Patrick Antonio Rosa O Deus das Escrituras
FICHA TÉCNICA Autor Patrick Antonio Rosa Título O Deus das Escrituras Capa Patrick Antonio Rosa Revisão e diagramação Patrick Antonio Rosa CDD 212 Natureza de Deus Impressão e acabamento Perse, portal de publicação e comercialização de livros para autores independentes www.perse.com.br Edição 2ª edição, abril de 2014 Todos os direitos reservados ao autor desta edição. Proibida a reprodução total ou parcial sem a devida autorização por escrito, salvo breves citações com referência da fonte. Os infratores serão processados na forma da lei. Contatos pastorpatrick@hotmail.com.br www.pastorpatrick.comunidades.net
ÍNDICE Introdução... 05 Capítulo 1 O Deus das Escrituras é Soberano... 09 Capítulo 2 O Deus das Escrituras é Onisciente...15 Capítulo 3 O Deus das Escrituras é Onissapiente... 24 Capítulo 4 O Deus das Escrituras é Onipotente... 30 Capítulo 5 O Deus das Escrituras é Impassível... 47 Capítulo 6 O Deus das Escrituras é Imenso e Onipresente... 52 Capítulo 7 O Deus das Escrituras é Bom, é Amor... 60 Capítulo 8 O Deus das Escrituras é Santo... 64 Capítulo 9 O Deus das Escrituras é Justo... 70
Capítulo 10 O Deus das Escrituras é um Deus que se Ira... 78 Capítulo 11 O Deus das Escrituras é Misericordioso... 83 Capítulo 12 O Deus das Escrituras é gracioso... 90 Capítulo 13 O Deus das Escrituras é Longânimo... 96 Capítulo 14 O Deus das Escrituras é Imutável... 102 Capítulo 15 O Deus das Escrituras é Verdadeiro... 114 Capítulo 16 O Deus das Escrituras é Vida... 119 Capítulo 17 O Deus das Escrituras é Eterno... 124 Capítulo 18 O Deus das Escrituras é Majestoso... 130
5 Introdução bem verdade que a divergência proveniente da Ésubjetividade sempre fez parte da história da humanidade. Na história cristã não é diferente. Desde os primeiros séculos, o cristianismo tem encontrado certas dificuldades na unidade de pensamento no que tange à interpretação da Bíblia Sagrada. Discussões sobre determinados assuntos sempre foram comuns no desenvolvimento histórico da igreja, no que resultou em pelo menos duas principais divisões e várias subdivisões. A primeira divisão entre a igreja ocidental (Católica Romana), e a igreja oriental (Ortodoxa Oriental). A segunda divisão da igreja ocidental (Católica Romana) dando origem a um novo seguimento cristão intitulado de protestantismo, motivado pela conhecida reforma promovida por Lutero, Zwinglio e Calvino. A partir de então os pensamentos foram subdividindo-se cada vez mais, correntes teológicas foram postuladas; calvinistas, calvinistas moderados, ultra-calvinistas, arminianos, pelagianos, semipelagianos e etc. Enfim, essa diversidade teológica chegou ao século XXI, e o pior, com
6 O Deus das Escrituras muitas mutações no decorrer dos mais de dois mil anos de história cristã. Mas o que isso nos interessa? Bom, a importância está relacionada ao que diz respeito ao emprego da palavrinha teologia, pois grosso modo refere-se ao estudo do Deus revelado nas escrituras sagradas. Assim tal assunto nos interessa e muito, porque quando falamos de interpretações teológicas, estamos nos referindo a como compreender a Bíblia, que por sua vez remete à forma de como Deus se revela nela, o que vai nos dizer quem de fato é esse Deus. Isso faz toda a diferença, pois como podemos crer, adorar, e servir um Deus que não conhecemos, ou que não temos uma visão correta acerca d Ele? É necessário se ter mais do que algum conhecimento sobre esse Deus, mas sim conhecê-lo tal como Ele se revelou nas escrituras, pois é exigido que seus adoradores o adorem em Espírito e verdade, mas como adorar a um Deus desconhecido? O pior de tudo, é que muitas pessoas em todos os tempos, e muito mais na atualidade tem adorado a um Deus amplamente incógnito, desconhecido. Tais pessoas pela ausência de um conhecimento bíblico ficam a mercê da diversidade de apresentações subjetivas do suposto Deus da Bíblia. Isso é muito preocupante, pois como observou A. W. Tozer: Não há nada que distorça e deforme mais a alma do que um conceito baixo ou indigno de Deus ¹. Desta forma uma multidão tem se convertido ao deus imaginário dos pregadores triunfalistas da chamada pósmodernidade, ou elaboram seus próprios deuses segundo os
Introdução 7 próprios corações, (Ez 14). No entanto, numa geração marcada pelo relativismo, pela teologia do processo, isso não é de se admirar. A hermenêutica a ser usada não é pautada nos recursos histórico-gramaticais, pois esta conduzirá ao Deus das escrituras, o Deus único e verdadeiro. Mas quem é que quer saber do Deus das escrituras quando se pode moldar um Deus segundo as próprias aspirações? O recurso hermenêutico utilizado agora é o da interpretação pessoal, pois afinal de contas, Deus não tem que ser quem Ele é, mas sim quem eu quero que Ele seja! Desta forma, a cada dia aumenta ainda mais o número de fábricas de ídolos, o coração do homem! Tenho pensado muito sobre o assunto, e este tem me deixado preocupado, pois muitas pessoas que se livraram de suas imagens de escultura, a cada dia dão uma nova forma ao ídolo do seu coração, e pior, acreditando serem verdadeiros cristãos! Pensando nisso, me dispus a escrever essa singela obra, que tem como objetivo apresentar o único e verdadeiro Deus, o que Era, o que É, e que há de vir, da forma como lhe aprouve se revelar na Sua palavra a nós pecadores, pois não há outro meio infalível de Sua revelação a não ser a Bíblia Sagrada. Meu intuito em produzir esta literatura é levar aos queridos leitores a se posicionarem como o reformador João Calvino:
8 O Deus das Escrituras [...] A mente piedosa não sonha para si um Deus qualquer; ao contrário, contempla somente o Deus único e verdadeiro; nem lhe atribui coisa alguma que lhe ocorra à imaginação, mas se contenta com tê-lo tal qual Ele mesmo se manifesta, e com a máxima diligência sempre se acautela, para que não venha, mercê de ousada temeridade, a vaguear sem rumo, indo além dos limites de Sua vontade ². No desenvolver desta obra, pretendo manter-me fiel a uma das cinco solas sustentadas na reforma (não só a ela, mas principalmente a ela), sola scriptura - só as escrituras. Meu sincero desejo é honrar, servir e adorar a este Deus que se revelou a nós por meio de Sua infalível Palavra, e conduzir aos amados leitores a se prostrarem diante d Aquele que vive e reina para todo o sempre. A Ele seja dada toda a glória! Soli Deo Gloria! ¹ A. W. Tozer, citado por Wiersbe, Warren W., Comentário Bíblico Expositivo, vol. V, pág. 329, Geográfica, 1ª edição, 6ª reimpressão, Santo André, SP, Brasil, 2012. ² Calvino, João, As institutas da Religião Cristã, vol. I, Capítulo II pág. 51, documento em PDF.
Capítulo 1 O Deus das Escrituras é Soberano [...] o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade. (Isaías 46.10) O Senhor desfaz o conselho das nações; quebranta os intentos dos povos. O Conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do Seu coração, de geração em geração. (Salmos 33.10,11)
10 O Deus das Escrituras Começamos por um dos atributos de Deus mais esquecido, mal entendido, e até mesmo negado da atualidade. Portanto é sumamente importante definirmos esse atributo antes mesmo de discorrermos sobre ele. De acordo com Louis Berkhof, a Soberania de Deus está relacionada não somente à Sua vontade, mas também à Sua onipotência¹. No entanto, soberania e onipotência podem e devem ser diferenciadas. A soberania, fala da livre agencia de Deus, onde Ele não pode ser influenciado por nenhum fator alheio, nem um ser, nenhuma criatura, mas apenas é guiado pela Sua própria vontade, de forma única e exclusiva. Já a onipotência, aponta para o poder absoluto de Deus que o permite efetuar todo o Seu querer. No entanto o querer sem o poder não passaria de um sonho, mas o querer associado ao poder torna-se realidade! Deste modo, a soberania só é soberania porque a onipotência lhe permite executar. O Dr. Norman Geisler, define a soberania de Deus como sendo o Seu governo absoluto sobre toda a criação, Seu direito de controlar como lhe apraz todas as coisas², (Isaías 55.11).