INFLUÊNCIA DA ALTURA DA COLUNA DE AREIA NO PROCESSO DE FILTRAÇÃO DIRETA

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DA ETE DE GOIÂNIA

I-039 DESEMPENHO DE SISTEMA DE DUPLA FILTRAÇÃO COM FILTRO ASCENDENTE DE PEDREGULHO NO TRATAMENTO DE ÁGUA COM TURBIDEZ ELEVADA

TESTE DE DIFERENTES TIPOS DE COAGULANTES EM ESCALA DE BANCADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DECIV DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

I ENCONTRO DAS ÁGUAS. 13 a 15 de maio de Campo Grande MS. Materiais Filtrantes para Tratamento de Água Potável e Efluentes Industriais.

I-028 UTILIZAÇÃO DE FILTRO ESPONJA PARA ENSAIOS DE BANCADA

Saneamento Ambiental I. Aula 15 Flotação e Filtração

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

II-Carvalho-Brasil-1

XX Encontro Anual de Iniciação Científica EAIC X Encontro de Pesquisa - EPUEPG

6 Metodologia experimental

PLANO DE ENSINO DISCIPLINA: TRATAMENTO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO. CARGA HORÁRIA TOTAL: 90 h TEORIA: 90 h PRÁTICA: 0 h

REMOÇÃO DE COR EM ÁGUA COLORIDA COM AÇAFRÃO POR ADSORÇÃO UTILIZANDO ANTRACITO

II-145 ESTUDO DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES DE UMA FÁBRICA DE PAPEL PARA IMPRIMIR VISANDO O REUSO POR FLOTAÇÃO E SEDIMENTAÇÃO

OTIMIZAÇÃO DA DOSAGEM DE COAGULANTE NAS ETAS DE VIÇOSA-MG

USO DA CINETICA DE ORDEM ZERO E PRIMEIRA ORDEM DO CLORETO FERRICO PARA PURIFICAÇÃO DE ÁGUA

Autor: Adalcino Fernandes Reis Neto

ESTUDO COMPARATIVO DO COMPORTAMENTO HIDRÁULICO DE MEIOS FILTRANTES DE AREIA- ANTRACITO E AREIA-CARVÃO ATIVADO GRANULAR NO TRATAMENTO DE ÁGUA

TRATAMENTO FÍSICO-QUÍMICO DAS ÁGUAS RESIDUÁRIAS DE UMA INDÚSTRIA DE PAPEL UTILIZANDO-SE A FLOTAÇÃO POR AR DISSOLVIDO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO COAGULANTE SULFATO FÉRRICO,EM DIFERENTES TEMPERATURAS. Abner Figueiredo Neto Fernanda Posch Rios Paulo Sérgio Scalize

para fluxo laminar, com número de Reynolds N R menor que para fluxo turbulento, com número de Reynolds N vs

FIME. Basicamente, uma instalação FiME é composta por alguma combinação entre a: a pré-filtração dinâmica, Pré filtração grosseira. a filtração lenta.

(*) Endereço para Correspondência SQN 210 Bloco I, Apto CEP , Brasília DF, BRASIL. Tel: (61)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

II-149 CARACTERIZAÇÃO E CLARIFICAÇÃO DA ÁGUA DE LAVAGEM DO FILTRO DE UMA ETA QUE UTILIZA COMO COAGULANTE O SULFATO DE ALUMÍNIO

I-116 APLICAÇÃO DA FILTRAÇÃO LENTA E FILTRAÇÃO DIRETA ASCENDENTE NO TRATATAMENTO DE ÁGUAS COM BAIXA TURBIDEZ E PRESENÇA DE ALGAS

TRATABILIDADE DE ÁGUA COM BAIXA TURBIDEZ POR FILTRAÇÃO DIRETA ASCENDENTE E DESCENDENTE

CARACTERIZAÇÃO E TRATAMENTO FÍSICO-QUÍMICO DE EFLUENTE DE INDUSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE ARROZ DA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA

23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

Aula 5: Filtração. Introdução. Classificação dos filtros

ENSAIOS DE TRATABILIDADE DE RESÍDUOS DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA - UM PASSO INDISPENSÁVEL PARA O EQUACIONAMENTO DE UM PROBLEMA NA ORDEM DO DIA

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DA PERDA DE CARGA COM O TEMPO NA FILTRAÇÃO RÁPIDA. Arantes do Nascimento Teixeira Bernardo

UTILIZAÇÃO DE POLÍMEROS NATURAIS E MELHORIA DO DESEMPENHO DA ETA DE MANHUAÇU*

I ESTUDO DA RECUPERAÇÃO DE LODO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA CONSIDERANDO OS MECANISMOS DE COAGULAÇÃO E DIVERSOS COAGULANTES

UTILIZAÇÃO DE ENZIMAS NA DEGRADAÇÃO AERÓBIA DE DESPEJO DE ABATEDOURO DE AVES

I AVALIAÇÃO DO DESAGUAMENTO DE LODO DE ETA EM LEITO DE SECAGEM

I-140 REMOÇÃO DE COR EM FILTRO LENTO E COLUNA DE POLIMENTO DE CARVÃO ATIVADO GRANULAR

Operações Unitárias Experimental II Filtração. Professora: Simone de Fátima Medeiros

Decantação. João Karlos Locastro contato:

INTRODUÇÃO INTERFERÊNCIA DA TURBIDEZ NO PROCESSO DE TRATAMENTO:

RESUMO PALAVRAS CHAVE. Tratamento de Água, Resíduos, Sólidos, Lodo, Balanço de massa.

IV YOSHIDA BRASIL 1 REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA E FÓSFORO DE EFLUENTE DE TRATAMENTO ANAERÓBIO POR PROCESSO FÍSICO-QUÍMICO

EMPREGO DO BALANÇO DE MASSA NA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE DIGESTÃO ANAERÓBIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Uso do Quiabo como Auxiliar de Floculação

I - Solução Ambiental para os Rejeitos da ETA Guaíra/SP através de Leito de Drenagem e Sedimentador

PROCEDIMENTO PARA EXECUÇÃO DE ENSAIOS DE FLOTAÇÃO/

AVALIAÇÃO EM ESCALA REAL DA INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DO LEITO FILTRANTE NO DESEMPENHO DE UNIDADES DE ESCOAMENTO DESCENDENTE

AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE PRECIPITAÇÃO QUÍMICA DE EFLUENTE GALVÂNICO COM HIDRÓXIDO DE CÁLCIO E CARBONATO DE SÓDIO

Video coagulação/floculação

Saneamento I. João Karlos Locastro contato:

ABRANDADOR DE ÁGUA. Materiais Utilizados

APLICAÇÃO DA CINETICA DE SEGUNDA E TERCEIRA ORDEM DO CLORETO FÉRRICO PARA OBTENÇÃO DE ÁGUA POTAVÉL

ESCOLA POLITÉCNICA DA USP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA EM SANEAMENTO BÁSICOB. Prof. Dr. Sidney Seckler Ferreira Filho

TRATAMENTO DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO UTILIZANDO FILTRO DE AREIA GROSSA COM ESCOAMENTO ASCENDENTE COMO PRÉ-TRATAMENTO À FILTRAÇÃO RÁPIDA DESCENDENTE

TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA. Nº. 016/ 2012 CREA/MG E FUNASA Setembro/2013

10 Estações de Tratamento de Água. TH028 - Saneamento Ambiental I 1

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENAÇÃO DOS INSTITUTOS DE PESQUISA CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

INFLUÊNCIA DO ESTADO DA AREIA - ESTRATIFICADA OU MISTURADA - NA EFICIÊNCIA DA FILTRAÇÃO DIRETA ASCENDENTE

Classificação e distribuição dos sólidos em função do tamanho

Tratamento de Água para Abastecimento

Estudo da Arte da Coagulação. Nome(s) do(s) Autor(es) Francisco Oliveira Rinaldo Lima

TRATAMENTO SIMPLIFICADO DE ÁGUAS PLUVIAIS VISANDO APROVEITAMENTO PARA FINS NÃO POTÁVEIS

II-167 INFLUÊNCIA DA ALCALINIDADE NA PRECIPITAÇÃO DE FLUORETOS COM CÁLCIO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS PROVENIENTES DA FOSCAÇÃO DE VIDRO.

TRATAMENTO DE EFLUENTE DOMÉSTICO DE LODOS ATIVADOS POR MEMBRANA DE ULTRAFILTRAÇÃO

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA SAZONALIDADE SOBRE A QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO HUMANO

II- 005 REMOÇÃO DE COLIFORMES TOTAIS E FECAIS NA FASE INICIAL DE OPERAÇÃO DE VALAS DE FILTRAÇÃO RECEBENDO EFLUENTE ANAERÓBIO

DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA EM LAGOA FACULTATIVA DE ESGOTO: CARACTERIZAÇÃO DA ETA

Escritório Central: Rua Aderbal R. da Silva, s/n Centro CEP: Doutor Pedrinho SC Fone: (47)

EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS

destilador solar Fig. 2: Foto destilador solar

II OTIMIZAÇÃO DO TRATAMENTO PRELIMINAR DA ETE - GOIÂNIA

ESCOLA POLITÉCNICA DA USP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E SANITÁRIA PHD SANEAMENTO I. Floculação

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DECIV DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

EFICIÊNCIA NA ADERÊNCIA DOS ORGANISMOS DECOMPOSITORES, EMPREGANDO-SE DIFERENTES MEIOS SUPORTES PLÁSTICOS PARA REMOÇÃO DOS POLUENTES

APLICAÇÃO DA ÁGUA DE DRENAGEM ÁCIDA DE MINA NA RECUPERAÇÃO DE SULFATO DE ALUMÍNIO EM LODO DE ETA

AULA 4 Físico-Química Industrial. Operações Unitárias Na Indústria Farmacêutica

SISTEMA DE TRATAMENTO DE ÁGUA NÃO POTÁVEL

TÍTULO: INFLUÊNCIA DO TIPO DE COAGULANTE USADO NO TRATAMENTO DE ÁGUA NA FORMAÇÃO DE TRIALOMETANOS APÓS A DESINFECÇÃO COM CLORO

ESTUDO DA SEDIMENTAÇÃO PARA O TRATAMENTO DE ÁGUA DE PROCESSO DE INDÚSTRIA BENEFICIADORA DE ARROZ

ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental II - 010

TÓPICOS IMPORTANTES SOBRE FILTRAÇÃO RÁPIDA DESCENDENTE APLICADA AO TRATAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL

ADENSAMENTO POR GRAVIDADE DE LODO DE ETA GERADO EM DECANTADOR CONVENCIONAL E DECANTADOR LAMINAR

USO DE COAGULANTES QUÍMICO (CLORETO FERRICO) E ORGÂNICO (Moringa Oleifera) NO TRATAMENTO DE ÁGUAS PROVENIENTES DE SISTEMA LÊNTICO

I-158 AUTOMATIZAÇÃO DA DOSAGEM DE SULFATO DE ALUMÍNIO NA ETA I DE BRUMADO COM UTILIZAÇÃO DE BOMBA DOSADORA E PH- METRO ON-LINE.

II ESTUDO DO DESEMPENHO DE REATORES HIDRÁULICOS DE FLOCULAÇÃO EM REGIME DE ESCOAMENTO DE TRANSIÇÃO E LAMINAR

23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

Química Exercícios complementares 1ª série 1º período/2017

UTILIZAÇÃO DA GLICERINA OBTIDA NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL PARA NEUTRALIZAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL RESIDUAL

PARTÍCULAS SÓLIDAS PARA AS OPERAÇÕES ABAIXO, O CONHECIMENTO DAS PROPRIEDADES DAS PARTÍCULAS SÓLIDAS É FUNDAMENTAL:

ESTUDO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS DOS RESERVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL DAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE PALMAS

I OTIMIZAÇÃO FÍSICA E OPERACIONAL DA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DE ÁGUA EM PLANTAS EXISTENTES - CASO ETA GOIÂNIA

DETERMINAÇÃO DO ph DE AMOSTRAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE - CAMPUS CAMBORIÚ

UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS NATURAIS E TECNOLÓGICAS. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Ambiental

CONHEÇA O CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA QUE VOCÊ CONSOME

I AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DO PERMANGANATO DE POTÁSSIO COMO AGENTE PRÉ-OXIDANTE NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA DO ALTO DA BOA VISTA

COMPARAÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS CARACTERÍSTICOS DA QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA SAMAMBAIA, GOIÂNIA GO, NOS PERÍODOS DE SECA E CHUVA

ESTUDO DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES DE UMA FÁBRICA DE

UTILIZAÇÃO DE Moringa oleifera LAM COMO AUXILIAR NO PROCESSO DE COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO/FILTRAÇÃO PARA O TRATAMENTO DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES ÓTIMAS PARA TRATAMENTO FÍSICO- QUÍMICO DE EFLUENTE DE LAVANDERIA

Transcrição:

INFLUÊNCIA DA ALTURA DA COLUNA DE AREIA NO PROCESSO DE FILTRAÇÃO DIRETA Victor Hugo Modesto da Silva Lacerda (UEG), Welinton do Nascimento Costa (UEG), Maycon Myller Borges Carvalhedo (UEG), Orlene Silva da Costa (UEG) Introdução victorhugo.alquimia@gmail.com; welintoncosta_@live.com; mayconperninha@hotmail.com; orlene_costa@yahoo.com.br Dentre todos os processos de separação, talvez seja o mais conhecido e utilizado. Consiste basicamente na passagem de um material fluido que contenha algum tipo de impureza suspensa de natureza particulada e/ou coloidal por um meio filtrante que apresente um ou mais estágios e de composição variada (grãos de antracito, areia ou outro material granular), que retém este material por meio de forças superficiais, que resistem às forças de cisalhamento resultantes das características do escoamento ao longo do meio filtrante (adsorção) ou por retenção física. Contudo, esta retenção acontece satisfatoriamente até certo momento, que varia de acordo com as características do filtro e da taxa de filtração (vazão afluente dividida pela área do filtro em planta) do fluido, que é observando ao ocorrer um aumento nos valores de cor e turbidez ocasionado pelo desprendimento de impurezas previamente retidas (transpasse), bem como a redução na vazão do material filtrado, fazendo-se necessário um processo de manutenção removendo-se do filtro o material particulado retido, possibilitando a continuidade do processo. O processo de filtração pode ser classificado de acordo com o tipo de filtração (filtração em meio granular) como lento, rápido e de camada profunda; quanto ao processo de tratamento, sendo convencional ou ciclo completo (coagulação, floculação, sedimentação e filtração), filtração direta com pré-floculação (coagulação, préfloculação e filtração) e filtração direta (coagulação e filtração); quanto ao meio filtrante em camada simples, dupla camada e tripla camada; quanto ao controle hidráulico, com taxa de filtração constante com ou sem variação de nível, ou com taxa declinante, em ambos os casos sendo necessário o cálculo da taxa de filtração, que é dada pela Equação (1): 1

Onde: q = taxa de filtração Q = vazão A = área de filtração Entretanto, deve-se sempre se atentar as condições de rendimento e eficiência do filtro, para a realização de manutenções programadas. Sendo que os critérios para o encerramento da carreira de filtração são: turbidez da água filtrada superior a um valor pré-determinado; perda de carga igual ou superior a carga hidráulica máxima disponível; carreira de filtração com duração superior a 40 horas. Deve sempre observar o gráfico característico de turbidez x tempo de filtração, onde se observa o tempo de vida útil do filtro (etapa intermediária), otimizando assim o processo. A transformação da água bruta em água tratada dentro dos padrões que não apresentem riscos a saúde humana, é realizada por meio diferentes tecnologias de tratamento, sendo a tecnologia mais utilizada no país àquela classificada como convencional ou ciclo completo, como já descrito. Entretanto, nem sempre este tipo de tecnologia de tratamento se mostra tão eficiente para água bruta com turbidez menor do que 20 unidades, sendo recomendado a filtração direta para águas com valores abaixo de 20 ut. A Estação de Tratamento de Água para Abastecimento da cidade de Anápolis/GO que opera em ciclo completo está em fase de concepção de projeto de ampliação, onde esta prevista a inclusão da alternativa de operação com filtração direta nos momentos em que a turbidez da água bruta não ultrapassar 20 ut. Todavia, essa alternativa requer ensaios de tratabilidade da água de coagulação seguida de filtração em escala de laboratório. Neste sentido, propõe-se à realização de ensaios de coagulação em jar test da água do Ribeirão Piancó seguida de filtração direta em filtros de bancada com leitos de areia. Objetivo Verificar a influência da altura da coluna de areia e da presença de solução coagulante de sulfato de alumínio para a remoção de cor e turbidez em filtração direta em escala de bancada com turbidez de água bruta abaixo de 20uT. 2

Metodologia Anais do IX Seminário de Iniciação Científica, VI Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação Projetar e confeccionar os filtros de bancada; realizar os ensaios de tratabilidade de água, variando-se a quantidade de material filtrante (altura da coluna de areia); determinar as faixas de melhor remoção de cor e turbidez com o menor nível de material filtrante. Fundamentou-se o projeto dos filtros de areia, em nível de bancada, na metodologia descrita pela HIDROSAN (2010), sendo cada filtro constituido de um cano de PVC ¾ de 30 cm, recortado-se uma área de 5 x 20 cm e fixando-se uma placa de PET nas mesmas dimensões, com o intuito de se visualizar o nível de areia e o nível da água a ser filtrada. Montou-se os filtros na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Saneago, Anápolis/GO. Para seleção da areia foi utilizada peneira da série Tyler, seguindo a NBR 6502 e foi selecionada para granulometria entre 0,297 e 0,420 mm. Posteriormente lavou-se a areia selecionada. A mistura água e areia foram agitadas continuamente com um bastão de vidro. Na parte inferior dos filtros colocou uma tela com um mesh adequado para a retenção da areia. Logo adicionou areia (até a altura desejada) e água destilada com cuidado para evitar a formação de bolsas de ar. Ajustou-se a fixação da mangueira captação de água filtrada num nível compatível com cada altura de areia (sendo semelhante aos pares), de modo que a mesma sempre ficasse submersa. Fixaou-se os filtros em suporte de ferro, inseriu-se uma mangueira com dispositivo regulador de vazão entre a saída de água flotada do jarro e a entrada do respectivo filtro, a fim de manter constante a vazão de abastecimento de acordo com cada nível de areia. Os ensaios de coagulação da água bruta do Ribeirão Piancó em jar test seguiram a metodologia prescrita por Di Bernardo et al. (2002). Estes ensaios de tratabilidade de água foram realizados no Laboratório de Controle em Processo da ETA de Anápolis, utilizando-se o equipamento jar test, modelo da Policontrol. Utilizou-se as seguintes soluções: 2 mg.l -1 de hidróxido de cálcio para alcalinização da água; 2 mg.l -1 de sulfato de alumínio para coagulação; 2 mg.l -1 de ácido clorídrico, caso haja necessidade de reduzir o ph da água bruta. Os ensaios de coagulação seguido de filtração foram acompanhados das medições de temperatura, ph, cor e turbidez da água antes e após o tratamento. As 3

análises de ph, cor e turbidez seguiram a metodologia e a utilização de padrões descritos no Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (AWWA, APHA, WPCI, 1998), empregando-se os seguintes equipamentos por análise de: ph (phmetro digital, Digimed, modelo DM 20); turbidez (Turbidímetro Portátil modelo 2100 da Hack); cor (Colorímetro Aquacolor da Policontrol) e espectrofotômetro (marca Biospectro, modelo SP-220). Resultados e discussão Notou-se uma pequena diferença de desempenho dos jarros que continham a solução coagulante de sulfato de alumínio, tendo uma melhora na remoção da cor e turbidez, comprovando a necessidade do coagulante, sendo este indispensável para o experimento. Ao aglomerar as impurezas em suspensão na água aumentando o diâmetro do material, o coagulante facilita a retenção das impurezas pelo filtro. Os jarros sem coagulantes apresentaram valores de turbidez de 7,15 (ut); 6,88 (ut) e 7,03 (ut) e valores de cor: 36,9 (uc); 36,3 (uc) e 36,6 (uc) respectivamente. Os jarros com coagulantes apresentaram valores de turbidez 1,94 (ut) e 1,32 (ut) e valores de cor 15,5 (uc) e 13,7 (uc) respectivamente. A diferença na altura da coluna de areia demonstrou uma variação no resultado, de modo que com um nível menor de areia obteve uma vazão maior, consequentemente menor será o tempo de contato do fluido, no caso a água, com o material filtrante o que implica numa filtração menos eficiente, que se comprova pelos resultados de turbidez e cor mais elevados. Comparando-se a vazão média dos jarros com o mesmo nível de areia 105,89 (ml/min sem coagulante) e 99,67 (ml/min com coagulante); 68,83 (ml/min sem coagulante) e 67,30 (ml/min com coagulante), nota-se a diferença na vazão em consequência do efeito do coagulante na filtração. Considerações finais Verificou-se que a água bruta do Ribeirão que recebeu tratamento de coagulação seguido de filtração apresentaram os melhores rendimentos na faixa de 0,2 ml de solução de ácido clorídrico (2 mg.l -1 ) e 0,5 ml de solução de sulfato de aluminío (2 mg.l -1 ), com uma vazão média 105,89 (ml/min), turbidez mínima de 0,85 (ut) e coloração mínima de 12,1 (uc). Porém com a elevada taxa de filtração e vazão, observou-se o comportamento do filtro por um período de apenas 10 minutos, de modo 4

que não se pode afirmar com certeza devido ao curto tempo observadoindicando que esta alternativa de tratamento para os meses de estiagem resultariam numa economia de processo. As amostras sem o coagulante tiveram valores de turbidez e cor muito acima dos demais, mostrando que o sulfato de alumínio até agora se mostrou indispensável para o processo, evidenciado nos resultados dos respectivos jarros. Os resultados obtidos foram próximos ao esperado, mesmo com as dificuldades encontradas em um experimento de bancada. Sugere-se a realização de outro ensaio utilizando-se o dobro e o triplo da altura da coluna de areia, reduzindo assim a vazão e possibilitando a análise do filtro por um tempo 3x maior, a fim de se obter um gráfico característico de cada filtro da taxa de filtração x o tempo para se observar a colmatação. Referências PROGRAMA DE PESQUISA EM SANEAMENTO BÁSICO PROSAB. Filtração direta aplicada a pequenas comunidades. São Carlos SP. ABES 2003. 491p. HIDROSAN ENGENHARIA. Projeto básico de reforma e ampliação da Estação de Tratamento de Água de Anápolis GO. São Carlos, 2010, 280p. DI BERNARDO, L.; DI BERNARDO, A.; CENTURIONE FILHO, P. L. Ensaios de tratabilidade de águas e dos rios gerados em estações de tratamento de água. Rima. São Carlos, 2002, 237p. APHA; AWWA & WPCF. Standard Methods for Examination of Water and Wastewater. 19ª ed., Washington D.C. /USA, American Public Helth Association, 1998. BRASIL. Orientações sobre validação de métodos de ensaios químicos. Documento de caráter orientativo do Instituto Nacional de Metrologia Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO). Revisão 2, junho de2007. BRASIL. Resolução nº 899, de 29 de maio de 2004. Guia para Validação de Métodos Analíticos e Bioanalíticos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília, 2004. 5