Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina ICEC Índice de Confiança do Empresário do Comércio Catarinense de julho de 2013
Piora da situação econômica e protestos pelo Brasil deterioram otimismo do empresário do comércio catarinense O índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) catarinense de julho apresentou forte queda de 8,9% na comparação com junho deste ano, caindo para a casa dos 113,1 pontos. O índice segue expressando otimismo dos empresários, principalmente em relação às expectativas de que a economia cresça no médio prazo. Entretanto, a situação ruim da economia e a onda de protestos pelo país trouxeram forte pessimismo na percepção dos comerciantes em relação ao atual momento da economia, fator determinante para a queda do indicador. Síntese dos resultados Índice Jun/13 Jul/13 Índice de Confiança do Empresário do Comércio - ICEC Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio - ICAEC Variação Mensal (%) 124,2 113,1-8,9 93,7 73,8-21,2 Condições Atuais da Economia CAE 74 52,9-28,5 Condições Atuais do Comércio CAC 89,2 69,7-21,9 Condições Atuais das Empresas do Comércio - CAEC 117,8 98,9-16,0 Índice de Expectativa do Empresário do Comércio IEEC 162,1 149,0-8,1 Expectativa da Economia Brasileira EEB 146,9 129,8-11,6 Expectativa do Comércio EC 164,8 155,2-5,8 Expectativas das Empresas Comerciais EEC 174,5 162,1-7,1 Índice de Investimento do Empresário do Comércio IIEC 116,9 116,4-0,4 Indicador de Contratação de Funcionários IC 132,4 134,8 1,8 Nível de Investimento das Empresas NIE 121,5 109,7-9,7 Situação Atual dos Estoques SAE 96,9 104,6 7,9 Condições atuais Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) O índice de condições atuais do empresário do comércio apresentou expressiva queda em julho na comparação com a pesquisa realizada em junho. Foram 21,2% de queda na variação mensal. O índice sai dos 93,7 pontos para os 73,8 pontos, o que expressa um
pessimismo ainda maior do empresário do comércio catarinense em relação as condições atuais da economia. Dentre os subíndices que compõem o ICAEC, o de condições atuais da economia (CAE) apresentou a variação negativa mais relevante. A queda foi de expressivos 28,5%, passando de 74 pontos em junho para 52,9 pontos em julho. A situação anterior já era de pessimismo, associado ao alto patamar inflacionário, ao baixo crescimento do primeiro trimestre, à forte depreciação do Real, à desaceleração do ritmo de vendas e à elevação dos juros. Com o adicional da onda de manifestações que insistem em não arrefecer, a percepção do empresário deteriorou-se ainda mais, trazendo o índice para reduzido patamar atual. Já o subíndice de condições atuais do comércio (CAC) teve forte variação negativa de 21,9%. Em termos absolutos, o subíndice marca 69,7 pontos, menor do que os 89,2 pontos de junho. O resultado mostra que o pessimismo dos empresários com relação às condições atuais do comércio se aprofundou, também associado aos mesmos motivos do subíndice anterior, porém principalmente à desaceleração das vendas, que hoje crescem, segundo dados do IBGE, 3,6% ao ano, enquanto que cresciam em torno de 8,5% no mesmo período do ano passado. Por fim, o subíndice de condições atuais das empresas do comércio (CAEC) que era o único no mês anterior a permanecer em patamar acima de 100 pontos (117,8 pontos em junho), caiu 16% e chegou ao grau de pessimismo dos 98,9 pontos de julho, ou seja, acompanhou os subídices anteriores. Expectativas Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) O índice de expectativa do empresário do comércio (IEEC), que vem segurando o ICEC em uma situação de otimismo, por sua vez, caiu 8,1% na comparação mensal. Dos 162,1 pontos de junho, o índice foi para 149 pontos o que indica que a confiança do empresário do comércio nas possibilidades de vendas futuras, mesmo com a queda, permanece muito positiva. Os subíndices Expectativas da Economia Brasileira (EEB), Expectativa do Comércio (EC) e Expectativa das Empresas Comerciais (EEC), em consonância com o IEEC, apresentam-se todos acima da barreira dos 100 pontos. O EEB apresentou em julho 129,8 pontos, sendo que em junho estava em 146,9 pontos variação negativa de 11,6%. Esta queda está ligada às incertezas atuais da economia brasileira, como já mencionado acima. Entretanto, mesmo com as incertezas, o empresário permanece confiante de que a economia irá apresentar melhoras no decorrer do ano. O EC caiu 5,8%, de 164,8 pontos em junho para 155,2 pontos em julho. Já o EEC passou de 174,5 para 162,1 pontos, expressando uma variação negativa de 7,1%. Ambos corroboram a expectativa dos empresários do comércio de que a economia e as vendas irão se recuperar. Entretanto, a tendência, caso a economia demore a se recuperar, é de que as expectativas dos empresários permaneçam em queda, o que pode impactar a expansão do setor no decorrer do ano.
Investimento - Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) O IIEC, índice de investimento do empresário do comércio, apresentou pequena queda de 0,4%. Passou de 116,9 pontos em junho para 116,4 pontos em julho. Este resultado indica que os empresários catarinenses, em função de sua expectativa de recuperação da economia, mantém uma percepção positiva em relação aos investimentos no setor. O subíndice nível de investimento da empresa (NIE) apresentou queda de 9,7%, passando de 121,5 pontos em junho para 109,7 pontos em julho. O subíndice de contratação de funcionários (IC) teve pequeno crescimento de 1,8%, passando para 134,8 pontos. Já o subíndice de situação atual dos estoques (SAE), por sua vez, passou de 96,9 para 104,6 pontos, uma variação positiva de 7,9%, tirando o pessimismo dos empresários em relação a seus estoques. O IIEC deste mês de maio mostrou que os empresários seguem otimistas com relação as suas perspectivas de investimento, dada sua consideração de que as incertezas da economia se dissiparão e melhores momentos virão nos próximos meses. Entretanto, como dito anteriormente, se a economia demorar a se recuperar o investimento dos empresários catarinenses tende a ser consideravelmente prejudicado no decorrer do ano. Conclusão Para os empresários do comércio catarinense, o momento atual da economia é preocupante e desperta pessimismo, cenário contraposto à visão de futuro que os mesmos têm. A inflação, o baixo crescimento econômico, a redução do crescimento da renda, o aumento da taxa básica de juros, a disparada do dólar e, principalmente, a desaceleração das vendas do varejo já eram temores dos empresários. Com a manutenção da onda de protestos pelo país, a percepção dos empresários se deteriorou, o que contribuiu para a queda do ICEC. Entretanto, no geral, o que os empresários do comércio esperam é que, passado o momento atual de incerteza econômica, a economia brasileira volte a apresentar crescimento, com consequente aumento da renda e do consumo. Cenário que parece bastante incerto e, se demorar a ocorrer, tende a trazer uma situação ainda pior para o ICEC nos próximos meses. Aspectos Metodológicos A pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio tem como objetivo produzir um indicador inédito com capacidade de medir, com a maior precisão possível, a percepção que os empresários do comércio têm sobre o nível atual e futuro de propensão a investir em curto e médio prazo. Em outras palavras, um indicador antecedente de vendas do comércio, a partir do ponto de vista dos empresários comerciais e não por uso de modelos econométricos, tornando-o uma ferramenta poderosa para o varejo, fabricantes, consultorias e instituições financeiras. Este indicador poderá ser largamente utilizado pelo setor no seu planejamento de estoques e investimentos. Seu uso pode ser particularmente importante para o comércio varejista.
A metodologia adotada parte de um conjunto de perguntas qualitativas referentes a economia, ao setor comerciário e as empresas. Estas perguntas qualitativas serão transformadas em um indicador que antecipe os resultados das Vendas do Comércio Varejista. Por meio de uma transformação específica, cada pergunta (Pi) se transforma em um indicador quantitativo (Xi) variando entre 0 e 200 pontos, que é a variação da escala semântica. O índice 100 demarca a fronteira entre a avaliação de insatisfação e de satisfação dos empresários do comércio: abaixo de 100 pontos diz respeito à situação de pessimismo enquanto acima de 100 encontra-se a situação de otimismo. População Empresas comerciais localizadas no Município de Florianópolis. Grandeza da Amostra Para fixar a precisão do tamanho da amostra, admitiu-se que 95% das estimativas poderiam diferir do valor populacional desconhecido p por no máximo 3,5%, isto é, o valor absoluto d (erro amostral) assumiria no máximo valor igual a 0,035 sob o nível de confiança de 95%, para uma população constituída de famílias em potencial. Preferiu-se adotar o valor antecipado para p igual a 0,50 com o objetivo de maximizar a variância populacional, obtendo-se maior aproximação para o valor da característica na população. Em outras palavras, fixou-se um maior tamanho da amostra para a precisão fixada. Assim, o número mínimo de empresas a serem entrevistadas foi de 189, ou seja, com uma amostra de no mínimo 189 empresas, esperou-se que 95% dos intervalos de confiança estimados, com semi-amplitude máxima igual a 0,035, contivessem as verdadeiras freqüências.