Palavras-chave: Bromeliaceae, casa de vegetação, fertilização.

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Transcrição:

PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE MACAMBIRA (Bromelia laciniosa) Wadson de Menezes Santos 1 ; Emile Dayara Rabelo Santana 2 ; Crislaine Alves dos Santos 2 ; Ana Paula Santana Lima 2 ; Maria Aparecida Moreira 3 1 Programa de Pós graduação em Agricultura e Biodiversidade, Universidade Federal de Sergipe, CEP 49100-000, São Cristóvão-SE, Brasil 2 Estudante de graduação em Engenharia Agronômica, Universidade Federal de Sergipe, CEP 49100-000, São Cristóvão-SE, Brasil 3 Professora adjunta, Departamento de Engenharia Agronômica, Universidade Federal de Sergipe, CEP 49100-000, São Cristóvão-SE, Brasil RESUMO: O trabalho teve como objetivo determinar alternativas de parcelamento da adubação NPK para produção de mudas de macambira (Bromelia laciniosa). O experimento foi realizado em casa de vegetação no Departamento de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe. As mudas foram plantadas em vasos de 2,8 L com substrato contendo solo. Sendo que os tratamentos foram: sem adubação (A), toda no plantio (B), 1/2 no plantio e 1/2 aos 45 dias (C), 1/3 no plantio, 1/3 aos 30 dias e 1/3 aos 60 dias (D), 1/4 no plantio, 1/4 aos 25 dias, 1/4 aos 50 dias e 1/4 aos 75 dias. As variáveis analisadas foram: número de folhas, comprimento de folha, largura de folha, comprimento de raiz, massa fresca de parte aérea e raiz, massa seca de parte aérea e raiz. O delineamento estatístico utilizado foi blocos casualizados, com 5 repetições, sendo 3 plantas por repetição. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade. Não é necessário o parcelamento da adubação NPK até os 127 dias de cultivo. Palavras-chave: Bromeliaceae, casa de vegetação, fertilização.

1. INTRODUÇÃO O interesse na propagação de espécies nativas intensificou-se nas últimas décadas devido ao aumento da degradação ambiental, ressaltando-se a necessidade de recuperação de áreas degradadas e recomposição da paisagem natural. Dentre as espécies consideradas ameaçadas de extinção 38 espécies são de bromélias de vários gêneros e espécies (MMA, 2015). A grande beleza das bromélias justifica o aumento de seu uso em projetos paisagísticos, além da importância ornamental, essas plantas contribuem no ciclo ecológico de matas, por manterem verdadeiros microecossistemas em seus filotelmos (LEME et al., 1993). Por essa razão, elevada quantidade de plantas vem sendo retirada das matas, de maneira não sustentável, sendo comercializadas no mercado interno, o que tem acarretado a ameaça de extinção de algumas espécies (BARBOSA, 2007; RODRIGUES et al., 2007). Outro fator que contribui com a extinção dessas espécies é a fragmentação das florestas e da destruição dos ambientes naturais para bromélias. O cultivo comercial dessas espécies tem sido inexpressivo devido à fácil retirada das bromélias de seu ambiente natural, tornando o comércio baseado no extrativismo devido ao pouco que se tem feito para se estabelecer um sistema de cultivo de bromélias visando suprir a crescente demanda do mercado de plantas ornamentais (ANACLETO, 2005). O incentivo a produção em viveiros pode ser uma alternativa para reduzir a extração predatória de bromélias, podendo gerar lucro a produtores e contribuir para sua preservação (SANTOS et al., 2005). Uma das dificuldades encontradas pelos produtores de bromélia é a determinação de um substrato adequado para o seu desenvolvimento e adubação. Esse substrato deve ser formulado com grande praticidade, reduzidos custos de produção e utilizando quantidades adequadas de adubos, tornando, dessa forma, a produção econômica e eficiente (RODRIGUES, et al., 2004). Nesse contexto, este trabalho tem como objetivos determinar combinações de componentes para substratos para produção de mudas de bromélias, bem como estabelecer um protocolo de parcelamento de adubação.

2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em casa de vegetação com cobertura de tela tipo sombrite, localizada no Departamento de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe, em São Cristóvão, SE. As mudas foram obtidas através da germinação de sementes de frutos maduros de bromélia, popularmente chamada de macambira (Bromelia laciniosa). Os frutos foram coletados de acordo com o estágio de amadurecimento e as sementes foram colocadas para germinar em bandejas de isopor contendo os substratos solo, pó de coco e esterco. Após a germinação as mudas foram retiradas das bandejas, selecionadas por tamanho (± 6 cm) e massa de 18g, onde foram colocadas em recipientes contendo substratos de acordo com os tratamentos. Para adubação foi utilizada como base a recomendação de Malavolta (1980) para ensaios em casa de vegetação: 300 mg de nitrogênio, 200 mg de fósforo e 200 mg de potássio por quilograma de solo. Foram utilizados sulfato de amônio, superfosfato simples e cloreto de potássio como fontes de nitrogênio, fósforo e potássio respectivamente. Os tratamentos foram distribuídos da seguinte maneira: sem adubação, toda adubação no plantio; 1/2 no plantio e 1/2 aos 45 dias; 1/3 no plantio, 1/3 aos 30 dias e 1/3 aos 60 dias; 1/4 no plantio, 1/4 aos 25 dias, 1/4 aos 50 dias e 1/4 aos 75 dias após transplantio para os vasos. Os experimentos foram mantidos com irrigação diária com regador, e o controle mecânico através da catação das plantas infestantes que apareciam eventualmente. O delineamento utilizado foi o blocos casualizados com 5 repetições e 3 plantas por repetição. As variáveis analisadas foram: número de folhas, comprimento de folha, largura de folha, comprimento de raiz, massa fresca de parte aérea e raiz, massa seca de parte aérea e raiz, que foram submetidas à análise de variância e comparada pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a tabela 1, nota-se que houve significância para todas as variáveis analisadas, exceto para comprimento de raiz. E na tabela 2 são mostradas as médias para estas variáveis. Tabela 1. Análise de variância para número de folhas (NF), Comprimento de folha (CF), Largura de folha (LF), Comprimento de raiz (CR), Massa fresca da parte aérea (MFA), Massa fresca de raiz (MFR), Massa seca da parte aérea (MSA), Massa seca de raiz (MSR) de mudas de bromélias com diferentes parcelamentos da adubação. São Cristóvão-SE, 2015. FV GL NF CF LF CR MFA MFR MSA MSR Trat. 4 122.43* 226,30* 1,54* 12,21 10806,30* 1017,47* 89,03* 19,06* Bl. 4 13,46 19,93 0.02 26,01 625,28 374,15 12,82 1,04 Erro 16 3,42 7,44 0,06 7,04 224,38 84,26 2,97 0,79 Total 24 CV(%) 8,89 8,20 10,58 9,97 14,95 26,21 18,27 18,44 * Significativo pelo teste de Scott Knott, a 5% de probabilidade. Tabela 2. Médias para número de folhas (NF), Comprimento de folha (CF), Largura de folha (LF), Comprimento de raiz (CR), Massa fresca da parte aérea (MFA), Massa fresca de raiz (MFR), Massa seca da parte aérea (MSA), Massa seca de raiz (MSR) de mudas de bromélias em diferentes substratos. São Cristóvão-SE, 2015. Trat. NF CF(cm) LF(cm) CR(cm) MFA(g) MFR(g) MSA(g) MSR(g) A 12,10a 21,27a 1,48a 29,36a 18,76a 9,82a 1,92a 1,44a B 21,70b 36,90b 2,64b 26,18a 110,62b 38,94b 10,64b 5,74b C 23,60b 36,01b 2,80b 25,37a 135,71b 40,61b 11,64b 5,01b D 23,90b 36,40b 2,63b 25,96a 120,16b 40,80b 11,70b 5,61b E 22,80b 35,87b 2,77b 26,34a 115,86b 44,95b 11,27b 6,33b Médias seguidas das mesmas letras não diferem estatisticamente pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. A= sem adubação; B= toda no plantio; C= 1/2 no plantio, 1/2 aos 45

dias; D= 1/3 no plantio, 1/3 aos 30 dias, 1/3 aos 60 dias. E= 1/4 plantio, 1/4 aos 25 dias, 1/4 aos 50 dias, 1/4 aos 75 dias. Na Tabela 2, são mostradas as médias para todas as variáveis analisadas, onde se pode observar que todas as variáveis tiveram o mesmo comportamento nos tratamentos onde se parcelou a adubação e sendo superior ao tratamento sem adubação, e para a variável comprimento de raiz não houve diferença entre os tratamentos. Aos 127 dias todas as variáveis tiveram o mesmo comportamento, ou seja, a adubação influenciou no desenvolvimento da planta, mas sem a necessidade de parcelamento, pois todos os tratamentos foram estatisticamente iguais ao tratamento com toda adubação no plantio e superior ao tratamento sem adubação, a exceção da variável comprimento de raiz onde o fator adubação não foi significativo. O parcelamento não é necessário até os 127 dias, mas provavelmente após esse tempo seria necessário parcelar, pois o tratamento B (adubação toda no plantio) para as variáveis matéria fresca de parte aérea (MFA), matéria fresca de raiz (MFR), matéria seca de parte aérea (MSA) e número de folhas (NF), foi numericamente inferior aos tratamentos em que a adubação foi parcelada. 4. CONCLUSÃO A adubação é necessária para a produção de mudas de bromélia, porém não apresenta necessidade de parcelamento até os 127 dias de cultivo. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANACLETO, A. Germinação e crescimento clonal de Aechmea nudicaulis (L) Griseb (Bromeliaceae): subsídios à produção e extrativismo sustentável. Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2005. 75f. (Dissertação Mestrado em Agronomia, Produção Vegetal). BARBOSA, G.C.V. Substrato e indutores de florescimento em bromélias ornamentais. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2007. 88f. (Dissertação Mestrado em Fitotecnia).

MALAVOLTA, E. Elementos de nutrição mineral de plantas. Piracicaba: Agronômica Ceres, 1980. 251p. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa MMA nº 6/2008. Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/ascom_boletins/_arquivos/83_19092008034949.pdf. Acesso: 18/04/2015. LEME, E.M.C.; MARIGO, L.C. Bromélia na natureza. Rio de Janeiro: Marigo Comunicação Visual, 1993. 183p. RODRIGUES, T. M.; PAIVA, P. D. DE O.; RODRIGUES, C. R.; CARVALHO, J. G. DE.; FERREIRA, C. A.; PAIVA, R.; Desenvolvimento de mudas de bromélia-imperial (Alcantarea imperialis) em diferentes substratos. Ciência Agrotecnologia, Lavras, v. 28, n. 4, p. 757-763, jul./ago., 2004. RODRIGUES, I.M.C.; FERREIRA, F.A.; GROSSI, J.A.S.; BARBOSA, J.G.; PAULA, C.C.; REIS, M. R. Ocorrência de plantas daninhas no cultivo de bromélias. Planta Daninha, v.25, n.4, p.727-733, 2007. SANTOS, A. J. DOS; BITTENCOURTT, A. M.; NOGUEIRA, A. S. Aspectos econômicos da cadeia produtiva das bromélias na região metropolitana de Curitiba e litoral paranaense. Revista Floresta, Curitiba, PR, v. 35, n 3, p. 409-417, 2005.