ORIGEM: Memorando N 580/05, do Departamento de Pessoal.



Documentos relacionados
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana Unidade Central de Controle Interno

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana. Unidade Central de Controle Interno

Remuneração dos Agentes Políticos.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moysés Vianna Unidade Central de Controle Interno

Unidade Central de Controle Interno

ORIGEM: Parecer n 179/2005 da Procuradoria Jurídica

CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

Gabinete do Conselheiro Almino Afonso Fernandes

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana Unidade Central de Controle Interno

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana Unidade Central de Controle Interno

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana Unidade Central de Controle Interno

Lei N. 391/2007 Wanderlândia 14 de Março de 2007.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

DECISÃO Nº 193/2011 D E C I D E

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PRAÇA DA REPÚBLICA, 53 - FONE CEP FAX Nº

Excelentíssimo Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, DD. Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público:

Férias Individuais e Coletivas; Período Aquisitivo e Concessivo; Remuneração; Abono; Efeitos na Rescisão Contratual

Responsável (CPF): Nelson Monteiro da Rocha ( )

Cálculo das férias proporcionais e faltas

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROJETO DE LEI Nº 5.663, DE 2013

PARECER Nº Este o relatório.

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015

CONSELHO TUTELAR E AS MODIFICAÇÕES PROPORCIONADAS PELA LEI n /2012.

Superavit financeiro em balanço patrimonial de autarquia como fonte de recurso para abertura de crédito suplementar

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO PARECER N

NORMA 1 OBJETIVO. Estabelecer diretrizes para concessão e pagamento de férias. 2 CONCEITOS. 2.1 Abono Pecuniário

Tribunal de Contas do Estado do Pará

Pelos autos, o Sr. Leonido Ferreira da Cruz, Presidente da Câmara Municipal de Arenápolis-MT, aduz consulta que inquire:

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL E REFORMA DO ESTADO SECRETARIA DE RECURSOS HUMANOS PORTARIA NORMATIVA SRH Nº 2, DE 14 DE OUTUBRO DE 1998

02/2011/JURÍDICO/CNM. INTERESSADOS:

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO REGIMENTO INTERNO

AULA 02 ROTEIRO CONSTITUIÇÃO FEDERAL ART. 5º; 37-41; ; LEI DE 13/07/1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E C A PARTE 02

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO

CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL. (Do Deputado Robério Negreiros) ~1.. ::J ".,,.",

PROJETO DE LEI Nº, DE 2007 (Do Sr. Eduardo Gomes)

- Jornada de trabalho máxima de trinta horas semanais, seis horas diárias, em turno de revezamento, atendendo à comunidade às 24 horas do dia...

DECRETO Nº 524, DE 02 DE JULHO DE 2003.

ANEXO IV REQUERIMENTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 35, DE 1999

RESOLUÇÃO Nº. 260/2008 TCE 2ª CÂMARA

DECRETO N , DE 05 DE JUNHO DE 2006

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Tribunal de Contas da União

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 391-A, DE 2014

Boletim Interno. Edição Extraordinária nº 19

PROJETO DE LEI CM Nº 279/2013.

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador CRISTOVAM BUARQUE

PARECER JURÍDICO Sistema de Registro De Preços

CONSELHO SUPERIOR (CANCELADA)

CARTILHA DO SUBSÍDIO

PROCESSO - TC-1091/2011 INTERESSADO - CÂMARA MUNICIPAL DE CONCEIÇÃO DO CASTELO ASSUNTO - CONSULTA EMENTA

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador PEDRO TAQUES I RELATÓRIO

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social Conselho Pleno

Custeio de capacitação dos servidores públicos pelo Legislativo Municipal CONSULTA N

Parecer sobre indenização por dispensa de FC na integralização da GAE

LEI Nº 3.593, DE 04/07/2012.

PARECER Nº São formulados objetivamente os seguintes questionamentos: Relatei.

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

NORMA DE FÉRIAS. RES. nº 1628/09. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba

PROCESSO Nº : /2016 ASSUNTO

MINISTÉRIO DA DEFESA GABINETE DO MINISTRO PORTARIA NORMATIVA Nº 1.247/MD, DE 2 DE SETEMBRO DE 2008

VOTO PROCESSO TC 2257/2013 PROTOCOLO TC 2013/128970

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Prefeitura Municipal de São José dos Campos - Estado de São Paulo - de.:il/q±j0=1 O\ LEI COMPLEMENTAR N 256/03 de 1Ode Julho de 2003

Projeto de Lei Municipal dispondo sobre programa de guarda subsidiada

RESOLUÇÃO Nº 555, DE 19 DE JUNHO DE 2015

FÉRIAS DEFINIÇÃO INFORMAÇÕES GERAIS INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES FUNDAMENTAÇÃO LEGAL PERGUNTAS FREQUENTES

PARECER ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS

LEI Nº DE 23 DE AGOSTO DE 2001

DECISÃO. Relatório. Tem-se do voto condutor do julgado recorrido:

DECRETO Nº , DE 23 DE JANEIRO DE 2015

PARECER Nº, DE RELATORA: Senadora MARTA SUPLICY I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ARMANDO MONTEIRO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador LUIZ HENRIQUE

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO

ANÁLISE DA LEGALIDADE DO PAGAMENTO DE 13º SALÁRIO E ADICIONAL DE FÉRIAS A AGENTES POLÍTICOS

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador JOÃO DURVAL. RELATOR AD HOC : Senador PAULO PAIM I RELATÓRIO

NORMA DE PROCEDIMENTOS. Férias

autoridade consular brasileira competente, quando homologação de sentença estrangeira: (...) IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA-GERAL DE CONTENCIOSO

PROJETO DE LEI Nº.../EXECUTIVO CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

RESOLUÇÃO N 83/TCE/RO-2011

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

art. 5º - Para efeito desde Regulamento, considera-se: II - indenização: valor devido aos beneficiários, em caso de sinistro;

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador GIM ARGELLO

PARECER/CONSULTA TC-038/2004 PROCESSO - TC-2840/2004 INTERESSADO - BANESTES S/A ASSUNTO - CONSULTA

- 1 - Exmo. Sr. Conselheiro:

PM-1 RESOLUÇÃO Nº 013/PM-1/EMG-PMMT/94, DE 14/3/94 (Publicado no BCG n.º 059 DE 29/03/94).

LEI COMPLEMENTAR Nº 611, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2013

NA IMPORTAÇÃO POR NÃO CONTRIBUINTE DO IMPOSTO ESTADUAL APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 33 DE , CONTINUA NÃO INCIDINDO O ICMS.

LEI MUNICIPAL Nº 428/2014

IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII

A CÂMARA MUNICIPAL DE GOIATUBA, Estado de Goiás, APROVA e eu, PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO a seguinte lei

Faço saber, que a Câmara Municipal de Mangueirinha, Estado do Paraná aprovou e eu, ALBARI GUIMORVAM FONSECA DOS SANTOS, sanciono a seguinte lei:

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO CAPÍTULO I DA NATUREZA, COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO

RESOLUÇÃO Nº 372, DE 31 DE JULHO DE 2008

CAPÍTULO III DA REESTRUTURAÇÃO

Transcrição:

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE SANT ANA DO LIVRAMENTO Palácio Moisés Viana Unidade Central de Controle Interno PARECER Nº 169/05 ENTIDADE SOLICITANTE: Departamento de Pessoal Secretaria de Administração ASSUNTO: Manifestação sobre a possibilidade de conversão de 1/3 do período de gozo de férias do Vice-Prefeito Municipal em abono pecuniário. ORIGEM: Memorando N 580/05, do Departamento de Pessoal. DOS FATOS: Ocorre que chegou a esta Unidade de Controle Interno, para apreciação, o Memorando n 580/05, oriundo do Departamento de Pessoal, da Secretaria Municipal de Administração, que solicita manifestação desta UCCI sobre a legalidade da conversão de 1/3 do período de gozo de férias do Vice-Prefeito Municipal em abono pecuniário, tendo em vista a necessidade de uma segunda opinião, uma vez que a Procuradoria Jurídica exarou parecer sobre a matéria, considerada, por aquele departamento, complexa e relevante. Vem a exame, o que segue: 1. Tendo chegado a este Departamento questionamento quanto à possibilidade do Vice-Prefeito vender 10 (dez) dias de suas férias, achamos por bem consultar V. Sa. em vista do que segue: (Memorando N 537/05, do Depto. de Pessoal, destinado à Procuradoria Jurídica) (grifamos). DA LEGISLAÇÃO: Constituição Federal, Art. 37, IX;

Lei Orgânica Municipal; Lei N 2.620, de 27 de abril de 1990 Estatuto do Servidor Público Municipal; Lei N 4.087, de 06 de outubro de 2000 Fixa o subsídio do Prefeito e Vice-Prefeito... para legislatura que se inicia a partir de 1 de janeiro de 2001; Lei N 4.855, de 21 de outubro de 2004 Fixa os subsídios do Prefeito; Vice-Prefeito... para a legislatura que vai de 1 de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008. DA PRELIMINAR: No cumprimento das atribuições estabelecidas nos Arts. 31 e 74 da Constituição Federal e na Lei Municipal n 4.242, de 27/09/2001, e demais normas que regulam as atribuições do Sistema de Controle Interno, referentes ao exercício de controle prévio e concomitante dos atos de gestão, cumpre-nos lembrar que a consulta, sempre que possível, deverá vir instruída com parecer do Órgão de Assistência Técnica ou Jurídica da autoridade consulente, conforme orientação do Tribunal de Contas do Estado, a fim de dar subsídios à manifestação desta Unidade de Controle. Visando a orientação do Administrador Público, mencionamos, a seguir, os pontos anotados no curso dos exames que entendemos conveniente destacar, lembrando que a Procuradoria Jurídica Municipal se manifestou acerca do caso em tela, através do Parecer N 482/05. Ressaltamos, ainda, que, por força regimental, a resposta à consulta não constitui pré-julgamento de fato ou caso concreto (Regimento Interno da UCCI Decreto Municipal N 3.662/03). DA FUNDAMENTAÇÃO: A análise em tese, quanto à possibilidade de conversão de 1/3 do período de gozo de férias do Vice-Prefeito em abono pecuniário, ficará estritamente dentro dos parâmetros fixados pela legislação supracitada, porém, faz-se necessário o estudo do direito à percepção de férias anuais remuneradas, bem como da percepção de um terço por parte dos agentes políticos. Convém manifestar que a presente matéria é bastante controvertida, tendo originado entendimentos diversos quando apreciada por auditores do Tribunal de Contas do Estado. O Plenário daquela Corte de Contas ainda não firmou entendimento definitivo, o que também ocorre no âmbito do Poder Judiciário Estadual. Nesse sentido, apresentamos o entendimento da Auditora Substituta de Conselheiro, Judith Martins Costa, exarado no voto vencido ao Parecer Coletivo n 3/92 e manifestado junto ao Parecer Coletivo n 1/96 como segue:

Já em relação ao pagamento das férias anuais, o meu entendimento, também ali expressado, concluiu, forte na interpretação sistemática e teleológica das garantias constitucionalmente postas no art.6 e 7, assistir, aos Prefeitos, o direito a férias anuais, sem prejuízo da remuneração atribída legalmente ao cargo, independentemente da regulamentação deste direito na Lei Orgânica Municipal, a qual deveria tão somente, regulamentar o modo do exercício do direito concernente aos seus complementos, tais como a duração do período, a concessão ou não do abono, etc. O voto vencedor, conforme informa a referida auditora no Parecer Coletivo n 1/96, inclinou-se no sentido de considerar a indispensabilidade de prévia lei local concessiva das férias remuneradas,.... Portanto, firmou-se o entendimento de:...ser reconhecido o direito à férias aos agentes políticos por decorrência do princípio constitucional que tutela a saúde como um direito de todos os cidadãos, cabendo, todavia, à lei local, a regulamentação do exercício deste direito. No concernente aos seus complementos, e à concessão de abono de férias e décimaterceira remuneração, assentou-se que o direito depende de expressa previsão em lei local, devendo ser respeitado o princípio da anterioridade inscrito no artigo 29, V, da constituição federal. Diante da análise de ambos os entendimentos, pode-se depreender a existência de dois entendimentos radicalmente divergentes. Porém, o Parecer Coletivo n 01/96, acolhido pelo Plenário do TCE e adotado como diretriz básica, assim dispõe:...o direito a férias remuneradas, assegurado pela Constituição Federal, é extensivo aos Chefes do Poder Executivo Municipal, independentemente do seu recebimento em lei local. A forma de exercício do direito, bem como os seus complementos, hão de ser, todavia, regulados em lei local. Se a administração municipal entender que deve seguir as orientações do Tribunal de Contas do Estado, cabe-nos verificar, diante do que dispõe o art. 7, XVII, a existência de lei local que regule a forma de exercício do direito ao gozo de férias anuais remuneradas pelos agentes políticos e seus complementos. O Departamento de Pessoal já se manifestou quanto à análise da Lei Municipal n 4.855/2004, que fixa os subsídios do Prefeito e do Vice-Prefeito para a legislatura que vai de 01/01/2005 a 31/12/2008:... verificamos que esta não registrou nenhuma referência ao pagamento de férias (1/3), décimo terceiro salário, ou de qualquer adiantamento, sendo totalmente acéfalo nesse aspecto. Dado a essas lacunas, nos resta a aplicabilidade da CF/88, em seu art. 37, X, art. 39, 4, E.C. n 19, art 2, V e E.C. 41. (...)

Como a lei 4.855/2005 não fixou férias e 13 salário aos agentes políticos, deve-se observar os parâmetros da lei anterior, de n 4.087/2000, conforme entende a jurisprudência. (grifos nossos). Esta UCCI, em primeira análise, concorda com o posicionamento supra, no que tange a aplicabilidade e à obediência aos mandamentos constitucionais pela Administração Municipal. No entanto, discorda da necessidade de observação dos parâmetros da lei anterior (4.087/00), uma vez que, publicada uma nova lei (4.822/04), na qual está expresso: revogadas as disposições em contrário, e não apresentando uma nova regulamentação sobre os fatos anteriormente assinalados, não poderá prevalecer o entendimento de que estes permaneçam em vigor se não estiverem expressamente consignados na nova carta legal. Nesse sentido, acolhe o Parecer n 482/05, da Procuradoria Jurídica, quando explicita: (...) Infere-se que a última Lei aprovada pela Câmara Municipal destinada a fixar os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito foi a de n 4.855/2004, período que compõe a legislatura de 1 de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008, na qual nada se ventila a respeito de férias. Isso porque a Carta Política no art. 39, 4, veda acréscimos de qualquer natureza. (grifamos). Daí destaca-se que os agentes políticos percebem mensalmente subsídios, fixados em parcela única, sendo vedado qualquer acréscimo pecuniários e/ou qualquer gratificação. Aos agentes políticos é proibido até mesmo gratificação de 13 salário. (...). Para corroborar com o entendimento da Procuradoria Jurídica de que férias e adicional de férias são inconstitucionais aos agentes políticos, transcrevemos o texto constitucional, referido no parecer supra, bem como o resultado da busca de apoio jurispridencial, realizada junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Art. 39 -... (...) 4 - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (grifos nossos). EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS MUNICIPAIS Nº 364/2004, 365/2004 E 366/2004, DE HERVAL.AGENTES POLÍTICOS DETENDORES DE CARGO

ELETIVO. É inconstitucional a norma municipal que estabelece a seus agentes políticos, detentores de cargo eletivo, a percepção de décimo terceiro salário e gratificação de 1/3 de férias, uma vez que, nos termos do artigo 8º, da Constituição Estadual, em combinação com o artigo 39, 3º e 4º, da Constituição Federal, são eles remunerados, exclusivamente, por subsídio em parcela única. Ação julgada procedente. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70010786242, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Antônio Carlos Stangler Pereira, Julgado em 13/06/2005) EMENTA: AGENTE POLÍTICO. CONCESSÃO DE GRATIFICAÇÃO NATALINA E ADICIONAL DE FÉRIAS A VICE-PREFEITO. INADMISSIBILIDADE. REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS DO MUNICÍPIO DE GUARANI DAS MISSÕES. LEI Nº 1.658/98. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 19/98 QUE DISPÔS SOBRE OS SUBSÍDIOS DOS AGENTES POLÍTICOS. PRINCÍPIO INSCULPIDO NO ART. 11 DA CARTA ESTADUAL. ARTIGO 39, 3º e 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, OBSERVADO POR FORÇA DO DISPOSTO NO ARTIGO 8º DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. ADIN Nº 70008471195 E INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 70008273716 QUE SE ADOTAM COMO FUNDAMENTO PARA JULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO E EVITANDO, AINDA, NOVO INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE (ART. 211 DO REGIMENTO INTERNO DO TJRS E ARTIGO 481, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC). APELO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70009950163, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, Julgado em 16/12/2004) Em última análise ao Parecer n 482/05, da Procuradoria Jurídica Municipal, quando opina pela inconstitucionalidade do gozo de férias pelos agentes políticos e sugere o pedido de licença para afastamento, esta UCCI manifesta-se contrária a esse entendimento, uma vez que o direito a férias é possível, independentemente de legislação local, com fundamento na tutela à saúde, como consectário da proteção à dignidade da pessoa humana. (Parecer n 20/2004, do TCE/RS) 2. Férias de prefeito. Não havendo qualquer fato ou fundamento novo que possa suscitar a rediscussão da matéria, é de ser mantida a orientação desta Corte, assinalada desde o Parecer n 61/94, (...), verbis:...entendo assistir direito a férias remuneradas aos Senhores Prefeitos Municipais, independentemente de previsão em leis orgâncias ou locais... Em data posterior, o Parecer Coletivo nº 1/96, (...), consolidou esta posição, agregando acerca de lei local regular a forma de exercício do direito, que, por óbvio, não pode frustrá-lo.

MANIFESTA-SE, portanto: a) pela inadmissibilidade da concessão de adicional de férias aos agentes políticos; b) pela impossibilidade da venda de dias, correspondentes ao período de férias, por parte dos agentes políticos, uma vez que o Estatuto a constitui como uma conversão em abono pecuniário, não sendo possível, conforme prevê a CF/88, o acréscimo de abonos aos subsídios de detentores de cargos eletivos; c) pelo acolhimento do Parecer N 482/05, da Procuradoria Jurídica Municipal, no que se refere à concessão de adicional de 1/3 de férias; d) pela possibilidade do gozo de férias remuneradas. Manifesta-se, ainda: Tendo, a Administração, intenção de guiar-se pelas orientações do Tribunal de Contas do Estado, divergentes das decisões do Tribunal de Justiça do Estado, no que se refere à concessão de adicional de 1/3 de férias aos seus agentes políticos, deverá acautelar-se, uma vez que o próprio TCE/RS, em sua Informação N 021/2004, alertou as autoridades municipais:...estarão, estes, cientes de que lei, porventura aprovada no sentido da concessão do direito, sujeitar-se-á a iniciativas que venham a questionar, na via judicial, a sua constitucionalidade. É o parecer, s. m. j. Em Sant Ana do Livramento, 30 de dezembro de 2005. Sandra Helena Curte Reis CRA 19.515 Técnico de Controle Interno Matr. F- 1878