O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA PRESTADA AO IDOSO PORTADOR DO MAL DE ALZHEIMER: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Transcrição:

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA PRESTADA AO IDOSO PORTADOR DO MAL DE ALZHEIMER: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Ana Karollaine da Silva 1 ; Angelo Daniel Alves Teixeira da Silva 1 ; Izabela Maia Barros 1 ; Ravena de Sousa Batista 1 ; José Laurentino Filho 2 1 Discente do Curso de Enfermagem da Universidade Católica de Quixadá. 2 Dentista. Mestre em Patologia (UNICAMP). Doutor em Estomatologia (UNICAMP). Docente do curso de Enfermagem e Odontologia do Centro Universitário Católica de Quixadá RESUMO Com o grande aumento da população idosa no mundo, principalmente em países em desenvolvimento, de forma acelerada e sem que haja uma reorganização social eficaz para atender essa demanda, surgi proporcionalmente, um grande aumento em casos de patologias crônicas degenerativas, que traz consigo diversos desafios e questionamentos, perante ao meio social do idoso e principalmente em seu âmbito familiar. Sendo o Mal de Alzheimer um dos principais desafios, tanto para o cuidador como para o portador, por ser uma doença crônica neurodegenerativa, e que até hoje suas causas são desconhecias, portanto incurável e que acarreta diversos transtornos as vítimas. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) o número de idosos que sofrem com esse mal vem crescendo de forma alarmante, e diante dos diversos desafios trazidos com ele, vimos como grande importância os cuidados de enfermagem prestados, tanto para o idoso como para seus familiares. A enfermagem torna-se responsável pelas orientações acerca da doença para que os cuidados prestados sejam efetuados de forma correta e contínua, pois são eles e principalmente a humanização que fará diferença na vida e no tratamento dessas pessoas que sofrem com essa demência neurodegenerativa. Palavras-chave: Idoso. Mal de Alzheimer. Cuidados de enfermagem. Humanização. INTRODUÇÃO Sabe-se que é de suma importância a assistência da enfermagem na velhice, por ser uma fase que requer cuidados e atenções especiais, mas não somente por uma equipe de enfermagem e sim por toda a sociedade. O envelhecimento em si já não é uma tarefa fácil, pois vem ocorrendo de forma rápida, sem que haja uma reorganização social e de saúde adequadas para que esses indivíduos tenham sua saúde assegurada e as suas demandas emergentes atendidas. Além disso, o envelhecimento traz consigo diversas mudanças biológicas, psicológicas e sociais. Dessa forma, o idoso necessita de um cuidado multidisciplinar de excelência para que tenha todas as suas necessidades atendidas. É importante lembrar que atualmente se presencia uma transição epidemiológica, o perfil da morbidade e da mortalidade da população vem sofrendo mudanças, com a diminuição das mortes causadas por fatores infectocontagiosos e o aumento de mortes por doenças crônicas. O Alzheimer por ser uma doença neurológica crônico-degenerativa, além de seus sintomas, ela vem acompanhada também por muitas dúvidas e incertezas tanto por seus cuidadores como pelo âmbito familiar, que por sua vez podem interferir de forma que possam vim a afetar negativamente o idoso portador do Mal de Alzheimer, isso por receio de como se portar diante de tal doença e principalmente pela falta de informações e orientações adequadas. Os estudos que foram analisados para a construção desse trabalho, em sua grande maioria

ressaltaram a importância do profissional de enfermagem nos cuidados prestado para o idoso com Mal de Alzheimer e aos seus familiares, resultando assim em uma melhor conduta diante de tal doença, pois será o profissional de enfermagem o norteador das assistências especificas necessárias, com o objetivo de se buscar uma qualidade de vida para o portador da doença e ao seu âmbito familiar (CÂNDIDO; SOARES, 2014, p. 34). Diante dos desafios frente aos cuidados prestados ao idoso portador do Mal de Alzheimer, esse trabalho foi desenvolvido na intenção de contribuir com a comunidade acadêmica e servir como fonte de conhecimento para os profissionais e instituição de ensino e pesquisa com o compromisso de uma melhor prestação de cuidados ao idoso portador de Alzheimer. O método de pesquisa aplicado no mesmo foi a revisão de literatura realizada de forma sistêmica e ordenada, visando sintetizar e analisar o conhecimento produzido sobre os cuidados prestado ao idoso portador do Mal de Alzheimer e a importância da enfermagem com a seguinte questão norteadora: Qual a produção de enfermagem sobre o cuidado prestado ao idoso portador do Mal de Alzheimer de forma, integral e humanizada? DESENVOLVIMENTO Segundo, Garridoa e Menezesc (2002, p.12) no Brasil, é definida como idosa a pessoa que tem 60 anos ou mais de idade, onde há um maior número de mulheres nessa faixa etária, sendo em sua maioria viúvas, são 118 mulheres para cada 100 homens na faixa etária de 65-69 anos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 20 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais, que equivale pelo menos a 10% da população brasileira. O World Health Statistics Annuals (WHSA) projetou que até 2025 o Brasil seria o 6ª país com maior população de idosos, alcançando cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Com o aumento da população idosa, principalmente em países em desenvolvimento, acorrentou conseguintemente o crescimento do número de doenças neurodegenerativas nessa população, como é o caso do Mal de Alzheimer, que segundo todos as obras cientificas estudadas para a construção desse trabalho, afirmam que o Alzheimer é uma doença crônica degenerativa do sistema nervoso mais frequente associada a idade, incurável que se agrava ao longo do tempo e atinge sobretudo pessoas entre 60 e 90 anos, e que tem como característica a demência ou perda de funções cognitivas, como por exemplo a memória, orientações, comportamento, o cálculo, a linguagem e entre outras funções cognitivas. É importante ressaltar que segundo Sereniki; Vital (2010, p.7), a doença atinge cerca de 10% dos indivíduos com idade superior a 65 anos e aproximadamente 40% acima de 80 anos. Estudos recentes estimam que em 2050 mais de 25% da população mundial será composta de idosos, e consequentemente aumenta-se a prevalência da doença. O Alzheimer é caracterizado histopatologicamente pela perda da função sináptica e a morte do neurônio observada nas regiões do cérebro responsáveis pelas funções cognitivas, e para estabelecer o diagnóstico da Doença de Alzheimer, é preciso confirmar o diagnóstico de demência e considerar as condições clínicas, neurológicas e psiquiátricas, identificar os déficits cognitivos e não cognitivos e relacioná-los com as características clínicas típicas associadas ao Mal de Alzheimer, além de exames de laboratoriais e de imagem como ressonância magnética do crânio, mas a certeza do diagnóstico só pode ser obtida por meio de estudo do tecido histopatológico encefálico após o falecimento do doente (FREITAS, 2002, p. 3). OS DESAFIOS ENCONTRADOS FRENTE AOS CUIDADOS PRESTADO É através das perdas cognitivas que vão surgindo os sintomas e desafios do Mal de Alzheimer, tanto para o portador quanto para seus familiares, pois na maioria dos casos faltam

conhecimento e orientações de como lidar com tal doença que acarreta diversos sintomas por ser uma doença progressista que é caracterizada principalmente pela demência. Segundo Areias; Bonfim e Schiaveto (2015, p. 15) é considerada uma das maiores causas de morbimortalidade, por possível dependência física, cognitiva e emocional, tendo o Mal de Alzheimer como distúrbio demencial mais frequentes. A doença evolui em diferentes estágios: na fase inicial apresentam comprometimento da memória, perda de atenção, depressão, dificuldades para lidar com novos fatos, dificuldade para reconhecer faces e locais, e desorientação quanto ao tempo e espaço; na fase intermediária apresentam alteração de julgamento, dificuldade para realizar atos da vida diária, como banharse, vestir-se, agitação, distúrbios do sono, agressividade, questionamentos repetidos, alteração da postura e da marcha; por fim na fase avançada apresentam dependência total devido ao grave comprometimento das funções cognitivas, diminuição acentuada do vocabulário, descontrole urinário e fecal, e a morte acontece por complicações causadas pela imobilidade e infecções (SERENIKI; VITAL, 2010, p.11) INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Busca-se hoje uma inovação nos cuidados prestados ao idoso, o objetivo de todos que fazem pesquisas e publicações cientificas é a inovação na enfermagem para assim se obter melhores resultados na vida de quem necessita da assistência na saúde. Diante de situações desafiadoras como as etapas do quadro clínico do Mal de Alzheimer, percebe-se a necessidade de conhecimento tanto da doença quanto dos cuidados por parte dos cuidadores que geralmente é determinada a algum membro ou a um grupo da família, pois o portador necessita de um cuidado contínuo desde o princípio por conta de sua progressão o nível de dependência aumenta gradualmente, e consequentemente causa uma menor autonomia para a realização de atividades simples do cotidiano, sendo a enfermagem aquela que irá nortear as assistências específicas a serem prestadas, proporcionando uma melhor qualidade de vida a todos de acordo com o contexto no qual estão inseridos (CÂNDIDO; SOARES, 2010, p. 4). Fica claro que cabe ainda aos profissionais de saúde, especificamente os da área de enfermagem, repassar as informações, orientações e esclarecimento de forma em que seja de fácil compreensão, mas que tenha um embasamento em sua competência técnica e teórica, sem perder a docilidade, os quais possam amenizar o medo de ser um cuidador, e vale ressaltar ainda a ampliação do vínculo do paciente com a família (LOPE; PIROLO; ARANDA, 2011, p. 2). A participação da enfermagem nos cuidados ao portador de Alzheimer é de sumo importância, pois é através de suas práticas de educação em saúde que os cuidadores, compreendido que são do âmbito familiar, iram ganhar confiança e saber exatamente o que fazer diante de tal desafio, e tendo sobretudo o conhecimento sobre a importância da fortificação de laços familiares com o portador, para assim melhorar o convívio entre se e até mesmo retardar as etapas do quadro clinico. (MARTINEZ; CONSTANTINO; MESSINA, 2014, p. 9). CONCLUSÕES Com a execução desse trabalho concluímos por fim que o número de idosos tem crescido de forma acelerada no mundo inteiro, e principalmente em países em desenvolvimento, sem que haja o suporte necessário para atender essa demanda. E consequentemente o número de doenças crônicas na população atual vem aumentando progressivamente, já que é na velhice onde irão surgir mais frequentemente, pelo fato de ser uma faze caracterizada pela fragilidade e por diversas limitações.

Um dos principais desafios encontrados hoje em relação aos cuidados direcionados as doenças crônicas, vimos o Mal de Alzheimer como o protagonista desses desafios, por ser uma patologia crônica degenerativa e no momento incurável. Ultimamente tem-se investido muito em estudos e pesquisas acerca desse tema, na busca por melhores explicações sobre suas possíveis origens e principalmente sobre a qualidade de vida, tanto para o portador da doença como para o seu âmbito familiar, que é onde se encontra os principais cuidados ao portador. Na grande maioria dos casos, os cuidadores familiares não estão preparados para atuar de forma correta diante de tal situação, pois o Mal de Alzheimer traz consigo diversas dúvidas e até mesmo o medo e o receio de lidar com o idoso que sofre com esse Mal. Por ela ser uma patologia que progride com o decorrer do tempo, sendo dividida em três estágios clínicos, sendo eles: inicial, intermediária e avançada. Cada um desses estágios requer cuidados e atenções diferenciadas, exigindo um maior entendimento sobre os cuidados necessários, que atuaram de forma positiva na busca por uma melhor qualidade de vida, e até mesmo o retardo de seus estágios e sintomas. O cuidado de enfermagem é de suma importância, pois cabe aos profissionais da área direcionar seus conhecimentos técnicos, teóricos e acima de tudo humanizados, aos seus cuidadores familiares, pois os cuidados devem ser contínuos e específicos de acordo com as necessidades do idoso portador do Mal de Alzheimer. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. SERENIKI, Adriana; VITAL, M. A. B. F. A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos e farmacológicos. Rev Psiquiatr, Rio Grande do Sul, v. 30, n. 1 supl 0, 2008. AREIAS, Beatriz Bruno; DO BONFIM, Mariana Moraes; SCHIAVETO, Fábio Veiga. A participação da enfermagem frente ao cuidador de idosos portadores de Alzheimer. Revista Fafibe, Bebedouro SP, v. 8, n. 1: p. 44-63, 2015. SOARES, Jessika Santos; CÂNDIDO, Aldrina da Silva Confessor. Assistência de enfermagem ao portador de Alzheimer e aos seus cuidadores: revisão integrativa do período 2005-2013. Revista Enfermagem Contemporânea, v. 3, n. 1, 2014. POLTRONIERE, Silvana; CECCHETTO, Fatima Helena; SOUZA, Emiliane Nogueira de. Doença de Alzheimer e demandas de cuidados: o que os enfermeiros sabem. Rev Gaúcha Enferm, v. 32, n. 2, p. 270-8, 2011. OLIVEIRA, M. F. et al. Doença de Alzheimer: perfil neuropsicológico e tratamento [Trabalho de Licenciatura]. Portugal: Universidade Lusíada do Porto, 2005. LUZARDO, Adriana Remião; GORINI, M. I. P. C.; SILVA, A. P. S. S. Características de idosos com doença de Alzheimer e seus cuidadores: uma série de casos em um serviço de neurogeriatria. Texto Contexto Enferm, v. 15, n. 4, p. 587-94, 2006. BRITTO, Caroline Santos. Mal de Alzheimer, características e perspectivas. 2001.

LENARDT, Maria Helena et al. O idoso portador da doença de Alzheimer: o cuidado e o conhecimento do cuidador familiar. Revista Mineira de Enfermagem, v. 14, n. 3, p. 301-307, 2010. MARTINEZ, Anna Paula; CONSTANTINO, Bruna Abib; MESSINA, Cássia Maria Hilkner Silva. Percepções sobre o cuidado com idosos portadores de Alzheimer: contribuições a partir dos discursos da equipe de enfermagem. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba. ISSN eletrônico 1984-4840, v. 16, n. 2, p. 76-79, 2014.