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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

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: MIN. TEORI ZAVASCKI

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Conselho Nacional de Justiça

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 9

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R E L A T Ó R I O O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL LÁZARO

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MANUAL PRÁTICO DO MILITAR 3ª EDIÇÃO 2017 DR. DIÓGENES GOMES VIEIRA CAPÍTULO 9 MANDADO DE SEGURANÇA: UTILIZAÇÃO PELOS MILITARES

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07ª Vara Federal de Execução Fiscal do Rio de Janeiro ( ) E M E N T A

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

(1GCF0ì1Z0) (D<5éV) - Nº Lote: _2 - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO N /RR - TR120203

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Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 7

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº GO (2009/ )

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:PROCURADOR-GERAL FEDERAL :ANA LUIZA ARCANJO DE MORAES LIMA : YASSER DE CASTRO HOLANDA E OUTRO(A/S)

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Transcrição:

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 45.341 - RS (2014/0078754-1) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES RECORRENTE : FERNANDO OLAVO BERTOGLIO RODRIGUES ADVOGADO : EDNANDO BERTOGLIO RODRIGUES RECORRIDO : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADOR : LUCIANA MABILIA MARTINS E OUTRO(S) EMENTA ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVENTIA CARTORÁRIA EXTRAJUDICIAL. CONCURSO PÚBLICO DE OUTORGA DE DELEGAÇÃO. MEDIDA LIMINAR. DELEGAÇÃO PRECÁRIA. NOMEAÇÃO DE SUBSTITUTO. POSTERIOR REVOGAÇÃO DA MEDIDA LIMINAR. CONSEQÜENTE DESCONSTITUIÇÃO DA DELEGAÇÃO PRECÁRIA. VACÂNCIA. PRETENSÃO DO OFICIAL DE PERMANECER NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTO. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. INADEQUAÇÃO. HIPÓTESE DO ART. 39, 2.º, DA LEI 8.935/1994. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. DECISÃO Fernando Olavo Bertoglio Rodrigues interpõe recurso ordinário com fundamento no art. 105, inciso II, alínea "b", da Constituição da República, contra o acórdão prolatado pelo Eg. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, assim ementado: MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DA 2.ª ZONA DA COMARCA DE PELOTAS. DESCONSTITUIÇÃO DA TITULARIDADE ADQUIRIDA EM CARÁTER PRECÁRIO. DESIGNAÇÃO DO SUBSTITUTO MAIS ANTIGO. PRELIMINAR DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO E REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES À CGJ REJEITADAS. SEGURANÇA DENEGADA. A controvérsia trata, em síntese, de terceira pessoa participante de concurso público para a outorga de delegação de serventia cartorária extrajudicial do Estado do Rio Grande do Sul, a sua participação em todas as fases do certame tendo sido garantida por força de decisão liminar, a partir disso tendo obtido classificação que possibilitou obtivesse a delegação do Registro Civil da 2.ª Zona de Pelotas. O recorrente foi então designado pelo referido delegatário como seu substituto nas ausências e impedimentos, isso por força de portaria assinada em janeiro de 2007. A controvérsia surge no momento em que o delegatário, que havia sido provido por força de decisão judicial liminar, e portanto precária, teve revogado esse provimento judicial, isso ensejando que o Tribunal local tenha, na medida da vacância, designado terceiro para a substituição. A pretensão do recorrente é de ser mantido no ofício por ostentar a condição de mais antigo, invocando o regramento inserto no art. 39, 2.º, da Lei 8.935/1994, mas o Tribunal "a quo" denegou a segurança na forma da ementa transcrita anteriormente. Documento: 56731388 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 05/02/2016 Página 1 de 5

Na petição do ordinário o recorrente reitera a causa de pedir e o pedido iniciais. Contrarrazões em e-stj fls. 281/288. Parecer do Ministério Público Federal pelo desprovimento do recurso ordinário, na forma da ementa assim redigida (e-stj fls. 302/304): ADMINISTRATIVO. PROCESSO CIVIL. CONCURSO PÚBLICO. REGISTRO CIVIL. DESCONSTITUIÇÃO DA TITULARIDADE EM RAZÃO DE DENEGAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA TRANSITADA EM JULGADO. DESIGNAÇÃO DO SUBSTITUTO MAIS ANTIGO PARA EXERCER A TITULARIDADE ATÉ PROVIMENTO DEFINITIVO DA SERVENTIA. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO DE O SUBSTITUTO ESCOLHIDO POR REGISTRADOR AFASTADO EXERCER A TITULARIDADE. PARECER PELO DESPROVIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO. É o relatório. O recurso ordinário é manifestamente improcedente. O art. 39, 2.º, da Lei 8.935/1994, é claro ao disciplinar as hipóteses em que a delegação cartorária será extinta, a sua necessidade de provimento por concurso público e ainda a obrigatoriedade de que a vacância seja temporariamente suprida pelo substituto mais antigo do próprio ofício: Art. 39. Extinguir-se-á a delegação a notário ou a oficial de registro por: I - morte; II - aposentadoria facultativa; III - invalidez; IV - renúncia; V - perda, nos termos do art. 35. VI - descumprimento, comprovado, da gratuidade estabelecida na Lei no 9.534, de 10 de dezembro de 1997. 1º Dar-se-á aposentadoria facultativa ou por invalidez nos termos da legislação previdenciária federal. 2º Extinta a delegação a notário ou a oficial de registro, a autoridade competente declarará vago o respectivo serviço, designará o substituto mais antigo para responder pelo expediente e abrirá concurso. O caso concreto inegavelmente não se enquadra nessa hipótese. É incontroverso que o Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul fez publicar edital de concurso para a outorga de diversas delegações cartorárias, no curso do certame um dos candidatos, o Sr. Edson Bertoglio Rodrigues, tendo sido eliminado do concurso, mas em razão de provimento judicial liminar tendo sido reintegrado, oportunidade em que prosseguiu pelas demais fases e chegou a ser aprovado, disso resultando a delegação da titularidade do Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais da 2.ª Zona da Comarca de Pelotas. Nessa condição, o Sr. Edson Bertoglio Rodrigues designou o ora recorrente para atuar em seu ofício, tendo em vista disso auferido a condição de mais antigo a ser designado, portanto, como responsável em caso da ausência e dos impedimentos do titular. Documento: 56731388 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 05/02/2016 Página 2 de 5

Ocorreu, contudo, de a medida liminar que assegurava a participação do Sr. Edson Bertoglio Rodrigues no concurso público ter sido revogada, a ensejar a desconstituição tanto disso quanto dos atos conseqüentes, a delegação inclusive. Confira-se, a propósito, como se deu o exame da causa neste Superior Tribunal de Justiça: ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTROS PÚBLICOS. QUESTÕES DE PROVA. ANULAÇÃO PELO PODER JUDICIÁRIO. INVIABILIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA BANCA EXAMINADORA. 1. O reexame dos critérios usados pela Banca Examinadora na formulação de questões, correção e atribuição de notas em provas de concursos públicos é vedado, como regra, ao Poder Judiciário, que deve se limitar ao exame da legalidade e da observância das regras contidas no respectivo edital. Precedentes do STJ. 2. Agravo Regimental não provido. (AgRg no RMS 20.158/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/05/2009, DJe 21/08/2009) Assim, uma vez desconstituída a própria nomeação, posse e delegação do então candidato, a administração do Tribunal "a quo" houve por declarar a vacância do ofício e nomear terceiro para responder por ele até o seu provimento por ingresso ou remoção. O recorrente alega que a despeito disso, angariou para o seu patrimônio jurídico a condição de oficial mais antigo e assim, por força do art. 39, 2.º, da Lei 8.935/1994, deveria ser o designado para o ofício. A causa de pedir, contudo, é absolutamente desprovida de fundamento. A rigor, o que o recorrente almeja é a perpetuação dos efeitos decorrentes de uma decisão judicial precária prolatada em favor de terceiro a qual, no entanto, foi revogada e não beneficia sequer o próprio terceiro, quanto menos podendo continuar beneficiando a si. Nesse sentido, cumpre salientar primeiramente que o Supremo Tribunal Federal assentou, ao julgar com repercussão geral o RE 608.482/RN, relator o Em. Ministro Teori Zavascki, firmou tese pela inexistência de direito do candidato que, reprovado em concurso público, assumiu o cargo por decisão judicial, de permanecer no cargo apenas pelo decurso do tempo se, no entanto, a decisão judicial não vem a ser confirmada, repelindo, portanto, a chamada "teoria do fato consumado": CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO REPROVADO QUE ASSUMIU O CARGO POR FORÇA DE LIMINAR. SUPERVENIENTE REVOGAÇÃO DA MEDIDA. RETORNO AO STATUS QUO ANTE. TEORIA DO FATO CONSUMADO, DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA LEGÍTIMA E DA SEGURANÇA JURÍDICA. INAPLICABILIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento Documento: 56731388 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 05/02/2016 Página 3 de 5

judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou modificado. 2. Igualmente incabível, em casos tais, invocar o princípio da segurança jurídica ou o da proteção da confiança legítima. É que, por imposição do sistema normativo, a execução provisória das decisões judiciais, fundadas que são em títulos de natureza precária e revogável, se dá, invariavelmente, sob a inteira responsabilidade de quem a requer, sendo certo que a sua revogação acarreta efeito ex tunc, circunstâncias que evidenciam sua inaptidão para conferir segurança ou estabilidade à situação jurídica a que se refere. 3. Recurso extraordinário provido. (RE 608482, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 07/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014) No caso concreto, portanto, sequer o Sr. Edson Bertoglio Rodrigues teria em tese o direito de reivindicar algum direito nesse sentido porque a sua permanência no concurso público foi tornada sem efeito ante a revogação da medida liminar, tudo o que seguiu a isso tendo igualmente perdido os efeitos, inclusive a delegação. O recorrente, no entanto, almeja que ao menos a sua designação como oficial substituto tenha os efeitos confirmados, é dizer, pretende de certo modo que para si haja uma "teoria do fato consumado" por via oblíqua, derivada, assim por que ele teria o direito de figurar como substituto mais antigo quando o próprio delegatário não tem nenhum direito porque, repise-se, o provimento judicial liminar foi revogado e tudo o mais tornado sem efeito. Não há, contudo, como amoldar essa hipótese à descrição do art. 39, 2.º, da Lei 8.935/1994, como, aliás, já decidido no âmbito desta Segunda Turma: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. CARTÓRIO. SUBSTITUTO DESIGNADO. TITULARIDADE PRECÁRIA. INAPLICAÇÃO DO ART. 39 DA LEI 8.935/1994. CONCLUSÃO DE CERTAME. DELEGAÇÃO EFETIVA. PERDA DO INTERESSE. 1. Por inexistir omissão, obscuridade ou contradição na decisão embargada e pelo princípio da fungibilidade recursal, recebem-se os presentes Embargos de Declaração como Agravo Regimental. 2. O Mandado de Segurança foi impetrado contra ato que designou terceiro para responder temporariamente pelo Cartório do 1º Ofício da 2ª Zona de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim, até a efetivação do concurso público. A tese do impetrante é de que tal designação violou seu direito líquido e certo de responder pela serventia na condição de substituto mais antigo. 3. O art. 39 da Lei 8.935/1994 somente se aplica às hipóteses de extinção da delegação a notário ou a oficial de registro (delegação efetiva). Precedentes do STJ. 4. Tal norma legal não se adota in casu, diante do fato incontroverso e reafirmado pelo recorrente de que a titularidade da serventia estava sendo exercida de modo precário por quem o indicou como substituto. 5. Não bastasse isso, conforme acertadamente asseverado pelo Tribunal a quo, a conclusão do certame de remoção e a conseqüente nomeação de titular efetivo para a serventia em questão prejudica o interesse do recorrente em exercê-la precariamente. Documento: 56731388 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 05/02/2016 Página 4 de 5

6. Agravo Regimental não provido. (EDcl no RMS 31.736/ES, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 01/07/2010) Dito tudo isso, nego seguimento ao recurso ordinário em mandado de segurança. Publique-se. Intimem-se. Brasília (DF), 1º de fevereiro de 2016. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES Relator Documento: 56731388 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 05/02/2016 Página 5 de 5