerin a 2,43. Leite 3,93 Mercúri o 0,14. a) a água. b) o petróleo. c) a glicerina. d) o leite.

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS PLATAFORMAS ARDUINO E PIC

TRATAMENTOS TÉRMICOS DOS AÇOS

Reações a altas temperaturas. Diagrama de Equilíbrio

VAZAMENTOS CALCULADOS: UMA ANÁLISE FÍSICA

Controle de Múltiplos Pivôs Centrais com um único Conjunto Motor-Bomba

Vazão ou fluxo: quantidade de fluido (liquido, gás ou vapor) que passa pela secao reta de um duto por unidade de tempo.

Transcrição:

SUMÁRIO LISTA DE TABELAS... II LISTA DE FIGURAS...III LISTA DE SÍMBOLOS... IV 1. INTRODUÇÃO... 1 1.1- OBJECTIVOS... 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 2 2.1. APLICACÇÕES DE TROCADORES DE CALOR... 2 2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS TROCADORES DE CALOR... 2 2.2.1. Classificação de acordo com processos de transferência de calor... 2 2.2.2. Classificação de acordo com características de construção... 6 2.3. METODOS BÁSICOS DE CÁLCULO DE TROCADORES DE CALOR...10 2.2.1. Algoritmo para cálculo do trocador de calor...11 3. RESUTADOS...17 3.1. Programa de cálculo do trocador de calor...17 3.2. Exemplo de Cálculo...24 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...26 5. BIBLIOGRAFIA...27 Donélia Filomena Francisco Macuácua Página I

LISTA DE TABELAS Tabela 1- Características dos tubos lisos (sem alhetas)... 14 Tabela 2- Características dos tubos com passo entre alhetas 17,5 mm... 15 Tabela 3- Características dos tubos com passo entre alhetas 18 mm... 15 Tabela 4- Cp do ar e dos produtos de combustão em kj/kgºk... 16 Donélia Filomena Francisco Macuácua Página II

LISTA DE FIGURAS Figura 1-Trocador de calor de contacto directo... 3 Figura 2-Trocador de calor de transferência directa... 4 Figura 3- Trocador de calor de armazenamento... 5 Figura 4- Trocador de calor carcaça e tubos... 7 Figura 5-Trocador tubo duplo... 8 Figura 6- Trocador de calor de serpentina... 9 Figura 7- Trocador de calor de placas... 10 Figura 8- Ábaco para a determinação do U... 12 Figura 9- Interface do Programa para cálculo do trocador de calor... 18 Figura 10-Gráficos para a determinação das equações de Calor específico do ar e dos produtos de combustão em função da temperatura... 23 Figura 11-Exemplo de cálculo- Dados do... 24 Figura 12- Exemplo de cálculo- Resultados... 25 Donélia Filomena Francisco Macuácua Página III

Programa para Dimensionamento de Trocadores de Calor LISTA DE SÍMBOLOS - Área necessária para a transferência de calor, - Área da superfície do tubo, -Fluxo do ar - Calor específico à pressão constante do ar à temperatura de entrada no termo permutador - Calor específico à pressão constante do ar à temperatura de saída no termo permutador - Calor específico à pressão constante dos gases à temperatura de Entrada no termo permutador - Calor específico à pressão constante dos gases à temperatura de saída No termo permutador - Factor de correcção - Fluxo de calor que se transfere - Fracção volumétrica de água - Fracção volumétrica de oxigénio -Fracção volumétrica dos gases biatómicos -Fracção volumétrica de triatómicos -Temperatura do ar na entrada do termo permutador -Temperatura do ar na saída do termo permutador -Temperatura de saída dos gases de escape calculada - Temperatura de saída dos gases de escape estimada - Coeficiente global de transferência de calo Donélia Filomena Francisco Macuácua Página IV

-Volume teórico do ar -Volume dos gases de combustão -Coeficiente de excesso de ar -Erro entre temperatura estimada e calculada -Diferença entre as temperaturas de entrada do gás e do ar -Diferença entre as temperaturas de saída do gás e do ar -Temperatura média logarítmica Donélia Filomena Francisco Macuácua Página V

1. INTRODUÇÃO Os trocadores de calor são equipamentos de vários tipos e configurações que são usados para realizar a transferência de energia sob a forma de calor entre dois ou mais fluidos. O seu dimensionamento consiste em calcular a área da superfície necessária para realizar a transferência de calor de um fluido quente para um fluido frio. Existem vários métodos de cálculo, dentre os quais dois são mais usados e serão vistos mais adiante. Pretende se desenhar um software capaz de fazer este cálculo, além de construir os respectivos gráficos. O aproveitamento ou recuperação de energia, é algo de interesse nas indústrias após estudos que comprovem sua viabilidade. Ainda que o interesse económico seja o principal factor na decisão de utilizar técnicas que objectivem esse aproveitamento ou, a eficiência energética nos processos produtivos em indústrias, existem outros aspectos que podem ser considerados na avaliação de viabilidade. Uma das formas está fundamentada em aspectos ecológicos. Quando aproveitamos melhor a energia, ou utilizamos a recuperação, temos um consumo de energia mais eficiente e, portanto, reduzem-se os impactos ambientais com a não necessidade de aumento na produção de fontes de energia. 1.1- OBJECTIVOS O objectivo deste trabalho é desenhar um programa para dimensionamento de trocadores de calor usando como ferramenta o Microsoft Visual Studio 2008, e linguagem de programação C# (C-Sharp). Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. APLICACÇÕES DE TROCADORES DE CALOR Na indústria, os trocadores de calor são usados para aquecer ou resfriar fluidos para usos diversos. São encontrados sob a forma de torres de refrigeração, caldeiras, condensadores, evaporadores, leito fluidizado e recuperadores. Dispositivos de conforto ambiental e conservação de alimentos, como condicionadores de ar, aquecedores de água domésticos e frigoríficos baseam-se fundamentalmente em trocadores de calor. A Produção de bebidas destiladas utiliza esta esta tecnologia; alambiques, por exemplo. A Manutenção da temperatura adequada ao funcionamento dos motores de automóveis é conseguida através de radiadores. 2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS TROCADORES DE CALOR 2.2.1. Classificação de acordo com processos de transferência de calor De acordo com o processo de transferência de calor, os trocadores de calor podem ser de contacto directo ou de contacto indirecto. 2.2.1. 1. Trocadores de calor de contacto directo Neste trocador, os dois fluidos se misturam. Aplicações comuns de um trocador de contacto directo envolvem transferência de massa além de transferência de calor; aplicações que envolvem só transferência de calor são raras. Relativamente aos trocadores de calor de contacto indirecto e regeneradores, estes tem a vantagem Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 2

de alcançar taxas de transferência de calor muito altas, alem de ter uma construção barata. As aplicações são limitadas aos casos onde um contacto directo de dois fluxos fluidos é permissível. Figura 1-Trocador de calor de contacto directo 2.2.1. 2. Trocadores de calor de contacto indirecto Neste caso, os fluidos permanecem separados e o calor é transferido continuamente através de uma parede, pela qual se realiza a transferência de calor. Os trocadores de contacto indirecto por sua vez, podem ser de transferência directa ou de armazenamento. Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 3

Trocadores de transferência directa Neste tipo, há um fluxo contínuo de calor do fluido quente ao fluido frio através de uma parede que os separa. Não há mistura entre eles, pois cada corrente permanece em passagens separados. Este trocador é designado como um trocador de calor de recuperação, ou simplesmente como um recuperador. Alguns exemplos de trocadores de transferência directa são trocadores de placa, tubular, e de superfície estendida. Recuperadores constituem uma vasta maioria de todos os trocadores de calor. Figura 2-Trocador de calor de transferência directa Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 4

Trocadores de armazenamento Em um trocador de armazenamento, os ambos fluidos percorrem alternativamente as mesmas passagens de troca de calor. A superfície de transferência de calor geralmente é de uma estrutura chamada matriz. Em caso de aquecimento, o fluido quente atravessa a superfície de transferência de calor e a energia térmica é armazenada na matriz. Posteriormente, quando o fluido frio passa pelas mesmas passagens, a matriz liberta a energia térmica (em refrigeração o caso é inverso). Este trocador também é chamado regenerador. Figura 3- Trocador de calor de armazenamento Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 5

2.2.2. Classificação de acordo com características de construção 2.2.2.1. Trocadores tubulares São geralmente construídos com tubos circulares, existindo uma variação de acordo com o fabricante. São usados para aplicações de transferência de calor líquido/líquido (uma ou duas fases). Eles trabalham de maneira óptima em aplicações de transferência de calor gás/gás, principalmente quando pressões e/ou temperaturas operacionais são muito altas onde nenhum outro tipo de trocador pode operar. Estes trocadores podem ser classificados em carcaça e tubo, tubo duplo e de espiral. Trocadores de carcaça e tubo É construído com tubos e uma carcaça. Um dos fluidos passa por dentro dos tubos, e o outro pelo espaço entre a carcaça e os tubos. Existe uma variedade de construções diferentes destes trocadores dependendo da transferência de calor desejada, do desempenho, da queda de pressão e dos métodos usados para reduzir tensões térmicas, prevenir vazamentos, facilidade de limpeza, para conter pressões operacionais e temperaturas altas, controlar corrosão, etc. Trocadores de carcaça e tubo são os mais usados para quaisquer capacidades e condições operacionais, tais como pressões e temperaturas altas, atmosferas altamente corrosivas, fluidos muito viscosos, misturas de multicomponentes, etc. Estes são trocadores muito versáteis, feitos de uma variedade de materiais e tamanhos e são extensivamente usados em processos industriais. Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 6

Figura 4- Trocador de calor carcaça e tubos Trocador tubo duplo O trocador de tubo duplo consiste de dois tubos concêntricos. Um dos fluidos escoa pelo tubo interno e o outro pela parte anular entre tubos, em uma direcção de contracorrente. Este é talvez o mais simples de todos os tipos de trocador de calor pela fácil manutenção envolvida. É geralmente usado em aplicações de pequenas capacidades. Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 7

Figura 5-Trocador tubo duplo Trocador de calor em espiral Este tipo de trocador consiste em uma ou mais serpentinas (de tubos circulares) ordenadas em uma carcaça. A transferência de calor associada a um tubo espiral é mais alta que para um tubo duplo. Além disto, uma grande superfície pode ser acomodada em um determinado espaço utilizando as serpentinas. As expansões térmicas não são nenhum problema, mas a limpeza é muito problemática. Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 8

Figura 6- Trocador de calor de serpentina 2.2.2.2. Trocadores de calor tipo placa Este tipo de trocador normalmente é construído com placas planas lisas ou com alguma forma de ondulações. Geralmente, este trocador não pode suportar pressões muito altas, comparado ao trocador tubular equivalente. Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 9

Figura 7- Trocador de calor de placas 2.3. METODOS BÁSICOS DE CÁLCULO DE TROCADORES DE CALOR Para a análise de trocadores de calor existem dois métodos bastante empregados: O Método da diferença média logarítmica de temperatura; e Método da efectividade. Quando são conhecidas as temperaturas de alimentação dos fluidos e pelo menos uma das temperaturas de saída, o uso do método da diferença média logarítmica das temperaturas é mais indicado para o projecto de um trocador de calor. No entanto, quando somente as temperaturas de entrada dos fluidos são conhecidas o uso desse método exigiria um processo iterativo, por isso, o uso do método da efectividade neste Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 10

caso, é mais indicado, para a avaliação do trocador de calor (Incropera, F. & Dewitt, D., 1996). Uma etapa essencial na análise de trocadores de calor é a da determinação do coeficiente global de transferência de calor, a qual envolve certas imprecisões devido à sua complexidade. A complexidade na determinação do coeficiente global em trocadores de calor é devida a factores como: formação de incrustações, deposição de impurezas dos fluidos, adição de alhetas, etc. Para análises de trocadores de calor é desejável saber-se as temperaturas na entrada e na saída dos fluidos, o coeficiente global de transferência de calor e a área de troca térmica. Para isso, relacionam-se essas variáveis com a taxa de transferência de calor através de balanços globais de energia nos fluidos. 2.2.1. Algoritmo para cálculo do trocador de calor O algoritmo usado para o cálculo é específico para casos de recuperadores de calor cujos fluidos são gás e ar. Sendo conhecidas as temperaturas de entrada dos fluidos e a temperatura de saída do fluido frio, aplicou-se o método da temperatura média logarítmica. A temperatura de saída do fluido quente, que são os gases de escape, é calculada por um processo iterativo simples. Dados do problema: Características do equipamento (Tabelas 1, 2 e 3) Velocidade do ar Velocidade dos gases de escape Coeficiente de excesso de ar Temperatura do gás de escape a entrada Temperatura do ar a entrada Temperatura do ar a saída Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 11

Estimado: Temperatura dos gases de escape a saída Consultados em tabelas: Cp do ar a entrada, Cp do ar a saída, Cp dos compostos do gás de escape a temperatura de entrada no recuperador, Cp dos compostos do gás de escape a temperatura estimada de saída do termo permutador, (Tabela 4); Coeficiente Global de Transferência de Calor para as condições de velocidade dadas, (Figura 8). Figura 8- Ábaco para a determinação do U Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 12

Calculados: Cálculo do calor específico à pressão constante dos gases a temperatura de entrada do termo permutador; ( ) ( ) ( ) Cálculo do calor específico à pressão constante dos gases a temperatura estimada de saída do termo permutador; ( ) ( ) ( ) Cálculo da temperatura de saída dos gases de escape; ( ) Cálculo do erro entre a temperatura calculada e a estimada; Obs. O erro não deve superar a 10%, caso contrário, calcula-se novamente o calor específico dos gases de escape à saída; Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 13

Cálculo do fluxo de calor que se transfere; Cálculo da temperatura média logarítmica; Cálculo da área total necessária para a transferência de calor; Cálculo do número de tubos Tabela 1- Características dos tubos lisos (sem alhetas) Características Tipo de Recuperador Sem alhetas Comprimento do tubo, mm 880 1135 1385 1640 Secção limpa, m 2 0,008 0,008 0,008 0,008 Secção de passagem dos gases, m 2 0,042 0,055 0,067 0,080 Área da superfície exposta ao ar, m 2 0,83 1,12 1,41 1,70 Área da superfície exposta aos gases de escape, m 2 0,40 0,53 0,66 0,79 Área projectada para o aquecimento, m 2 0,250 0,330 0,425 0,500 Peso do tubo, kg 31 39 43 55 Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 14

Tabela 2- Características dos tubos com passo entre alhetas 17,5 mm Características Tipo de Recuperador 17,5 Comprimento do tubo, mm 880 1135 1385 1640 Secção limpa, m 2 0,008 0,008 0,008 0,008 Secção de passagem dos gases, m 2 0,060 0,080 0,100 0,120 Área da superfície exposta ao ar, m 2 0,83 1,12 1,41 1,70 Área da superfície exposta aos gases de escape, m 2 1,34 1,81 2,27 2,64 Área projectada para o aquecimento, m 2 0,250 0,330 0,425 0,500 Peso do tubo, kg 45 55 56 80 Tabela 3- Características dos tubos com passo entre alhetas 18 mm Características Tipo de Recuperador 28 Comprimento do tubo, mm 880 1135 1385 1640 Secção limpa, m 2 0,008 0,008 0,008 0,008 Secção de passagem dos gases, m 2 0,070 0,092 0,114 0,136 Área da superfície exposta ao ar, m 2 0,83 1,12 1,60 1,90 Área da superfície exposta aos gases de escape, m 2 0,95 1,26 1,60 1,90 Área projectada para o aquecimento, m 2 0,250 0,330 0,425 0,500 Peso do tubo, kg 41 51 63 80 Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 15

Tabela 4- Cp do ar e dos produtos de combustão em kj/kgºk Temperatura, ºC Ar N 2 H 2 O CO 2 O 2 º - 0 1,2848 1,261 1,467 1,678 1,304 100 1,2946 1,280 1,496 1,747 1,323 200 1,304 1,300 1,526 1,814 1,342 300 1,313 1,319 1,556 1,879 1,360 400 1,3216 1,330 1,585 1,942 1,377 500 1,3298 1,356 1,614 2,003 1,394 600 1,3376 1,373 1,643 2,062 1,409 700 1,345 1,391 1,672 2,119 1,424 800 1,352 1,408 1,700 2,174 1,438 900 1,3586 1,424 1,728 2,227 1,451 1000 1,3648 1,441 1,757 2,278 1,464 1100 1,3706 1,456 1,784 2,327 1,475 1200 1,376 1,472 1,812 2,374 1,486 1300 1,381 1,487 1,840 2,419 1,496 1400 1,3856 1,501 1,867 2,462 1,505 1500 1,3898 1,516 1,894 2,503 1,514 1600 1,3936 1,529 1,921 2,542 1,521 1700 1,397 1,543 1,948 2,579 1,528 1800 1,4 1,556 1,974 2,614 1,534 1900 1,4026 1,568 2,000 2,647 1,539 2000 1,4048 1,581 2,027 2,678 1,544 2100 1,4066 1,592 2,052 2,707 1,547 2200 1,408 1,604 2,078 2,734 1,550 2300 1.,409 1,615 2,104 2,759 1,552 2400 1,4096 1,625 2,129 2,782 1,553 2500 1,4098 1,636 2,154 2,803 1,554 Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 16

3. RESUTADOS 3.1. Programa de cálculo do trocador de calor A Figura 9 mostra a interface do programa elaborado em linguagem C# que permite introduzir os dados do problema nas caixas em branco correspondentes, e executar o cálculo térmico do trocador de calor através de um clique no botão. O código que permite a funcionalidade do programa é constituído por uma serie de equações em ordem de cálculo e comandos de decisão que fazem n iterações ate se alcançar um erro entre as temperaturas estimada e calculada não superior a 10%. O coeficiente global de transferência de calor foi calculado através de equações de U em função da velocidade do ar para uma velocidade dos gases de escape constante. As equações que relacionam o calor específico do ar e dos gases de escape com a temperatura, foram obtidas em Excel construindo os gráficos correspondentes aos dados da tabela 4. A Figura 10 mostra os gráficos e as respectivas equações de Calor específico do ar e dos produtos de combustão em função da temperatura. Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 17

Figura 9- Interface do Programa para cálculo do trocador de calor Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 18

private void button1_click(object sender, EventArgs e) //Declaracao de variaveis double Tar1, Tar2; double Tg2Est=0; double Tg1, Tg2Cal; double uar, ug; double Cpar1, Cpar2; double CpRO21, CpRO1, CpO21, CpH2O1; double CpRO22, CpRO2, CpO22, CpH2O2; double Cpg1, Cpg2; double Vtar, Var, Vg; double VRO2, VRO, VO2, VH2O; double rro2, rro, ro2, rh2o; double al, Q, E, B; double U, Dt1, Dt2, Dtln; double Atubo, A, NT; Tar1 = double.parse(textbox1.text); Tar2 = double.parse(textbox2.text); Tg1 = double.parse(textbox3.text); uar = double.parse(textbox4.text); ug = double.parse(textbox5.text); al = double.parse(textbox6.text); B = double.parse(textbox13.text); Vtar = double.parse(textbox14.text); VRO2 = double.parse(textbox15.text); VRO = double.parse(textbox16.text); VO2 = double.parse(textbox17.text); VH2O = double.parse(textbox18.text); Atubo = double.parse(textbox19.text); //Calculo do Volume real do ar Var = al * Vtar; //Calculo do Volume total dos gases de escape Vg = VRO2 + VRO + VO2 + VH2O; textbox20.text = Var.ToString(); textbox21.text = Vg.ToString(); //Calculo das Fraccoes Volumetricas dos gases de escape rro2 = VRO2 / Vg; rro = VRO / Vg; ro2 = VO2 / Vg; rh2o = VH2O / Vg; textbox22.text = rro2.tostring(); textbox23.text = rro.tostring(); textbox24.text = ro2.tostring(); textbox25.text = rh2o.tostring(); Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 19

//Calculo do Coeficiente Global de Transferencia De Calor //em funcao da Velocidade do ar e dos gases de escape if ( ug == 0.4 ) U= -0.0279 * uar*uar + 0.294* uar + 4.3031; else if (ug == 0.6) U = -0.0414 * uar * uar + 0.5686 * uar + 7.1962; else if (ug == 0.8) U = -0.0398 * uar * uar + 0.5177 * uar + 10.031; else if (ug == 1.0) U = -0.0339 * uar * uar + 0.5294 * uar + 12.245; else if (ug == 1.2) U = -0.0509 * uar * uar + 0.7623 * uar + 13.91; else if (ug == 1.4) U = -0.0504 * uar * uar + 0.8844 * uar + 16.032; else if (ug == 1.6) U = -0.0521 * uar * uar + 0.9852 * uar + 17.965; else if (ug == 1.8) U = -0.0801 * uar * uar + 1.3892 * uar + 19.034; else if (ug == 2.0) U = -0.0881 * uar * uar + 1.4755 * uar + 21.078; else if (ug == 2.5) U = -0.1042 * uar * uar + 1.9031 * uar + 23.984; else if (ug == 3.0) U = -0.1078 * uar * uar + 2.1003 * uar + 28.067; else if (ug == 3.5) U = -0.118 * uar*uar + 2.2724 * uar + 30.48; else if (ug == 4.0) Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 20

U = -0.1387 * uar * uar + 2.6737 * uar + 32.6; else if (ug == 4.5) U = -0.1523 * uar * uar + 3.0604 * uar + 35.229; else if (ug == 5.0) U = -0.1657 * uar * uar + 3.33 * uar + 37.433; else if (ug == 5.5) U = -0.1977 * uar * uar + 3.8476 * uar + 38.687; else U = -0.1783 * uar * uar + 3.7181 * uar + 41.459; textbox12.text = U.ToString(); //Calculo do calor especifico do ar a entrada e saida //do termopermutador d Cpar1 = 0.00005 * Tar1 + 1.304; Cpar2 = 0.00005 * Tar2 + 1.304; textbox8.text = Cpar1.ToString(); textbox9.text = Cpar2.ToString(); do //Estimativa da temperatura dos gases de escape a saida //do termopermutador Tg2Est = Tg2Est + 0.1; //Calculo do calor especifico dos gases triatomicos a //temperatura de entrada e de saida no termopermutador CpRO21 = 0.0005 * Tg1 + 1.778; CpRO22 = 0.0005 * Tg2Est + 1.778; //Calculo do calor especifico dos gases Biatomicos a //temperatura de entrada e de saida no termopermutador CpRO1 = 0.0001 * Tg1 + 1.2806; CpRO2 = 0.0001 * Tg2Est + 1.2806; //Calculo do calor especifico de Oxigenio a temperatura //de entrada e de saida no termopermutador CpO21 = 0.0001 * Tg1 + 1.3436; CpO22 = 0.0001 * Tg2Est + 1.3436; //Calculo do calor especifico de Agua a temperatura //de entrada e de saida no termopermutado Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 21

CpH2O1 = 0.0003 * Tg1 + 1.4766; CpH2O2 = 0.0003 * Tg2Est + 1.4766; //Calculo do Calor especifico total dos gases de escape a //entrada e saida no permopermutador Cpg1 = CpRO21 * rro2 + CpRO1 * rro + CpO21 * ro2 + CpH2O1 * rh2o; Cpg2 = CpRO22 * rro2 + CpRO2 * rro + CpO22 * ro2 + CpH2O2 * rh2o; //Calculo da temperatura dos gases de escape a saida do termopermutador Tg2Cal = (Cpg1 * Tg1 / Cpg2) - ((Var * (Cpar2 * Tar2 - Cpar1 * Tar1)) / (0.9 * Vg * Cpg2)); Calculada //Calculo do Erro entre as temperaturas Estimada e E = Math.Abs((Tg2Est - Tg2Cal) / Tg2Est * 100); while (E > 10); textbox7.text = Tg2Est.ToString(); textbox10.text = Cpg1.ToString(); textbox11.text = Cpg2.ToString(); textbox26.text = Tg2Cal.ToString(); textbox27.text = E.ToString(); //Calculo do fluxo do calor que se transfere Q = B * al * Var * (Cpar2 * Tar2 - Cpar1 * Tar1); textbox28.text = Q.ToString(); gases //Calculo das diferencas entre temperatura do ar e dos Dt1 = Tg1 - Tar1; Dt2 = Tg2Est - Tar2; textbox29.text = Dt1.ToString(); textbox30.text = Dt2.ToString(); //Calculo da Temperatura media logaritmica Dtln = (Dt1 - Dt2) / Math.Log(Dt1 / Dt2); textbox31.text = Dtln.ToString(); //Calculo da Area total de Transferencia de Calor A = Q * 1000 / (U * Dtln * 3600); textbox32.text = A.ToString(); //Calculo do numero de tubos NT = A / Atubo; textbox33.text = NT.ToString(); Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 22

Figura 10-Gráficos para a determinação das equações de Calor específico do ar e dos produtos de combustão em função da temperatura Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 23

3.2. Exemplo de Cálculo Dados do problema Figura 11-Exemplo de cálculo- Dados do Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 24

Resultados Figura 12- Exemplo de cálculo- Resultados Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 25

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O programa atende aos fins propostos dentro das faixas de erro recomendadas. Nota se que para quaisquer dados do problema, o erro entre as temperaturas estimada e calculada são valores muito proximos de 10%. Isto deve-se à instrução do while que determina a paragem das iterações imediatamente logo que se alcança um erro menor que 10 %. Com uma pequena alteração no programa é possivel obter valores mais baixos de erro, bastando para tal substituir o 10 por um valor menor pretendido. É um programa muito simples do ponto de vista de requerimentos de hardware, e ocupa pequeno espaço na memória. Seria interessante para a melhoria do programa, procurar-se mudanças no sentido de utilizar uma base de dados e o próprio programa poder buscar os valores dos calores específicos do ar e dos produtos de combustão nas tabelas. Desta forma aumentaria a precisão dos cálculos visto que as equações dos C p obtidas através dos gráficos são valores aproximados. Outro aspecto a ser desenvolvido é a interface, seria aconselhável uma melhoria na mesma a fim de permitir um diálogo com o usuário. Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 26

5. BIBLIOGRAFIA EDWIN LIMA & EUGENIO REIS, Guia do Desenvolvedor, Editora CAMPUS 2002, 358 pag. H.M. DEITEL; [outros autores: P.J. DEITEL; J. Listfield; T.R. Nieto; C. Yaeger; M. Zlatkina], C# - Como Programar, São Paulo, Pearson Education, 2003 http://www.scribd.com http://www.fea.unicamp.br http://www.essel.com.br http://lepten.ufsc.br http://200.134.81.163/professores http://perdiamateria.eng.br Donélia Filomena Francisco Macuácua Página 27