ESTUDO DA REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE LÃ DE ROCHA PARA PRODUÇÃO DE ARGAMASSA STUDY OF ROCKWOOL WASTE REUSE FOR MORTAR PRODUCTION

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Transcrição:

ESTUDO DA REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE LÃ DE ROCHA PARA PRODUÇÃO DE ARGAMASSA STUDY OF ROCKWOOL WASTE REUSE FOR MORTAR PRODUCTION Rodrigo Caetano Fernandes (1) ; Rafael Carvalho de Oliveira (2) ; João Miguel de Moraes Junior (3) ; Cleberson Fernandes de Oliveira (4) ; Bruna Niccoli Ramirez (5) (1) Graduando em Engenharia Civil, Universidade de Mogi das Cruzes (2) Graduando em Engenharia Civil, Universidade de Mogi das Cruzes (3) Graduando em Engenharia Civil, Universidade de Mogi das Cruzes (4) Graduando em Engenharia Civil, Universidade de Mogi das Cruzes (5) Orientadora Professora, Universidade de Mogi das Cruzes joaommoraesjr@gmail.com brunaramirez@umc.br Resumo Todo e qualquer material encontra sua face residual quando submetido ao mais extenso tempo de uso. Esta constatação não é novidade para as pesquisas científicas que, cada vez mais, se intensificam no sentido contrário, ou seja para o reuso destes fragmentos já que seu descarte ainda não tem um processo favorável ao meio ambiente. A proposta deste trabalho enquadra-se no estudo do reuso dos resíduos provenientes da lã de rocha como agregado na argamassa para assentamento e revestimento. Para tanto, foram realizados alguns ensaios já utilizando este material na mistura da argamassa, com níveis de substituição à areia. O experimento apresentou parâmetros físicos e mecânicos através dos traços analisados, sendo diferenciados pelos teores entre 0%, 10% e 20% de uso dos resíduos. Os traços foram estabelecidos mediante a proporção de 1:1:6 com cimento, cal e areia respectivamente. Os ensaios realizados foram Análise de Granulometria, Índice de consistência, Resistência a Compressão, Densidade da massa no estado endurecido e Absorção de água por capilaridade. Os resultados foram considerados extremamente positivos para esta substituição pois os residuos de lã de rocha não só atenderam aos parametros mínimos para a mistura como apresentaram índices melhores de aproveitamento em relação a resistência a compressão, absorção de água, densidade de massa e consistência. Palavra-Chave: Resíduos. Lã de Rocha. Argamassa Abstract After a long time of use, all materials eventually become waste. This finding is not new to the scientific research that increasingly intensify in the opposite direction, ie to the reuse of these fragments as its disposal does not have a favorable process to the environment. The purpose of this work is the study of the reuse of waste from rockwool as aggregate in the mortar for laying and coating. Therefore, tests were conducted using rockwool in the grout mixture as a substitute for sand. The experiment showed physical and mechanical parameters analyzed through traces and are differentiated by the contents of 0%, 10% and 20% of waste use. The traces were established by the ratio of 1: 1: 6 cement, lime and sand respectively. The trials were Particle size analysis, consistency index, Compressive Strength, Bulk density in the hardened state and capillary water absorption. Results were considered positive for this replacement greatly because the rockwool waste not only met the minimum parameters for the mixture as showed better recovery rates with respect to compressive strength, water absorption, bulk density and consistency Keywords: Waste. Rockwool. Mortar ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 1

1 Introdução A necessidade de preservação do meio ambiente vem se tornando prioridade mundial, principalmente porque o desenvolvimento dos setores construtivos é um crescente notável e, portanto o consumo dos recursos naturais segue este crescimento. A lã de rocha, material proveniente de uma trama de fibras flexíveis de rocha basáltica, compõe este perfil consumidor dos recursos naturais já que é concebida através da fusão destes minerais, e transformada em filamentos pelo método de centrifugação. Dentre suas principais propriedades podemos citar a incombustibilidade, por ser um material inorgânico, a resistência ao fogo, pois seu ponto de fusão é bem elevado, resistência a corrosão e retentor sonoro. A lã de rocha está classificada como não-cancerígena, outra característica importante que a coloca à frente de outras fibras cerâmicas que trazem este malefício a saúde humana. O meio ambiente é quem sofre com o consumo dos bens naturais, uma vez que, o extrativismo mineral é uma prática irreconstituível. Surgem então técnicas inovadoras focadas em métodos alternativos tanto de extração quanto ao reuso de materiais ligados ao patrimônio natural. Tais técnicas prevem a diminuição ou até mesmo a eliminação da produção de resíduos durante a extração e principalmente o reuso destes materiais depois de caracterizada sua primeira utilização, ou comumente chamado de vida útil. O descarte da lã de rocha ainda é feito de maneira precária ou com grande impacto ambiental, aumentando os valores residuais depositados em aterros sanitários. A substituição parcial do agregado miúdo pela lã de rocha em argamassas é um dos métodos de reuso que pode ajudar na diminuição de impactos ambientais, esse material é submetido ao processo de moagem, graduado para atingir os parâmetros volumétricos do agregado original, e ainda assim garantir as propriedades naturais. A reciclagem ou reuso da lã de rocha pode passar a ser uma ferramenta fundamental para a atualidade, diminuindo a exploração de recursos naturais e consequentemente propiciando sustentabilidade a processos vitais para a construção civil como a produção de argamassa para assentamento e revestimento. Outro fator a ser verificado, e não menos importante, esta relacionado aos processos de reciclagem gerando menor desperdício e consequentemente menor investimento em matéria prima. O objetivo deste trabalho é avaliar se a incorporação do resíduo lã de rocha na fabricação da argamassa pode trazer benefícios ou prejudicar a matriz convencional no que diz respeito a suas principais características como resistência mecânica, estanqueidade, durabilidade, aderência entre outras. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Resíduos e reciclagem na construção civil Nos dias de hoje discute-se muito sobre a interação entre construção civil e meio ambiente por estarem diretamente ligados, contudo o meio ambiente também esta ligado a reciclagem, principalmente a dos resíduos descartados nas obras. Segundo SCHNEIDE ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 2

& PHILIPPI, em um trabalho de pesquisa realizado, observou-se que pequenas construtoras eram as que mais geravam entulhos em aterros sanitários e que para baratear os custos com o descarte legalizado, eram adotados locais clandestinos para o recebimento deste material. Para tanto devem ser adotados procedimentos de aproveitamento de resíduos como, por exemplo, incentivo ao uso de materiais da construção reciclados ou recicláveis, triagem obrigatória de resíduos e até mesmo demolições controladas entre outros 1. A reciclagem, segundo JOHN, é essencial para o desenvolvimento sustentável, pois é difícil imaginar uma sociedade que não gere resíduo proporcionando assim vantagens como, por exemplo, a redução no consumo de energia, redução da poluição e dos aterros sanitários. O principal objetivo da reciclagem na construção civil é introduzir de alguma forma o resíduo de volta a obra, em substituição total ou parcial de uma matéria prima considerando a sua recuperação e valorização, e que em geral deve-se haver uma busca constante a sustentabilidade 2. 2.2 A lã de rocha e sua história Em meio às erupções vulcânicas no século passado foi descoberta a lã de rocha no Havaí por nativos da época como forma de proteção térmica de suas moradias. O primeiro lugar onde se ouviu falar da criação desse produto para o mercado foi em uma empresa na Dinamarca; os produtos contendo lã de rocha até hoje são comercializados no mundo todo. Para o processo de criação da lã de rocha há alguns processos a serem realizados como, a fundição da rocha basáltica em temperatura de 1600 C que se equivale aos níveis atingidos nas erupções naturais dos vulcões em lava líquida 3. O método de fabricação da lã de rocha é realizado através do processo de produção de fibras, composta por aglutinantes de resina especiais, aditivos para controle dos seus aspectos físicos, densidade controlada, propriedades de repelência à água e ausência de poeira 4. A utilização da lã de rocha se aplica em diversas áreas como, por exemplo, Construção Civil, Industrial, Naval, Petroleira e outras, suas principais características são o isolamento térmico em tubulações industriais e equipamentos, no tratamento acústico, em forros de gesso, paredes de Dry-wall, sob pisos flutuantes e até germinação de plantas no sistema hidropônia entre outros. A lã de rocha tem densidade variável que vai de 30kg/m³ a 300kg/m³ 5. Em pesquisas realizadas ao longo dos anos demonstram que as fibras da lã de rocha são classificadas no Grupo 3, ou seja, segundo a International Agency for Research on Cancer (IARC), são classificados como não cancerígeno para os seres humanos por apresentarem biossolubilidade nas partículas passíveis de inalação 6. 2.3 Argamassa A argamassa, é uma cola que serve para unir vários materiais de construção, é um material de mistura homogênea de aglomerantes como cimento ou cal, agregado miúdo como areia e de água, podendo ainda ser adicionado aditivos com objetivo de melhorar determinadas propriedades, por exemplo, resistência, impermeabilidade entre outras, podendo estes serem dosados na obra ou até mesmo industrializadas 7. ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 3

Possui dentre várias finalidades, revestimento de fachadas e assentamento de tijolos, seu desenvolvimento é feito através do traço, ou seja, a proporção do volume de seus componentes variam de acordo com a finalidade desejada. Para classificarmos a argamassa levamos em consideração vários critérios; a natureza do aglomerante, podendo ela pode ser aérea ou hidráulica; o tipo de aglomerante, podendo ela ser de cal, de cimento, mista de cimento e cal, de gesso e mista de cal e gesso; o número de aglomerantes, podendo ser simples ou mista e classificamos também dependendo da sua consistência, seca, plástica e argamassa fluida. A argamassa também pode ser classificada quanto sua função; na função de construção de alvenarias podem ser argamassas de assentamento ou fixação; na de revestimento de paredes e tetos podem ser chapisco, emboço, reboco e camada única; na de revestimento de piso podem ser de contrapiso e argamassa de alta resistência para piso; na função de revestimentos cerâmicos podem ser colantes e argamassa de rejuntamento e na função de recuperação de estruturas tem a argamassa de reparos. Cada uma das citadas, com suas funções, dosagens, resistências e propriedade específicas 8. Para um bom desempenho das argamassas tanto de assentamento quanto de revestimento, que serão abordadas nesse estudo, existem propriedades muito importantes das quais, algumas serão ensaiadas e estudadas neste trabalho, são listadas abaixo 9 : Aderência (capacidade de as argamassas resistirem às tensões normais e tangenciais); Resistência mecânica (capacidade de as argamassas resistirem às tensões internas de tração, compressão e cisalhamento); Absorver deformações (capacidade que as argamassas possuem de absorver deformações de si próprio ou da base sem sofre ruptura, fissuras e sem perder aderência); Estanqueidade (principalmente para argamassa de revestimento, este relacionado à absorção capilar do revestimento em seu estado endurecido, ou seja, proteger sua base contra intempéries). Durabilidade (capacidade da argamassa de conservar o seu desempenho ao longo do tempo). 2.4 Estado da Arte Os estudos que vem sendo realizados sobre reuso de resíduos de lã, fibras e até mesmo escórias de alguns materiais vem se tornando comum, pois há uma crescente procura por novas técnicas nas construção civil visando menor impacto, principalmente ambiental. Por esse caminho, durante as pesquisas bibliográficas que foram feitas para esse trabalho, podemos utilizar como uma das referências um trabalho intitulado de Caracterização e Classificação do Resíduo de lã de rocha para utilização em Indústria Cimenteira; os autores caracterizam o residuo através de exames profundos e específicos para saber se ele pode ser incorporado nas industrias de cimento que, segundo a ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 4

conclusão, pode ser enquadrado como rico em sílica e alumínia podendo ser utilizado como pozolana em matrizes de cimento 10. 3 METODOLOGIA Os materiais utilizados como aglomerante no processo de produção da argamassa do experimento foram o cimento CPII F32, por se tratar de um material mais comum e fácil de ser encontrado até mesmo em pequenas casas de materiais de construção e fornecidos em sacos de 50 kg e 25 kg, a Cal hidratada que é encontrada em sacos de 20kg, já o agregado natural utilizado foi a areia de granulometria média, encontrado a granel ou em sacos de 20kg. A opção de utilização destes materiais foi feita devido a sua fácil disponibilidade no mercado e para possíveis replicações dos resultados apresentados nos ensaios pertinentes ao experimento. Os materiais foram obtidos na casa do ramo da construção civil da cidade de São Paulo, fornecidos por Comercial Lafivoir, distribuidora de areia e Grupo Votorantim, fabricante de cimento e cal. Já o resíduo lã de rocha foi coletado a partir do descarte das sobras nas instalações de tubulações para ar-condicionado de um laboratório para a indústria farmacêutica. O material especificado isola a rede de dutos evitando a condensação do ar através de sua capacidade de reter a temperatura. O fornecimento das amostras para este experimento foi através da empresa Adalta Ar-condicionados LTDA. O produto foi empregado nas obras da construtora NRA Engenharia LTDA. A amostra de lã de rocha, por se tratar de uma manta fibrosa, foi submetida ao processo de moagem por meio de moinho de bolas com esferas de porcelana, durantes 45 minutos em porções de 1/3, 500g de lã, 1/3 de bolas e 1/3 do barril vazio. A figura 1 mostra o resíduo lã de rocha tanto na sua forma natural quanto em sua forma pósmoagem e figura 2 mostra o barril com as esferas em porcelana e o resíduo lã de rocha pós-moagem. Figura 1 Lã de Rocha natural e pós-moagem ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 5

Figura 2 Barril com as esferas em porcelana e o resíduo de lã de rocha pós-moagem Para uma melhor caracterização o agregado natural, no caso a areia e o resíduo lã de rocha, foram preparados ensaios baseados nos métodos fixados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tais como: Determinação de massa específica 11 ; Análise Granulométrica 12. Para as argamassas em estado fresco foram realizados os ensaios de índice de consistência, baseados na NBR 13276/2005 13. O conceito básico deste estudo está fundamentado na comparação entre uma matriz convencional de cimento, ou seja, com seu traço de cimento: cal: areia (T0) e a substituição parcial do agregado natural pela lã de rocha em dois níveis de porcentagem; 10% (T10) e 20% (T20), como demonstrado na tabela 1. Tabela 1 Traços utilizados Traço Adição Cimento Cal Areia Adição de lã de rocha T0 Natural 1 1 6 0 T10 1 1 5,4 0,6 Lã Rocha T20 1 1 4,8 1,2 As moldagens dos corpos de prova das argamassas foram feitas de acordo com a NBR 7215/1996, item 3.5.2. 14. A Figura 3 mostra a moldagem dos corpos de provas. ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 6

Figura 3 Moldagem dos corpos de prova Para a argamassa em estado endurecido foram realizados os ensaios a seguir: Densidade de massa aparente nos termos da NBR 13280/05, que prevê através de ensaio o método para determinação da densidade de massa aparente de argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos 15 ; Absorção de água por capilaridade, método experimental e sem normatização, que prevê através de ensaio a determinação da absorção de água por capilaridade em relação ao tempo; Resistência a compressão nos termos da NBR 13279/05 que prevê o método para determinação da resistência à compressão de argamassas para assentamento e revestimento de paredes e tetos 16. ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 7

3. RESULTADOS E DISCUSSÕS 3.1 Análises Doagregado e do resíduo de lã de rocha 3.1.1 Análise granulométrica As análises granulométricas do agregado miúdo e do resíduo de lã de rocha foram realizadas de acordo com a ABNT NM 248/03 e estão representadas na Figura 4. Figura 4 Distribuição granulométrica do Agregado e da Lã de Rocha Podemos observar que a curva granulométrica do agregado miúdo é bem diferente da curva granulométrica do resíduo lã de rocha, este possui uma quantidade de partículas finas bem maior, cerca de 86,56% de partículas inferiores a 0,15 mm, enquanto o agregado miúdo tem cerca de 32,41% dessas partículas. Os módulos de finuras foram 1,65 da lã de rocha e 3,15 do agregado miúdo. Para uma melhor análise e devido à curva granulométrica ter apresentado tais resultados, as substituições do agregado miúdo pelo resíduo lã de rocha estabeleceramse entre a bandeja (Fundo) com grãos inferiores a 0,15 mm e retenção acumulada de ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 8

86,56%, Peneira 100 (P 100) com grãos até 0,15 mm e retenção acumulada de 13,36% e o total sem peneiramento (Total). Mediante a estas três divisões de grãos retidos, as porcentagens utilizadas para substituição de resíduo lã de rocha pelo agregado miúdo foram de 10% e 20%. Estes critérios referem-se à granulometria feita apenas para o resíduo lã de rocha. 3.1.2 Determinação de massa específica Os ensaios para a determinação de massa específica foram feitos de acordo com a NBR NM 52/2003; para a massa específica da areia obteve-se densidade de 2,635 g/cm³, porém não foi possível a determinação de densidade do resíduo de lã de rocha através desse ensaio, devido suas propriedades. 3.2Análise das argamassas em seu estado fresco 3.2.1 Índice de consistência Os métodos utilizados para os ensaios de índice de consistência foram baseados na NBR 13276/2005. Os traços utilizados juntamente com os respectivos fatores água/cimento são demonstrados na tabela 2, porém houve alterações em alguns traços, pois não apresentavam uma boa trabalhabilidade para a moldagem dos corpos de provas, e os resultados são apresentados na figura 5. Tabela 2 Fator água/cimento para moldagem dos corpos de provas e ensaios de índice de consistência Traço Substituição pelo resíduo lã de rocha % Fator Água/Cimento T0 0 0,60 T10 Fundo 10 0,72 T10 P.100 10 0,72 T10 Total 10 0,79 T20 Fundo 20 0,79 T20 P.100 20 0,79 T20 Total 20 0,79 ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 9

Figura 5 Resultados dos Ensaios de índice de consistência A mistura sem a substituição do resíduo lã de rocha (T0) apresentou 246 mm de média como índice de consistência; porém o traço T10 P100 apresentou 207 mm de média de índice de consistência o maior entre às amostras levadas para esta análise. Somente o traço T10 Total aferiu um índice de consistência mais baixo, 264 mm de média. Entre os traços T20 Total com 212 mm, T10 Fundo com 215 mm, T20 Fundo com 220 mm e T20 P100 com 226 mm, a diferença entre a média dos índices considerados foi pequena. A substituição de parte do agregado miúdo pela lã de rocha proporcionou maior consistência à argamassa propiciando massas mais homogêneas e, portanto mais compactas. 3.3 Análise das argamassas em seu estado endurecido ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 10

3.3.1 Densidade de massa aparente Os ensaios de determinação de densidade de massa aparente seguiram os métodos e especificações da NBR 13280/05. Na figura 6 esta representado o aumento ou diminuição da densidade de massa aparente em relação ao traço (T0). Figura 6 Resultados dos Ensaios de densidade de massa aparente A maioria dos resultados obtidos demonstra que as argamassas, as quais tiveram substituição de areia por lã de rocha, são bem mais densas do que o traço constituído por apenas agregado miúdo convencional. Apenas os traços T10 P.100 com 2,8% e T20 P.100 com 0,75% são inferiores ao traço estabelecido somente com areia, exprimindo menor densidade aparente dentre os corpos de prova analisados. 3.3.2Resistência à compressão Para os ensaios de resistência à compressão, foram seguidos os termos fixados na NBR 7215; e os resultados estão representados na figura 7. ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 11

Figura 7 Resultados dos Ensaios de Resistência à compressão A partir da analise do gráfico, observa-se que a substituição de lã de rocha na argamassa ocasionou um aumento na resistência à compressão; é notório também que a resistência aumenta conforme há um aumento na variação da porcentagem de substituição entre os agregados, respectivamente 0%, 10% e 20%. Existe um aumento significativo em relação ao traço feito sem a substituição da areia pelo resíduo lã do rocha e os demais, porém, não existente grande discrepância entre os resultados de cada amostra com a substituição do resíduo. Os traços provenientes da mistura contendo 20% da bandeja (T20 fundo) e o traço contendo 20% de mistura com resíduo sem peneiramento (T20 Total) demonstraram um aumento significativo de resistência à compressão, 4,38 MPa e 4,56 MPa respectivamente e portanto os maiores índices apurados. Segundo a tabela 1 da NBR 13281/2005 os traços podem ser classificados quanto sua resistência à compressão em classe P1 2,0 MPa, P2 de 1,5 a 3,0 MPa, P3 de 2,5 a 4,5 MPa, P4 de 4,0 a 6,5 MPa, P5 de 5,5 a 9,0 e P6 > 8,0 MPa, portanto podemos classificar os traços analisados em; T0 e T10 P100 em P2, T10 Total, T10 Fundo e T20 ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 12

P100 em P3 e T20 Fundo e T20 Total em P4. Sendo essas classificações apenas para designação nas embalagens ou documentações para uma possível comercialização. 3.3.3Absorção de água por capilaridade Foram produzidos corpos de prova para realização de um levantamento através de um método experimental e sem normatização quanto às propriedades de absorção de água, indicando parâmetros de impermeabilidade para cada uma das amostras com substituição de areia por resíduo de lã de rocha. A figura 8 apresenta os resultados encontrados. Figura 8 Resultados dos Ensaios de absorção por capilaridade No ensaio de absorção por capilaridade observamos que a mistura pura sem a substituição da areia pelo resíduo lã de rocha (T0) apresentou maior absorção de água por capilaridade em relação a todas as outras misturas. Nota-se que nos primeiros 10 minutos do ensaio a absorção de água é mais efetiva, haja visto que em todos os traços o maior ganho está neste período. O traço T0 absorveu ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 13

5,25% no período inicial e estabilizou a aquisição de água em 8,37% com 110 minutos de ensaio. Dentre os traços contendo a substituição de parte do agregado pelo resíduo de lã de rocha, a mistura T10 P100 foi a que atingiu números mais próximos aos do traço convencional tendo seu maior ganho também nos primeiros 10 minutos absorvendo 4,22%, e atingindo a estabilidade em 7,61% com 110 minutos. O traço T20 Fundo ficou mais distante dos índices da mistura convencional apresentando absorção de 2,14% nos primeiros 10 minutos encontrando sua estabilidade após 110 minutos fixada em 4,24%. 4 CONCLUSÃO Os resultados obtidos através das análises das argamassas exprimem diagnósticos preliminares, sendo necessário maior detalhamento e estudo de dados específicos para o assunto em pauta. De maneira geral, podemos dizer que as propriedades da lã de rocha aumentam o desempenho da argamassa em sua qualidade mecânica, oferecendo maior resistência à compressão. Dentre as porcentagens de substituição utilizadas, os melhores resultados foram obtidos nos ensaios com grãos inferiores a 0,15 mm e com o resíduo sem peneiramento. Quanto à densidade do material, o traço convencional apresentou o menor índice à exceção do material retido na peneira 100 do resíduo lã de rocha usado na substituição. Os índices de absorção de água por capilaridade demonstraram que os corpos de prova contidos com a substituição do agregado miúdo preenchem os vazios com maior facilidade, proporcionando menor absorção de água em relação à argamassa constituída somente com areia. As amostras com a mistura substituída são mais consistentes em comparação ao traço estabelecido com areia, não sendo considerada esta relação apenas quando a substituição teve 10% da parcela do resíduo lã de rocha não peneirado. Concluímos que as argamassas com substituição parcial de areia pelo resíduo lã de rocha comparadas com uma matriz convencional apresentaram resultados significativamente melhores tanto em seu estado fresco quanto endurecido. Essa substituição demonstrou-se favorável a fabricação de argamassas mistas, o que implica na redução do descarte de resíduos gerados na construção civil além de contribuir para a ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 14

sustentabilidade de um setor econômico importante e que consome boa parte dos recursos naturais. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 SCHNEIDER, D. M.; PHILIPPI Jr., A. Gestão pública de resíduos da construção civil no município de São Paulo. Ambiente Construído, Porto Alegre, 2004. 2 JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2000(Tese de Livre Docência). 3 Disponível em: http://www.conosul.com.br/noticias/como-cultivar-em-la-de-rocha-dacultilene/. Acesso em: 1 de Novembro de 2015. 4 Disponível em: <http://www.larocha.com/?gclid=cloo2mzg8 cgcfyibkqod6 BwGfQ>. Acesso em: 1 de Novembro de 2015. 5 Disponível em: <http://www.brasgips.com.br/?gclid=cp2qolzk8cgcfqebkqo duyeesq #!laderocha/c16ss>. Acesso em: 1 de Novembro de 2015. 6 BAAN, E.A.; GROSSE, Y. Man-made mineral (vitreous) fibres: evaluations of cancer hazardsby the IARC. Monographs Programme. Mutation research, v.81, 2004. 7 ABNT NBR 13281:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos Requisitos. Rio de Janeiro 2005. 8 ISAIA, G. C., Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. São Paulo, IBRACON, 2007, Volume 1, cap.26. 9 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP). Manual de Revestimentos de Argamassa, (s/d). Disponível em: <http://www.comunidade daconstrucao.com.br/upload/ ativos/279/anexo/ativosmanupdf>. Acesso em: 27 out. 2015. ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 15

10 MEDEIROS, M. G.,ROCHA,J. C.,OLIVEIRA, K. A. de Caracterização e Classificação do resíduo de lã de rocha para utilização em Indústria Cimenteira. Santa Catarina, Universidade federal de Santa Catarina, 5º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos de São Leopoldo RS. Junho de 2014. 11 ABNT NBR NM 52:2009 - Agregado miúdo - Determinação da massa específica e massa específica aparente. Rio de Janeiro 2009. 12 ABNT NBR NM 248:2003 - Agregados - Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro 2003. 13 ABNT NBR 13276:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Preparo da mistura e determinação do índice de consistência. Rio de Janeiro 2005. 14 ABNT NBR 7215:1996 Cimento Portland Determinação da resistência à compressão. Rio de Janeiro 2015. 15 ABNT NBR 13280:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação da densidade de massa aparente no estado endurecido. Rio de Janeiro 2005. 16 ABNT NBR 13279:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão. Rio de Janeiro 2005. ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 58CBC2016 16