Protecção de estruturas metálicas. Elsa Vaz Pereira



Documentos relacionados
PROTECÇÃO ANTICORROSIVA DE ESTRUTURAS DE AÇO

Protective Coatings. O seu parceiro a nível mundial

Sistema Duplex. Vantagens e Aplicações. Luiza Abdala (luiza.abdala@vmetais.com.br) Engenheira Química - Desenvolvimento de Mercado

Prevenção da corrosão de componentes metálicos da construção

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES ESQUEMAS DE PINTURA EMPREGANDO MÉTODOS DISTINTOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ANTICORROSIVO EDER DIRCEU DELA JUSTINA WEG TINTAS

Motores Automação Energia Transmissão & Distribuição Tintas. Tintas Soluções para Celulose & Papel

MECANISMOS DA CORROSÃO. Professor Ruy Alexandre Generoso

Motores Automação Energia Transmissão & Distribuição Tintas. Tintas Soluções para a Indústria de Cimento

Desenho e Projeto de Tubulação Industrial

PAINEIS SOLARES MEGASUN

CAPÍTULO XX APLICAÇÃO DE TINTAS E VERNIZES SOBRE MADEIRAS

Linha Telecom m Teleco

Composição. Paredes. Cobertura. Parafusos. Fundo. Betonagem da base. Juntas

Já sabemos que o tratamento de superfície tem, principalmente, a finalidade de proteger peças ou materiais da corrosão e de outros tipos de desgaste.

ANEXO IV ESPECIFICAÇÃO DE PINTURA PARA TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

Reparação dos Pórticos das Pontes Rolantes do Parque de Chapas

Curso de MIQ - Profa. Simone P. Taguchi Borges DEMAR/EEL/USP Proteção de superfícies 1

SÉRIE DE CORRER B055 (RPT) EXTRUSAL

TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

O Conceito de Corrosão Engenharia SACOR, setembro/1999

TECNOLOGIA DE SUPERFÍCIE TECNOLOGIA DE SUPERFÍCIES

TRATAMENTOS TÉRMICOS DOS AÇOS

UM OLHAR SOBRE O COMPRESSOR NOS CONSULTÓRIOS E CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS

COLETÂNEA DE INFORMAÇÕES TÉCNICAS AÇO INOXIDÁVEL. Resistência à corrosão dos aços inoxidáveis

Perfilados e acessórios

Materiais / Materiais I

Manutenção de Equipamentos de Ar Condicionado

MANUAL DE UTILIZAÇÃO, LIMPEZA E MANUTENÇÃO SISTEMAS

Soldabilidade de Metais. Soldagem II

Maçarico de soldar ou bico de soldar portátil - alicate bloqueador - torno de bancada - pára chamas, escudo térmico - lima.

Recomendações para aumento da confiabilidade de junta de expansão de fole com purga de vapor

CDP. Desumidificação de ar para piscinas

Argamassa de reparação estrutural, aplicação manual ou por projecção

Protecção de estruturas metálicas - aço Revestimentos por pintura. M. Paula Rodrigues (Investigadora) Laboratório Nacional de Engenharia Civil

Sua obra coberta de qualidade TELHAS DE AÇO.

Cortec VpCI / VpCI Winterized

Telhas em Aço Inoxidável.

TESTES DE CORROSÃO Domingos J C Spinelli SurTec do Brasil Ltda Abril/2000

Aquecimento e Refrigeração

PAINEIS SOLARES MEGASUN

Chaminés Cálculos e Normas aplicáveis

Programa. Conceitos e Tecnologia. Casos de Aplicação. Francisco Sousa fsousa@teandm.pt Skype: fj.sousa M.:

PORTA SECCIONADA REFRAL NASSAU 9000F

"A vantagem do alumínio"

Informações Gerais. O que é Water Transfer Printing?

Condensação. Ciclo de refrigeração

Nanotech do Brasil. Rua Curupaiti, 199 Jd. Paraíso Santo André SP CEP

Fossas Sépticas, TIPO ECODEPUR De acordo com a Norma EN

INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS

Armário Outdoor com. Free Cooling ou Ar Condicionado.

GLOSSÁRIO DE TRATAMENTOS TÉRMICOS E TERMOQUÍMICOS

Critérios para selecção e Instalação de Equipamentos Eléctricos. Apresentado por Eng.º José Barão

ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA PINTURA

CORROSÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO. Prof. Ruy Alexandre Generoso

A maneira mais inteligente de aquecer água.

Para que possam oferecer a protecção adequada os produtos deverão ser:

FÓRUM NOVAS TECNOLOGIAS NA SOLDADURA. 15 de Abril de 2010

SOLDAGEM POR ARCO SUBMERSO

Vergalhão Galvanizado: Vantagens, Aplicações e Desempenho em Estruturas de Concreto Armado. Luiza Abdala 1, Daniele Albagli 2

Motores Automação Energia Transmissão & Distribuição Tintas. Tintas Soluções para Estruturas Metálicas

Guia Técnico de Pintura

Sistema softline Dupla Junta Arredondada 70 mm SL/DJ-R 70. Perfil de Calidad

instalação de sistemas de terras

TESTES REFERENTES A PARTE 1 DA APOSTILA FUNDAMENTOS DA CORROSÃO INDIQUE SE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR ESTÃO CERTAS OU ERRADAS

COMO SELECCIONAR UM SISTEMA DE PINTURA

Conceitos Iniciais. Forjamento a quente Forjamento a frio

ECOTELHADO BRANCO. Revestimento Reflexivo

Hotel Sheraton Porto (Porto)

OXY-PRIMER CONVERSOR DE FERRUGEM E PRIMER BOLETIM TÉCNICO

Construção. Sika Unitherm -Steel S interior. Pintura intumescente base solvente, de rápida secagem, para uso em áreas internas. Descrição do Produto

PINTURA DE PISOS INDUSTRIAIS

E 373 Inertes para Argamassa e Betões. Características e verificação da conformidade. Especificação LNEC 1993.

NORMA TÉCNICA 1/7 NE ª Edição 1. OBJETIVO 2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS

Elastron, membrana anticorrosiva e impermeabilizante. Fácil, a frio e sem juntas.

PRODUTO DA MARCA SEVENCOAT FICHA TÉCNICA DO PRODUTO

Guia Técnico de Pintura

Exploração sustentada de recursos geológicos Recursos energéticos

Curso de Engenharia de Produção. Processos de Fabricação

PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO

Definições. Armação. Armação ou Armadura? Armação: conjunto de atividades relativas à preparação e posicionamento do aço na estrutura.

SEGURANÇA DE MÁQUINAS

Propriedades do Concreto

COLETÂNEA DE INFORMAÇÕES TÉCNICAS AÇO INOXIDÁVEL SOLDAGEM DE AÇOS INOXIDÁVEIS. Introdução

PINTURA DE PISOS INDUSTRIAIS

ROTM800GF ROTM1000GF ROTM1500G2F

PRODUTOS PRÉ-PINTADO GALVALUME. A evolução do aço zincado. Composição do Revestimento. Estrutura. Resistência à corrosão.

Produto Rendimento Espessura Textura Catalisador Aplicações Características. K-4060 Catalise 5 X 1 em volume

Impermeabilização de Tabuleiros de Pontes. CEPSA Portuguesa/Teresa Carvalho

APLICAÇÕES INDUSTRIAIS DE ROBÔS

FORMAS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ENTRE HOMEM E MEIO AMBIENTE

Engenharia Diagnóstica

Pré-esforço Aderente

Construction. Sika Pyroplast HW-130. Com acabamento Sika Pyroplast HW-130 Top

Processo de Forjamento

Os agentes extintores mais usados são: água Água + adiivos espuma pó químico dióxido de carbono

Primário de base epoxi e ligante para argamassas de reparação

Cortec VpCI 395. Para a limpeza das ferramentas utilizadas, basta lavar as ferramentas com água e sabão neutro.

NORMA TÉCNICA 1/11 ESQUEMAS DE PINTURA DE EQUIPAMENTOS E ESTRUTURAS METÁLICAS NE ª Edição 1. OBJETIVO 2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS

FICHA TÉCNICA Eficiência Energética em Janelas Nº Pág.s: 05 nº n Janeiro Copyright Construlink.com - Todos os direitos reservados.

DESCRIÇÃO E/OU FOLHAS ATINGIDAS

Transcrição:

Protecção de estruturas metálicas Elsa Vaz Pereira

Degradação de estruturas metálicas O aço não protegido quando em contacto com a atmosfera, a água e o solo está sujeito a corrosão, pelo que as estruturas de aço são normalmente protegidas Protecção de estruturas metálicas 2

Protecção da corrosão EUROCÓDIGO 3 Design of steel structures (EN 1993-1-1) EN 1090-1:2009 Execution of steel structures and aluminium structures: >Part 1: Requirements for conformity assessment of structural components >Part 2: Technical requirements for steel structures >Part 3: Technical requirements for aluminium structures Protecção de estruturas metálicas 3

Protecção da corrosão EN 1090-2:2008 Execution of steel structures and aluminium structures Part 2: Technical requirements for steel structures Ponto 10 e Anexo K (normativo) - Protecção da corrosão Revestimentos de Zn (galvanização por imersão a quente) o EN ISO 14713 Guidelines and recommendations for the protection against corrosion of iron and steel in structures Zinc coating Revestimentos por projecção térmica o EN 14616:2004 Thermal spraying - Recommendations for thermal spraying Revestimentos por pintura o EN ISO 12944 - Tintas e vernizes. Protecção anticorrosiva de estruturas de aço. Protecção de estruturas metálicas 4

Protecção da corrosão > Isolando o metal do meio envolvente: revestimentos metálicos revestimento por pintura > Concepção da estrutura: evitando locais de retenção de água (vértices, juntas) e superfícies horizontais prever drenagem e ventilação, etc. > Actuando sobre o meio envolvente: abrigos ventilação e secagem (ambiente interior) > Actuando sobre o metal: protecção catódica Protecção de estruturas metálicas 5

Protecção de estruturas metálicas >1. Introdução >2. Principais factores de degradação do aço >3. Categorias de corrosividade do ambiente de exposição >4. Protecção da corrosão 4.1 Concepção da estrutura 4.2 Revestimentos metálicos o 4.2.1. Galvanização por imersão a quente o 4.2.1. Metalização por projecção térmica 4.3 Revestimentos por pintura Protecção de estruturas metálicas 6

Corrosão do aço A corrosão é um processo electroquímico que ocorre por várias fases: >Ataque inicial do aço em alguns locais denominados anódicos (-) onde o ferro atómico passa à forma iónica (Fe 2+ ). >Ocorre uma movimentação de e - no interior do metal para locais da superfície denominados catódicos (+) onde estes e - se combinam com oxigénio e água para formar iões OH -. >Estes iões reagem com os iões Fe 2+ do ânodo para formar hidróxido de ferro (Fe(OH) 2 ) que se oxida no ar para formar oxido de ferro (Fe 2 O 3 ) a vulgar ferrugem. Protecção de estruturas metálicas 7

Velocidade de corrosão - V corr Velocidade de corrosão (V corr ) Perda de massa do material metálico por unidade de área em função do tempo g m -2 ano -1 ou µm ano -1 Protecção de estruturas metálicas 8

Ambiente de exposição Dado que os mecanismos de corrosão do aço no ar, em água e no solo são distintos bem como os factores que determinam a V corr, é habitual dividir o ambiente de exposição em três categorias principais: Exposição atmosférica Exposição em águas Exposição em solos Protecção de estruturas metálicas 9

Velocidade de corrosão V corr Exposição atmosférica A velocidade de corrosão (V corr ) depende: >Tempo de humedecimento (τ) Período durante o qual a superfície metálica está coberta por uma película de electrolito que é capaz de causar corrosão atmosférica. τ = soma das horas durante as quais HR>80% e T>0ºC. o Chuva, condensação, etc. V corr elevadas o Ambientes secos interiores - V corr baixa >Contaminantes atmosféricos (agentes agressivos) Iões Cl - - ambiente marítimo Dióxido de enxofre (SO 2 ) ambiente industrial. Protecção de estruturas metálicas 10

Categorias de corrosividade Exposição atmosférica É habitual classificar os vários ambientes de exposição em função do seu grau de corrosividade (ISO 9223 e EN ISO 12944-2) Categorias de corrosividade Aço carbono g m -2 ano -1 V corr µm ano -1 C1 Muito baixa C2 Baixa C3 Média C4 Alta C5 Muito alta < 10 > 10 a 200 > 200 a 400 > 400 a 650 > 650 a 1500 < 1,3 > 1,3 a 25 > 25 a 50 > 50 a 80 > 80 a 200 µm ano -1 C5-I (industrial) C5-M (marítima) >C5 - > 0,2 mm ano -1 Protecção de estruturas metálicas 11 2 mm em 10 anos

Categorias de corrosividade - Exemplos Exposição atmosférica EN ISO 12944-2 Categorias de corrosividade Aço carbono C1 Muito baixa - Exemplos de ambientes típicos em climas temperados (apenas informativo) Exterior Interior Edifícios aquecidos, com atmosferas limpas (escritórios, lojas, escolas, hotéis) C2 Baixa C3 Média C4 Alta C5 Muito alta (industrial) C5 Muito alta (marítima) Atmosferas com baixo nível de poluição. Principalmente áreas rurais Atmosferas urbanas e industriais com poluição moderada de SO 2. Áreas costeiras com baixa salinidade Áreas industriais e áreas costeiras com elevada salinidade Áreas industriais com alta humidade e atmosfera agressiva Áreas costeiras e offshore com alta salinidade Edifícios não aquecidos onde a condensação pode ocorrer (depósitos, pavilhões desportivos) Salas de produção com alta humidade e alguma poluição (instalações de processamento de alimentos, lavandarias, fábricas de cervejas e de lacticínios) Industrias químicas, piscinas, estaleiros navais Edifícios e áreas com condensação quase permanente e com alta poluição Edifícios e áreas com condensação quase permanente e com alta poluição >C5 (Cx) Protecção de estruturas metálicas 12

Classificação das atmosferas segundo a ISO 9223 Viana do Castelo C3 Matosinhos C4 Leixões >C5 Lavos C4 Lumiar C3 Lisboa C3 Barreiro C3/C4 Alto Rabagão C2 Maia >C5 Pego C2/C3 Seia C2 Vila Velha de Ródão C2/C3 Macedo de Cavaleiros C2 Reguengos de Monsaraz C2 Aço Categoria de corrosividade C1 Muito Fraca C2 Fraca C3 Média C4 Elevada C5 Muito elevada Farol de Alfanzina - Algarve Sines >C5 Alfazina C3 Protecção de estruturas metálicas 13

Velocidade de corrosão V corr Águas e solos A corrosão é normalmente de natureza localizada, as categorias de corrosividade são difíceis de definir. V corr depende entre outros factores: >Águas: composição (doce, salobra, mar), presença de O 2, T, velocidade de escoamento. >Solos: composição (espécies agressivas, ph, resistividade), presença de O 2, água, T. Protecção de estruturas metálicas 14

Velocidade de corrosão V corr Águas e solos > Norma EN ISO 12944-2 define 3 categorias de corrosividade: Categoria Ambiente Exemplo de ambientes em estruturas Im 1 Água doce Instalações de rio, centrais hidroeléctricas Im 2 Água do mar ou salobra Áreas portuárias com estruturas tais como portas de comportas, diques, quebra-mares, estruturas de plataforma Im 3 Solo Tanques enterrados, condutas de aço e vigas de aço Protecção de estruturas metálicas 15

Categorias de corrosividade > Numa mesma estrutura a velocidade de corrosão do aço pode variar significativamente de local para local devido à criação de zonas micro-climáticas: efeitos de condensação de água localizados orientação dos ventos etc. > Existem normalmente vários locais com diferentes velocidades de corrosão. Protecção de estruturas metálicas 16

Concepção da estrutura Localização Sempre que possível evitar a exposição a agentes agressivos Protecção de estruturas metálicas 17

Concepção da estrutura EN ISO 12944-3 > Critérios básicos sobre concepção para fins de protecção anticorrosiva: Acessibilidade (aplicação, inspecção e manutenção dos esquemas de protecção) Tratamento de juntas (selagem com produtos apropriado) Precauções para prevenir a retenção de sedimentos e água Arestas (arredondadas) Soldadura (isentas de imperfeições) Ligações roscadas (cuidados especiais) Elementos das caixas e componentes ocos (cuidados especiais) Entalhes/chanfros (cuidados especiais) Reforços (concepção adequada) Prevenção da corrosão galvânica Manuseamento, transporte e montagem Protecção de estruturas metálicas 18

Concepção da estrutura EN ISO 12944-3 Protecção de estruturas metálicas 19

Concepção da estrutura EN ISO 12944-3 Protecção de estruturas metálicas 20

Concepção da estrutura EN ISO 12944-3 Protecção de estruturas metálicas 21

Concepção da estrutura EN ISO 12944-3 Protecção de estruturas metálicas 22

Protecção de estruturas metálicas >1. Introdução >2. Principais factores de degradação do aço >3. Categorias de corrosividade do ambiente de exposição >4. Protecção da corrosão 4.1 Concepção da estrutura 4.2 Revestimentos metálicos o 4.2.1. Galvanização por imersão a quente o 4.2.1. Metalização por projecção térmica 4.3 Revestimentos por pintura Protecção de estruturas metálicas 23

Revestimentos metálicos Os revestimentos metálicos mais comuns para protecção anticorrosiva do aço são os revestimentos de zinco e ligas Zn-Al. >Principais processos de aplicação: Imersão em banho de zinco fundido - Galvanização por imersão a quente Projecção de metal fundido - Metalização por projecção térmica >Embora menos frequente utiliza-se também (peças pequenas): Difusão do metal - Sherardização Deposição electroquímica de zinco - Electrodeposição De uma maneira geral a protecção conferida pelos revestimentos metálicos depende mais do material metálico seleccionado e da sua espessura do que do tipo de método de aplicação do revestimento. Protecção de estruturas metálicas 24

Revestimentos metálicos Galvanização por imersão a quente > A galvanização consiste na aplicação de um revestimento de zinco sobre a superfície do aço. > O zinco corroi-se a uma velocidade inferior à do aço pelo que protege o aço actuando como uma barreira protectora. > Simultaneamente confere protecção catódica ao aço - caso exista um pequeno defeito no revestimento, como o zinco é mais anódico do que aço na série galvânica, é ele que se corrói. Zn Aço Protecção de estruturas metálicas 25

Revestimentos metálicos Galvanização por imersão a quente Fases: >Desengorduramento (70-80º) >Limpeza >Remoção de óxidos >Limpeza >Pré-tratamento (60-80ºC) >Banho de galvanização (430-460ºC) >Arrefecimento >Passivação da camada de zinco >Acabamento Há limitação ao tamanho dos componentes que podem ser galvanizados e às formas de modo a garantir que toda a peça seja protegida (requisitos EN ISO 14713) Protecção de estruturas metálicas 26

Revestimentos metálicos Galvanização por imersão a quente > Forma-se um revestimento constituído por várias camadas > Junto ao substracto de ferro formam-se camadas de ligas de zinco/ferro > Estas camadas são progressivamente mais ricos em Zn do interior para a superfície Protecção de estruturas metálicas 27

Revestimentos metálicos Galvanização por imersão a quente A espessura do revestimento de zinco depende das características do processo de galvanização mas também: dimensão e espessura da peça preparação da superfície do aço composição do aço. Espessura da peça de aço / mm Espessura média (mínima) do revestimento de zinco Espessura local (mínima) do revestimento de zinco g/m 2 µm g/m 2 µm Aço <1,5 mm Aço >1,5 mm e <3 mm Aço >3 mm e <6 mm Aço >6mm Peças vazadas <6mm Peças vazadas >6mm 325 395 505 610 505 575 45 55 70 85 70 80 250 325 395 505 430 505 35 45 55 70 60 70 Extraído da norma (NP) EN ISO 1461 Para aços com a seguinte composição típica (exemplo): %Si<0,04 e Si+(2,5x%P)<0,09 Protecção de estruturas metálicas 28

Revestimentos metálicos Galvanização por imersão a quente Podem obter-se espessuras superiores: aumentando a rugosidade da superfície aço (projecção de abrasivos) Microestrutura do revestimento de zinco utilizando aços reactivos - cujo teor em Si e P faz com que no banho a espessura do revestimento de zinco cresça sempre com o tempo de imersão. (Estes revestimentos poderão ficar com um aspecto baço, escuro e serem frágeis) Protecção de estruturas metálicas 29

Revestimentos metálicos Galvanização por imersão a quente Durabilidade - Tempo mínimo/máximo até à primeira manutenção (ISO 14713-1) Espessura mínima (µm) Categoria de corrosividade Tempo mínimo/máximo até à primeira manutenção (anos) Classe de durabilidade C3 C4 C5 >C5 85 40/> VH 20/40 VH 10/20 H 3/10 M 140 67/> VH 33/67 VH 17/33 VH 6/17 H 200 95> VH 48/95 VH 24/48 VH 8/24 H Categoria Zn X µm ano -1 Aço A V corr do zinco na atmosfera é aproximadamente linear com tempo. C3 C4 C5 Cx(>C5) Perda de espessura (µm ano -1 ) > 0,7 a 2 > 2 a 4 > 4 a 8 >8 a 25 Classe de durabilidade Very Low (VL) Low (L) Medium (M) High (H) Very High (VH) Tempo (anos) 0 a < 2 2 a < 5 5 a <10 10 a <20 > 20 Protecção de estruturas metálicas 30

Revestimentos metálicos Galvanização por imersão a quente 1. Boa aderência (ligas intermetálicas) 2. Uniforme Vantagens 3. Resistente à abrasão 4. Permite obter uma vasta gama de espessuras 5. Versátil (reveste peças de formas complexas) Limitações 1. Dimensão das peças limitada à dimensão do banho 2. Design adequado (Ex.: furação das peças de secção fechada para exaustão dos gases durante a imersão) EN ISO 14713 3. Pode ocorrer distorção de algumas pelas fabricadas Protecção de estruturas metálicas 31

Revestimentos metálicos Metalização - Projecção térmica Micro-particulas do metal são projectadas com ar comprimido através de um pistola que contém uma fonte de calor (chama ou arco eléctrico) que funde a matéria prima (em pó ou em fio) Os revestimentos podem ser aplicados em fábrica ou em obra e não existe limitação para o tamanho da peça A superfície do aço permanece fria não apresentando o inconveniente de provocar dilatações da peça Arco Arco Chama Protecção de estruturas metálicas 32

Revestimentos metálicos Projecção térmica Microestrutura do revestimento de zinco metalizado Zinco Aço O revestimento pode ser de Zn, Al ou ligas de Zn e Al. O Al confere maior resistência à corrosão do revestimento, nomeadamente em ambiente industrial Espessuras típicas variam entre -200 µm (Al) e -150 µm (Zn). A aderência ao substracto é essencialmente mecânica (não se forma liga metálica com o aço da base) e o revestimento é poroso. O revestimento é aplicado numa superfície limpa mas ligeiramente rugosa. Normas aplicáveis: EN ISO 2063, EN ISO 14713 e EN 14616 Protecção de estruturas metálicas 33

Revestimentos metálicos Projecção térmica Espessuras mínimas recomendadas - EN ISO 2063 Metal (µm) Categoria segundo EN ISO 12944-2 Zinco Alumínio AlMg5 ZnAl15 Não pintado Pintado Não pintado Pintado Não pintado Pintado Não pintado Pintado Im2 NR 200 150 250* 200* NR Im3 200 200 150 150 150 C2 e C3 50 150 150 50 C4 e C5-I NR 200 200 150 C5-M 150 200 250* 200* 150 C1 50 50 50 50 NR - não recomendado, * aplicação offshore C5 V corr => 4 a 8 µm ano -1 Protecção de estruturas metálicas 34

Revestimentos metálicos Galvanização por imersão a quente+projecção térmica Podem ser usados sem protecção adicional Frequentemente, sobretudo em ambientes mais corrosivos (orla costeira, zonas industriais muito poluídas) é usual recorrer à sua pintura - Sistemas mistos (duplex) Sistema misto: 1. Beneficia de um efeito sinérgico entre os dois revestimentos T misto > (T zinco + T tinta ) T = Tempo de vida 2. No entanto o período de manutenção de um sistema mistos é frequentemente inferior ao do revestimento de zinco uma vez que a durabilidade da tinta é muitas vezes inferior à do revestimento de Zn 3. Factores a ter em conta (NP EN ISO 12944-5): Adequada preparação da superfície galvanizada garantir boa aderência da pintura Pintura com produtos adequados ao revestimento de zinco Protecção de estruturas metálicas 35