ÓLEOS ESSENCIAIS DE PLANTAS MEDICINAIS NO CONTROLE DO FUNGO Sclerotium rolfsii NA CULTURA DO TOMATE

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Transcrição:

ÓLEOS ESSENCIAIS DE PLANTAS MEDICINAIS NO CONTROLE DO FUNGO Sclerotium rolfsii NA CULTURA DO TOMATE Gabriela Carolina dos Santos, Elisa Coser, André Luiz Graf Junior, João Batista Tolentino Jr., Adriana Terumi Itako. Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC/Campus de Curitibanos, Centro de Ciências Rurais, Curitibanos-SC. gabi.bibie@gmail.com, elisacoser@yahoo.com.br, andrejunior.graf9@gmail.com, joao.tolentino@ufsc.br, adriana.itako@ufsc.br RESUMO - O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos óleos essenciais extraídos de plantas de alho (Allium sativum) e alecrim (Rosmarinus officinalis) no desenvolvimento in vitro e in vivo do fungo S. rolfsii. Para avaliação in vitro com óleo essencial foram utilizadas concentrações crescentes de 0, 50, 100, 250, 500 e 1000 ppm do óleo essencial de alho e 0, 250, 500, 1000 e 2000 ppm do óleo essencial de alecrim. Alíquotas dos óleos foram adicionadas em meio de cultura BDA fundente. Após a solidificação dos meios, um disco de micélio do fungo foi repicado para o centro de cada placa, vedadas e incubadas em câmara de crescimento (25 C e fotoperíodo de 12 h). A avaliação iniciou-se 24 h após a instalação do experimento. O delineamento foi inteiramente ao acaso com 5 repetições. A avaliação da incidência do fungo foi realizada em mudas de tomate cv. Gaúcho as quais estas receberam tratamento de óleo essencial de alecrim a 2000 ppm, óleo de alho a 100 e 1000 ppm, fungicida químico Fluazinam e água. Os tratamentos foram realizados 24 h antes e 24 h após a inoculação do fungo e as avaliações 24 e 48 h após os tratamentos. Os óleos essenciais de alho e alecrim inibiram o crescimento do fungo in vitro a partir da dose 100 ppm e 2000 ppm, respectivamente. Apesar de observado o efeito inibitório dos óleos das plantas em condições in vitro, em condições de campo o resultado não foi promissor, sendo necessário um maior estudo sobre a dose e método de aplicação dos tratamentos na condição in vivo. Além disso o S. rolfsii foi inoculado na plântula com a presença de escleródios o que pode ter interferido na sua agressividade. Palavras-chave: Solanum lycopersicum, Allium sativum, Rosmarinus officinalis. INTRODUÇÃO O tomate (Solanum lycopersicum L.) é uma das hortaliças com maior importância econômica mundial (SILVA, 2015), estando presente em todo o mundo e sendo uma das hortaliças que possui maior consumo (TOMAZONI et al., 2013). O fungo Sclerotium rolfsii é um patógeno importante habitante do solo, sendo responsável por causar murcha, tombamento de plântulas e podridões. O fungo ataca mais de 200 espécies de plantas, dentre essas a cultura do tomate (MARCUZZO; SCHULLER, 2014). Como o patógeno forma uma estrutura de resistência, denominada de escleródio, o seu controle é de difícil realização, sendo o uso de produtos químicos a forma mais utilizada (LOPES; AVILA, 2005).

O uso de produtos químicos tem gerado grande sucesso no controle de várias doenças, mas o seu uso em grande escala tem ajudado na seleção de patógenos resistentes (SANTOS NETO et al., 2016), além de provocar a contaminação do ambiente, de trabalhadores e consumidores, levando ao aumento do valor da produção, e outros fatores (TOMAZONI et al., 2013). Os óleos essenciais são produtos naturais derivados de plantas medicinais, que possuem potencial no controle de doenças em plantas, pois possuem características antifúngicas, antibacterianas e inseticidas, além disso são pouco tóxicos ao meio ambiente e ao ser humano (TOMAZONI et al., 2013). Dentre as várias espécies de plantas com ação fungicida, algumas tem se destacado, como o alho (Allium sativum L.) e o alecrim (Rosmarinus officinalis L.) que são usadas como plantas condimentares e aromáticas e possuem características medicinais e atividade contra patógenos de espécies vegetais (LEITE et al., 2012). Este trabalho foi desenvolvido com objetivo de avaliar o efeito dos óleos essenciais extraídos de plantas de alho (A. sativum) e alecrim (R. officinalis) no desenvolvimento in vitro e in vivo do fungo S. rolfsii. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado na Universidade Federal de Santa Catarina Campus de Curitibanos, no laboratório de Fitopatologia e em casa de vegetação da área experimental didática do Campus. Para avaliação in vitro do óleo essencial foram utilizadas concentrações crescentes de 0, 50, 100, 250, 500 e 1000 ppm do óleo essencial de alho industrial e 0, 250, 500, 1000 e 2000 ppm do óleo essencial de alecrim. Alíquotas dos óleos foram adicionadas em meio de cultura BDA fundente com exceção da concentração de 0 ppm que continha somente água e BDA. Além disso, foi adicionado antibiótico Streptomincina e Penicillina 500 mg/l -1 e Tween 20 a 0,5 %. O homogenados foram distribuídos em placas de Petri, após a solidificação do meio um disco de micélio (5 mm de diâmetro) foi repicado no centro das placas de Petri. As placas foram vedadas com filme plástico e incubadas em câmara de crescimento (BOD) a 25 C e fotoperíodo de 12 horas. A avaliação do crescimento micelial iniciou-se 24 horas após a instalação do experimento, utilizando duas medidas opostas do diâmetro da colônia fúngica e perdurou até quando no tratamento testemunha (somente BDA) atingisse 80% do crescimento na placa de Petri. O

delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado (DIC) com 5 repetições. Cada parcela foi constituída por uma placa de Petri. Os dados foram submetidos à análise de variância, e em seguida, análise de regressão para as doses a 5% de probabilidade. Para avaliar a incidência do mofo branco em tomate, as mudas variedade Gaúcho com 25 dias da semeadura, foram transplantadas para vasos de 4 litros com substrato industrializado a base de casca de pinus da marca Macplant e terra adubada na proporção 2:1. A produção de inóculo do mofo branco (S. rolfsii) foi realizada conforme a metodologia de BARBOSA et al. (2010). O tratamento foi realizado 24 horas antes da inoculação com o fungo. As mudas foram tratadas com óleos essenciais de alho a 100 e 1000 ppm e alecrim a 2000 ppm, fungicida químico Fluazinam (Cignus ) a uma concentração de 0,1% (dose comercial) e água. Um segundo tratamento foi realizado 24 h após a inoculação com o fungo. Após 24 horas do primeiro tratamento, foi realizada a inoculação com S. rolfsii e uma câmara úmida em BOD a 25 C e fotoperíodo de 12 horas por 48 horas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC) utilizando os seguintes tratamentos: óleo de alho 100 e 1000 ppm, óleo de alecrim 2000 ppm, fungicida Fluazinam a 0,1% e testemunha (somente água), com cinco repetições. Cada parcela foi constituída por um vaso com duas plantas. Os dados foram submetidos à análise de variância a 5% de probabilidade. A avaliação da incidência da doença foi realizada 24 e 48 horas após os tratamentos, com a presença de plantas com sintomas de necrose e constrição do colo devido à murcha-de-esclerócio causada pelo mofo branco (S. rolfsii). RESULTADOS E DISCUSSÃO Com base nos dados obtidos os óleos essenciais inibiram totalmente o crescimento micelial do fungo S. rolfsii, a partir da concentração 2000 ppm de óleo de alecrim (Figura 1) e a partir da concentração 100 ppm para óleo de alho (Figura 2).

0 250 500 1000 2000 Figura 1 - Crescimento micelial S. rolfsii em óleo essencial de alecrim nas doses de 0, 250, 500, 1000 e 2000 ppm. 0 50 100 250 500 1000 Figura 2 - Crescimento micelial S. rolfsii em óleo essencial de alho nas doses de 0, 50, 100, 250, 500 e 1000 ppm. Não foi constatada a eficiência do óleo essencial de alho nas concentrações 100 e 1000 ppm e do alecrim na concentração de 2000 ppm. Somente o fungicida Fluazinam inibiu o desenvolvimento do fungo (Figura 3).

Figura 3 - Vasos com plântulas de tomate após inoculação com S. rolfsii e tratamento com água, fungicida, alho 100 ppm, alho 1000 ppm e alecrim 2000 ppm da esquerda para a direita. Apesar dos resultados promissores apresentados pelos óleos essenciais de alecrim na dose 2000 ppm e de alho a partir da dose de 100 ppm para inibição do desenvolvimento in vitro do patógeno analisado, no experimento in vivo não foi observado a inibição do fungo e nem na inibição da severidade da doença. Isso pode estar ligado a presença de escleródios na inoculação, tornando o fungo mais agressivo. Outra explicação aos resultados in vivo, pode estar relacionada a quantidade do óleo utilizada no trabalho o que demanda mais estudos com doses, além disso, os óleos essenciais volatilizam em contato o meio ambiente sendo necessário estudos sobre a possibilidade do uso de adjuvante. Os fatores ambientais favorecem o fungo, o que não ocorre nos ensaios in vitro, pois o ambiente é manipulado. Resultados semelhantes foram observados por Inácio et al. (2009), onde verificaram que os óleos de erva-cidreira (Melissa officinalis), capim-limão (C. citratus), citronela (Cymbopogon winterianus) e canela (Cinnamomum zeylanicum) demostraram eficiência na inibição e diminuição do desenvolvimento dos fungos Phomopsis phaseoli var. sojae, Fusarium sp. e Macrophomina phaseolina in vitro, porém in vivo não foi eficiente, sugerindo a realização de testes com adição de compostos que reduzam a evaporação dos óleos essenciais. Dias-Arieira et al. (2010) observaram que apesar do óleo de Eucalyptus citriodora ter inibido o crescimento micelial

de C.acutatum, não ocorreu nenhum efeito significativo no controle deste fungo em condições de campo. CONCLUSÃO Apesar de ter sido observado o efeito inibitório dos óleos essenciais de alho e alecrim em condições in vitro e em condições in vivo, os resultados demostraram a não eficiência em inibir o desenvolvimento do fungo, sendo necessário um maior estudo sobre a quantidade do óleo utilizado no trabalho, além disso, os óleos essenciais volatilizam em contato com o meio ambiente sendo necessários estudos sobre a possibilidade do uso de adjuvante. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, R. N.T. et al. Método para inoculação de Sclerotium rolfsii em tomateiro. Revista Agro@mbiente On-line, v. 4, n. 1, p. 49-52, jan.-jun., 2010. DIAS-ARIEIRA, C. R. et al. Atividade do óleo de Eucalyptus citriodora e Azadirachta indica no controle de Colletotrichum acutatum em morangueiro. Summa Phytopathol., Botucatu, v. 36, n. 3, p. 228-232, jun., 2010 INÁCIO, M. M. et al. Diagnóstico de óleos essenciais, sobre o desenvolimento de Phomopsis phaseoli var. sojae, Fusarium sp. E Macrophomina phaseolina. In: 2º Jornada Cientifica da Unemat, Barra do Bugres, 5 p., 2009. LEITE, C. D. et al. Extrato de alho no controle in vitro e in vivo da antracnose da videira. Revista brasileira de plantas medicinais, Botucatu, v. 14, n. 3, p. 556-562, 2012. LOPES, E.A. et al. Efeito de extratos aquosos de mucuna preta e de manjericão sobre Meloidogyne incognita e M. javanica. Nematologia Brasileira, Piracicaba, v. 29, n. 1, p. 67-74, mai., 2005. MARCUZZO, L.L., SCHULLER, A. Sobrevivência e viabilidade de escleródios de Sclerotium rolfsii no solo. Summa Phytopathol., Botucatu, v. 40, n. 3, p. 281-283, jun., 2014.

SANTOS NETO, J., et al. Subprodutos de capim-limão no controle de septoriose do tomateiro cultivados em sistema de produção orgânico. Revista Brasileira de agroecologia. v. 11, n. 1, p. 35-44, ago., 2016. SILVA, J. A. B. Regulação da biossíntese da vitamina E em tomateiro (Solanum lycoersicum L.): da diversidade natural à manipulação do metabolismo. 2015. 247 p. Tese (Doutorado) - Instituto de Biociência, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2015. SOUZA, L. S. S.; SOARES, A.C. F. Extrato aquoso de alho (Allium sativum L.) no controle de Aspergillus niger causador da podridão vermelha em sisal. Tecnológica, Santa Cruz do Sul, v. 17, n. 2, p. 124-128, dez., 2013. TOMAZONI, E. Z. et al. Atividade antifúngica do óleo essencial de Cinnamomum zeylanicum Ness sobre fungos fitopatogênicos do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.). Cadernos de Agroecologia, v. 11, n. 2, p. 1-5, nov., 2013.