REQUERIMENTO (Do Sr. Carlos Bezerra) Requer o envio de indicação ao Poder Executivo, sugerindo alteração na legislação tributária federal relativa ao Imposto de Renda incidente sobre aplicações em renda variável. Senhor Presidente, Nos termos do art. 113, inciso I e 1 o, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, requeiro a V. Exª. que seja encaminhada ao Poder Executivo a Indicação anexa, sugerindo ao Sr. Ministro de Estado da Fazenda alteração na legislação referente ao imposto de renda incidente sobre os rendimentos de aplicações em renda variável ações negociadas na bolsa de valores. Sala das Sessões, em de de 2010. Deputado CARLOS BEZERRA 2010_3118
INDICAÇÃO N o, DE 2010 (Do Sr. Carlos Bezerra) Sugere alteração na legislação tributária federal relativa ao imposto de renda pessoa física. Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Fazenda: A presente Indicação tem como objetivo sugerir alterações na forma de apuração do imposto de renda sobre o ganho financeiro auferido em aplicações na bolsa de valores. Segundo dados publicados no jornal Folha de São Paulo, atualmente, estão cadastrados na BM&FBovespa 556.830 investidores pessoa física, o maior número já registrado. Em 2002, os cadastros não alcançavam 100 mil pessoas. Esse tipo de aplicação se torna cada vez mais popular entre pequenos e médios investidores. No entanto, não há nas últimas décadas nenhuma alteração significativa na legislação que vise facilitar a forma de apuração e pagamento do imposto incidente sobre o rendimento dessas transações. O imposto é apurado como se a aplicação ainda fosse realizada por alguns poucos investidores experientes, conhecedores da matéria. Pode-se inferir que a popularização de aplicações efetuadas por pessoas físicas na bolsa está ligada à simplificação da execução desse tipo de operação. Com o avanço tecnológico combinado à expansão da internet, é possível a qualquer investidor comprar e vender ações diretamente de seu computador pessoal como se estivesse comprando um produto no supermercado. Todavia, essa simplificação, razão determinante para expansão desse tipo de investimento, não foi acompanhada por alterações no mesmo sentido na legislação tributária.
Atualmente, o contribuinte deve apurar mensalmente o imposto se houver vendas realizadas no período acima de 20 mil reais. O ganho é calculado por tipo de ação e por empresa, de acordo com o preço médio de aquisição. Além disso, se a pessoa física vendeu ações com prejuízo, ou seja, por um valor menor que seu preço médio, esse saldo negativo poderá ser abatido do lucro em operações futuras. Todos esses dados devem ser apurados e arquivados pelo contribuinte, pois as corretoras não fornecem o valor do preço médio das ações em sua custódia, bem como não apresentam dados históricos. Vale ressaltar que isso ocorre porque a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, não estabelece norma que obrigue as corretoras a disponibilizar essas informações. Noutros termos, além de o contribuinte ser obrigado a cumprir uma legislação confusa, não há norma que imponha aos detentores dos dados necessários o seu fornecimento de forma mais amigável. É fato que a eficiência de um sistema tributário está ligada à facilidade de cumprimento das obrigações impostas ao contribuinte. Obrigações tributárias simples, sem muitas regras ou excessões, são mais fáceis tanto para serem obedecidas quanto fiscalizadas. Nesse sentido, é urgente a mudança na forma de tributação dos ganhos de capital auferidos em operações com ações na bolsa de valores. A simplificação da tributação dessas operações traz ganhos de eficiência na fiscalização e facilita a vida do contribuinte, além de beneficiar a economia nacional, pois estimula o incremento desse tipo de aplicação. Ademais, o aumento do número de investidores elevará também a quantidades de operações realizadas e, por conseguinte, a receita arrecadada. A grande maioria dos investidores pessoa física que realizam aplicações na bolsa de valores não visa especulação. Seus recursos não são voláteis como os investimentos vindos do estrangeiro, permanecem durante anos aplicados na mesma companhia. Isso favorece a economia nacional, pois dá mais estabilidade ao mercado de renda variável em momentos de crise. Além de necessária em virtude da falta de clareza nas regras impostas ao contribuinte pessoa física, essa alteração é benéfica ao fortalecimento das finanças nacionais e, por isso, deve fazer parte do conjunto de medidas que o Governo vem adotando para catalisar o crescimento econômico.
Desse modo, certo de que V. Sª dispensará a necessária atenção à matéria, submeto a presente Indicação à sua elevada consideração. Plenário, em de de 2010. Deputado CARLOS BEZERRA 2010_3118