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Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2014.0000211474 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0021910-26.2013.8.26.0003, da Comarca de São Paulo, em que são apelantes DENIS ACHCAR POLAK e RENATA DAVES TONON POLAK, sendo apelada SW05 SAMAMBAIA EMPREENDIMENTO IMOBILIARIO SPE LTDA. ACORDAM, em 7ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso. V. U. Sustentou oralmente o Dr. Silvio Dutra (OAB/SP 214.172).", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MIGUEL BRANDI (Presidente) e LUIS MARIO GALBETTI. São Paulo, 9 de abril de 2014. Luiz Antonio Costa RELATOR Assinatura Eletrônica

Voto nº 14/21350 Apelação nº 0021910-26.2013.8.26.0003 Comarca: São Paulo Juiz de 1º Instância: José Wagner de Oliveira Melatto Peixoto Apelantes: Denis Achcar Polak e Renata Daves Tonon Polak Apelada: SW05 Samambaia Empreendimento Imobiliario SPE Ltda. Ementa Compra e venda Atraso da vendedora na entrega do imóvel - Indenização no valor do dobro dos aluguéis arcados pelos compradores Indenização que deve ter como base imóvel não entregue a tempo Ausência de prova de que compradores concorreram para atraso Responsabilidade da vendedora deve se estender a todo atraso Viga em cômodo impede uso livre do bem, diminui seu valor e constitui vício de qualidade indenizável (art. 18 CDC) Durante espera de entrega do imóvel, compradores tiveram que mudar de apartamento Incidente que extrapola mero aborrecimento e configura dano moral que merece R$2.000,00 de compensação Recurso parcialmente provido. Recurso de Apelação interposto contra sentença que julgou parcialmente procedente Ação de Indenização, proposta por compradores em face de vendedora, sob o fundamento de que houve atraso na entrega do bem e, quando o receberam constataram a existência de uma viga no meio do dormitório e outros vícios. A sentença acolheu parcialmente o pedido nos seguintes termos: (1) a Ré admitiu o atraso na entrega do imóvel, que não é escusável em função de excesso de chuvas e escassez de insumos, que não caracterizam caso fortuito; (2) condenou- a ao pagamento de indenização no valor dos alugueis pagos pelos Autores enquanto não puderam desfrutar do imóvel, uma vez como multa por atraso e outra como retardo da fruição, Apelação nº 0021910-26.2013.8.26.0003 - São Paulo - Voto nº 14/21350 2

descontando-se todavia dois meses do período de documentação dos autores para o financiamento imobiliário ; (3) a viga no quarto não merece reparação, uma vez que constava das plantas e do material publicitário; (4) descabe dano moral, uma vez que os Autores não deixaram de ter onde viver apesar do atraso. Os Autores recorrem alegando que (1) o d. Magistrado usou como base para a indenização os aluguéis pagos enquanto esperavam a entrega do apartamento, mas deveria usar como parâmetro o imóvel objeto do negócio, de melhor padrão; (2) o d. Juiz entendeu que eles contribuíram para dois meses de atraso da entrega do imóvel, mas o financiamento demorou em razão da Ré haver retardado a entrega dos documentos; (3) o apartamento modelo apresentado no stand de vendas não apresentava nenhuma viga, não tendo os Autores capacidade técnica para analisar a planta, razão por que esse capítulo da sentença deve ser anulado a fim de ser realizada perícia ; e (4) sofreram dano moral pois não podiam continuar alugando o imóvel em que moravam e tiveram que se mudar para um outro, com um filho recém-nascido. Recurso recebido e respondido. É o Relatório. O d. Juiz condenou a Apelada ao pagamento de duas vezes os aluguéis pagos pelos Apelantes, uma vez por multa por atraso e outra Apelação nº 0021910-26.2013.8.26.0003 - São Paulo - Voto nº 14/21350 3

como retardo da fruição. Ocorre que o dano é único, a impossibilidade de fruição do imóvel, e merece uma única indenização, no valor dos aluguéis do imóvel não entregue que causou o prejuízo. Evidente que se a Apelada tivesse entregue o imóvel no prazo do contrato, os Apelantes poderiam nele residir nele e deixar de gastar com aluguel de imóvel alheio, mas não poderiam alugar o próprio imóvel no qual passariam a residir, descabendo dizer que aufeririam aluguel com o bem. Os Apelantes poderiam, sim, alugar o imóvel comprado, mas teriam que alugar outro imóvel para residir, não se podendo dizer que esse custo constitua dano emergente. Assim sendo entendo que a sentença deva ser modificada nesse tópico, devendo prevalecer o maior valor que se verificar em liquidação o valor dos aluguéis do imóvel não entregue ou o dobro dos alugueis pagos pelos Apelantes, como fixado na sentença, a fim de evitar ofensa à proibição da reformatio in pejus. Passo a analisar se os Apelantes deram causa a dois meses de atraso da entrega do imóvel. O desconto determinado pelo d. Magistrado teve por base a alegação da Apelada de que o financiamento mencionado só foi efetivamente realizado no mês de abril de 2013, passados dois meses após a colocação das chaves disposição (fls. 150/1). Ocorre que não se pode Apelação nº 0021910-26.2013.8.26.0003 - São Paulo - Voto nº 14/21350 4

inferir essa conclusão do habite-se (fls. 169) ou do termo de vistoria (fls. 172). Para tal fim, era necessário apresentar alguma evidência de que a Apelada havia entregue aos Apelantes os documentos exigidos pelo agente financiador. Sem qualquer indício desse fato, entendo que a Apelada não se desincumbiu do ônus de provar fato extintivo do direito dos Apelantes (art. 333, II, CPC), devendo arcar com as consequências de não ter cumprido o prazo convencionado. Por essas razões, também nessa parte o Apelo merece provimento, para que a Apelada seja condenada ao pagamento de indenização por todo o período de atraso. Relativamente à responsabilidade pela viga, igualmente com razão os Apelantes. Como se depreende da foto de fls. 121, a viga ocupa parte do teto de um dos dormitórios, impede seu uso completamente livre e diminui o valor do bem, devendo ser interpretado como vício de qualidade, nos termos do art. 18 do CDC ( Os fornecedores de produtos de consumo duráveis [...] respondem solidariamente pelos vícios de qualidade [ ] [que] lhes diminuam o valor ). Entendo que os Apelantes não foram suficientemente alertados acerca dessa característica, à medida que a viga constou de apenas uma das plantas (fls. 168), mas não de outra (fls. 167), tendo os Apelantes relatado Apelação nº 0021910-26.2013.8.26.0003 - São Paulo - Voto nº 14/21350 5

ainda que a viga não fazia parte do apartamento modelo do stand de vendas, afirmação não impugnada. Portanto, também nessa parte entendo que a sentença deve ser reformada para que a Apelada seja condenada a indenizar os Apelantes, em valor a ser apurado por perito em fase de execução. Por fim, cuido do dano moral. Como visto no relatório, os Apelantes tiveram que alugar outro apartamento durante a espera pela entrega do imóvel, fato não impugnado pela Apelada, que apenas negou que a mudança ensejasse dano moral, uma vez que os Apelantes haviam se mudado para apartamento no mesmo condomínio. A mudança extrapolou os limites do mero aborrecimento e deve ter causado verdadeira consternação nos Apelantes, quanto mais por terem filho menor de um ano de idade, razão por que entendo que seu direito à incolumidade psicofísica foi verdadeiramente ofendido e merece compensação de R$2.000,00, valor adequado à baixa gravidade da ofensa, sobre o qual deverão ser computados correção e juros de 1% ao mês desde a data da mudança. Destarte, entendo que o Recurso dos Apelantes deve ser acolhido a fim de condenar a Apelada (1) ao pagamento do maior valor que se Apelação nº 0021910-26.2013.8.26.0003 - São Paulo - Voto nº 14/21350 6

encontrar os alugueis do imóvel não entregue ou o dobro dos alugueis pagos pelos Apelantes, como fixado na sentença ; (2) estender a indenização a todo o atraso, da data prevista da entrega até o dia da efetiva entrega das chaves; (3) ao pagamento de indenização pela viga, a se apurar em fase de execução; (4) ao pagamento de compensação de R$2.000,00 em dano moral, com correção e juros de 1% ao mês a contar desde a data da mudança de apartamento ocorrida durante a espera à entrega do imóvel. Isto posto, pelo meu voto, dou parcial provimento ao Recurso. Luiz Antonio Costa Relator Apelação nº 0021910-26.2013.8.26.0003 - São Paulo - Voto nº 14/21350 7