Ser mãe. O Caminho da semente. 15 Anos. Ribeirão Preto - SP Ano XV - Nº 165 maio/2014. www.alumiar.com



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Transcrição:

15 Anos Ser mãe Como mãe que sou, de três lindos filhos - e não sou mãe coruja - deveria saber definir o que é ser mãe. Mas não sei. Uma vez quando fui fazer um mapa astral, com um cara em São Paulo, ele queria porque queria que eu dissesse o que havia sido a experiência de ser mãe. Eu tinha tido na época a minha primeira filha. A gravidez havia sido boa. O parto não fora normal, mas o nascimento não tivera problemas. A criança era linda e saudável. Então eu disse a ele apenas o que mencionei acima e ele muito se decepcionou. Esperava, percebi, que eu relatasse uma experiência maravilhosa, em que eu me sentisse a mais abençoada das mulheres na face da terra porque havia me tornado mãe. Saí me sentindo culpada. Que diabos de mãe sou eu, pensava. Tive depois meus outros dois filhos e, sim, foi emocionante recebê-los, mas confesso: não ouvi toque de sinos, nem me elevei à categoria de santa, nem ao menos me senti como um ser especial. Sim, gravidez é uma benção. Sim, chegará ao mundo alguém novo e habitará nossos corpos e ali permanecerá por nove longos meses. Alguém com permissão, por Artes do Criador, de experimentar a vida neste Planeta, pequeno ponto azul no Universo. Sim, a missão é divina, porém nenhuma mulher ascende ao patamar de Deusa por estar grávida. Nenhuma consegue anular o que é pelo simples fato de ter sido agraciada com a gravidez. Mães são mulheres. Carregam consigo suas mazelas, suas crenças, o que receberam de suas mães e de suas famílias. Padecem de frustrações e desenganos. Padecem de insegurança e medo. Mães são humanas. Quando recebemos a notícia de que um ser novo começa a crescer dentro de nós, por mais auspiciosa que seja a notícia, por mais que esperemos, é sempre algo desafiador. Todas nos perguntamos se daremos conta, se seremos capazes. Este amor tão decantado que acreditamos estar a nossa disposição, absurdamente grande, que nós fará esquecer de nós mesmas para pensar exclusivamente em nossos rebentos é uma utopia. Este amor exige uma perfeição que estamos longe de atingir. Sim, erraremos muito. Não temos um livro de regras: ser mãe é... Ser mãe é tudo e muitas vezes é muito pouco diante da imensidão que é o ser que parimos. Ser mãe é olhar para nossas imperfeições e a despeito disso dar conta. Dar conta das noites mal dormidas, dar conta das tarefas do dia a dia. Dar conta das fraldas sujas de cocô. Dar conta das febres. Dar conta do reconhecimento daquele ser que saiu de dentro de nós, que é nosso, mas é tão diferente! Dar conta de nossas irritações e especialmente e sempre, dar conta de nossas culpas. Dar conta de transformar culpa em responsabilidade! Dar conta da imensidão que é ser responsável. Talvez ser mãe em primeiro lugar signifique ser responsável. Desde a gravidez ser responsável pelo crescimento adequado daquele ser; ser responsável por nossas emoções para que as mais deletérias não o afetem. Responsável por mantê-lo vivo, responsável por introduzi-lo nas regras para que seja civilizado, para que seja apresentado ao mundo e saiba se comportar. Responsável por respeitá-lo como é e não como gostaríamos que fosse! Responsável por manter autoridade e respeito caminhando juntos. Responsabilidade talvez seja a palavra-chave. De responsabilidade em responsabilidade aprendemos a amar, aprendemos que o amor é algo que se constrói à medida em que respondemos pelos seres que nos foram presenteados por Deus. Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz Educadora em Florais de Bach e DOULA Terapeuta Fisioquantic marizahrfruiz@alumiar.com tel.: (16) 3621 8407 / 99992 6596 Ribeirão Preto - SP Ano XV - Nº 165 maio/2014 O Caminho da semente Em psicologia o tema o caminho é muito discutido e amplamente estudado. O caminho é a jornada em busca do si mesmo, nossa meta o Self. Assunto delicado, cheio de curvas estreitas, é como entrar em um labirinto. Essa sensação, de entrar em um labirinto, nos dá uma dica importante, estamos no terreno do desconhecido. Somos assaltados pelo medo e muitas vezes pensamos em desistir. No entanto, desconhecido de quem? Acredito que seja da nossa mente racional, estamos encarando uma jornada que a linguagem racional, cartesiana ignora completamente. Sendo este assunto de tamanha importância para a clínica psicológica e na vida dos que buscam algo maior, como vou acessar este desconhecido é uma pergunta que pode assombrar mentes ansiosas. Mas a resposta é de uma beleza impar e faz uma parceria com a natureza em criatividade. Assim como acontece na vida, há momentos em que algo irrompe inesperadamente. Podemos pensar no germinar de uma semente. Acredito que todos já tenham feito o teste do feijão no algodão molhado e puderam experienciar um nascimento, o irromper da vida. Coloque uma semente em condições adequadas e você vai viver, mais do que ver, a vida. Observamos uma ruptura, algo fechado, pequeno e de estranha quietude se transforma em uma linda árvore. Grande, ampla que costuma dançar ao vento. Essa ruptura nós observamos em nós mesmos, não a ruptura da insanidade, mas a quebra de certos paradigmas internos. Quebramos a cara das nossas mais bem guardadas ideias e ficamos no ponto. Como sementes, pequenos, fechados e profundamente quietos, mas maduros para um nascimento. Pequenos porque observamos nossos modelos desfalecerem bem na nossa frente. Depois disso nos fechamos para o mundo, ficamos aninhados dentro de nós, em contato com nosso gérmen de vida e finalmente a quietude nos preenche. Todo este terreno nos torna extremamente potentes. A semente é um símbolo maravilhoso de potencia. Com a base interior vivificada, e isso costuma acontecer no meio das nossas maiores crises, entramos no caminho da autodescoberta. Buscamos algo perdido há muito tempo e pouco conhecemos sua linguagem. Mas é exatamente sobre isso que quero falar um pouco. O desconhecido irrompe em nós a todo momento e essa ruptura é uma abertura, uma passagem para o novo. Por não acontecer de forma convencional, nossa mente acostumada com roteiros insalubres deixa escapar a vida. Percebam, é um grande momento, um momento semente, cheio de potencial, de vida e nos traz uma mensagem. A resposta para a pergunta é que o caminho deve ser trilhado no desconhecido através da linguagem da alma. Sonhos, imaginação, símbolos, eventos sincrônicos, todos eles nos conduzem dentro do nosso labirinto interior com uma beleza estonteante de profunda significação. Não precisamos nos perder no caminho, basta seguir a semente da criatividade que brota na linguagem dos nossos sonhos, por exemplo, a todo momento. Não tenha medo, mesmo que profundamente adormecidos, despertamos sempre no momento certo para que nossa alma desabroche. O caminho da semente é o nosso caminho e o desconhecido se revela inexplicavelmente familiar. A busca finalmente termina, porque compreendemos que a jornada é Viver. Karina Paitach Psicóloga e Acupunturista Tel.: (16) 3021 7011 kpaitach@yahoo.com.br

Florestas, ah as florestas! uando você tiver uma oportunidade, tire um tempo para ver uma floresta. Não precisa nem ser uma floresta de grande porte, uma coisa grandiosa, enorme. Pode ser uma matinha, um capão de mata, um bosque, um recanto mais recuado de um parque. Mas, como dito acima, você precisa tirar um tempo se quiser ver a floresta de perto. Isto é, você vai ter que se dispor a parar um pouco, diminuir o ritmo normal de sua vida para poder sentir a floresta. Ao fazer isso, você vai perceber que lá predominam as árvores. Olhando mais atentamente, descobrirá que lá existe muito mais que árvores. Você verá que além delas próprias e de seus filhotes (ou seja, as plantas jovens), existem também arbustos, trepadeiras e ervas. As trepadeiras podem se enrolar como delicados cipós em arbustos ou, então, se apresentarem grossas, com caule retorcido que alcançam o topo das grandes árvores. Ervas de vários tamanhos podem recobrir o solo. Muita gente pisa nelas e nem nota. O chão da floresta é recoberto por galhos secos, cascas e muita folha caída. Estas folhas são o tapete por onde os animais transitam. Elas têm vida passageira e logo vão virar adubo para nutrir a própria floresta. É como se elas fossem uma espécie de despensa para a floresta. Todos esses elementos são parte integrante da floresta. Mesmo um olhar casual, vai lhe dar a certeza que na floresta não existe só planta. De imediato, você vai notar a presença de animais. Comece olhando os menores, aqueles que estão ali bem pertinho: pássaros voando por cima de sua cabeça ou pousando nos galhos. Depois, procure pelos insetos. Eles estão por toda parte, no ar, nas plantas, no chão. São grilos, formigas, lagartas, joaninhas, pulgões e muitos outros que seus olhos irão aos poucos revelar. Se cavar um pouquinho o chão, então, vai aparecer tanta coisa... Assim que você entrar na mata, deve notar uma mudança notável no ambiente. É que, dentro da mata a temperatura cai, tudo fica mais fresco e a umidade do ar aumenta. As folhas das plantas absorvem a luz do sol e com isso a temperatura local diminui, formando um micro clima. A transpiração das plantas e dos animais contribui para aumentar a umidade local. No entanto, a floresta é muito mais do que você pode ver e sentir. A floresta é como um organismo vivo, uma rede de interações em diversos níveis. Ela é, seguramente, muito maior que a soma de todas as suas partes. Uma maneira de perceber isso é conscientizar-se que toda floresta é um local de captação de água. Se a chuva cai num solo nu ou no asfalto, ela escorre em direção a um córrego ou bueiro, de lá, eventualmente, atinge o mar. Mas se ela cai em um local onde existem plantas, ela é absorvida por elas e pelo próprio solo, depois ela se infiltra, purificando- -se e vai formar os reservatórios subterrâneos que depois emergem como nascentes, brejos, banhados e nascedouros. A floresta coleta a água da chuva, armazena-a e depois a devolve, já purificada, límpida, pronta para o consumo de animais e humanos. Este é um dos muitos serviços ecológicos que a floresta nos presta. Tarciso Filgueiras Botânico, pesquisador e professor tfilg@uol.com.br Curso - Oficinas - Palestras - Workshops Ribeirão Preto - SP Junte-se a nossa Agenda de Profissionais!!! Não perca a oportunidade de comunicar seus cursos, oficinas, palestras e workshops. Curso de Florais de Bach Este curso tem como finalidade apresentar os 38 Florais de Bach e sua utilização e o Gestual das Plantas; ensinar sobre o uso do emergencial de Bach: Rescue; introduzir a estória dos florais e da Filosofia do Doutor Edward Bach; focalizar as emoções a partir dos Sete Grupos; trabalhar exercícios de caso, e as essências em situações do dia a dia; propiciar vivências pessoais com exercícios interativos e práticos; e, desenvolver habilidades para prática da consulta floral. Facilitadora: Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz, Educadora em Florais de Bach, Practitioner pela Edward Bach Foundation, DOULA, e terapeuta em Fisioquantic. Início em Março / 2014. Informações: (16) 3621 8407 / 99992 6596. Radiestesia Prática - Este curso tem como finalidade, ensinar e capacitar seus participantes num rápido desenvolvimento em suas habilidades radiestésicas o que os ajudará, entre outras coisas, a aplicá-las na manutenção do equilíbrio de sua própria saúde e de seus familiares, bem como equilibrar as relações entre o meio ambiente e a sua saúde, através da análise de sua residência e/ou local de trabalho. O curso é 100% prático. Cada explicação é seguida de exercício prático. Conteúdo - Programação do sistema radiestésico / Radiestesia e Teleradiestesia / Geobiologia. Informações: (16) 3621 9225 / 99992 3408. Treinamento em Psicofilosofia Huna Conjunto de práticas simples e profundamente transformadoras, abrindo e ampliando o nosso universo interior. É um sistema de manipulação energética. A tradição Huna do Havaí é uma tradição xamânica com raízes muito mais profundas do que as Ilhas do Pacífico. É uma janela para uma sabedoria muito mais antiga - a que flui por baixo de todas as tradições xamânicas e espirituais, com grande aplicação prática no dia-a-dia. A tradição Huna oferece uma perspectiva rara dessa fonte e um vislumbre das antigas tradições orais que já existem desde o início da humanidade. Encontros semanais. Início: agosto de 2014. Informações: (16) 3621 9225 / 99992 3408. Nota aos nossos leitores O Jornal Vida Animal, bem como sua diagramação, revisão das matérias e anúncios são de inteira responsabilidade da Vetplan e da Opção Comunicação. Qualquer informação e/ou dúvida quanto ao conteúdo deve ser solicitada junto a eles. Direção - José Roberto Ruiz - MTb 36.952 - jrruiz@alumiar.com / Redatora - Mariza Helena R. Facci Ruiz - marizahrfruiz@alumiar.com WebDesign - Francisco Guilherme R. Ruiz - francisco_ruiz@alumiar.com. Alumiar é uma publicação bimestral da JRRUIZ Comunicação - ME Endereço para correspondência: Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - Ribeirão Preto - SP / 14021-520 / Tels.: (16) 3621 9225 / 99992 3408 Site: / e-mail: falecom@alumiar.com. Distribuição dirigida e gratuita. As ideas emitidas em artigos, matérias ou anúncios publicitários, são responsabilidades de seus autores e, não são expressão oficial deste veículo de comunicação, salvo indicação explícita neste sentido. É expressamente proibida a reprodução parcial ou total desta publicação sem a prévia autorização. 2

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Elstara Esperantisto Paroli pri riĉeco, malriĉeco kaj deziroj Ni devas konigi al la popolo multajn bazajn sciojn pere de niaj kulturaĵoj. Ekz: Konstrui domon estas nur por loĝi, sed ne por akcii. Se konstruita domo restas neloĝata do ĝi ne apartenus al domo. Ni devas memorigi, ke la nombro de homoj mortitaj pro varmeco antaŭ ol inventi klimatizilon ne estis pli granda ol nun, kaj ankaŭ miopuloj antaŭ ol inventi elektran lampon estis eĉ pli terure malmultaj ol nun. Kaj la postlabora tempo antaŭ ol inventi televidilon estis ankaŭ pli riĉa ol nun, kaj post inventita reto, oni ne havas pli multe da informoj en sia cerbo, kaj stultuloj antaŭ ol inventi reton estis eĉ pli malmultaj ol nun. Pere de niaj kulturaĵoj ni sciigas al la popolo, ke rapidigi trafikilojn seninteresas veturistojn, kaj faciligi komunikilojn perdigas al homoj interesojn pri korespondado, kaj multigi manĝojn sengustigas manĝantojn, kaj facile akiri seksumadon perdigas al homoj lertecon en amado. Pere de niaj kulturaĵoj ni konigas al la popolo, ke ne necesas fulmrapide disvolviĝi, ke ne necesas rapidigi la kreskadon de bestoj kaj plantoj, ĉar la bestoj kaj plantoj rapide kreskigantaj fariĝas ne nur malbongustaj sed ankaŭ nenutroriĉaj kaj plie enhavas hormonon kaj venenon. Pere de niaj kulturaĵoj ni konigas al la popolo, ke en la malsana disvolviĝo stimulita de kapitalo, avereco kaj potenco oni perdas multajn amuzaĵojn pri sia vivo kaj estas plenaj de riskoj. Pere de niaj kulturaĵoj ni konigas al la popolo, ke nature kaj rapidete disvolvigi nian socion estas doni duonan ŝancon al niaj estontaj generacioj. Kvankam gxi estas teksteto, tamen kun profunda filozofieco kaj pensiginda, precipe por pli-ol-mezaĝuloj cerbumiginda, Ja obus estis tiel ĉiopova, ke li kapablis altigi prezon de unu pomo je 4-5 000 yuanoj, tamen nenion li povis fari renkontante malsanonj, ia obus jam forpasis, do singardu: Ne senĉese laboru. Lacigi sin malsana estas. Speciale stulte! Ne forgesu ke la korpo estas la plej grava. Sen saneco oni ne povas ĝui nian interesan vivon. Speciala perdo! Ne kredu ke kuracisto estas nia savanto. Tamen, nur ni mem povas savi nin. Speciala pravo! Ne pensu ke oferon sekvis rekompenco. Nur post dediĉado venos bonan rezulton. Speciala ĝusteco! Ne ignoru viajn renkontantojn. Bonan amikon malfacile oni trovas, vi scios nur post via maljuniĝo. Speciala bedaŭro! Sinzorge faru laboron! Malrapide gustumu la vivon! Ĝoje pasigu niajn ĉiun tagojn! Kelkajn jarojn antaŭe, mi parolis kun mia samklasano, tiam lia edzino ĵus forpasis. Li diris al mi ke li trovis silkan koltukon ordigante la restaĵojn de sia edzino, kaj la koltuko estis aĉetita dum ilia vojaĝo en Nov- -Jorko. Ĝi estis koltuko ja eleganta kaj bela, kompreneble kun alta prezo kaj la mondfama marko ankaŭ restis sur ĝi, ĉar lia edzino neniam portis ĝin, ŝi volis atendi specialan tagon. Tion dirinte li fariĝis senvorta, kaj ankaŭ mi per nenio povis konsoli lin. Post iom da silento li daŭris sian paroladon. Ne atendu specialan tagon por uzi bonan aĵon. Fakte ĉiu tago dum nia vivo estas speciala. Memorante la paroladon de mia samklasano, mi forlasas mian laboron de tempo al tempo por foliumi romanon, aŭ aŭskuti muzikojn, aŭ ripozi sur la sofo kaj mi volas ĝui mian propran tempon. Mi spektas pejzaĝon de rivero trans la fenestro, ignorante la polvo sur vitro. Mi manĝas kun miaj familianoj en restoracio, forlasante la hejmajn manĝojn. Vivo necesas konsisti el nia ĝuado, tamen ne el nia suferado. La paroladon de mia samklasano mi rakontis al iu sinjorino. Poste, refoje renkontante min, ŝi rakontis ke ŝi ne volis restigi belajn porcelanojn ĉiam en la ŝranko, kaj antaŭe ankaŭ ŝi volis elekti specialan tagon por uzi ilin, tamen speciala tago neniam venos. En ŝia cerbo estonteco, speciala tago ne troveblas plu. Se afero troviĝas ĝojinda aŭ fiera, ŝi volas tuj aŭdi kaj vidi. Ni ofte volas renkontiĝi kun malnovaj amikoj, tamen diras al ni mem serĉu ŝancon. Ni ofte volas brakumi kreskintan knabon, sed ĉiam ni atendas taŭgan tempon. Ni ofte deziras skribi leteron al nia karulo por esprimi varman amon, aŭ por sciigi lin ke ni admiras lin, sed ĉiam diras al ni mem atendu. Fakte, ekmalferminte niajn okulojn je vekiĝo, ni devas diri al ni mem ke hodiaŭ estas speciala tago. Ĉiutago, ĉiu minuto estas ore kara por ni. Oni diras: vi devas ĝui vian dancadon tute ignorante ĉiujn. Kaj vi? Ĉu por vi la unua afero estas dividi tiun ideon kun bonaj amikoj? Fininte la legadon de la teksto, vi povas tuj leviĝi ĉu por purigi tablon, ĉu por lavi pladojn, aŭ meti ĵurnalon flanken por fari momentan meditadon kun fermiĝantaj okuloj, aŭ kopii ĝin por adresi al viaj geamikoj. Per tiu artikolo mi deziras ke ĉiu, plene, ĝuu ĉiun tagon! Verkita de Mo Yan Gajninto de Nobelo pri Literaturo dum la jaro 2012 Paula Cristina Medve paula.medve@gmail.com Lia nomo ne estas bone konata, de Esperantistoj mem. Ni povas pripensi, ke unu el la motivoj de la nescio estas lia frua forpaso. Carlo Bourlet mortis en la franca urbo Annecy, en la aĝo kvardek sep. La jaro estis 1913, kiam li strebe laboris pro la 10an Universalan Kongreson (1914), antaŭzorgita por okazi en Parizo, lia naskiĝurbo. Carlo Bourlet estis profesoro pri matematiko. Kiel matematikisto, li interesiĝis pri aerodinamiko, kredeble per la rilato kun Ernest Archdeacon, mecenato de la tiam komencanta aviado. Bourlet havis la ŝancon kunvivi kun gravaj Esperantistoj, nome Edmond Privat, Antoni Grabowski, Rollet de l Iale, k.c. Samtempe oni perdis la samideanoj William T. Stead per la ŝipdrono de la Titanic en 1912, la leŭtenanto Mannevy, glore dum batalo en Maroko, Sro. Soong... estas kruele mortigita... (de) liaj malprogresemaj samlandonoj... el Ŝanhajo. Nia sindonema franca Esperantisto fondis La Revuo, en kiu li verkis artikolojn sub la rubrikon Babilado. Tiuj artikoloj enhavas la momentojn kaj de ĝojo kaj de malfacileco en la komenca divastigado de la Internacia Lingvo. La Babiladoj fariĝis dokumento. La laboro kaj batalo de Carlo Bourlet restas kiel afero por neniam forgesiĝi. Malgraŭ havinte 3.739 aliĝintojn, la Deka Kongreso ne okazis, pro la eksplodo de la unua mondmilito. La neatendita forpaso de Carlo Bourlet ŝancelis la movadon. La Majstro Zamenhof mem diskursis sur lia tombo. Fonto: Monumento de Carlo Bourlet, kompilita de Ismael Gomes Braga, FEB, 1987. Celso Fonseca Jr. Esperanto Seu iniciador, o médico judeu Ludwik Lejzer Zamenhof, publicou a versão inicial do idioma em 1887, com a intenção de criar uma língua de mais fácil aprendizagem, que servisse como língua franca internacional, para toda a população mundial (e não, como muitos supõem, para substituir todas as línguas existentes). Ao contrário da maioria das outras línguas planejadas, o esperanto saiu dos níveis de projeto (publicação de instruções) e semilíngua (uso em algumas poucas esferas da vida social) e, dentre estas é a mais falada no mundo. É empregado em viagens, correspondência, intercâmbio cultural, convenções, literatura, ensino de línguas, televisão e transmissões de rádio. O esperanto é uma língua aglutinante, sem gêneros gramaticais para entidades assexuadas, sem conjugação de verbos variáveis por pessoa ou número e com três modos indicativo, imperativo e subjuntivo, além das formas nominais do verbo e seis particípios; tem apenas dois casos morfológicos: o acusativo e o nominativo. Como uma língua construída, o esperanto não é relacionado genealogicamente a nenhuma língua étnica; pode ser descrito como uma língua de léxico predominantemente românico e de morfologia aglutinante. A fonologia, a gramática, o vocabulário e a semântica são baseados em línguas indo-europeias ocidentais. A relação entre grafemas e fonemas é biunívoca (uma letra para cada som e um som para cada letra) e a morfologia é extremamente regular e fácil de aprender. Tipologicamente, a ordem sintática padrão do esperanto é sujeito- -verbo-objeto e adjetivo-substantivo. Novas palavras podem ser formadas a partir de processos de construção com morfemas já existentes na língua, ou podem ser introduzidas como neologismos. O esperanto tem cinco vogais e 23 consoantes, das quais duas são semivogais. Não há tons. A sílaba tônica é sempre a penúltima (paroxítona). Atualmente, com o auxílio da internet, podemos visualizar e usufruir os vários sites sobre e em esperanto. Para os que desejam aprender a língua, recomendamos o portal Lernu http://pt.lernu.net/ - lernu! que é um portal multilíngue cujo objetivo é ajudar os internautas a informar-se e aprender a língua internacional Esperanto de uma maneira fácil e gratuita. O Esperanto é uma língua viva muito útil para uma comunicação fácil. 7

O mundo aos meus olhos Desde que venci a cegueira da mente, aprendi a olhar o corpo da natureza com mais intimidade. Os atributos do universo me seduzem e, na alegria que me transmuta, passo a venerá-los. Olho e reparo. É sob a pele da paisagem que se encontra o milagre da transfiguração. Quando me aposso desse encantamento, fujo do cotidiano e experimento, ainda que momentaneamente, uma felicidade divina. Sem pressa, degusto o alimento que satisfaz a minha alma, aguço a visão, a mente e faço a leitura das conotações. Deixo que o arrebatamento me conduza e alcanço o inatingível aos olhos que passam pelo mundo sem ver, sem compartilhar, sem nada exigir. Tudo tem uma função especial. Não me canso de buscar, aprofundar, vasculhar o que está oculto. É assim que enxergo o avesso das coisas reveladas a quem se dedica ao exercício de olhar com clareza, sem distorcer as imagens que se recriam conforme o jeito de ver e amar. Porque sou assim, cheia de arrebatamentos, dizem que sou taciturna. No entanto, se ser taciturna é ser silenciosa, introspectiva, o silêncio e a introspecção fazem bem aos meus olhos, sempre prontos a esse exercício. Prova disso é que em um setembro, ainda não muito longe, parei diante de um ipê amarelo para apreciar as flores. Foi quando o devaneio se apossou de mim. Virei colibri, virei borboleta, virei abelha para sugar todo o néctar daquele manjar que a deusa Cibele preparara. Inebriada por tanto prazer, fiquei ali, estática, pensativa, a venerar o dourado cenário. Em tudo se manifestava a presença de Deus. As flores se desprendiam dos galhos e tocavam o meu rosto com dedos de veludo. Era uma carícia etérea, etéreo era aquele momento. Que mais bela experiência mística um ser humano poderia desejar? Eu e o ipê florido em silencioso idílio. Não durou muito tempo o meu êxtase. Uma senhora alta, com jeito de desportista, veio chegando de mansinho, tocou o meu braço e disse-me: Que pena! Pelo seu jeito pensativo, você também está triste com tanta sujeira. A culpa disso são essas árvores. Ainda bem que logo a florada acaba e as calçadas serão libertas para uma caminhada prazerosa, sem o risco de escorregar nas flores. Fiquei sem resposta diante daquela miopia prática, trivial que tirou do foco meus sentimentos e minhas divagações. Eram os sonhos de Dom Quixote na visão de Sancho Pança, era meu idílio adulterado por uma alma ainda não iniciada à leitura da paisagem. Existem pessoas assim, que presas a um sono letárgico, não tentam reagir. Enxergam o universo com uma visão rudimentar, ao passo que os visionários podem participar do seu harmonioso conjunto. Não creio que exista quem não goste do belo. Há quem não o observa, passa sem perceber as mensagens escondidas entre a plumagem da natureza exuberante que precisa ser vista e interpretada. É lamentável, nem todo o ser humano está preparado para usufruir desse místico prazer. É preciso saber ler o mundo, renovar a vida, aclarar horizontes, renascer. E quem assim renasce passa a enxergar sem o obstáculo das escamas que cegaram a mente do apóstolo Paulo. Na intimidade das consciências abertas, o homem adquire senso crítico e a história se refaz. A natureza e a sociedade só serão transformadas diante de quem possui astúcia para levantar o veu da mediocridade e enxergar dentro de si tudo o que poderá vir a ser, sem medo de participar, partilhar e exigir. E, nesse contexto, abrem-se as janelas da cosmovisão. Por essas e por tantas outras coisas, prefiro ser taciturna, introspectiva, olhar à minha volta com os olhos da alma para desfrutar dessa inefável felicidade, negada aos olhos que enxergam o mundo, sem dele participar. Que sejam abertas todas as mentes e FAÇA-SE LUZ Rita Mourão rita-mou-rao@hotmail.com Dia a dia, é comum nos depararmos com perguntas sobre a morte e o que há após ela. O que acontece quando a gente morre? Para onde vai a nossa alma? Existe algum tipo de vida após essa? Muito provavelmente, só conseguimos encontrar as respostas através da fé. Cada religião do mundo tem algo belo e profundo a dizer a respeito desse tema. Algumas religiões, inclusive, pautam toda a sua doutrina em cima da morte. Isso acontece por que, independente do que cada pessoa crê, a dúvida e o temor estão instalados em todos nós. Cabe, portanto, ao campo espiritual, qualquer que seja, buscar e trazer conforto. Todavia, existe outro tipo de pergunta que aflige os vivos e os sobreviventes. São questionamentos sobre a própria vida e que parecem passar despercebidos das rodas de conversas, das discussões religiosas e dos pensamentos diários. São perguntas que nos pegam no silêncio e na solidão. Por que as pessoas que amamos morrem? Por que dói tanto? Como consigo viver depois da perda? Dessa vez, as respostas não estão prontas em textos sagrados ou ensinamentos antigos, infelizmente. Isso se deve, única e exclusivamente, porque estamos falando de sofrimento. E o sofrimento, sempre, é pessoal. Sofrer pela falta, sentir saudades, enlutar-se diz respeito apenas a quem perdeu e a quem foi perdido. Essa é uma relação tão única, tão intensa e particular que resta apenas ao enlutado descobrir em si mesmo um caminho pelo qual ele pode seguir adiante. Mas é importante lembrar, para nós que ficamos, que seguir adiante não significa esquecer. Muito pelo contrário! Viver depois de uma perda tão devastadora significa recordar. O luto é o preço por ter amado. Quando falamos de perda e saudade, no fundo estamos falando de algo muito maior: o amor. Talvez, a melhor porta pela qual devemos Sobre amor, perda e memória seguir adiante os nossos caminhos, é lembrarmos sempre que amamos. Sofremos por que amamos. E nunca deixamos de sofrer. A dor sempre nos acompanhou, é um recurso natural para indicar quando algo não está confortável. O frio nos traz dor, uma má postura dentro do carro também, isso só para citar alguns exemplos. Percebe-se, contudo, que a maior fonte de sofrimento hoje em dia é viver em um mundo onde remédios e aparelhos prolongam a vida, onde redes virtuais permitem um alcance antes impensável e onde, especialmente, cuidar do corpo e da felicidade é propaganda de sucesso. Dentro desse contexto, sofrer ficou em segundo plano. Não há mais espaço para falar sobre o fim de um namoro, ou sobre o emprego perdido, ou mesmo sobre um membro amputado. Coube aos enlutados sofrer em silêncio e solidão. Mas a verdade é que a dor da falta nunca é em vão, nunca é uma vergonha ou fraqueza. Ela é memória, é amor. Seja o amor por um companheiro quadrúpede e peludo que sempre lhe demonstrou gratidão, seja o amor por um familiar com o qual você aprendeu a viver ao longo de sua vida. O amor é o começo de todas as nossas relações, nascemos de um ato de amor. Da mesma forma, é amor que encontramos escorrendo de nossos olhos durante as despedidas. Portanto, se não há uma resposta para a razão de precisarmos passar por tanto sofrimento, ao menos temos uma resposta do motivo por trás desse sofrimento: porque valeu a pena! Agora, quanto ao porquê de ter valido a pena, só você pode me responder. Eliandro A. S. Santos Psicólogo e Psicoterapeuta especializado em Luto