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Transcrição:

Rodada #1 Direito Penal MPU Professor Bernardo Barbosa Assuntos da Rodada DIREITO PENAL: 1 Aplicação da lei penal. 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade. 1.2 A lei penal no tempo e no espaço. 1.3 Tempo e lugar do crime. 1.4 Lei penal excepcional, especial e temporária. 1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal. 1.6 Pena cumprida no estrangeiro. 1.7 Eficácia da sentença estrangeira. 1.8 Contagem de prazo. 1.9 Frações não computáveis da pena. 1.10 Interpretação da lei penal. 1.11 Analogia. 1.12 Irretroatividade da lei penal. 1.13 Conflito aparente de normas penais. 2 O fato típico e seus elementos. 2.1 Crime consumado e tentado. 2.2 Pena da tentativa. 2.3 Concurso de crimes. 2.4 Ilicitude e causas de exclusão. 2.5 Excesso punível. 2.6 Culpabilidade. 2.6.1 Elementos e causas de exclusão. 3 Imputabilidade penal. 4 Concurso de pessoas. 5 Crimes contra a pessoa. 6 Crimes contra o patrimônio. 7 Crimes contra a fé pública. 8 Crimes contra a administração pública. 9 Lei nº 8.072/1990 (delitos hediondos). 10 Disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal.

a. Teoria Olá, pessoal! Vamos iniciar o nosso estudo sobre o Direito Penal discorrendo sobre os princípios da legalidade e da anterioridade. Da aplicação da lei penal Sempre que começamos o estudo de algum ramo do Direito, invariavelmente nos deparamos com os tais...princípios. Mas o que são esses princípios? Os princípios são os fundamentos de manutenção do sistema jurídico. Constituem-se de valores essenciais do ordenamento. A seguir vamos nos ater a alguns princípios que são importantes para o nosso estudo de Direito Penal. 1. Princípio da legalidade (art. 5º, XXXIX CF e art. 1º CP): Somente a lei pode definir crimes e contravenções penais. Não há crime sem lei que o defina, nem pena sem cominação legal. 1.1 Só há crime nas hipóteses taxativamente previstas em lei. 1.2 A reserva legal nos impõe que a descrição da conduta criminosa seja detalhada e específica. 1.3 É cláusula pétrea na Constituição Federal, ou seja, seu conteúdo não pode ser restringido. 2

1.4 É expressamente vedada, conforme art. 32 da Constituição Federal, a edição de medidas provisórias sobre a matéria concernente a Direito Penal. 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I relativa a: (...) b) direito penal, processual penal e processual civil O quadro adiante a nossa orientação no que tange aos princípios ora estudados: PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA RESERVA PENAL LEGALIDADE COMPREENDE: PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE crimes O princípio da legalidade abrange contravenções Medidas de segurança 2. Princípio da anterioridade (art. 5º, inciso XXXIX da CF e art. 1º do CP): O princípio da anterioridade nos diz que é necessário que a lei esteja em vigor na data em que o fato foi praticado. 3

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. 2.1 Ou seja, tanto o crime quanto a pena devem estar pré-definidos em lei. 3. Princípio da reserva legal: Esse princípio tem dois fundamentos um jurídico e um político. 3.1 Fundamento jurídico: deve haver determinação exata do tipo penal e da sanção penal a ser infligida. É a taxatividade, determinação precisa ou certeza. 3.2 Fundamento político: é a proteção do ser humano em face do arbítrio do poder de punir do Estado A lei somente será aplicável a fatos praticados depois da sua entrada em vigor! Lei Penal no Tempo 4. Aqui vigora o princípio da continuidade das leis, o qual nos diz que a lei penal vigora até ser revogada por outra norma de igual natureza. 4.1 E o que é a revogação? É a retirada da vigência de uma lei. 4

4.2 A revogação pode ser: - total ou absoluta: ab-rogação - parcial: derrogação 5. A regra em Direito Penal é o tempus regit actum, ou seja, prevalece a lei que se encontrava em vigor no momento da prática do fato ou da conduta. Mas veremos casos específicos em que esse princípio não é aplicado. 6. O Direito Penal Intertemporal é o conjunto de regras e princípios que buscam solucionar o conflito de leis penais no tempo. E para entendê-lo devemos aprender antes o que seria a extratividade da lei penal. É quando a lei passa a valer em um período de tempo diferente daquele em que esteve em vigor. 7. Extratividade da lei penal: A lei penal benéfica é sempre retroativa (lei regula situações passadas) ou ultrativa (lei se aplica após a cessação da sua vigência), ou seja, ela se movimenta no tempo a fim de beneficiar o agente. VEJAMOS: ULTRATIVIDADE TEMPUS REGIT ACTUM RETROATIVIDADE ABOLITIO CRIMINIS NOVATIO LEGIS IN MELLIUS 5

7.1 Em razão do princípio da continuidade normativa, não há abolitio criminis quando, mesmo com a revogação formal do dispositivo, o tipo penal passa a ser disposto em outro. 7.2 Ressalte-se que, durante a vacatio legis, a lei penal não pode ser aplicada, mesmo que ela seja mais favorável ao réu. 7.2.1 O que é vacatio legis? É o prazo legal que uma lei tem para entrar em vigor. Ou seja, é o lapso temporal entre a publicação de uma norma e o início da sua vigência. 7.3 Combinação de leis penais ou lex tertia: A combinação de leis seria a possibilidade adotar partes de uma lei favoráveis ao réu com preceitos favoráveis de outra lei 7.3.1 O STF, majoritariamente, inadmite a hipótese, porém, em julgado histórico, admitiu o cabimento, sob o argumento de que não resultaria em criação indireta da lei. 7.4 Lei penal intermediária: Cabível em casos de sucessão de leis penais. O STF admite a aplicação desta lei, desde que mais favorável ao agente. 7.5 O STJ entende que normas que disciplinam o regime de cumprimento de pena, proibindo progressões de regime e tornando mais severa ou branda a execução da sanção penal são normas de caráter penal, submetidas ao princípio da retroatividade in mellius. 7.6 súmula 711 STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 6

Leis penais em branco e o conflito de leis no tempo 8. As leis penais em branco se conceituam como as que o seu preceito primário necessitam de complementação, ao passo que o preceito secundário é completo. 8.1 preceito primário ou preceptum iuris: é o encarregado de fazer a descrição detalhada e perfeita da conduta que se procura proibir ou impor. Assim, no preceito primário do art. 155 do Código Penal, temos a seguinte redação: "Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel". 8.2 preceito secundário ou sanctio iuris: a ele cabe a tarefa de individualizar a pena cominando-a em abstrato. Vem logo depois do preceito primário. Por exemplo, no preceito secundário do art. 155 do Código Penal, temos a seguinte redação: "Pena - reclusão, de 1(um) a 4(quatro) anos, e multa." Classificação das normas 9. Para que possamos classificar tais normas, devemos, portanto, conhecer sua fonte de produção. 9.1 As leis se classificam em: Homogêneas ou em sentido amplo O complemento está em norma de mesma hierarquia Heterogêneas ou em sentido estrito O completo está em norma de hierarquia inferior 7

9.2 Norma penal em branco invertida ou ao revés: O complemento se refere à sanção, preceito secundário, e não ao conteúdo proibitivo (preceito primário). Exemplo: A Lei nº 2.889/56, que cuida do crime de genocídio, não cuidou diretamente da pena, fazendo expressa referência a outras leis no que diz respeito a esse ponto. O complemento da norma penal em branco ao revés deverá, necessariamente, ser encontrado em lei. 9.3 ATENÇÃO: temos respeitável doutrina questionando a constitucionalidade da norma penal em branco, quando complementada por norma inferior (norma penal em branco heterogênea, ou própria), pois implicaria em violação da reserva legal e divisão de poderes. 9.4 Importante alertar que a lei penal em branco remetida é diferente do crime remetido, este último significa a menção feita por um tipo penal a outra figura típica. Exemplo clássico é o artigo 304 do CP, o qual trata do crime de uso de documento falso: CP, Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: - a cominada à falsificação ou à alteração. Tempo e Lugar do crime (crimes à distância) 10. Tempo do crime: o artigo 4º do CP adotou a teoria da atividade, que diz que se considera praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 8

11. ATENÇÃO PARA A SÚMULA 711 STF: A lei penal mais grave se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 12. O artigo 111, inciso I, do CP escolheu a TEORIA DO RESULTADO, em relação à prescrição, já que a causa extintiva da punibilidade tem por termo inicial a data da consumação da infração penal. 13. No crime continuado, no qual os crimes anteriores eram punidos por uma lei, operando-se o aumento de pena por lei nova, aplica-se esta última a toda unidade delitiva, se sob sua vigência continue a ser praticada. 14. Lugar do crime: o art. 6º do CP adotou a teoria mista ou da ubiquidade, segundo a qual considera-se praticado o crime no lugar da ação ou da omissão, bem como no local em que o crime se consumou ou que deveria ter se consumado. Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzirse o resultado. 14.1 Súmula 521 STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade de emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o local onde se deu a recusa do pagamento. 9

14.2 STJ: No homicídio, quando a morte é produzida em local diverso daquele em que foi realizada a conduta, o foro competente é o da ação ou omissão, e não o do resultado. Lei Penal no espaço: territorialidade e extraterritorialidade 15. Princípio da Territorialidade é a regra geral. Ou seja, aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional (real ou por extensão). A exceção são os crimes em que o Brasil tenha firmado acordos internacionais é o princípio da territorialidade temperada ou mitigada. 15.1 EXCEÇÃO: é o princípio da extraterritorialidade: a lei brasileira é aplicada aos crimes cometidos no estrangeiro. A extraterritorialidade pode ser: INCONDICIONADA crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da República contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; contra a administração pública, por quem está a seu serviço; Brasil. de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no 10

HIPÓTESES - Crimes que, que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; - Praticados por brasileiro; CONDICIONADA - Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados CONDIÇÕES - Entrar o agente no território nacional; - dupla tipicidade: ser o fato também punível no país em que foi praticado; - estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; - não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido pena; 11

- não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, seguindo a lei mais favorável. 16. Território é o local no qual um Estado exerce a sua soberania. 16.1 Território compreende: 16.1.1 espaço territorial delimitado pelas fronteiras; 16.1.2 mar territorial ou marginal: 12 milhas; 16.1.3 plataforma continental: medindo 200 milhas; 16.1.4 espaço aéreo; 16.1.5 navios e aeronaves particulares, em alto mar ou no espaço aéreo correspondente ao alto mar; e 16.1.6 navios e aeronaves de natureza pública 17. Princípio da personalidade ou da nacionalidade: Ele autoriza a submissão à lei brasileira dos crimes praticados por brasileiro no estrangeiro ou contra vítima que seja brasileira. a lei brasileira 17.1 Princípio da personalidade ativa: O agente será punido consoante 17.2 Princípio da personalidade passiva: aplica-se a lei brasileira quando a vítima for brasileira. 12

18. Princípio do domicílio: segundo ele, o autor do delito deve ser julgado conforme a lei do país no qual for domiciliado. 19. Princípio da defesa, proteção ou real: Preceitua que se submeterão à lei penal do Brasil os crimes, que mesmo cometidos no estrangeiro, ofendam aos bens jurídicos nacionais. 20. Princípio da representação, da bandeira, subsidiário, substituição ou do pavilhão: a lei penal brasileira se aplicará nos crimes cometidos em embarcações e aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando estiverem em território estrangeiro e aí não forem julgadas. 20.1 Caso a aeronave ou embarcação brasileira for pública ou estiver a serviço do governo brasileiro, não se aplica o princípio da representação, da bandeira, subsidiário, substituição ou do pavilhão e, sim, o princípio da territorialidade. Isso porque as aeronaves ou embarcações brasileiras, públicas ou a serviço do governo brasileiro, são consideradas extensão do território nacional. 21. Princípio da justiça universal, da justiça cosmopolita, jurisdição universal ou mundial, da repressão mundial, da competência universal ou da universalidade do direito de punir: todos os Estados de uma certa comunidade internacional podem punir os autores de certos crimes que se encontrem em seu território, segundo convenções ou tratados internacionais firmados, não se levando em consideração a nacionalidade do agente, o bem jurídico atingido ou o local do crime. 13

Lei penal excepcional e temporária (leis intermitentes) 22. Essas leis são autorrevogáveis 23. Elas têm ultratividade, ou seja, embora transcorrido o período de sua duração ou extinta a circunstância que a determinou, elas se aplicam aos fatos praticados durante a sua vigência. 24. Lei temporária: Tem a vigência predeterminada no tempo, ou seja, o seu termo final tem data determinada. 24.1 Exemplo de lei temporária: Lei Geral da Copa do Mundo de 2014 (Lei 12.663 / 2012). 25. Lei excepcional: Vigora em situações de anormalidade. Observe-se que essas leis são autorrevogáveis e tem ULTRATIVIDADE, mesmo que em desfavor do réu. 25. 1 Exemplo hipotético: lei que puna com reclusão de três meses a dois anos quem deixar vasilhas de água descobertas, pneus e outros objetos em casa que acumulem água parada e sejam criatórios de mosquitos vetores da dengue, zyca e chykungunya. 26. As leis tanto excepcionais como temporárias buscam evitar que, por serem leis limitadas no tempo, possam ser frustradas suas sanções visando, assim, evitar injustiças. 14

Leis Especiais 27. Segundo o princípio da especialidade, as leis especiais prevalecem sobre as gerais. Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 28. Princípio da convivência das esferas autônomas: Preconiza que as regras gerais dispostas no Código Penal convivem em harmonia com as dispostas nas leis especiais. Eficácia da sentença estrangeira 29. uma sentença judicial é ato representativo da soberania de um país. Porém, para a sua eficácia deve ser executada. 30. Não há necessidade de homologação da sentença estrangeira condenatória para caracterização da reincidência no Brasil. 30. Segundo o artigo 105, inciso I, alínea i da CF, é competência do STJ a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do exequatur às cartas rogatórias. 15

31. SÚMULA 420 STF: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem a prova do trânsito em julgado. Da contagem do prazo 32.No Direito Penal, inclui-se no cálculo do prazo, o dia do começo, por ser mais benéfico ao réu. Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 33. Se o prazo começou a correr às 23:59 da sexta-feira, por exemplo, conta-se o dia todo para efeito da contagem de prazo. 34. Importante salientar que, no Direito Penal, o prazo se relaciona diretamente com o poder punitivo do Estado. Dessa forma, quanto menor, ele será mais benéfico ao réu. 35. Os prazos penais são IMPRORROGÁVEIS e FATAIS, ainda que terminem em sábados, domingos ou feriados. 36. SÚMULA 310 STF: quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segundafeira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir. 16

Frações não computáveis da pena 36. Nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direito, desprezam-se as frações de dia, e, na pena de multa, desprezam-se os centavos. 17

b. Mapas Mentais PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA RESERVA PENAL LEGALIDADE COMPREENDE: PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE crimes O princípio da legalidade abrange contravenções Medidas de segurança ULTRATIVIDADE TEMPUS REGIT ACTUM RETROATIVIDADE ABOLITIO CRIMINIS NOVATIO LEGIS IN MELLIUS 18

As leis se classificam em: Homogêneas ou em sentido amplo O complemento está em norma de mesma hierarquia Heterogêneas ou em sentido estrito O completo está em norma de hierarquia inferior TET L.U. T.A. LUGAR = UBIQUIDADE TEMPO = ATIVIDADE OBS: A ubiquidade não se aplica nos: Crimes conexos COPA ME FALI Infrações de menor potencial Crimes plurilocais Atos infracionais Crimes falimentares 19

c. Revisão 1 QUESTÃO 1 - CESPE TCE-SC AUDITOR FISCAL DIREITO - 2016 No Código Penal brasileiro, adota-se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. QUESTÃO 2 - CESPE TJDFT TÉCNICO JUDICIÁRIO - 2015 A lei mais benéfica deve ser aplicada pelo juiz quando da prolação da sentença em decorrência do fenômeno da ultratividade mesmo já tendo sido revogada a lei que vigia no momento da consumação do crime. QUESTÃO 3 - CESPE - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO - 2015 Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em continuidade delitiva e sob a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em processo contra ele, a lei vigente ao tempo em que cessaram os delitos, ainda que seja mais gravosa. QUESTÃO 4 - CESPE TCE-RN ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO- 2015 Pelo princípio da irretroatividade da lei penal, não é possível a aplicação de lei posterior a fato anterior à edição desta. É exceção ao referido princípio a possibilidade de retroatividade da lei penal benéfica que atenue a pena ou torne atípico o fato, desde que não haja trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 20

QUESTÃO 5 - CESPE TCE-RN ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO- 2015 O crime contra a fé pública de autarquia estadual brasileira cometido no território da República Argentina fica sujeito à lei do Brasil, ainda que o agente seja absolvido naquele país. QUESTÃO 6 CESPE - TCE-RN AUDITOR - 2015 Situação hipotética: João, brasileiro, residente em Portugal, cometeu crime de corrupção e de lavagem de dinheiro no território português, condutas essas tipificadas tanto no Brasil quanto em Portugal. Antes do fim das investigações, João fugiu e retornou ao território brasileiro. Assertiva: Nessa situação, a lei brasileira pode ser aplicada ao crime praticado por João em Portugal. QUESTÃO 7 CESPE POLÍCIA FEDERAL AGENTE 2014 Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa situação, o magistrado terá de se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y. QUESTÃO 8 CESPE - TJ-SE TÉCNICO JUDICIÁRIO 2014 É legítima a criação de tipos penais por meio de decreto. 21

QUESTÃO 9 CESPE - TRE-GO ANALISTA JUDICIÁRIO 2015 A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora. QUESTÃO 10 CESPE - DPE-PE DEFENSOR PÚBLICO 2015 O direito penal, mediante a interpretação das leis penais, proporciona aos juízes um sistema orientador de decisões que contém e reduz o poder punitivo, para impulsionar o progresso do estado constitucional de direito. 22

d. Revisão 2 QUESTÃO 11 - CESPE CÂMARA DOS DEPUTADOS ANALISTA LEGISLATIVO - 2014 O Código Penal brasileiro, ao tratar da competência criminal quanto ao tempo do crime, adota a teoria mista ou da ubiquidade, que considera o momento da ação ou da omissão típica, independentemente do resultado danoso. QUESTÃO 12 - CESPE CÂMARA DOS DEPUTADOS ANALISTA LEGISLATIVO 2014 O princípio da reserva legal aplica-se, de forma absoluta, às normas penais incriminadoras, excluindo-se de sua incidência as normas penais não incriminadoras. QUESTÃO 13 CESPE SEGESP-AL PAPILOSCOPISTA - 2013 Considere que uma pessoa tenha sido denunciada pela prática de determinado fato definido como crime, que, em seguida, foi descriminalizado pela lei A. Posteriormente, foi editada a lei B, que revogou a lei A e voltou a criminalizar aquela conduta. Nessa situação, a última lei deve ser aplicada ao caso. QUESTÃO 14 CESPE PCDF ESCRIVÃO - 2013 A lei penal que, de qualquer modo, beneficia o agente tem, em regra, efeito extraativo, ou seja, pode retroagir ou avançar no tempo e, assim, aplicar-se ao fato 23

praticado antes de sua entrada em vigor, como também seguir regulando, embora revogada, o fato praticado no período em que ainda estava vigente. A única exceção a essa regra é a lei penal excepcional ou temporária que, sendo favorável ao acusado, terá somente efeito retroativo. QUESTÃO 15 CESPE TCU AUDITOR FEDERAL -2015 Segundo a atual redação do Código Penal Brasileiro, os crimes cometidos no estrangeiro são puníveis segundo a lei brasileira se praticados contra a administração pública quando o agente delituoso estiver a serviço do governo brasileiro, salvo se já absolvido pela justiça no exterior com relação àqueles mesmos atos delituosos. QUESTÃO 16 CESPE PCGO ESCRIVÃO DE POLÍCIA -2016 Considerando os princípios informativos da retroatividade e ultratividade da lei penal, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação penal tiver sido iniciada antes da sua vigência. QUESTÃO 17 CESPE TJPB JUIZ - 2015 As medidas provisórias podem regular matéria penal nas hipóteses de leis temporárias ou excepcionais. QUESTÃO 18 CESPE TJSE ANALISTA JUDICIÁRIO - 2014 24

Na hipótese de crime continuado ou permanente, deve ser aplicada a lei penal mais grave se esta tiver entrado em vigor antes da cessação da continuidade ou da permanência. QUESTÃO 19 CESPE TJDFT JUIZ 2014 Considera-se lugar do crime, para efeito de fixação da competência territorial da jurisdição penal brasileira, o lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem como o lugar em que se produziu o resultado. QUESTÃO 20 CESPE PCGO ESCRIVÃO DE POLÍCIA 2016 Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime tanto no momento da conduta quanto no da produção do resultado. 25

e. Revisão 3 QUESTÃO 21 CESPE PCPE ESCRIVÃO DE POLÍCIA - 2016 Um crime de extorsão mediante sequestro perdura há meses e, nesse período, nova lei penal entrou em vigor, prevendo causa de aumento de pena que se enquadra perfeitamente no caso em apreço. Nessa situação hipotética, a lei penal mais grave deverá ser aplicada, pois a atividade delitiva prolongou-se até a entrada em vigor da nova legislação, antes da cessação da permanência do crime. QUESTÃO 22 CESPE STF ANALISTA JUDICIÁRIO 2013 Considere que Manoel, penalmente imputável, tenha sequestrado uma criança com o intuito de receber certa quantia como resgate. Um mês depois, estando a vítima ainda em cativeiro, nova lei entrou em vigor, prevendo pena mais severa para o delito. Nessa situação, a lei mais gravosa não incidirá sobre a conduta de Manoel. QUESTÃO 23 CESPE TJDFT JUIZ 2014 Aquele que, no exterior, falsificar papel-moeda de curso legal no estrangeiro, estará sujeito a responder pelo mesmo crime perante a jurisdição brasileira, independentemente do cumprimento de pena no país onde o crime for praticado. QUESTÃO 24 CESPE TJDFT JUIZ 2014 A ultra-atividade aplica-se à lei penal somente se ela for excepcional ou temporária. 26

QUESTÃO 25 CESPE TJDFT JUIZ 2014 A lei penal retroage em benefício do agente, respeitada a coisa julgada. QUESTÃO 26 CESPE TJDFT JUIZ 2014 O princípio da anterioridade da lei penal é sintetizado pela expressão não há crime sem lei que o defina. QUESTÃO 27 CESPE TJRN JUIZ 2013 De acordo com entendimento doutrinário dominante, a lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, ainda que, no momento da condenação do réu, não mais vija, ou ainda, que tenham cessado as condições que determinaram sua aplicação. QUESTÃO 28 CESPE TJRN JUIZ 2013 Tendo o Código Penal adotado sem exceção o princípio da territorialidade, a lei penal brasileira aplica-se somente aos crimes praticados no território nacional. QUESTÃO 29 CESPE TJRN JUIZ 2013 O prazo prescricional começa a ser contado a partir do dia seguinte ao da prática do delito, não se podendo considerar, em sua contagem, frações de dia. 27

QUESTÃO 30 CESPE TJDFT JUIZ 2013 Lei superveniente que abrande a penalidade referente a determinado crime somente beneficiará réu processado na vigência da lei anterior se não houver trânsito em julgado da sentença condenatória quando de sua entrada em vigor. 28

f. Normas comentadas CÓDIGO PENAL (ART. 1º AO 12) PARTE GERAL TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (trata-se do princípio da anterioridade, o qual é subprincípio da legalidade) Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Lei excepcional ou temporária Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (tais leis são sempre ULTRATIVAS) 29

Tempo do crime Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (TEORIA DA ATIVIDADE) Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Lugar do crime Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (TEORIA DA UBIQUIDADE OU MISTA) Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: (Trata-se da extraterritorialidade incondicionada) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 30

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: (tal inciso trata da extraterritorialidade condicionada) b) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: b) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; pena; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 31

3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: b) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. Pena cumprida no estrangeiro Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (trata-se do fenômeno da detração penal) Eficácia de sentença estrangeira Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: civis; I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos II - sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único - A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. Contagem de prazo 32

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Frações não computáveis da pena Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. Legislação especial Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 33

g. Gabarito 1 2 3 4 5 C C C E C 6 7 8 9 10 C E E E C 11 12 13 14 15 E C E E E 16 17 18 19 20 C E C C E 21 22 23 24 25 C E C E E 26 27 28 29 30 E C E E E 34

h. Breves comentários às questões QUESTÃO 1- CESPE TCE-SC AUDITOR FISCAL DIREITO - 2016 No Código Penal brasileiro, adota-se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Certo. A teoria da ubiquidade prevê que, tanto o lugar onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado, são considerados como local do crime. Esta teoria é adotada pelo Código Penal, no seu art. 6º. QUESTÃO 2 - CESPE TJDFT TÉCNICO JUDICIÁRIO - 2015 A lei mais benéfica deve ser aplicada pelo juiz quando da prolação da sentença em decorrência do fenômeno da ultratividade mesmo já tendo sido revogada a lei que vigia no momento da consumação do crime. Certo. A questão trata da ultratividade, que é quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos ocorridos durante a sua vigência. QUESTÃO 3 - CESPE - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO - 2015 Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em continuidade delitiva e sob a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em processo contra ele, a lei vigente ao tempo em que cessaram os delitos, ainda que seja mais gravosa. 35

Certo. É a redação da súmula 711 do Supremo Tribunal Federal: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. QUESTÃO 4 - CESPE TCE-RN ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO- 2015 Pelo princípio da irretroatividade da lei penal, não é possível a aplicação de lei posterior a fato anterior à edição desta. É exceção ao referido princípio a possibilidade de retroatividade da lei penal benéfica que atenue a pena ou torne atípico o fato, desde que não haja trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Errado. O art. 2º, parágrafo único, do Código Penal, dispõe que a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. QUESTÃO 5 - CESPE TCE-RN ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO- 2015 O crime contra a fé pública de autarquia estadual brasileira cometido no território da República Argentina fica sujeito à lei do Brasil, ainda que o agente seja absolvido naquele país. Certo. Trata-se de hipótese de extraterritorialidade incondicionada. Logo, a mera prática do crime em território estrangeiro autoriza a incidência da lei penal brasileira, independentemente de qualquer outro requisito. As hipóteses de extraterritorialidade incondicionada encontram previsão no art. 7.º, I, do Código Penal, e, no tocante a esses crimes, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 36

QUESTÃO 6 CESPE - TCE-RN AUDITOR - 2015 Situação hipotética: João, brasileiro, residente em Portugal, cometeu crime de corrupção e de lavagem de dinheiro no território português, condutas essas tipificadas tanto no Brasil quanto em Portugal. Antes do fim das investigações, João fugiu e retornou ao território brasileiro. Assertiva: Nessa situação, a lei brasileira pode ser aplicada ao crime praticado por João em Portugal. Certo. É a hipótese da extraterritorialidade condicionada, a qual aduz que, para que a lei penal brasileira seja aplicada, deve-se cumprir cumulativamente os seguintes requisitos: - entrar o infrator no território nacional; - o fato deve ser punível no país em que foi praticado e também aqui no Brasil; - estar o crime incluído dentre aqueles que o Brasil autoriza extradição; - não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido pena; - não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou não estar, por outro motivo, extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. QUESTÃO 7 CESPE POLÍCIA FEDERAL AGENTE 2014 Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa situação, o magistrado terá de se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y. 37

Errado. O magistrado terá de se fundamentar não no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei x, mas sim na ultratividade da lei mais benéfica. Conforme leciona Cleber Masson, tal se verifica quando o crime foi praticado durante a vigência de uma lei, posteriormente revogada por outra prejudicial ao agente. Subsistem, no caso, os efeitos da lei anterior, mais favorável. Isso porque a lei penal mais grave jamais retroagirá. QUESTÃO 8 CESPE - TJ-SE TÉCNICO JUDICIÁRIO 2014 É legítima a criação de tipos penais por meio de decreto. Errado. Somente por lei em sentido estrito se pode criar crime e impor pena, em matéria de direito penal. É o que preconiza o principio da reserva legal (lex scripta): somente a lei em sentido estrito pode veicular crimes ou penas. A lei ordinária pode criar tipos penais além de cominar pena. QUESTÃO 9 CESPE TER-GO ANALISTA JUDICIÁRIO 2015 A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora. Errado. Trata-se do princípio da continuidade normativo-típica, o qual aduz que aparentemente pode ter havido abolição da figura delitiva, mas em havendo continuidade normativo-típica, os elementos do tipo penal revogado transferem-se para outro tipo penal incriminador já existente ou que foi criado por uma nova lei. 38

Ora, se a nova lei revoga o tipo penal, mas os elementos constitutivos deste passam a integrar outro tipo, a conduta continua a ser considerada crime. Não há abolitio criminis, mas sim desclassificação da conduta. Ocorreu tal hipótese no caso do crime de atentado violento ao pudor, previsto no antigo art. 214, do CP, revogado pela Lei nº 12.015/2009. Porém, os seus elementos do tipo passaram a integrar o art. 213, do CP, crime de estupro. QUESTÃO 10 CESPE - DPE-PE DEFENSOR PÚBLICO - 2015 O direito penal, mediante a interpretação das leis penais, proporciona aos juízes um sistema orientador de decisões que contém e reduz o poder punitivo, para impulsionar o progresso do estado constitucional de direito. Certo. A questão invoca o princípio da legalidade, o qual, além de orientar o magistrado a respeito dos limites repressivos do direito punitivo, também serve como uma proteção aos cidadãos, os quais poderão fazer tudo aquilo que a lei permitir, e tudo o que não for expressamente vedado por ela. QUESTÃO 11 CESPE - CÂMARA DOS DEPUTADOS ANALISTA LEGISLATIVO 2014 O Código Penal brasileiro, ao tratar da competência criminal quanto ao tempo do crime, adota a teoria mista ou da ubiquidade, que considera o momento da ação ou da omissão típica, independentemente do resultado danoso. Errado. O CP adota quanto ao tempo do crime a teoria da atividade (momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado) e, quanto ao lugar do crime, adota a teoria mista/ubiquidade (momento da ação ou omissão ou o momento do resultado). 39

QUESTÃO 12 CESPE - CÂMARA DOS DEPUTADOS ANALISTA LEGISLATIVO 2014 O princípio da reserva legal aplica-se, de forma absoluta, às normas penais incriminadoras, excluindo-se de sua incidência as normas penais não incriminadoras. Certo. As normas penais não incriminadoras, em relação as quais não vige o princípio da legalidade, quando apresentarem falhas ou omissões, podem ser integradas pelos recursos fornecidos pela ciência jurídica, e não apenas pela lei, assim como acontece com as normas penais incriminadoras que devem seguir o estrito cumprimento do tal princípio elencado no Art.1 do CP. QUESTÃO 13 CESPE SEGESP-AL PAPILOSCOPISTA 2013 Considere que uma pessoa tenha sido denunciada pela prática de determinado fato definido como crime, que, em seguida, foi descriminalizado pela lei A. Posteriormente, foi editada a lei B, que revogou a lei A e voltou a criminalizar aquela conduta. Nessa situação, a última lei deve ser aplicada ao caso. Errado. A situação trata da lei intermediária, que é aquela vigente depois da prática do fato, mas revogada antes de esgotadas as consequências jurídicas da infração penal. Ocorre que, mesmo nesta situação, o princípio da retroatividade da lei mais benigna permanecerá válido. QUESTÃO 14 CESPE PCDF ESCRIVÃO 2013 40

A lei penal que, de qualquer modo, beneficia o agente tem, em regra, efeito extraativo, ou seja, pode retroagir ou avançar no tempo e, assim, aplicar-se ao fato praticado antes de sua entrada em vigor, como também seguir regulando, embora revogada, o fato praticado no período em que ainda estava vigente. A única exceção a essa regra é a lei penal excepcional ou temporária que, sendo favorável ao acusado, terá somente efeito retroativo. Errado. As leis tanto excepcional quanto temporária têm apenas efeito ultrativo, logo, não permitem a retroatividade. QUESTÃO 15 CESPE TCU AUDITOR FEDERAL 2013 Segundo a atual redação do Código Penal Brasileiro, os crimes cometidos no estrangeiro são puníveis segundo a lei brasileira se praticados contra a administração pública quando o agente delituoso estiver a serviço do governo brasileiro, salvo se já absolvido pela justiça no exterior com relação àqueles mesmos atos delituosos. Errado. É caso de extraterritorialidade incondicionada, logo será aplicada a lei brasileira ainda que o agente já tenha sido condenado ou absolvido no exterior. QUESTÃO 16 CESPE PCGO ESCRIVÃO DE POLÍCIA 2016 Considerando os princípios informativos da retroatividade e ultratividade da lei penal, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação penal tiver sido iniciada antes da sua vigência. Certo. Considerando os princípios informativos da retroatividade e ultratividade da lei penal, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo quando a ação penal tiver sido iniciada antes da sua vigência. 41

QUESTÃO 17 CESPE TJPB JUIZ 2015 As medidas provisórias podem regular matéria penal nas hipóteses de leis temporárias ou excepcionais. Errado. Consoante o art. 62 da Cf, é vedada a edição de medidas provisórias relativas à matéria de Direito Penal. QUESTÃO 18 CESPE TJSE ANALISTA JUDICIÁRIO 2014 Na hipótese de crime continuado ou permanente, deve ser aplicada a lei penal mais grave se esta tiver entrado em vigor antes da cessação da continuidade ou da permanência. Certo. É a súmula 711 do STF. QUESTÃO 19 CESPE TJDFT JUIZ 2014 Considera-se lugar do crime, para efeito de fixação da competência territorial da jurisdição penal brasileira, o lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem como o lugar em que se produziu o resultado. Certo. É a teoria da ubiquidade: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. QUESTÃO 20 CESPE PCGO ESCRIVÃO DE POLÍCIA 2016 42

Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime tanto no momento da conduta quanto no da produção do resultado. Errado. O momento do crime é o da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado. O legislador adotou para o tempo do crime a teoria da atividade. QUESTÃO 21 CESPE PCPE ESCRIVÃO DE POLÍCIA 2016 Um crime de extorsão mediante sequestro perdura há meses e, nesse período, nova lei penal entrou em vigor, prevendo causa de aumento de pena que se enquadra perfeitamente no caso em apreço. Nessa situação hipotética, a lei penal mais grave deverá ser aplicada, pois a atividade delitiva prolongou-se até a entrada em vigor da nova legislação, antes da cessação da permanência do crime. Certo. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. QUESTÃO 22 CESPE STF ANALISTA JUDCIÁRIO 2013 Considere que Manoel, penalmente imputável, tenha sequestrado uma criança com o intuito de receber certa quantia como resgate. Um mês depois, estando a vítima ainda em cativeiro, nova lei entrou em vigor, prevendo pena mais severa para o delito. Nessa situação, a lei mais gravosa não incidirá sobre a conduta de Manoel. Errado. Nos crimes continuados e permantes, aplica-se a lei penal mais gravosa. QUESTÃO 23 CESPE TJDFT JUIZ 2014 43

Aquele que, no exterior, falsificar papel-moeda de curso legal no estrangeiro, estará sujeito a responder pelo mesmo crime perante a jurisdição brasileira, independentemente do cumprimento de pena no país onde o crime for praticado. Certo. Está segundo o art. 7º, 1º do CP. QUESTÃO 24 CESPE TJDFT JUIZ 2014 A ultra-atividade aplica-se à lei penal somente se ela for excepcional ou temporária. Errado. A ultratividade da lei penal também se aplica quando a lei posterior for mais benéfica ao réu. QUESTÃO 25 CESPE TJDFT JUIZ 2014 A lei penal retroage em benefício do agente, respeitada a coisa julgada. Errado. A lei penal retroage para beneficiar o réu, ainda que a sentença já tenha transitado em julgado. QUESTÃO 26 CESPE TJDFT JUIZ 2014 O princípio da anterioridade da lei penal é sintetizado pela expressão não há crime sem lei que o defina. Errado. O princípio da anterioridade preconiza que "não há crime sem lei penal ANTERIOR que o defina, nem pena sem PRÉVIA cominação legal". QUESTÃO 27 CESPE TJRN JUIZ 2013 44

De acordo com entendimento doutrinário dominante, a lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, ainda que, no momento da condenação do réu, não mais vija, ou ainda, que tenham cessado as condições que determinaram sua aplicação. Certo. As leis excepcionais e as temporárias são dotadas de ultratividade, continuam a regular acontecimentos praticados na sua vigência mesmo que não estejam mais vigentes. QUESTÃO 28 CESPE TJRN JUIZ 2013 Tendo o Código Penal adotado sem exceção o princípio da territorialidade, a lei penal brasileira aplica-se somente aos crimes praticados no território nacional. Errado. O código penal adotou o princípio da territorialidade TEMPERADA, além de prever hipóteses de extraterritorialidade, quando será aplicada a lei brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro QUESTÃO 29 CESPE TJRN JUIZ 2013 O prazo prescricional começa a ser contado a partir do dia seguinte ao da prática do delito, não se podendo considerar, em sua contagem, frações de dia. Errado. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. QUESTÃO 30 CESPE TJRN JUIZ 2013 Lei superveniente que abrande a penalidade referente a determinado crime somente beneficiará réu processado na vigência da lei anterior se não houver trânsito em julgado da sentença condenatória quando de sua entrada em vigor. 45

Errado. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 46