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Transcrição:

Página 1573 AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE MAMONEIRA NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DAS DORES/SE Francisco Elias Ribeiro 1 ; Samuel Silva da Mata 1 ; Milena Mascarenhas de Jesus Ribeiro 2 ; Máira Milani 3 1Pesquisador Embrapa Tabuleiros Costeiros, elias@cpatc.embrapa.br; 2 Estagiária Embrapa Tabuleiros Costeiros; 3Pesquisadora Embrapa Algodão RESUMO A falta de cultivares adaptadas às diversas condições agroecológicas do Brasil tem limitado a expansão da cultura da mamona nas diversas regiões. Este trabalho visou avaliar o comportamento de genótipos de mamona na região do agreste sergipano. Os materiais genéticos foram avaliados no Campo Experimental Jorge do Prado Sobral, município de Nossa Senhora das Dores-SE. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 11 tratamentos e quatro repetições. Os materiais são de porte médio e o espaçamento utilizado foi 2 m X 1 m, com parcelas úteis compostas de dez plantas, em fileira única e uma planta por cova. Avaliaram-se o período de floração, a porcentagem de cachos com mofo-cinzento, altura do caule, comprimento de racemos e peso de bagas. Dos cinco caracteres avaliados, floração, porcentagem de cachos com mofo-cinzento, altura do caule e número de racemos apresentaram diferenças significativas entre os genótipos (P<0,01). A produtividade média de bagas foi de 984,64 Kg/ha. A linhagem CNPAM 2001-63 foi a mais precoce e apresentou maior rendimento, embora não diferindo estatisticamente de outros tratamentos. Palavras-chave Mamona, Ricinus communis L., linhagens, variedades. INTRODUÇÃO A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma espécie xerófila e heliófila, com origem provável na Ásia, explorada comercialmente entre as latitudes 40 N e 40 S, foi introduzida no Brasil pelos portugueses e é uma oleaginosa de clima tropical bem adaptada às condições do Nordeste (BIODIESELBR, 2010). A área cultivada com mamona no Brasil era de 163.850 ha no ano de 2007 (IBGE, 2008), porém as projeções de aumento de área plantada não se confirmaram e a área colhida em 2008 foi de 156.412 ha (FAOSTAT, 2010). Embora a seja de grande importância econômica para o País, o seu cultivo, na grande maioria é feito com sementes dos próprios produtores, o que acarreta alta heterogeneidade e grande diversidade de tipos locais. Em virtude da utilização de sementes não selecionadas, ocorre baixa produtividade, alta incidência de pragas e características agronômicas indesejáveis (FREIRE et al.,

Página 1574 2007). Além das dificuldades comerciais, a falta de materiais genéticos mais adaptados às diversas condições agroecológicas tem dificultado o incremento dessa cultura no Brasil. O programa de melhoramento genético busca a obtenção de genótipos de mamoneira mais produtivos, precoces, com características indeiscentes e semideiscentes, de porte médio e baixo, adaptados à colheita mecânica, com alto teor de óleo e resistente ou tolerante às principais pragas e doenças para tornar disponível aos produtores (FREIRE et al., 2007). Este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de genótipos de mamona nas condições do município de Nossa Senhora das Dores, região do agreste sergipano. METODOLOGIA O experimento foi instalado no Campo Experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros Jorge do Prado Sobral, município de Nossa Senhora das Dores-SE, localizado na região do agreste sergipano (Latitude: 10 29 30 S, Longitude: 37 11 36 W e Altitude: 204 m). O clima da região é do tipo As (tropical com estação seca de verão), com precipitação média anual de 1.050 mm e temperatura média de 24,2 C. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 11 tratamentos: oito linhagens - CNPAM 2001-77, CNPAM 2001-212, CNPAM 2001-70, CNPAM 2001-9, CNPAM 2001-5, CNPAM 2001-16, CNPAM 2001-63, CNPAM 93-168 e três variedades: BRS Nordestina, BRS Paraguaçu e SM5-PERNAMBUCANA, com quatro repetições. Os materiais são de porte médio e o espaçamento utilizado foi 2 m X 1 m, com dez plantas úteis por parcela, dispostas em fileira única e com uma planta por cova após o desbaste. O experimento foi instalado em junho de 2008, em Latossolo Amarelo Coeso. Os caracteres avaliados foram: início da floração (dias), porcentagem de cachos infestados pelo mofo-cinzento (%), altura do caule (cm), comprimento médio de racemos/parte útil - (cm) e peso de bagas (kg/ha). A altura do caule corresponde a distância do solo à altura de inserção do primeiro racemo. A porcentagem de cachos atacados pelo mofo-cinzento corresponde ao percentual de cachos que apresentava mofo em relação ao número total de cachos. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANAVA) com base nas médias dos tratamentos (Gomes, 1985), os quais foram comparados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Página 1575 RESULTADOS E DISCUSSÃO Com base no resumo da ANAVA (Tabela 1), observa-se que houve diferença significativa entre tratamentos para os caracteres floração (dias), altura de caule (cm), porcentagem de mofo-cinzento nos cachoss (%) e comprimento de racemos (cm), já para peso de bagas (kg/ha), não houve diferença significativa pelo teste F a 5% de probabilidade. De acordo com os valores médios (Tabela 2), observa-se que o período de floração foi em média de 77,4 dias, variando de 71a 81 dias. A linhagem CNPAM 2001-63 (71 dias) foi a mais precoce e a CNPAM 2001-9 (81 dias) a mais tardia, embora não diferindo estatisticamente de outros tratamentos. A altura de caule, que corresponde a distância do solo à inserção do primeiro racemo, foi em média de 67,7 cm, e variou de 54,42 cm a 73,43 cm. A linhagem CNPAM 93-168 foi a de menor altura (54,42 cm) e diferiu estatisticamente das linhagens CNPAM 2001-9 (75,46 cm) e CNPAM 2001-77 (73,43 cm), embora não diferindo estatisticamente de outros genótipos. Em relação à porcentagem de cachos com mofo-cinzento, se destacou a linhagem CNPAM 93-168, com aproximadamente 30% de cachos infestados e o pior desempenho foi da linhagem CNPAM 2001-212, com cerca de 70% de mofo-cinzento nos cachos, embora não diferindo estatisticamente de outros genótipos. A média geral de infestação foi de 56,55%. Em relação ao comprimento de racemo, que corresponde a parte útil, os valores variaram de 13,70 cm a 22,23 cm, com média geral de 18,19 cm. Os genótipos CNPAM 2001-212 (13,70 cm), SM5-Pernambucana (14,80 cm) e BRS Paraguaçu (15,80) foram os que apresentaram menores comprimentos de racemos quando comparados com as linhagens CNPAM 2001-5 (22,23 cm), CNPAM 2001-16 (22,17 cm), CNPAM 93-168 (16,60 cm), no entanto, não diferiram estatisticamente de outros tratamentos. A produtividade média de bagas foi de 984,64 Kg/ha, com valores variando entre 608,50 Kg/ha (CNPAM 93-168) a 1.305,00 Kg/ha (CNPAM 2001-63). Em relação a essa variável, não houve diferença significativa entre os tratamentos (Tabela 2). CONCLUSÃO Há diferença significativa entre genótipos para os caracteres floração, porcentagem de mofocinzento, altura de caule e comprimento médio de racemos;

Página 1576 A linhagem CNPAM 2001-63 é a mais precoce e apresenta maior rendimento de bagas enquanto a CNPAM 2001-9 é a mais tardia e apresenta maior altura de caule, embora não diferindo estatisticamente de outros tratamentos; A linhagem CNPAM 93-168 mostra-se como mais tolerante ao mofo-cinzento, pois apresenta a menor porcentagem de cachos infestados (30%); Algumas linhagens apresentam-se com potencial para a região, pois atingiu rendimento de bagas acima de 1.100 Kg/ha. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIODIESELBR, 2010. Disponível em: http://www.biodieselbr.com/plantas/mamona/especial.htm. Acessado em: maio de 2010. FAOSTAT, 2008. Disponível em: http://faostat.fao.org/site/567/desktopdefault.aspx?pageid=567#ancor. Acessado em maio de 2010. FREIRE, E.C.; LIMA, F.A.C.; ANDRADE, F.P.; MILANI, M.; NÓBREGA, M.B.M. Melhoramento genético. In: AZEVEDO, D.M.P.;BELTRÃO, N.E.M. (Ed.) O agronegócio da mamona no Brasil. 2ª Ed.Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2007. 169-194. GOMES, F.P. Curso de estatística experimental. Livraria Nobel, 1985. 466p. IBGE, 2008. Levantamento sistemático da produção. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: agosto de 2008.

Página 1577 Tabela 19 Resumo da análise de variância dos caracteres floração (F), porcentagem de mofo-cinzento (PM), altura do caule (AC), comprimento de racemos (CR) e peso de bagas (PB). Aracaju, SE. 2010. QM CARACTERES CV Bloco Tratamento Resíduo F (dias) 45,954330 28,158996* 12,288161 4,53 PM (%) 364,686948 574,441299 ** 134,188943 20,49 AC (cm) 229,819836 139,886129** 58,370323 11,28 CR (cm) 11,485455 35,790636** 5,141788 12,47 PB (Kg/ha) 0,001365 0,001569 ns 0,001131 12,07 ns e ** Não significativo e significativo a 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F. Tabela 2 Valores médios dos caracteres floração (F), porcentagem de mofo-cinzento (PM), altura do caule (AC), comprimento de racemos (CR) e peso de bagas (PB). Aracaju, SE. 2010. CULTIVAR FLORAÇÃO (dias) PM (%) AC (cm) CR (cm) PB (Kg/ha) CNPAM 2001-77 75,70 ab 64,39 bc 73,43 b 19,17 abc 1012,75 a CNPAM 2001-212 78,49 ab 70,37 c 68,21 ab 13,70 a 953,75 a CNPAM 2001-70 77,49 ab 60,08 bc 68,03 ab 22,03 ab 1181,00 a CNPAM 2001-9 81,13 b 64,89 bc 75,46 b 17,15 abc 966,50 a CNPAM 2001-5 78,29 ab 66,34 bc 67,66 ab 22,23 c 1138,25 a CNPAM 2001-16 76,61 ab 57,15 abc 70,28 ab 22,17 bc 1165,50 a CNPAM 2001-63 71,03 a 40,61 ab 60,05 ab 17,65 abc 1305,00 a CNPAM 93-168 75,76 ab 29,98 a 54,42 a 16,60 b 608,50 a SM5-PERNAMBUCANA 79,38 ab 58,14 abc 68,97 ab 14,80 a 788,25 a BRS NORDESTINA 78,81 ab 50,64 abc 71,25 ab 18,80 abc 913,00 a BRS PARAGUAÇU 78,74 ab 59,41 bc 67,00 ab 15,80 a 798,50 a Média Geral CV (%) DMS 77,40 4,53 8,62 56,55 20,49 28,48 67,70 11,28 18,79 18,19 12,47 Médias seguidas pela mesma letra, na vertical, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade 5,58 984,64 34,95 846,13