A Situação Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento

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Transcrição:

A Situação Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 2006

Ficha Técnica Título: A Situação Profissional dos ex-bolseiros de Doutoramento Autores: Isabel Gonçalves, Joana Duarte, Helena Saleiro Documento constituído a partir do material de apoio distribuído para a comunicação apresentada na conferência Conferência Regional de Lisboa e Vale do Tejo, no Centro de Formação Profissional de Santarém, em 10 de Março de 2005. Instituição responsável pela operação estatística e pelo tratamento dos dados: Observatório da Ciência e do Ensino Superior Edição Gráfica e Revisão: Daniel Ferreira e Alexandra Araújo Apoio na Edição Gráfica: Filipe Rolão Capa: Daniel Ferreira Edição Observatório da Ciência e do Ensino Superior Rua das Praças 13B R/c 1200-765 LISBOA Tel.: 213 926000 Fax: 213 3950979 e-mail: observatorio@oces.mctes.pt URL: http://www.oces.mctes.pt 2006 Observatório da Ciência e do Ensino Superior

A Situação Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento Comunicação apresentada na Conferência Regional de Lisboa e Vale do Tejo Centro de Formação Profissional de Santarém 10 de Março de 2005 Isabel Gonçalves Joana Duarte Helena Saleiro

Índice 1 - Apresentação do Inquérito... 1 2 - Caracterização geral dos ex-bolseiros... 2 2.1 Sexo... 2 2.2 Local de realização do doutoramento e situação perante o doutoramento... 2 3 - Situação Profissional dos Ex-Bolseiros... 3 3.1 Situação Profissional... 3 3.2 Actividade Profissional... 4 3.2.1 Por situação profissional... 4 3.2.2 Por sexo... 4 3.2.3 Por área científica... 5 3.2.4 Por local e sector da actividade profissional... 6 3.2.5 Categorias profissionais com maior mobilidade após a conclusão da bolsa de doutoramento... 8 OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior i

SIGLAS - BD Bolsa de Doutoramento - Cidec Centro Interdisciplinar de Estudos Económicos - C&T Ciência e Tecnologia - Dinâmia Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica - EUROSTAT Serviço de Estatística das Comunidades Europeias - FCT Fundação para a Ciência e Tecnologia - OCDE Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos - OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior - OCT Observatório das Ciências e das Tecnologias - UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior ii

1 - Apresentação do Inquérito O Observatório da Ciência e do Ensino Superior (OCES) realizou de forma regular, entre 1998 e 2002, o Inquérito à inserção profissional dos ex-bolseiros de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Quadro 1.1 Operações estatísticas do OCES à inserção profissional dos ex-bolseiros de doutoramento da FCT Inquérito Universo Respostas Taxa de Resposta Ano de fim da Bolsa de Doutoramento Ano de lançamento do Inquérito 1.º - - - - 1997 2.º 1 949 1 771 91% 1990 a 1998 a) 1998 / 99 3.º 560 490 88% 1998 a 1999 b) 2000 4.º 406 337 84% 2000 2001 5.º 643 524 82% 2001 2002 Total 3 558 3 122 88% - - Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 1999, 2000, 2001 e 2002. Nota(s): a) A segunda operação de inquérito incidiu sobre os ex-bolseiros de doutoramento da FCT que tinham terminado a sua bolsa entre 1990 e Novembro de 1998. b) A terceira operação de inquérito incidiu sobre os ex-bolseiros de doutoramento da FCT que tinham terminado a sua bolsa entre Novembro de 1998 e 1999. O primeiro inquérito, realizado em 1997, foi elaborado pelo consórcio DINÂMIA/CIDEC com o objectivo de compreender o impacto na vida profissional dos bolseiros do Programa CIENCIA de Formação Avançada de Recursos Humanos em C&T. A segunda operação de inquérito, e a primeira da responsabilidade do ex- Observatório das Ciências e das Tecnologias (OCT), lançada no final de 1998, incidiu sobre os ex-bolseiros de doutoramento da FCT que tinham terminado a sua bolsa entre 1990 e Novembro de 1998. Assim foram incluídos no universo de análise os exbolseiros que já tinham sido inquiridos no primeiro inquérito. Os inquéritos realizados abrangem um total de 3.558 inquiridos e respeitam aos exbolseiros que terminaram a bolsa de doutoramento entre 1990 e 2001. Destes responderam ao inquérito 3.122 indivíduos, representando uma taxa média de resposta na ordem dos 88%. Actualmente o OCES está a trabalhar, conjuntamente com a UNESCO, EUROSTAT e OCDE, num projecto de inquérito às trajectórias profissionais dos doutorados, harmonizado internacionalmente. Assim a tendência é para este inquérito se tornar extensivo a todos os doutorados, independentemente de terem beneficiado ou não de financiamento para a realização do doutoramento, alargando-se o universo estatístico. OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 1

2 - Caracterização geral dos ex-bolseiros 2.1 Sexo Quando caracterizamos os bolseiros que responderam às operações de inquérito podemos observar que a distribuição por sexo não é igualitária, existindo um maior número de bolseiros de sexo masculino. Contudo, esta tendência começa a atenuarse nos anos mais recentes no último inquérito a percentagem que diferencia os dois sexos é de apenas 0,4%, encontrando paralelo com a tendência nacional de crescimento do peso do sexo feminino na formação superior. Quadro 2.1 Ex-bolseiros de doutoramento da FCT por sexo, 1999-2002 (%) Inquérito Sexo 2º (1999) 3º (2000) 4º (2001) 5º (2002) Feminino 41,5 49,8 48,1 49,8 44,9 Masculino 58,8 50,2 51,9 50,2 55,1 Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 1999, 2000, 2001 e 2002. 2.2 Local de realização do doutoramento e situação perante o doutoramento Em relação ao local de realização do doutoramento que se convencionou tipificar como sendo em Portugal, no estrangeiro ou misto (se for realizado em Portugal e no estrangeiro), nota-se uma maior tendência para os homens usufruírem de bolsa de doutoramento no estrangeiro. Isto não significa que as mulheres não se desloquem ao estrangeiro durante a realização do doutoramento, apenas o fazem por períodos mais curtos, através de bolsas com localização mista. A conclusão da bolsa de doutoramento não implica a conclusão do doutoramento. Ao analisarmos as quatro operações de inquérito concluiu-se que 56% dos ex-bolseiros tinham terminado o doutoramento, correspondendo a maioria a bolsas usufruídas no estrangeiro. OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 2

Quadro 2.2 Situação perante o doutoramento dos ex-bolseiros da FCT no país e no estrangeiro, 1999-2002 Situação perante o Doutoramento Localização Bolsa de Doutoramento Portugal Estrangeiro Mista (Portugal+Estrangeiro) F M F M F M Terminou durante o período da Bolsa de Doutoramento 310 322 367 598 63 74 1 734 Não terminou durante o período da Bolsa de Doutoramento 375 353 209 305 78 68 1 388 Sub -total 685 675 576 903 141 142 3 122 1 360 1 479 283 Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 1999, 2000, 2001 e 2002. Nota (s): F - Feminino M - Masculino 3 - Situação Profissional dos Ex-Bolseiros 3.1 Situação Profissional Quadro 3.1 Situação perante a actividade profissional de ex-bolseiros de doutoramento da FCT, 1999-2002 Com actividade profissional antes da obtenção da bolsa de doutoramento 50% Com actividade profissional depois da conclusão da bolsa de doutoramento 85% Situação do Doutoramento Situação profissional Desenvolvem actividade profissional Não exercem actividade profissional Ainda a realizar o doutoramento N.º % N.º % N.º % N.º % Terminou durante o período da Bolsa de Doutoramento 1 641 53 93 3 - - 1 734 56 Não terminou durante o período da Bolsa de Doutoramento 1 004 32 35 1 349 11 1 388 44 2 677 85 128 4 349 11 3 122 100 Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 1999, 2000, 2001 e 2002. Avaliando a situação profissional antes da obtenção bolsa, verificamos que 50% dos ex-bolseiros declarava exercer actividade profissional. Após a conclusão da bolsa de OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 3

doutoramento: 85% dos ex-bolseiros afirmava desenvolver actividade profissional (considerando-se nesta categoria os bolseiros de pós-doutoramento); 11% dedicavamse ainda ao doutoramento; e 4 % não exerciam qualquer actividade profissional. Analisando os indivíduos que concluíram o doutoramento, a percentagem que não exercia qualquer actividade profissional era de 5%. 3.2 Actividade Profissional 3.2.1 Por situação profissional Em relação à actividade profissional exercida, 55% dos ex-bolseiros exerciam funções de docência no ensino superior, 14% eram investigadores e 12% eram bolseiros de pós-doutoramento. No conjunto, a docência empregava 59% dos inquiridos. Os exbolseiros que exerciam cargos directivos, de gestão e assessoria e funções técnicas superiores e de consultoria perfaziam um total de 14%. Quadro 3.2.1 Situação perante a actividade profissional de ex-bolseiros de doutoramento da FCT, 1990-2002 Profissão N.º % Docentes do ensino superior 1 481 55 Investigadores 383 14 Bolseiros de Pós-Doutoramento 330 12 Funções técnicas superiores e de consultoria 289 11 Docentes do ensino secundário ou básico 105 4 Cargos directivos, de gestão e assessoria 80 3 Outras 7 0,3 NS/NR 2 0,1 2 677 100 Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 1999, 2000, 2001 e 2002. 3.2.2 Por sexo Relativamente à repartição da profissão por sexo, verificamos que as mulheres têm um maior peso percentual na docência do ensino secundário ou básico, na investigação e na realização de pós-doutoramento. Os homens destacam-se em cargos de chefia, nas profissões ligadas a cargos de gestão e assessoria e na docência do ensino superior. Nos quadros superiores, de que são exemplo as funções técnicas superiores e de consultoria, não existe diferença percentual entre sexos. OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 4

Quadro 3.2.2 Profissão e sexo dos ex-bolseiros de doutoramento da FCT, 1999-2002 Profissão Mulheres Homens N.º % N.º % Docentes do ensino superior 584 51 897 59 Investigadores 189 16 194 13 Funções técnicas superiores e de consultoria 123 11 166 11 Bolseiros de Pós-Doutoramento 164 14 166 11 Cargos directivos, de gestão e assessoria 21 2 59 4 Docentes do ensino secundário ou básico 71 6 34 2 Outras 3 0 4 0 NS/NR - - 2 0 1 155 100 1 522 100 Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 1999, 2000, 2001 e 2002. 3.2.3 Por área científica Procedendo a uma análise por grande área científica e situação perante a actividade profissional, observamos que a área das Engenharias e Tecnologias é aquela onde se encontra o maior número de ex-bolseiros a desenvolver actividade profissional; sendo o inverso observado na área das Ciências Naturais, que no entanto apresenta um maior número de bolseiros de pós-doutoramento. Quadro 3.2.3 Área científica de doutoramento e situação profissional dos ex-bolseiros de doutoramento da FCT, 1999-2002 (N.º) Área Científica Situação perante a actividade profissional Desenvolvem actividade profissional Não exercem qualquer actividade profissional Bolseiros de Pósdoutoramento Ciências Exactas Ciências Naturais Ciências Agrárias e Veterinárias Ciências da Saúde Engenharias e Tecnologias Ciências Sociais e Humanas 428 78 93 599 398 100 96 594 141 20 10 171 240 68 64 372 673 85 49 807 467 94 18 579 2 347 445 330 3 122 Fonte: OCES, Inquérito à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento - 1999, 2000, 2001 e 2002 OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 5

3.2.4 Por local e sector da actividade profissional A maioria dos ex-bolseiros exercia a sua actividade profissional em Portugal (85%). Entre aqueles que optaram por um país estrangeiro para desenvolver a sua actividade profissional, o Reino Unidos e os EUA são os dois países que mais acolhem exbolseiros de doutoramento. Segue-se a França e a Alemanha mas com valores percentuais bem mais distantes. A Espanha, que pela proximidade geográfica e linguística poderia ser um potencial empregador de ex-bolseiros portugueses, aparece apenas em 5.º lugar. Quadro 3.2.4.1 Zona geográfica de actividade profissional dos ex-bolseiros de doutoramento da FCT, 1999-2002 País N.º % Portugal 2 267 84,7 Países da UE 25 258 9,6 Outros países europeus 15 0,6 América do Norte 120 4,5 América do Sul 6 0,2 África 3 0,1 Ásia e Oceania 2 0,1 NS/NR 6 0,2 2 676 100 Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 1999, 2000, 2001 e 2002. No que respeita ao território nacional, é no distrito de Lisboa que se encontram mais ex-bolseiros a desenvolver actividade profissional (41%). Em instituições sediadas no Norte, o distrito do Porto é o maior empregador de ex-bolseiros. Em conjunto, as duas regiões Lisboa e Vale do Tejo e Norte absorvem mais de 60% do total de exbolseiros. Em contrapartida, as regiões do interior do país como Guarda, Beja e Portalegre são as que menos empregam ex-bolseiros. OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 6

Quadro 3.2.4.2 Região de actividade profissional dos ex-bolseiros de doutoramento da FCT, 1999-2002 Distrito N.º % CENTRO 317 14,0 Aveiro 128 5,6 Castelo Branco 21 0,9 Coimbra 165 7,3 Guarda 3 0,1 LISBOA E VALE DO TEJO 965 42,6 Leiria 20 0,9 Lisboa 927 40,9 Santarém 18 0,8 ALENTEJO 153 6,7 Beja 6 0,3 Évora 65 2,9 Portalegre 6 0,3 Setúbal 76 3,4 NORTE 667 29,4 Braga 131 5,8 Bragança 23 1,0 Porto 450 19,9 Viana do Castelo 17 0,7 Vila Real 32 1,4 Viseu 14 0,6 ALGARVE 110 4,9 Faro 110 4,9 AÇORES 25 1,1 R. A. Açores 25 1,1 MADEIRA 12 0,5 R. A. Madeira 12 0,5 Ns/Nr/NA 18 0,8 Total 2 267 100 Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 1999, 2000, 2001 e 2002. OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 7

São as instituições do ensino que mais empregam ex-bolseiros (74%). Apenas 282 (11%) desenvolvem a sua actividade no sector das empresas, quer sejam públicas ou privadas. Dentro do sector ensino, e olhando para a divisão ensino superior versus ensino não-superior, verifica-se que o primeiro absorve cerca de 70%, cabendo ao segundo apenas 4%. 3.2.5 Categorias profissionais com maior mobilidade após a conclusão da bolsa de doutoramento Comparando-se a repartição por actividade profissional antes e depois da conclusão da bolsa, apura-se que as trajectórias de mobilidade inter-profissional são praticamente inexistentes. Contudo, podem-se destacar algumas profissões em que essa mobilidade é mais notória. A categoria de docentes do ensino superior é a que mais se evidencia com um acréscimo de 32%. Contrariamente, os docentes do ensino secundário ou básico sofrem um decréscimo de 2%, o que demonstra uma evolução na carreira, uma vez que a maior parte deles passou para a docência no ensino superior. Quadro 3.2.5.1 Profissão dos ex-bolseiros de doutoramento da FCT antes e depois da bolsa, 2000-2002 Profissão Antes da Bolsa de Doutoramento Depois da Bolsa de Doutoramento (%) Docentes do Ensino Superior 19 51 Investigadores 9 16 Cargos directivos, de gestão e assessoria 1 3 Docentes do Ensino secundário ou básico 4 2 Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 2000, 2001 e 2002. Em relação aos ex-bolseiros que não exerciam qualquer actividade profissional antes da obtenção da bolsa de doutoramento, verifica-se que a grande maioria iniciou actividade como docente do ensino superior (40%), 23% decidiram candidatar-se a uma bolsa de pós-doutoramento, 20% dedicam-se à investigação e 13% desempenham funções técnicas superiores e de consultoria. OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 8

Quadro 3.2.5.2 Actividade profissional dos ex-bolseiros de doutoramento da FCT que se encontravam desempregados antes da bolsa, 2000-2002 Profissão Nº % Docentes do ensino superior 157 28 Bolseiros de Pós-Doutoramento 91 16 Investigadores 81 15 Funções técnicas superiores e consultoria 53 10 Docentes do ensino secundário ou básico 9 2 Cargos directivos, de gestão e assessoria 5 1 Outras 2 o Total dos que se encontram empregados 398 72 Mantêm-se desempregados 157 28 Fonte: OCES, Inquéritos à Inserção Profissional dos Ex-Bolseiros de Doutoramento da FCT - 2000, 2001 e 2002. Nota: o - Dado inferior a metade da unidade utilizada OCES Observatório da Ciência e do Ensino Superior 9