Visão. Iluminação. Fernando Gonçalves Amaral. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS

Documentos relacionados
Aulas 23 e 24 Página 91

Óptica Visual Séries de Exercícios 2018/2019

Esquema simplificado do olho humano

Sentidos São os meios através dos quais os seres vivos percebem e reconhecem outros organismos e as características do meio em que vivem.

Radiação eletromagnética Luz visível O Olho humano Fotometria. Visão e Fotometria. Conceitos básicos. Giovanni Manassero Junior

O OLHO. Nervo Óptico

O OLHO. Nervo Óptico

Radiação visível - iluminação

A. INTRODUÇÃO B. RADIAÇÃO VISÍVEL C. LUZ NATURAL E VISÃO D. DISPONIBILIDADE DA LUZ NATURAL E. DEFINIÇÕES E UNIDADES A LUZ NATURAL

VISÃO SISTEMA NERVOSO SENSORIAL. A visão é o processo pelo qual a luz refletida dos objetos no nosso meio é traduzida em uma imagem mental.

Estímulo Visual Luz Física da cor, visão humana e círculo cromático

LUZ. A luz é uma forma de energia, que tem origem nos corpos luminosos e que se propaga em todas as direções.

ÓPTICA GEOMÉTRICA PREGOLINI

GRANDEZAS E UNIDADES FOTOMÉTRICAS

Conceitos Básicos. Introdução:

Cor.doc Página 1 de 5 Teoria das Cores

Uma pessoa de visão normal pode enxergar objetos situados desde uma distância média convencional de 25 cm distância mínima convencional de visão

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Capítulo I. Introdução. Sistemas de iluminação. O que é fotometria? O olho humano. Novo!

A Luz-Cor EDUCAÇÃO VISUAL 8º ANO

Material protegido pelas leis de direito autoral Proibida qualquer tipo de divulgação sem à devida autorização ou citada a fonte de forma correta.

TE243 Eletricidade Aplicada li. Capítulo 3 Luminotécnica

LISTA ÓPTICA DA VISÃO PROFESSOR MARCUS VINÍCIUS


Sérgio Ferreira de Paula Silva

O globo ocular humano tem a forma aproximada de uma esfera de 22 mm de diâmetro.

Eletrotécnica. Introdução a luminotécnica

Elementos de Óptica ÓPTICA GEOMÉTRICA. Um feixe luminoso como um conjunto de raios perpendiculares à frente de onda.

Ciências da Natureza Física Prof.: Luiz Felipe

GRANDEZAS FOTOMÉTRICAS E MÉTODO DE LUMÉNS AULA 20

Lentes Artisan/Artiflex

Lentes Esféricas. Prof.: Henrique Dantas

Qualificação dos Profissionais da Administração Pública Local RISCOS FÍSICOS ILUMINAÇÃO. Formadora - Magda Sousa

VISÃO anatomia do olho. Retina: região no fundo do olho onde os estímulos visuais são captados e transmitidos ao

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas dos enunciados a seguir, na ordem em que aparecem.

Visão Humana. Vapores metálicos x Vapor de sódio

OS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS

LISTA DE EXERCÍCIOS ÓPTICA: REFRAÇÃO PROF. PEDRO RIBEIRO

O Homem e suas necessidades lumínicas. O Olho Humano Visão das Cores e Percepção

A Luz e o mundo que nos rodeia. A luz é fundamental para observarmos o que existe à nossa volta.

Sensibilidade Visual. Temperatura de Cor

Teoria tricromática de Young-Helmholtz

PRINCÍPIOS ERGONÔMICOS DA ILUMINAÇÃO. Apostila 08

Exercício cálculo de irradiância

Apresentação e Aplicações de Óptica Geométrica (ENEM/UERJ)

BIOFÍSICA DA VISÃO E DA AUDIÇÃO

FISIOLOGIA DO TRABALHO

SUPER FÍSICA (aula 9)

Fichas de Trabalho 2013/2014

FISIOLOGIA DA VISÃO E SEUS DISTÚRBIOS

LCS E P U S P. Percepção Visual. PTC2547 Princípios de Televisão Digital. Guido Stolfi 8/2017. Guido Stolfi 1 / 108

Francisco José d Almeida Diogo

Sala de Estudos FÍSICA Lucas 2 trimestre Ensino Médio 1º ano classe: Prof.LUCAS Nome: nº Sala de Estudos Energia Óptica da Visão e M.H.S.

Física. Óptica. Professor Alexei Muller.

n 1 x sen = n 2 x sen

- CAPÍTULO 9 - SISTEMA SENSORIAL

FÍSICA:TERMODINÂMICA, ONDAS E ÓTICA

Projeto de Iluminação de Interiores. Sidney Vieira Camargo

Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Prof. Carlos Henrique Q. Forster. ramal Sala 121 IEC

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS (IEI)

Projeto de Iluminação

CARTOGRAFIA TEMÁTICA Teoria das cores. Prof. Luciene S. Delazari Departamento de Geomática Curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura

O sistema visual humano e noções de colorimetria

Módulo I. Som e Luz MARILIA CARMEN DA SILVA SOARES ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE VILA FRANCA DO CAMPO ANO LETIVO 2016/2017

SENTIDO DA VISÃO. Profa Silvia Mitiko Nishida Depto de Fisiologia

Prof. Cláudio Henrique Albuquerque Rodrigues

ILUMINAÇÃO NATURAL DE EDIFÍCIOS Conforto visual e introdução ao projecto. António Moret Rodrigues IST

PEA 3496 Energia e Meio Ambiente: Sistemas Energéticos e seus Efeitos Ambientais. Prof. Marco Saidel Arq. Juliana Iwashita.

Aula: Projeto Luminotécnico

ILUMINAÇÃO NATURAL DE EDIFÍCIOS Conforto visual e introdução ao projecto. António Moret Rodrigues IST EXIGÊNCIAS I

Fundamentos Teóricos: Percepção Visual

MANUAL DE MEDIÇÃO E CÁLCULO DAS CONDIÇÕES LUMINOTÉCNICAS

Biofísica da Visão. Fotorrecepção. Formação da imagem

TE073 PDS II Programa de Graduação em Engenharia Elétrica

Simulação do Espectro Contínuo emitido por um Corpo Negro 1ª PARTE

Computação Gráfica. Prof. MSc. André Yoshimi Kusumoto

Física Termodinâmica, Ondas e Ótica, unidades 7 e 8

Faculdade de Engenharia. Luminotécnica. Departamento de Engenharia Elétrica. Prof. Luiz Sebastião Costa

GRANDEZAS USADAS EM LUMINOTECNIA Introdução

Óptica da Visão APROFUNDAMENTO Profº. JB

De forma geral, a visão é o sentido mais valorizado pelas pessoas. Em uma sociedade

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS (IEI)

SUPER FÍSICA (aula 9)

ESTUDO DIRIGIDO PROVA MENSAL 2ºEM

Sistema Óptico do Olho

Preciso usar óculos?

Lentes de Bordos Finos

Prof.: Raphael Carvalho

Representação de cores. Computação Gráfica Cores. O que é luz. Distribuição espectral da iluminação 11/12/12

Luz e Cor. por Marcelo Gattass Departamento de Informática PUC-Rio

Fundamentos sobre. Universidade Federal do Rio de Janeiro - IM/DCC & NCE. Antonio G. Thomé Sala AEP/1033. Processamento de Imagens

REFLEXÃO DA LUZ. i = r. PRIMEIRA LEI DA REFLEXÃO RI, N e RR são coplanares (pertencem ao mesmo plano). SEGUNDA LEI DA REFLEXÃO

Daltonismo. O que é Daltonismo? A percepção de cores

Exercícios sobre a Visão um dos cinco sentidos

b) Qual a vergência da lente a ser utilizada, se o ponto remoto de um olho míope for de 50 cm?

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena EEL

Defeitos da visão.

É um agente físico capaz de sensibilizar os nossos órgãos visuais.

Introdução. A iluminação é responsável por: 23% do consumo de energia elétrica no setor residencial. 44% no setor comercial. 1% no setor industrial

O olho humano. No fundo do olho temos a projeção de uma imagem real e invertida

Transcrição:

Visão Iluminação Fernando Gonçalves Amaral Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS 1 1

esfera φ 20 mm Movimento do globo por músculos extrínsecos Cristalino lente do olho Retina possui fotoreceptores (cones e bastonetes) cones - visão diurna (fotópica) bastonetes - visão noturna (escotópica) Processo da visão Processo: fotoquímico reação química induz uma variação de potencial elétrico das células dos cones e bastonetes que são ligados à terminações nervosas, e via nervo ótico transmitem a energia ( Potencial elétrico) até o cérebro. 2 2

Sistema óptico Considerado como um dioptro convergente Dioptro = superfície separando dois meios de índices de refração diferentes P.R. ponto remoto - objetos situados [5 m; ] P.P. ponto próximo - ponto reaproximado visto distintamente Visão nítida Duas condições: a imagem de um ponto deve ser um ponto o ponto imagem deve estar sobre a retina 3 3

Anomalias Miopia: capacidade de refração do olho muito grande em relação ao seu comprimento, a imagem forma-se antes da retina Hipermetropia: olho muito curto ou sua capacidade de refração muito curta (fraca). A imagem se forma atrás da retina. 4 4

Astigmatismo: a imagem de um ponto não é um ponto sobre a retina. Fenômeno devido a diferenças de curvatura da córnea. O astigmata não pode ver com nitidez duas retas Presbiopia: perda da amplitude de acomodação em função da idade, manifesta-se pelo afastamento do ponto próximo. Afeta: primeiro o hipermetrope segundo o míope A luz emitida de uma fonte é expressa em termos de fluxo luminoso, Φ A luz `recebida por uma superfície é a Iluminância, E daquela superfície A luz recebida pelo olho de uma superfície é a luminância, L da superfície A luz emitida numa direção particular é a Intensidade Luminosa, I Fluxo luminoso (Φ) A luz emitida por uma fonte é expressa em termos de seu fluxo luminoso (Lumen lm) P(λ ) = fluxo radiante V(λ ) = curva de sensibilidade para a visão fotópica Pico V(λ ) onde o olho é mais sensível a radiação de 555 nm 5 5

Intensidade luminosa (I) A luz emitida numa direção particular é a Intensidade Luminosa Φ = ω I (Candela cd) Iluminamento (E) Quantidade de luz (fluxo) recebido por unidade de superfície Influencia a acomodação Ao diminuir o nível de iluminamento a distância (PR-PP) diminui, assim como a velocidade de acomodação Iluminância E = Φ A (Lux lx) (lumen / m 2 ) Luminância (L) Quantidade de luz refletida por unidade de superfície (na direção de observação) A luz recebida pelo olho de uma superfície é a luminância, L da superfície L = I u A' A' = A cosu L = I u A' (cd / m 2 ) ou ( nit ) 6 6

Principais funções visuais 1 ) Sensibilidade à luz: sensibilidade visual relativa Olho adaptado ao escuro curva de sensibilidade para a visão escotópica mudança na sensibilidade dos fotoreceptores adaptação à penumbra: 2 fases velocidade de adaptação cones (±10 minutos) velocidade de adaptação dos bastonetes (±1 hora) Olho adaptado ao claro V(λ ) = curva de sensibilidade para a visão fotópica adaptação à luz : adaptação mais rápida diminuição do diâmetro da pupila em 0,2 a 0,5 segundos Ultravioleta Violeta Azul Verde Amarelo Laranja Vermelho Infravermelho Conseqüências práticas no posto de trabalho Ofuscamento - Passagem da penumbra à luz e vice-versa - Perturbação da adaptação da retina, onde a sensibilidade é transitoriamente elevada Três tipos Ofuscamento absoluto - nível de luminância ultrapassa as capacidades de adaptação da retina (raro) Ofuscamento relativo - nível de luminância muito elevado com relação ao que a retina estava adaptada Ofuscamento direto ou indireto - causado por uma fonte luminosa no campo visual ou por reflexão desta 7 7

8 8

9 9

2 ) Discriminação de detalhes: Contraste mínimo necessário - função da diferença entre as luminâncias de fundo (L) e do objeto (L') C = L L' L C = O (mesma luminância) C = 1 (máximo) - objeto negro sobre um fundo branco Conseqüências práticas no posto de trabalho aumentar o iluminamento quanto menor for o contraste caracteres escuros sobre fundo claro são melhor discriminados (acuidade visual) 10 10

A partir deste ponto não há melhorias significativas do rendimento visual com o aumento do iluminamento evitar superfícies refletoras para não ter que suprimir os excessos de contraste no campo visual, pode-se: adotar luminâncias de mesma ordem de grandeza na parte central do campo visual a relação não deve ser superior 1:3 entre a parte central e as periféricas ou entre as periféricas a relação não deve ultrapassar 1:10 11 11

3 1 3 9 3 1 3 9 12 12

13 13

14 14

Visão das cores Assegurada pelos cones da retina 3 cores fundamentais vermelho verde azul O homem pode individualizar 17.000 cores diferentes Anomalias: Discromatopsias: Congênitas: 8% homens 0,5% mulheres Trata-se de ausência de percepção de uma das 3 cores fundamentais dicromatas = realizam a combinação com 2 cores em lugar de 3. Daltônico - cego em relação a uma cor Vermelho - 20% dos casos Verde - 59% dos casos Sínteses das cores aditiva e subtrativa Conseqüências práticas no posto de trabalho avaliar postos de triagem baseada na discriminação de cores misturas de cores (pintura) regulagem (televisão) fios coloridos (capacitores, resistores) 15 15

Significado das cores - Efeitos psicológicos Cor Impressão de distância Impressão de temperatura Efeito psicológico Azul Afastamento Frio Calmante Verde Afastamento Muito frio e neutro Muito calmante Vermelho Aproximação Quente Calmante e excitante Laranja Aproximação muito grande Muito quente Estimulante Amarelo Aproximação Muito quente Estimulante Marrom Aproximação muito grande Neutro Estimulante Violeta Aproximação muito grande Frio Estimulante, inquietante, desencorajador Iluminamento em postos de trabalho Objetivos: facilitar deslocamentos seguros e fáceis dar claridade adequada ao espaço e evitar o efeito de túnel (tetos sombrios) que podem favorecer o ofuscamento ajudar a fixar a atenção sobre as superfícies dos planos de trabalho obter uma modelagem natural, eliminando as sombras ajudar a manter a limpeza dos locais 16 16

As luminárias podem provocar reflexos no monitor ou no documento As luminárias podem provocar reflexos sobre o teclado Risco de ofuscamento devido às luminárias Condições: intensidade suficiente difusão otimizada uniformidade ausência de ofuscamento qualidade da luz cores das superfícies manutenção Luz natural solução ideal, mas... As fontes de luz podem provocar reflexos sobre o documento As janelas podem provocar reflexos sobre o monitor Ângulo de ofuscamento 45 (ou 30 ) Risco de ofuscamento devido às janelas Um teclado de cor clara pode provocar reflexos sobre o monitor Armaduras de fraca luminância Fadiga Visual Iluminamento 200-500 Lux Possibilidade de atenuar a luz do dia Equilíbrio de luminância Contraste regulável sobre o monitor - sem reflexos Lâmpada individual regulável Manuscrito Sem reflexos sobre o teclado Sintomas: após algumas horas de exposição (oculares, visuais e gerais) Funções oculares suscetíveis de fadiga adaptação à luz locais de ação: células da retina, fibras musculares da íris (variação de abertura da pupila) fator crítico: ofuscamento de adaptação focalização Tríade :acomodação, convergência, constrição pupilar locais de ação: acomodação (músculos ciliares, curvatura do cristalino); convergência (músculos do globo ocular); pupila (fibras musculares da íris) fator crítico: variação da distância da visão comparar o Ponto Próximo antes e depois do trabalho 17 17

Placas de sinalização 18 18