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Transcrição:

CIDI 2013 6TH CIDI 5TH InfoDesign 6TH CONGIC 6 th Inform ation Design International Conference 5 th Brazilian Conference of In form ation Design 6 th Inform ation Design Student Conference Blucher Design Proceedings May 2014, Vol. 1, Num. 2 www.proceedings.blucher.com.br/evento/cidi O Uso da Tipografia Toscana Desde a Era Vitoriana Até os Tempos Atuais The Use of Tuscan Typography From the Victorian Age Until Present Times Marcela de Figueiredo, Edna Cunha Lima tipografia, serifa toscana, Almanack Laemmert, memória gráfica brasileira Este artigo é sobre uma pesquisa baseada nas tipografias display utilizadas no Almanack Laemmert, entre as datas de 1858 e 1898, em especial no seu setor de anúncios publicitários. Foi construída uma metodologia de pesquisa específica para esse estudo, ao longo dos resultados obtidos ao pesquisar as paginas do Almanack. Percebeu-se uma necessidade de categorizar os tipos fantasia utilizados, principalmente os de serifa toscana, que nunca antes haviam sido classificados. O Almanack Laemmert foi uma publicação muito importante do Rio de Janeiro do século XIX, portanto esta pesquisa contribui com o acervo da memória gráfica brasileira. O artigo descreve de que forma se chegou nessa metodologia criada especificamente para esse estudo, e quais resultados foram obtidos com isso. typography, tuscan serif, Almanack Laemmert, Brasilian graphic memory This Article is about a research based on display typography used in almanack laemmert beetween 1858 and 1898, specially in their advertisement area. A research methodology was built from this specifically with the data achieved from the almanack's pages. A need to categorize the display types used was felt after the research, specially of Tuscan Serif. Which had never been classified before. The Almanack Laemmert dates from the 19th century in Rio de Janeiro and was a important publication, therefore this research contributes to the collection of Brazilian's graphic memory. This article describes how we got to this methodology created specifically to this study and which results were obtained with it. 1 Introdução Os Almanacks Laemmert eram anuários com informações sobre pessoas e instituições cariocas. Eles são essenciais para o estudo do Rio oitocentista, por reunirem dados sobre a Corte imperial, o funcionalismo público, empresas e empresários do Rio de Janeiro. Foram publicados pelos livreiros e editores Eduardo e Henrique Laemmert, de grande prestígio no meio intelectual brasileiro. Ampliando os negócios, além da livraria Universal, criam o setor gráfico do mesmo nome, e iniciam a publicação dos anuários, que logo se tornam leitura obrigatória para todo o tipo de informação sobre a cidade. Grande parte destes impressos foi digitalizada e encontra-se disponível no site da Fundação Biblioteca Nacional, facilitando o acesso para a pesquisa. Muito se tem estudado nesses anuários, no entanto, pouca atenção tem sido dada do ponto de vista de sua configuração gráfica. É o que pretendemos abordar, dando especial atenção à incidência de tipos display nos anúncios que são nele veiculados. Os Almanacks pertencem a uma fase em que a publicidade brasileira estava tendo início, sem que a existência de agencias de publicidade se fizesse presente no cenário nacional. Um exame inicial das páginas revela que é a escolha tipográfica,valorizando os tipos fantasia, a forma mais imediata de obter destaque para o anúncio da empresa na página. É importante observar que estudando a tipografia de um anúncio é possível dizer muito sobre ele. A escolha das fontes na atualidade reflete as características do produto anunciado, Anais do 6º Congresso Internacional de Design da Informação 5º InfoDesign Brasil 6º Congic Solange G. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informação SBDI Recife Brasil 2013 Proceedings of the 6 th Information Design International Conference 5 th InfoDesign Brazil 6 th Congic Solange G. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informação SBDI Recife Brazil 2013 Figueiredo, Marcela de; Lima, Edna Cunha. 2014. O Uso da Tipografia Toscana Desde a Era Vitoriana Até os Tempos Atuais. In: Coutinho, Solange G.; Moura, Monica; Campello, Silvio Barreto; Cadena, Renata A.; Almeida, Swanne (orgs.). Proceedings of the 6th Information Design International Conference, 5th InfoDesign, 6th CONGIC [= Blucher Design Proceedings, num.2, vol.1]. São Paulo: Blucher, 2014. ISSN 2318-6968, ISBN 978-85-212-0824-2 DOI http://dx.doi.org/10.5151/designpro-cidi-174

denunciando suas intenções e garantindo que seu público alvo se reconheça em suas propagandas, mas pouco temos a dizer sobre os anúncios do século XIX. A pesquisa sobre a inserção da tipografia no contexto editorial é essencial para comprovar a existência de fontes que estão intimamente ligadas com a publicidade brasileira desde seu início. A proposta da pesquisa é selecionar, identificar e catalogar esses tipos, verificando suas origens através de uma análise comparativa com a ajuda de catálogos de fundidoras nacionais e internacionais. Essa abordagem resultará numa visão panorâmica das escolhas e usos tipográficos dentro de um sequenciamento cronológico. Tal instrumento é importante para situar historicamente as convenções gráficas que regem as escolhas em cada época para cada público. 2 2 Metodologia A metodologia básica desse trabalho é a documentação iconográfica do material selecionado no site da Fundação Biblioteca Nacional na parte referente ao Almanack Laemmert. A partir do corpus foi feita análise comparativa dos tipos usando-se catálogos de tipos. Foi também realizada parte da classificação dos mesmos a partir da classificação AtypI. Na 1ª fase foi feita a organização dos fichamentos bibliográficos da literatura sobre tipografia. A seguir, foram separadas as páginas de Notabilidades e feita a seleção dos anúncios mais expressivos em cada década estudada. A seção de Notabilidades aparecem no Almanak a partir do ano de 1857, portanto a seleção dos Almanaks foi feita a partir dessa data. Além disso, foram selecionadas as paginas de exemplares de dois anos seguidos de cada década até 1898 (por exemplo, foram selecionados os Almanaks de 1857 e 1858, depois de 1867 e 1868, assim por diante, até o ano de 1898). Para melhor definir a amostragem, foram separadas digitalmente as diferentes fontes tipográficas, fichando-se o exemplo e suas condições de ocorrência (titulo do anuncio, identificação da empresa, e/ou produto, etc.). Na segunda fase, se deu início ao trabalho de análise, identificação e classificação das fontes utilizadas com a finalidade de obter um quadro sobre escolhas e preferências tipográficas no decorrer das décadas do século XIX, visando um panorama da evolução da tipografia na publicidade brasileira em seus primeiros anos, a partir do Almanack Laemmert. O exame do material levou ao enfoque nos tipos toscanos, característicos do século XIX. Esses tipos possuem muitas ocorrências no corpus analisado, e ainda não existem muitos estudos que os classifiquem, havendo assim uma necessidade de ser pesquisado mais a fundo. A fase final diz respeito as ações de comunicação dos resultados através de artigos e construções de tabelas. Houveram também alguns desdobramentos da pesquisa, comparando os tipos toscanos do século XIX com os tipos toscanos utilizados atualmente, fazendo uma análise de seu uso. 3 Desenvolvimento Os primeiros exemplares do Almanak foram retirados digitalmente do site <http://www.crl.edu/brazil/almanak> que apresenta todos os Almanacks desde 1844 a 1889. Foi também utilizado o site da Biblioteca Nacional <http://memoria.bn.br/> como fonte de pesquisa, aonde se encontram os Almanacks até a data de 1949. As páginas com as fontes que se destacavam foram selecionadas. Principalmente os que se caracterizam por serem decorativos, chamando atenção para os produtos ou empresas anunciados. A diagramação dos anúncios era muito similar uma das outras nas primeiras décadas das Notabilidades, e ainda não havia muito uso de imagens. Era comum cada linha fosse composta em uma fonte diferente, em alguns casos com mais de 10 variações. Aos poucos, os textos descritivos que eram extensos de 1857 a aproximadamente 1880, vão sendo substituídos por imagens. Estas foram sendo introduzidas por volta da década 1880, juntamente com uma diagramação mais arejada. No entanto, não perdem sua importância nesses anúncios,

presentes nos títulos e em outros termos, tais como a cidade ou o nome do anunciante. Verifica-se que as convenções que hoje definem a identidade visual de empresas, com o uso de marcas visuais e tipografias repetidas de acordo com regras bem definidas, não se aplicava ao conjunto estudado. Figura 1: Anúncio de 1857, com textos descrevendo o local anunciado. 3

4 Figura 2: Anúncio de 1878, com uso de diversos tipos diferentes.

5 Figura 3: Anúncio de 1887 com a introdução de imagens ilustrativas Foram separados 501 anúncios, dos quais se verificou a presença constante de uma espécie de tipo decorativo próprio da fase vitoriana, o tipo toscano. Como um desdobramento desse trabalho, surgiu a necessidade de, alem de comparar com o catálogo de tipos, caracterizar cada espécie de tipo toscano encontrado no Almanack. 5 Os tipos toscanos Os tipos toscanos se caracterizam por possuírem serifas duplas ou triplas curvas. No século XIX foi muito utilizado para destaques (Figura 4). Ele possuía uma gama enorme de características, e suas variações consistiam em ornamentos, cavidades e protuberâncias. Sua utilização foi bem marcante na era vitoriana, os anunciantes se aproveitavam de suas características peculiares para tornar seus anúncios mais chamativos. Figura 4: Tipo toscano retirado do Almanack Laemmert de 1898 Sua primeira aparição se deu em 1815, no catálogo de tipos de Vincent Figgins. A necessidade de utilizar fontes decorativas e de corpo pesado surgiu após a Revolução Industrial, pois nessa época a concorrência no comercio se tornou acirrada, fazendo com que os anunciantes precisassem utilizar novos recursos em seu anuncio. (MEGGS, 1983)

6 6 Resultados Observando a infinidade de variações e notando-se a ausência de classificações para elas, a pesquisa começou a criar um enfoque em caracterizar este tipo. Nesta fase, o objetivo foi entender como os primeiros tipos toscanos se comportavam. Para tanto, tendo em vista a abundância de ornamentos que caracteriza essas fontes nitidamente vitorianas, foi necessário estudar os atributos que caracterizam esta ornamentação. Foram criados três grupos: serifas, adornos e tridimensionais 1 Para cada grupo foram observados atributos do tipo que descrevemos a seguir. Grupo 1 serifa Serifa é o acabamento da extremidade da haste de um tipo, que no caso dos tipos toscanos costuma a ser ornamental. Características Serifa bifurcada a serifa é dividida em 2, cada parte formando uma curva. Serifa trifurcada a serifa similar a serifa bifurcada, tendo no meio uma saliência curva. Grupo 2 adorno São elementos decorativos que podem ser presentes na própria haste da fonte ou envolvendo as mesmas. Características Adornos na haste Essa categoria se dá ao elementos que preenchem as hastes na fonte, adornando o seu interior. Os adornos consistem em grafismos, protuberâncias ou cavidades de diversos formatos. Círculo o circulo é acrescentado na haste vertical na parte interna ou externa ou em ambas. Pontos presentes nas hastes de tipos outline (contorno). Hachura linhas horizontais de preenchimentos das hastes; podem ocupar toda ou apenas partes das hastes. Hachura graduada hachuras de tamanho e distanciam variadas, dando a sensação de variação de cor (degrade). Bico na haste a haste vertical apresenta uma saliência que se projeta para fora, tanto externa quanto interna. Vírgula na haste a haste vertical apresenta uma saliência em forma de virgula, que se projeta para o lado esquerdo. Inline Linha interna que adorna a haste. Adorno envolvendo o tipo Essa categoria se dá quando os adornos envolvem as hastes na fonte, porém não fazem parte de seu preenchimento, adornando o seu exterior. Os adornos são grafismos de diversas formas, às vezes imitando elementos, como plantas. Eventualmente aparecem preenchendo o olho (parte interna) dos tipos. 1 Essa divisão segue e amplia a utilizada para a descrição de tipos vernaculares similares pintados em barcos amazônicos (MARTINS, 2008).

7 Grupo 2 tridimensionais Os tipos tridimensionais (3D) são os que possuem recursos para dar a sensação de volume na letra. Esses recursos se dão basicamente em duplicar a haste deslocando-a para cima, ou para baixo, para o lado esquerdo ou direito, assim como o desenho de um cubo, por exemplo. Em alguns casos esse recurso dá sensação de perspectiva ao tipo. 3D para a esquerda a projeção tridimensional nesse caso se da para a esquerda. 3D para a direita a projeção tridimensional nesse caso se da para a direita. 3D preenchido a projeção, independente da posição, é preenchida, com uma cor sólida, ou hachura. 3D outline projeção, independente da posição, é em outline, ou seja possui apenas uma linha de contorno, sem preenchimento. Para facilitar a compreensão, e poder visualizar melhor as características dos recortes tipográficos do Almanack Laemmert de cada ano, foi feita uma tabela demonstrando que tipo toscano possui qual característica (Figura 5). O próximo objetivo da pesquisa é desenvolver classificações para todos os tipos display encontrados no Almanack, criando tabelas para cada fonte encontrada. Figura 5: Exemplo de tabela criada para organizar e classificar os tipos toscanos. 8 Conclusões Pode-se perceber a grande influência que os anúncios antigos tem sobre todo o design atual. Analisando os anúncios antigos e vendo sua evolução, vai se construindo uma história gráfica, e então passamos a entender o porquê de muitas coisas utilizadas no design atual. A construção de uma classificação para a tipografia toscana, também é uma grande conquista, pois dificilmente se encontram estudos deste tipo sobre essa fonte de características tão marcantes.

8 Referências MEGGS, P. 1983. A History of Graphic Design GRAY, N. 1976. XIX Century Ornamented Types and Title Pages. Fundição Francesa de Bouchaud & Sobrinho, publicado no Rio de Janeiro provavelmente na década de 1870, pesquisado pela Prof. Dra. Edna Cunha Lima. CUNHA LIMA, E. ; ARAGÃO, I. ; FARIAS, P. 2011. Catálogos de tipos móveis: contribuições para a história (tipo)gráfica brasileira. In: 5º Congresso Internacional de Design da Informação, 2011, Florianópolis. Anais do 5º Congresso Internacional de Design da Informação. Florianópolis: Estação das Letras e Cores, 1-18. MARTINS, F. de O. 2008. Letras que Flutuam, Universidade Federal do Pará, Belém. <http://issuu.com/fernandamartins/docs/letras_que_flutuam2> 07/2013. <http://memoria.bn.br> 02/ 2013. <http://www.crl.edu/brazil/almanak> 11/ 2012. <http://www.lollapalooza.com/> 04/ 2013. <http://www.visitoffice.com/> 04/ 2013. Sobre as autoras Marcela de Figueiredo, PUC-Rio, Brasil <marcela.efe@gmail.com> Edna Cunha Lima, PUC-Rio, Brasil <ednacunhalima@gmail.com>