HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL. Prof. Bruno Pedroso

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Transcrição:

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL Prof. Bruno Pedroso

PERÍODOS Colônia: 22 de abril de 1500 a 07 de setembro de 1822); Império: 07 de setembro de 1822 a 15 de novembro de 1889); República: 15 de novembro de 1889 até os dias atuais.

COLÔNIA (ÍNDIOS) O povo nativo índios utilizava-se de movimentos rústicos e naturais para a subsistência; As danças simbolizavam homenagens aos deuses e comemorações de festividades; Os jogos eram representados principalmente pelas lutas, a peteca e a corrida com troncos; Os índios não eram muito fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo.

COLÔNIA (NEGROS) Os negros trazidos ao Brasil para o trabalho escravo libertavam-se por meio do refúgio à organizações denominadas Quilombos; A necessidade pela luta e a ausência de armas fez com que os negros utilizassem o próprio corpo como arma, dando origem à capoeira.

COLÔNIA (BRANCOS) A formalização da educação no Brasil teve início com os jesuítas, por meio do trabalho de catequização e ensino; Embora não existam registros que comprovem quais eram as atividades físicas realizadas pelos portugueses na época, com a criação da Academia Real Militar (berço da AMAN) em 1810, estima-se que a esgrima, a equitação e a natação tenham sido praticadas.

Na segunda metade do século XIX, os alemães trouxeram a ginástica alemã ao Brasil, fundando as primeiras sociedades de ginástica. IMPÉRIO A história da Educação Física no Brasil começa efetivamente no período imperial, quanto a atividade física ganhou espaço nas Leis e Decretos sobre Educação Física e desportos, instituídos por Rui Barbosa; Foi preconizada a obrigatoriedade da atividade física nas escolas primárias e secundárias;

REPÚBLICA Fase Higienista (de 1889 até 1930); Fase Militarista (de 1930 até 1945); Fase Pedagogicista (de 1945 até 1964); Fase Competitivista (de 1964 até 1985/1988); Fase Popular (de 1985/1988 a 1996); Fase Contemporânea (de 1996 até os dias atuais).

FASE HIGIENISTA (1889-1930) Estudo de medidas sanitárias, sociais e educacionais que influenciam fisicamente e mentalmente o desenvolvimento das qualidades dos indivíduos; As práticas, amparadas pelos conhecimentos oriundos da medicina, visavam favorecer o equilíbrio orgânico e o prolongamento da vida, assegurando a moral, a higiene e o pudor; As práticas higienistas eram desenvolvidas por meio da ginástica, dos jogos, dos esportes e da recreação;

FASE HIGIENISTA (1889-1930) A mulher era vista como um ser frágil, mas que deveria se tornar forte e sadia para gerar filhos; Tem início a profissionalização da Educação Física, sendo que a partir de 1929 passou a caber ao Conselho Superior de Educação Física o papel de centralizar, coordenar e fiscalizar as atividades relativas à Educação Física e ao desporto no Brasil.

FASE MILITARISTA (1930-1945) A Educação Física era vista como um potencial auxiliar no fortalecimento do Estado e meio para o aprimoramento da raça; Buscava promover a disciplina moral e a preparação física, de maneira a instruir os indivíduos para o cumprimento dos seus deveres com a nação; Contribuía para o processo de seleção natural e para que se mantivesse a ordem e o espírito hierárquico;

Era manifestada principalmente por meio de jogos ao ar livre, natação, lutas e corridas. FASE MILITARISTA (1930-1945) Proibição de matrícula no secundário para alunos cujo estado patológico impedissem a participação nas aulas de Educação Física. Sugeriu-se inclusive a esterilização de doentes para impedir a geração de prole; Volta-se também para o desenvolvimento econômico. Além de servir para solidificar a unidade da empresa, desenvolvia a saúde e consequentemente a capacidade de trabalho;

FASE PEDAGOGICISTA (1945-1964) Com o fim do Estado Novo, foi gerado um debate por parte de diversos educadores sobre os rumos da educação. Na prática houve apenas uma regulamentação do funcionamento e controle do que já estava estabelecido; A ginástica, a dança e os desportos eram usados como meios educativos;

FASE PEDAGOGICISTA (1945-1964) A Educação Física passou a ser vista como uma prática meramente educativa. É considerada uma disciplina escolar; Esta era um tida como um meio capaz de colaborar no sentido de as pessoas aceitarem as regras de convívio social; A formação acadêmica em Educação Física era diferenciada dos demais cursos, pois exigia-se apenas o curso secundário e tinha a duração de dois anos (a maioria dos cursos tinha duração de quatro anos);

FASE PEDAGOGICISTA (1945-1964) A habilitação do profissional de Educação Física também era diferenciada dos demais cursos. Formavam-se profissionais técnicos, especialistas, monitores e professores; Em 1945 o curso de Educação Física passa para três anos de duração e em 1950 passa a ser exigido, o certificado de conclusão do curso clássico ou científico.

FASE COMPETITIVISTA (1964-1985/1988) Os assuntos que contradiziam os interesses militares eram censurados. Políticos, escritores, artistas, músicos e intelectuais eram vigiados e se preciso, perseguidos e exilados; A Educação Física era baseada nos pressupostos da racionalidade, produtividade e eficiência, buscando o aprimoramento físico e técnico do indivíduo. Objetivava alcançar o alto nível, apresentando um caráter altamente tecnicista;

FASE COMPETITIVISTA (1964-1985/1988) O esporte de alto nível passou a ser usado como espetáculo. Impulsionou a origem aos patrocínios e contratação de atletas; As aulas de Educação Física eram compostas por atividades que procuravam desenvolver o gosto pelo esporte; Desenvolve-se a ideia do professor-atleta e a figura heroica volta estar associada aos atletas de alto nível.

FASE POPULAR 1985/1988-1996 A Constituição da República de 1988, no Art. 217, deu um tratamento especial à atividade física e institucionalizou o entendimento das práticas desportivas como um direito; Pregava o esporte como lazer, valorizando a ludicidade e a cooperação. A Educação Física para todos;

FASE POPULAR 1985/1988-1996 A Educação Física não apresenta uma linha teórica definida. Não se preocupa com a saúde publica, não pretende disciplinar as pessoas e nem está voltada para busca de medalhas; Representou uma crise de identidade da Educação Física. Esta passou a estar ligada a modismos (academia, testes físicos, novas modalidades desportivas).

Em 1º de setembro de 1998, foi promulgada e sancionada Lei 9.696/98, criando o Conselho Federal de Educação Física e os Conselhos Regionais, bem como regulamentando a profissão do educador físico; FASE CONTEMPORÂNEA (1996-) Com a definição e regularização do sistema de educação brasileiro por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996), iniciou-se a busca de uma (re)socialização da Educação Física;

FASE CONTEMPORÂNEA (1996-) Intensifica-se a preocupação com uma Educação Física voltada para deficientes, idosos e crianças de rua; A Educação Física é voltada para a manutenção da qualidade de vida do ser humano, em escolas, clubes, hotéis, academias, empresas, clínicas de recuperação, etc;

FASE CONTEMPORÂNEA (1996-) Passa a existir o estudo de teorias relacionadas à Educação Física; Surgem diversas abordagens pedagógicas que questionaram os conteúdos esportivos e métodos ginásticos, bem como apresentaram novas tendências para a Educação Física. Estas foram chamadas de Tendências Pedagógicas da Educação Física.