Mestranda em Fitotecnia,Depto. de Fitotecnia e Zootecnia- UESB, 3

Documentos relacionados
Resumos do IV Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno Brasília/DF 07 a 09/10/2014

Variação de dois componentes climáticos nas entrelinhas e em folhas de cafeeiro infestadas pelo bicho-mineiro

Teste para a diferença entre duas distribuições espaciais de vespas (Hymenoptera: Vespidae) predadoras do bicho-mineiro do cafeeiro

INFLUÊNCIA DA ARBORIZAÇÃO SOBRE O CAFÉ CONILON NA DINÂMICA POPULACIONAL DO BICHO-MINEIRO PARA REGIÃO SUL CAPIXABA

AVALIAÇÃO DO EFEITO DE MUDANÇA CLIMÁTICA SOBRE PROBLEMAS FITOSSANITÁRIOS: COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE ELABORAÇÃO DE MAPAS 1

INFESTAÇÃO E PREDAÇÃO DO BICHO-MINEIRO DO CAFEEIRO EM ÁREAS DE TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA NO MUNICÍPIO DE CAMPO DO MEIO MG RESUMO

061 - Incidência de bicho-mineiro em diferentes cultivares de cafeeiro em sistema agroecológico

Análise da distribuição espacial de lagartas do bicho-mineiro do cafeeiro em lavoura de produção de café orgânico

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DA FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DO BICHO- MINEIRO DO CAFEEIRO EM CONDIÇÕES DE CAMPO PARA O MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO-MG

PALAVRAS CHAVE: Leucoptera coffella spp., mudanças climáticas, geoprocessamento.

INCIDÊNCIA DO BICHO-MINEIRO Leucoptera coffeella (LEPIDOPTERA: LYONETIIDAE) EM CAFÉ CONILON NO ESTADO DE RONDÔNIA

Análise de processos pontuais aplicados a dados de bicho mineiro do cafeeiro: uma adaptação da função K de Ripley

Autores: JL Maciel, Discente do curso de Agronomia UFU Monte Carmelo; GA Assis, Professora da UFU - Monte Carmelo; B Valoto, Discente do curso de Agro

Pesquisador, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Lavras-MG, 3

INFLUÊNCIA DO SOMBREAMENTO NA INCIDÊNCIA DO BICHO-MINEIRO SOBRE O CAFÉ CONILON NA REGIÃO SUL CAPIXABA

DESEMPENHO DE CLONES DE CAFEEIROS RESISTENTES AO BICHO-MINEIRO PERFORMANCE OF COFFEE CLONES RESISTANT TO LEAF MINER

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DO BICHO-MINEIRO EM CULTIVARES DE CAFÉ ARÁBICA RESISTENTES À FERRUGEM (1)

Níveis de infestação e controle de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) no município de Cassilândia/MS

IMPACTO DE NÍVEIS DE IRRIGAÇÃO NO ATAQUE DE Leucoptera coffeella E AÇÃO DE VESPAS PREDADORAS EM Coffea arabica

AMOSTRAGEM SEQUENCIAL DE Leucoptera coffeella EM CAFEEIROS EM PRODUÇÃO PELA CONTAGEM DE MINAS COM LAGARTAS EM FOLHAS DO TERÇO MEDIANO

(GUÉRIN-MÉNEVILLE, 1842) (LEPIDOPTERA: LYONETIIDAE) EM CAFEEIROS ASSOCIADOS À GREVÍLEAS

EFEITO DA IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DO CAFEEIRO (Coffea arabica L.) 1

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

QUANTIDADE DE ÁGUA TRANSPIRADA PELO CAFEEIRO SOMBREADO E PELO INGÀZEIRO

RELAÇÃO ENTRE DÉFICIT HÍDRICO E DENSIDADE DE SOMBREAMENTO EM CAFEEIROS NO PLANALTO DE CONQUISTA, BA.

EFEITO DE DIFERENTES DOSES DO ÓLEO ESSENCIAL DE AÇAFRÃO NO CONTROLE DO PULGÃO BRANCO (APHIS GOSSYPII) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Mineiro Campus Uberlândia Uberlândia Brasil. Uberlândia

Palavras-chaves: Milho, controle químico e biológico, Spodoptera frugiperda.

PERÍODOS DE EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO LUMINOSA EM Uroclhoa brizantha cv. MARANDÚ E PIATÃ

INTENSIDADE DE DOENÇAS E PRAGAS EM PLANTAS RECEPADAS DE CAFÉ (Coffea arabica L.) CULTIVADAS EM TRÊS ESPAÇAMENTOS DURANTE O SEGUNDO ANO DE PRODUÇÃO

EFEITOS DO SOMBREAMENTO DE GREVILHAS NA UMIDADE DO SOLO DE CAFEZAIS NO SUDOESTE DA BAHIA, BRASIL 1

ANÁLISE DA TEMPERATURA DO AR EM AREIA - PB, EM ANOS DE OCORRÊNCIA DE EL NIÑO

022 - Avaliação do nível de infestação de Leucoptera coffeella

Reação ao estresse hídrico em mudas de cafeeiros arábicos portadores de genes de Coffea racemosa, C. canephora e C. liberica

FLUTUAÇÃO DE LEUCOPTERA COFFEELLA (GUÉRIN-MENEVILLE & PERROTTET, 1842), EM CAFEZAL DA VILA DO CAFÉ E ABELHAS, NO PLANALTO DA CONQUISTA, BAHIA

Avaliação de Lesões de Leucoptera coffeella (Lepidoptera: Lyonnetidae) e sua Predação por Vespas em Cafeeiros Arborizados

INCIDÊNCIA DE BICHO-MINEIRO

INCIDÊNCIA DO BICHO MINEIRO DO CAFEEIRO EM AGROECOSSISTEMAS CONVENCIONAL, ORGANO-MINERAL E ORGÂNICO NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA PROGRAMA DE DISCIPLINA OBJETIVOS

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

Vitória da Conquista, 10 a 12 de Maio de 2017

PRODUTIVIDADE DE CAFEEIROS ARBORIZADOS COM ÁRVORES DE CEDRO EM BARRA DO CHOÇA-BA¹

COMPORTAMENTO DE CLONES DE CAFÉ CONILON DIANTE DE DOENÇAS NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

Palavras-chaves: Pragas do pequizeiro, Megalopigidae, Levantamento de pragas

PLANTA INSETICIDA SOBRE O BICHO-MINEIRO-DO-CAFEEIRO

EFEITOS DE NÍVEIS DE SOMBREAMENTO NO CRESCIMENTO E NA PRODUTIVIDADE DO CAFEEIRO

Arborização de cafeeiros com Cedro Australiano(Tooma ciliata) nas condições da Zona da Mata-MG. CARVALHO e MATIELLO

ESTADO NUTRICIONAL DE CAFEZAIS DA REGIÃO NORTE FLUMINENSE EM FUNÇÃO DO ANO DE AMOSTRAGEM. II. MICRONUTRIENTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRARIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA PLANO DE ENSINO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Caixa Postal São José dos Campos SP, Brasil

MATURAÇÃO E PRODUTIVIDADE DO CAFEEIRO CONILON SUBMETIDO Á DIFERENTES ÉPOCAS DE IRRIGAÇÃO 2º ANO AGRÍCOLA

EFEITO DE INSETICIDAS/ACARICIDAS NO CONTROLE DE Polyphagotarsonemus latus E Aphis gossypii NA CULTURA DO ALGODÃO.

ECOLOGIA, COMPORTAMENTO E BIONOMIA

NILSON ERITO TIMOTEO DOS SANTOS JUNIOR PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DE BATATA CV. ATLANTIC EM FUNÇÃO DE FONTES POTÁSSICAS

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO CAPIM-PIONEIRO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO ORÂNICA EM DUAS CONDIÇÕES HÍDRICAS

CONDUTÂNCIA FOLIAR E TRANSPIRAÇÃO EM CAFEEIRO IRRIGADO DE CINCO ANOS DE CULTIVO

Ocorrência de bicho-mineiro do cafeeiro (Leucoptera coffeella) influenciada pelo período estacional e pela altitude

ESTADO NUTRICIONAL DE CAFEZAIS DA REGIÃO SERRANA FLUMINENSE EM FUNÇÃO DO ANO DE AMOSTRAGEM. I. MACRONUTRIENTES

PROFESSOR (A): Fernando Joly Campos, Leandro Luiz Marcuzzo, Rosana Ceolin Meneghetti.

FATORES DE MORTALIDADE DA COCHONILHA VERDE Coccus viridis (GRREN, 1889) (HEMIPTERA: COCCIDAE) EM CAFEEIROS DURANTE O ANO DE 2004 EM VIÇOSA MG

EFEITO DO ÓLEO DE NIM INDIANO E EXTRATOS AQUOSOS DE FOLHAS DE CINAMOMO E DE NIM INDIANO SOBRE O PULGÃO BRANCO DO ALGODOEIRO (Aphis gossypii).

EFEITO DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO NOS PARÂMETROS DE CRESCIMENTO DO CAFEEIRO (Coffea arabica L.) EM VARRE-SAI, RJ 1

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE CAFÉ COM RESISTÊNCIA À FERRUGEM-DO- CAFEEIRO NO SUL DO ESTADO DE MINAS GERAIS 1

REGENERAÇÃO DE EMBRIÕES A PARTIR DE CALO EMBRIOGÊNICO FRIÁVEL DO TIPO HFSE DE DUAS ESPÉCIES DE CAFÉ (Coffea canephora, Coffea arabica)

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES BIOLÓGICAS EM SPODOPTERA FRUGIPERDA EM MILHO NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA (MG)

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA CURUQUERÊ (ALABAMA ADENSADO DO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO. Daniele Romano 1 ; Paulo Bettini 2.

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de Setembro a 01 de Outubro

TÍTULO: ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE COFFEA ARÁBICA L. SOB CONDIÇÕES DE CULTIVO COM MULCHING PLÁSTICO EM CAMPO GRANDE-MS

PROJETO DE PESQUISA. Mestrad o Doutora do. Thaís Nascimento Meneses Maurício Antônio Coelho Filho

70 ISSN Agosto, Efeito de clones de café Conilon BRS Ouro Preto e adubação na infestação de bicho-mineiro (Leucoptera coffeella)

ESTIMATIVA DO NÚMERO DE GERAÇÕES DE Diabrotica speciosa (Germar, 1824), OCORRENTE NA CULTURA DO MILHO, BASEADO NO ESTUDO DE EXIGÊNCIAS TÉRMICAS RESUMO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Heliothis virescens NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Transformação de dados como alternativa a análise variância. univariada

INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA MILITAR SPODOPTERA FRUGIPERDA (J.E. SMITH, 1797) NO ALGODOEIRO

PARAMETROS DE CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA CULTURA DO PIMENTÃO

LEVANTAMENTO DE INSETOS-PRAGA E INIMIGOS NATURAIS EM UMA ÁREA DE PRODUÇÃO VEGETAL DA FACULDADE ICESP/PROMOVE, CAMPUS DE ÁGUAS CLARAS

Thays Lemos Uchôa 1, Helter Carlos Pereira², Zenilda de Fatima Carneiro², Maikely Luana Feliceti², Evandra Gobatto², Gilberto Santos Andrade²

2º Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense SICT-Sul ISSN

COMPARAÇÃO BIOMÉTRICA EM CANA-DE-AÇÚCAR, SAFRA 2012/2013. SUGARCANE BIOMETRIC COMPARISON, CROP SEASON 2012/2013.

EVALUATION OF PROGENIES RESULTING PROGÊNIES OF CROSSINGS OF CATUAI WITH HYBRID OF TIMOR, IN THE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO, SOUTH OF MINAS GERAIS

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

UEMS-Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Rod. MS 306, km 6, , Cassilândia, MS.

EFEITO DO CALCÁRIO E GESSO NA ACIDEZ E LIXIVIAÇÃO DE CÁTIONS DO SOLO SOB CAFEEIROS NA BAHIA 1

ATENUAÇÃO DAS TEMPERATURAS DO AR EM CAFEZAIS SOMBREADOS

DADOS AGROMETEOROLÓGICOS 2015 PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO

SOMBREAMENTO DOS CAFÈZAIS IV - Resultados de mais dois biênios: 1963/ /1966 1

CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) COM O INSETICIDA BF NA CULTURA DO ALGODÃO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

OCORRÊNCIA E INFESTAÇÃO DE Diatraea saccharalis (FABRICIUS, 1794) (LEPIDOPTERA: CRAMBIDAE) EM SALTO DO JACUÍ - RS 1

SELEÇÃO DE CAFEEIROS HÍBRIDOS F 1 COM TOLERÂNCIA À SECA E RESISTÊNCIA À FERRUGEM 1

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Influência da cobertura morta sôbre a umidade de um solo cultivado com Cafeeiro (*)

CARACTERÍSTICAS FENOLÓGICAS, ACAMAMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO ARROZ-DE-SEQUEIRO (Oryza sativa L.), CONDUZIDA SOB DIFERENTES REGIMES HÍDRICOS.

LEGUMINOSAS: ALTERNATIVA AGROECOLÓGICA NO MANEJO DE CAFEZAL EM RONDÔNIA

VALIDAÇÃO DO MODELO PELO USO DE MEDIDAS DE NÃO LINEARIDADE

IRRIGAÇÃO LOCALIZADA E A INCIDÊNCIA DO BICHO-MINEIRO DO CAFÉ DRIP IRRIGATION AND THE INCIDENCE OF THE COFFEE LEAF-MINER

PALAVRAS-CHAVE: larva alfinete; resistência de plantas a insetos; insetos de solo; vaquinha.

Função R para analisar experimentos em DBC com Fatorial Duplo e um Tratamento Adicional, em uma só Rodada

Transcrição:

VARIAÇÃO DIÁRIA DE DOIS COMPONENTES DO CLIMA EM FOLHAS MINADAS DE CAFÉ DOS TERÇOS MÉDIO E SUPERIOR, EM CULTIVOS SOMBREADO E A PLENO SOL DO CAMPUS DA UESB DE VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA 1 Talitta Silva dos Santos Paiva 2, Tayron Sousa Amaral 3, Juliana Alves de Macêdo 4, Rodrigo de Souza Bulhões 5 1 Trabalho financiado pela CAPES 2 Mestranda em Fitotecnia,Depto. de Fitotecnia e Zootecnia- UESB, talittasantos@gmail.com 3 Mestrando em Entomologia, Depto. de Entomologia e Acarologia, ESALQ USP, tayronfsa@hotmail.com 4 Mestranda em Fitotecnia,Depto. de Fitotecnia e Zootecnia- UESB, jubahi@hotmail.com 5 Mestre em Estatística, Dpto. de Estatística, IME USP, rsbulhoes@gmail.com RESUMO: Os componentes microclimáticos são ferramentas importantes na elucidação do comportamento e flutuação populacional do organismo alvo. As variáveis microclimáticas também assumem importância para os insetos, destacando a densidade foliar como o principal regulador do microclima no ambiente, agindo direta ou indiretamente no estabelecimento de populações de insetos pragas como o bicho-mineiro do cafeeiro Leucoptera coffeella (Guérin- Menèville, 1842). Esta é a principal praga que ataca a cultura do café, especialmente em locais onde predominam altas temperaturas e maior déficit hídrico. Este inseto ocasiona desfolha nas plantas reduzindo a produtividade e longevidade das mesmas. Sua ocorrência está diretamente ligada a locais onde predominam altas temperaturas e maior déficit hídrico, apresentando a temperatura ótima de 27 para o seu desenvolvimento. Diante disso, a importância de se conhecer e medir as variáveis microclimáticas para estudos de bioecologia relacionados com o bicho-mineiro é de grande importância para entender a sua ocorrência e distribuição. Objetivou-se avaliar a diferença diária da temperatura e umidade em macro e micro ambientes em folhas minadas pelo bicho mineiro, em área cultivada de café sombreado e a pleno sol do campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, localizado em Vitória da Conquista, BA. Os valores obtidos mostram que as variações tanto de temperatura quanto umidade foram maiores no café cultivado a pleno sol para todos os locais e horários avaliados, com valores médios para o macroambiente de 25,52 C, 29,81 C e 26,97 C, para os horários de 7 h, 14, e 18h, respectivamente, foram observados no café a pleno sol, enquanto que no café conduzido sob manejo sombreado, as médias foram de 28,3 C, 32,48 C e 25,35 C para os mesmos horários. Com relação aos microambientes avaliados, o café sombreado apresentou maiores valores de umidade relativa, com o máximo de 74,50% no terço médio, para a avaliação das 7h. No café sob cultivo a pleno sol, o maior valor foi observado no terço médio (65,50%) para a avaliação das 7h. Os menores valores de umidade relativa (UR) foram observados nas avaliações das 14h. A partir das análises com as interações dos fatores, as médias apresentam diferenças notáveis por horário, mas praticamente não se diferem pelo manejo e locais, para umidade e temperatura. O conforto térmico causado pelo sombreamento com grevílea reduz a perda de umidade pela evapotranspiração, além de reduzir as temperaturas do microambiente. Para as condições de macro e microambientes observadas, o café sombreado apresenta condições mais favoráveis para o desenvolvimento do bicho-mineiro. PALAVRAS-CHAVE: Coffea arabica, Leucoptera coffeella, umidade relativa, temperatura, microambientes e macroambientes. DAILY VARIATION OF TWO COMPONENTS OF CLIMATE MINED LEAVES COFFEE THIRDS OF MIDDLE AND UPPER IN CROPS SHADED AND FULL SUNLIGHT AT UESB FROM VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA. ABSTRACT: Microclimatic components are important tools in elucidating the behavior and population dynamics of the target organism. The microclimatic variables also assume importance role in development of insects, highlighting the leaf density as the main regulator of the microclimate in the environment, acting directly or indirectly in the establishment of populations of insect pests such as Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville, 1842). This is the major pest that attacks the coffee culture, especially in places where high temperatures prevail and greater water deficit. This insects causes peeling on plants reducing productivity and the longevity of the same. Its occurrence is directly linked to places where high temperatures prevail and greater water deficit, with the optimum temperature of 27 to its development. Therefore, the importance of understanding and measuring microclimatic variables bioecology studies related to leaf miner is of great importance for understanding their occurrence and distribution. This study aimed to evaluate the daily difference in temperature and moisture in macro and micro environments of mined leaves the miner, in cultivated coffee shaded and unshaded campus of the State Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, located in Vitória da Conquista, BA. The values obtained show that variations in temperature as much moisture were higher in coffee grown in full sun for all places and times evaluated, with mean values for the macroenvironment of 25.52 C, 29.81 C and 26.97 C, for times of 7 h, 14, and 18h, respectively, were observed in coffee in full sunlight, while in shaded coffee agroecosystems conducted, the average was 28.3 C, 32.48 C and 25.35 C for the same times.

Regarding microenvironments evaluated, shaded coffee had higher relative humidity, with maximum 74.50% on the medium, for evaluating 7am. In coffee under cultivation in full sunlight the highest value was observed in the middle third (65.50%) for the evaluation 7am. The lowest values of relative humidity (RH) were observed in the ratings of 14h. From the analysis of interactions with the factors, the averages show notable differences by time, but hardly differ by local management and for humidity and temperature. Thermal comfort caused by shading with grevillea reduces moisture loss through evapotranspiration and reduce the temperature of the microenvironment. For the conditions of macro and microenvironments observed, the shaded coffee presents more favorable conditions for the development of the miner. KEY WORDS: Coffea arabica, Leucoptera coffeella, relative moisture, temperature, microenvironments, macroenvironment, termites. INTRODUÇÃO Em estudos bioecológicos de insetos de importância agrícola, os componentes microclimáticos são ferramentas importantes na elucidação do comportamento e flutuação populacional do organismo alvo. As variáveis microclimáticas também assumem importância para os insetos, destacando a densidade foliar como o principal regulador do microclima no ambiente, agindo direta ou indiretamente no estabelecimento de populações de insetos pragas como o bicho-mineiro do cafeeiro. A referida praga, Leucoptera coffeella (Guérin-Menéville, 1842), é a principal praga que ataca a cultura do café, especialmente em locais onde predominam altas temperaturas e maior déficit hídrico. Este inseto ocasiona desfolha nas plantas reduzindo a produtividade e longevidade das mesmas. A ocorrência dessa praga pode ser justificada além dos fatores climáticos, pela ausência de inimigos naturais e condições da lavoura (REIS e SOUZA, 2002). Segundo Parra (1981), temperaturas de aproximadamente 27ºC são ideais para o desenvolvimento do bicho-mineiro e realização da postura, enquanto que temperaturas acima de 35ºC são limitantes para o seu desenvolvimento. No entanto, a incidência da praga está relacionada com a região de cultivo podendo, ainda, ocorrer diferenças dentro de uma mesma região, principalmente nos períodos mais secos do ano (REIS e SOUZA, 2002). Longos períodos de estiagem e altas temperaturas favorecem o aparecimento do inseto, assim como lavouras muito arejadas e /ou a utilização de produtos químicos (RAMIRO, 2004) de forma inadequada são fatores relevantes para a disseminação do bicho mineiro. A arborização de cafezais, com grevílea, é um sistema de produção muito utilizado na região Sudoeste da Bahia com o intuito de minimizar os efeitos dos períodos de estiagem, porém, este tipo de controle, segundo Lima (2010), pode acarretar em maior infestação do bicho mineiro a partir da densidade de 150 grevíleas.ha -1 não sendo encontrados reais fatores para essa questão na literatura. No entanto, sabe-se que quanto maior o sombreamento maior a área dessa folha, o que pode servir de alimento para as lagartas do bicho mineiro favorecendo o crescimento populacional da praga, sendo que para este inseto, as condições ideais de temperatura e umidade relativa são encontradas no interior do tecido vegetal, os quais irão contribuir para o adequado desenvolvimento do mesmo. Nesse sentido, verifica-se a importância de se conhecer e medir as variáveis microclimáticas para estudos de bioecologia relacionados com o bicho-mineiro. Dessa forma, objetivou-se avaliar a diferença diária da temperatura e umidade em macro e micro ambientes em folhas minadas pelo bicho mineiro, em área cultivada de café sombreado e a pleno sol do campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, localizado em Vitória da Conquista, BA. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB, em campos de café Coffea arabica L., (Catuaí vermelho, IAC 144) em estágio avançado de maturação, submetidos a diferentes manejos (sombreado com grevilha e a pleno sol), em março de 2013. Adotou-se como macroambiente a área entre linhas, e micro ambiente as folhas minadas dos terços médio e superior. Com auxílio de um termohigrômetro digital, realizou-se medições de temperatura e umidade nesses três pontos: entre linhas; em folhas minadas dos terços médio e superior. As leituras foram realizadas em três horários distintos, pela manhã às 7 horas; tarde, às 14 horas; e noite, às 18 horas, totalizando 10 leituras por local nos horários indicados, aguardando um minuto entre as leituras até o equipamento estabilizar para que fossem registradas (Parra et. al.,1974). Para a análise da temperatura e umidade, foram considerados os efeitos de manejo (sombreado e pleno sol), horário, e local (ambiente, terço médio e terço superior), com dez repetições dentro de cada nível, compondo assim uma amostra com n = 10 2 3 3 = 180 unidades observacionais. As leituras foram submetidas à análise de variância, executada com o software estatístico Minitab 16 (Minitab 16 Statistical Software, 2010) e os múltiplos testes t com a correção de Bonferroni foram processados com o ambiente computacional R 2.15.2 (R Core Team, 2012). O nível de significância adotado para o presente estudo foi de 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se que as variações de temperatura, no café cultivado a pleno sol, apresentaram maiores alterações tanto nos locais como nos horários. Com relação às variações do macroambiente, os valores médios de 25,52 C, 29,81 C e 26,97 C, para os horários de 7 h, 14, e 18h, respectivamente, foram observados no café a pleno sol, enquanto que no café conduzido sob manejo sombreado, as médias foram de 28,3 C, 32,48 C e 25,35 C para os mesmos horários. Com relação às folhas minadas dos terços médio e superior, o café sombreado apresentou menores variações com máximo de 28,87 C para os terços médio e superior na avaliação das 14h. Já o café a pleno sol apresentou os máximos de 32,44 C e 33,45 C, respectivamente para os mesmos locais, no mesmo horário (Figuras 1 e 2). Figura 1. Temperatura média ( C) nos diferentes pontos do cafeeiro sob manejo a pleno sol, às 7:00, 14:00 e 18:00 horas, em Vitória da Conquista, BA. Figura 2. Temperatura média ( C) nos diferentes pontos do cafeeiro sob manejo sombreado, às 7:00, 14:00 e 18:00 horas, em Vitória da Conquista, BA. Analisando as temperaturas médias correlacionadas, pode-se observar que as mudanças são mais acentuadas em diferentes horários. Também são observadas mudanças nos valores médios quando avaliadas as diferenças entre pleno sol e sombreado. Sobre os efeitos de interação entre estes fatores, verifica-se que o café tipo pleno sol e sombreado se cruzam com as temperaturas vespertina e noturna. O referido gráfico também sugere que os grupos não apresentam interação expressiva com diferentes tipos e turnos, pelo que as linhas não se cruzam e são aproximadamente paralelas (Figura 03).

Figura 3. Interações entre manejos, horários e locais avaliados para a temperatura, em Vitória da Conquista, BA. Pelos estudos gráficos, justifica-se aplicar um modelo fatorial composto pelo tipo, horário e sua respectiva interação. Com efeito, o quadro do Teste F de Análise de Variância da Tabela 1 mostra que estes termos foram significativos. O coeficiente de determinação ajustado é igual a 91,16%, o que evidencia um excelente poder de explicação do modelo. Tabela 1. Quadro do Teste F de Análise de Variância da temperatura. Causa de Graus de Soma dos Quadrados variação liberdade quadrados médios Estatística F p-valor Manejo 1 96,21 96,21 114,09 < 0,0001 Horário 2 1.150,45 575,23 682,08 < 0,0001 Manejo Horário 2 314,14 157,07 186,25 < 0,0001 Resíduos 174 146,74 0,84 Total 179 1.707,55 Com relação à umidade, observa-se que as variações tanto nos horários quanto nos locais foram maiores no cultivo a pleno sol, o qual apresentou para o macro ambiente os valores de 69,80%, 48,40% e 61,90% para as avaliações de 7h, 14h e 18h, respectivamente. Já as avaliações no café sombreado apresentaram para o mesmo parâmetro os valores de 71,30%, 47,80% e 54,40%, respectivamente, para os horários supracitados (Figura 4 e 5). Com relação aos microambientes avaliados, o café sombreado apresentou maiores valores de umidade relativa, com o máximo de 74,50% no terço médio, para a avaliação das 7h. No café sob cultivo a pleno sol o maior valor foi observado no terço médio (65,50%) para a avaliação das 7h. Os menores valores de umidade relativa (UR) foram observados nas avaliações das 14h. Figura 04. Umidade relativa média (%) nos diferentes pontos do cafeeiro sob manejo a pleno sol, às 7:00, 14:00 e 18:00 horas, em Vitória da Conquista, BA.

Figura 05. Umidade relativa média (%) nos diferentes pontos do cafeeiro sob manejo sombreado, às 7:00, 14:00 e 18:00 horas, em Vitória da Conquista, BA. A partir da análise com a interação dos fatores, as médias apresentam diferenças notáveis por horário, mas praticamente não se diferem pelo manejo e locais (Figura 6). Assim, justificou-se aplicar um modelo apenas tendo o turno como fator, o qual é significativo, pelo quadro do Teste F de Análise de Variância descrito pela Tabela 3. O coeficiente de determinação ajustado é igual a 86,40%, o que sugere um bom poder de explicação ao modelo. Figura 6. Interações entre manejo, horário e local para a umidade, em Vitória da Conquista, BA. Tabela 2. Quadro do Teste F de Análise de Variância da umidade relativa. Causa de Graus de Soma dos Quadrados variação liberdade 1 quadrados médios Estatística F p-valor Horário 2 16.039,1 8.019,5 589,36 < 0,0001 Resíduos 176 2.394,9 13,6 Total 178 18.433,9 Nota-se que as umidades das folhas minadas no café cultivado a pleno sol apresentam variações mais acentuadas, apresentando, como mencionado, maior valor para o terço médio, enquanto no café sombreado essa diferença é bem 1 Foi necessário excluir um outlier referente à umidade relativa de 33,0 (mínimo). Portanto, foram consideradas n = 179 observações, o que fez com que o número de graus de liberdade do total se diferisse daquele informado na Tabela 1.

pequena. Isso se dá pelo conforto térmico criado pelo sombreamento, enquanto no outro cultivo o sol atinge diretamente as folhas superiores, reduzindo a umidade contida nas folhas pela evapotranspiração. Similarmente aos resultados encontrados por Parra (1981), Conceição (2005) constatou que a temperatura ótima para o desenvolvimento dos bicho-mineiro é em torno de 27 C, o que permite inferir com base nos resultados obtidos que, para as condições climáticas do período amostrado na região de Vitória da Conquista, o café sombreado é mais favorável para o desenvolvimento da praga por apresentar temperaturas médias mais amenas, favorecendo assim o mais rápido desenvolvimento do inseto, enquanto o café cultivado a pleno sol pode prejudicar esse desenvolvimento por apresentar temperaturas mais elevadas, podendo prejudicar seu ciclo biológico. Sabe-se que a região do Planalto da Conquista, bem como todo o Nordeste de forma geral, está passando por uma das piores secas já registradas, o que certamente afeta de forma direta a ocorrência, distribuição e desenvolvimento tanto dessa praga como de toda a diversidade entomológica, visto que fatores ambientais estão diretamente relacionados com o ciclo biológico dos insetos (CAMARGO, 1963; GALLO, et al. 2002). Para tanto, estudos acerca da dinâmica populacional da praga para a região nesse período deverão ser realizados posteriormente como continuidade do trabalho apresentado. CONCLUSÕES 1. O café cultivado a pleno sol apresenta maiores valores de temperatura e menores de umidade. 2. As mudanças são mais acentuadas em diferentes horários, não havendo significância nas correlações ente os locais. 3. O conforto térmico causado pelo sombreamento com grevílea reduz a perda de umidade pela evapotranspiração, além de reduzir as temperaturas do microambiente. 4. Para as condições de macro e microambientes observadas, o café sombreado apresenta condições mais favoráveis para o desenvolvimento do bicho-mineiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMARGO A.P. Clima do cerrado. In: Simpósio sobre o Cerrado. São Paulo. Eds. EDUSP. 1969, p.75-93 CONCEIÇÃO, C.H.C. Biologia, dano e controle do bicho-mineiro em cultivares de café arábica. 2005, 105f. GALLO D, NAKANO O, SILVEIRA NETO S, CARVALHO RPL, BATISTA G C, BERTI FILHO E, PARRA JRP, ZUCCHI RA, ALVES S B, VENDRAMIM J D, MARCHINI L C, LOPES J R S, OMOTO C. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002, 920p. LIMA, J.M. Influência da arborização na fisiologia de folhas de cafeeiro, na infestação por Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville e Perrotet, 1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae) e nas interações tritróficas. 2010. 148f. (Dissertação Mestrado em Agronomia, Área de Concentração em Fitotecnia). Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, Bahia. Minitab 16 Statistical Software (2010). [Computer software]. State College, PA: Minitab, Inc. R Core Team (2012). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. PARRA, R.P.; GONÇALVES,W.; PRECETTI, A.A.C.M. Flutuação populacional de parasitos e predadores de Perileucoptera coffeella (Guérin- Meneville, 1842) em três localidades do Estado de São Paulo. Turrialba, San José, v. 4, p. 357-364, 1981. RAMIRO, D.A.; GUERREIRO-FILHO, O.; QUEIROZ-VOLTAN, R.B.; MATTHIESEN, S.C. Caracterização anatômica de folhas de cafeeiros resistentes e susceptíveis ao bicho-mineiro. Bragantia, Campinas, v.63, n.3, p.367-372, 2004. REIS, P.R.; SOUZA, J.C. Insetos na folha. Cultivar, p.30-33, 2002. VIEIRA, S. Análise de variância. Piracicaba: Atlas, 2002.