PERFIL FÍSICO-QUÍMICO, MACROSCÓPICO, MICROSCÓPICO E DE ROTULAGEM DAS AMOSTRAS DE SAL PRODUZIDAS NO RIO GRANDE DO NORTE

Documentos relacionados
DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DE QUALIDADE DO SAL DE COZINHA CONSUMIDO NA CIDADE DE ZÉ DOCA-MA

Qualidade de produtos alimentícios do comércio atacadista segundo a RDC Nº 14/2014

ANÁLISES MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS DAS MATÉRIAS ESTRANHAS PRESENTES EM ALIMENTOS ENCAMINHADOS AO LACEN/RN NO ANO DE 2015 E 1º SEMESTRE DE 2016

DETERMINAÇÃO DE MATÉRIAS ESTRANHAS EM FARINHAS DE MANDIOCA COMERCIALIZADAS EM BELÉM-PA

ANÁLISE DA ROTULAGEM NUTRICIONAL DE ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE UBERLÂNDIA MG

revoga: Portaria nº 379, de 26 de abril de 1999 RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 266, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.

Republicada no D.O.U de 10 de julho de 2003.

ANEXO IV REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PRESUNTO TIPO SERRANO

CARNE BOVINA SALGADA CURADA DESSECADA OU JERKED BEEF

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE ALMÔNDEGA

Propuestas y Avances del Etiquetado Frontal en Brasil

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE CARNE BOVINA SALGADA CURADA DESSECADA OU JERKED BEEF

Ministério da Saúde - MS Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. (Publicada em DOU nº 40-E, de 25 de fevereiro de 2000)

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE APRESUNTADO

mhtml:file://f:\isa\in Aves Temperadas.mht

MARCOS AP. PRODOSSIMO

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 277, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.

ESTUDO COMPARATIVO DA PRESENÇA DE MATÉRIAS ESTRANHAS EM ALIMENTOS E SEUS LIMITES SEGUNDO A RDC Nº14/2014 ANVISA

ANÁLISE DO TEOR DE SÓDIO E IODO PRESENTE NO SAL DE COZINHA COMERCIALIZADO NA CIDADE DE APUCARANA E REGIÃO

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE KIBE

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 272, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PRESUNTO TIPO PARMA.

AVALIAÇÃO DE RÓTULOS DE DIFERENTES MARCAS DE LEITE EM PÓ INTEGRAL COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE GARANHUNS - PE. Apresentação: Pôster

ANEXO III REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE EMPANADOS

Elaboração para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos. Brasília: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1997.

AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM DE QUEIJO COALHO COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE GARANHUNS-PE

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PRESUNTO

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO SALAME TIPO MILANO

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 270, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 83, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2003.

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PATÊ.

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE COPA.

Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 3 de 25/01/2015. Acesse a publicação na íntegra

AVALIAÇÃO DE RÓTULOS DE CREMES DE LEITE COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE GARANUNS - PE. Apresentação: Pôster

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE SALAME

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 26, DE 12 DE JUNHO DE 2007 (*)

ANEXO I REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PALETA COZIDA

Tópicos Especiais em Química. Legislações e Normas. Giselle Nobre

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE FIAMBRE

I Simpósio de Rotulagem de Alimentos CRQ-IV. Fiscalização e Monitoramento de Alimentos

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE LOMBO

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 271, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE BACON E BARRIGA DEFUMADA

AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM DE LEITE EM PÓ INTEGRAL COMERCIALIZADO EM MACEIÓ AL

ANÁLISE DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF): APLICAÇÃO DE UM CHECK-LIST EM DOIS FRIGORÍFICOS NO MUNICÍPIO DE SALGUEIRO-PE.

LEITE EM PÓ INTEGRAL

PARÂMETROS DE QUALIDADE DA POLPA DE LARANJA

ROTULAGEM NUTRICIONAL DO QUEIJO DE COALHO DE COMERCIALIZADO NO ESTADO DE PERNAMBUCO. Apresentação: Pôster

Flávio Ricardo C. Silveira

ANEXO REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE NATA

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO

Legislação em Vigilância Sanitária

publicação: D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 23 de setembro de 2005

CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE CACHORROS QUENTES AMBULANTES DO MUNICÍPIO DE APUCARANA- PR

D E C R E T A: Art. 2.º Revogam-se as disposições em contrário. Art. 3.º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ RONALDO LUIS ZEFERINO

DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE UMIDADE E CINZAS DE PEIXE SALGADO-SECO COMERCIALIZADO NA ZONA OESTE DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO RJ

adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:

Industria Legal e Segurança Alimentar. DIVISA Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado da Bahia

Art. 2 Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE PALETA COZIDA

Introdução. Graduando do Curso de Nutrição FACISA/UNIVIÇOSA. 3

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM ESTABELECIMENTOS DE ALIMENTAÇÃO DA CIDADE DE DOURADOS-MS

RESOLUÇÃO-RDC No- 59, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2009

curados e introdução à formulações

1. DESCRIÇÃO DO PRODUTO Molho emulsionado, óleo em água, com polpa de tomate, páprica e especiarias.

1. DESCRIÇÃO DO PRODUTO Molho em forma de emulsão, à base de queijo e especiarias, utilizados para preparar e ou agregar sabor ou aroma às saladas.

PRÓMIX 300g SABOR LIMÃO Refresco em pó

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 23, DE 30 DE AGOSTO DE 2012

III Reunião Ordinária da Comissão Interinstitucional para o Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo

Anexo I Especificação de carne completa

Consulta pública para revisão do teor de iodo no sal

RESOLUÇÃO N 26, DE 02 DE JULHO DE 2015

AVALIAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO DE TABELAS NUTRICIONAIS COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

atos relacionados: Lei nº 6437, de 20 de agosto de 1977 revoga: Resolução RDC nº 15, de 21 de fevereiro de 2000

Prêmio Jovem Cientista

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº. 274, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005.

Pesquisa em Andamento

Curso de rotulagem geral de alimentos embalados. -5ºmódulo-

AVALICAÇÃO DAS CONDICÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS EM ESTABELECIMENTOS COMERCIALIZADORES DE VEGETAIS NA CIDADE DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

ANEXO III REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE LINGÜIÇA

INSTRUÇÃO NORMATIVA MAPA Nº 30, DE

TOMATE PROCESSADO X PELOS DE ROEDORES

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE SORO DE LEITE 1. Alcance

AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM DE BEBIDAS A BASE DE UVA COMERCIALIZADOS EM IMPERATRIZ-MA

APLICAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO COMO REQUISITO DE SEGURANÇA ALIMENTAR EM UM SUPERMERCADO, NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA 1

ATA DE REUNIÃO DA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÕES

RESOLUÇÃO - RDC Nº 359, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA COORDENAÇÃO-GERAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DE MESAS DE MANIPULAÇÃO DE FRUTAS E HORTALIÇAS DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DO IFMG CAMPUS BAMBUÍ RESUMO

Avaliação da conformidade em rotulagens de queijos de coalho comercializados em estabelecimento varejista no mercado de Maceió-AL

Palavras-chave: Salmonella spp.; quantificação; carcaça de frango; dizeres de rotulagem.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. CONSULTA PÚBLICA Nº 541, DE 17 DE JULHO DE 2018 D.O.U de 18/7/2018

Ana Lúcia de Freitas Saccol, Lize Stangarlin, Luisa Helena Hecktheuer, Neila Richards

CINÉTICA DA DEGRADAÇÃO DO ÓLEO DA AMÊNDOA DA CASTANHA DE CAJU (Anacardium occidentale L.) PELA AÇÃO DA TEMPERATURA

ROTULAGEM NUTRICIONAL. Nutricionista Geisa L. A. de Siqueira

Transcrição:

PERFIL FÍSICO-QUÍMICO, MACROSCÓPICO, MICROSCÓPICO E DE ROTULAGEM DAS AMOSTRAS DE SAL PRODUZIDAS NO RIO GRANDE DO NORTE C.M.M. Maia 1, V.M.F. Costa 1, I.S. Araújo 1, M.C. Santana 1, E.E.N.F. Silva 1, J.A. Lima 1, K.T.C. Carvalho 1, V. L.B. Almeida 1 1-Departamento de Análises de Produtos e Ambiente (DAPA) Laboratório Central Dr. Almino Fernandes (LACEN/RN) CEP: 59.037-170 Natal RN Brasil, Telefone: 31 (84) 3232-6209 Fax: 31(84) 3232-6209 e-mail: (produtoslacen@yahoo.com.br) RESUMO Devido a grande importância do sal na alimentação e como principal fonte de iodo, é essencial um monitoramento constante da qualidade do produto, no que diz respeito à adequação aos critérios da legislação atual, cabendo ao produtor e à autoridade sanitária o controle das boas práticas de higiene na fabricação do sal destinado ao consumo. Dessa forma, este trabalho avaliou a qualidade de 377 amostras de sal comercializadas no estado do Rio Grande do Norte, do 2º semestre de 2015 ao 1º semestre de 2016, quanto aos aspectos físico-químicos, macroscópicos, microscópicos e de rotulagem. PALAVRAS-CHAVE: sal; matérias estranhas; iodo; boas práticas. ABSTRACT Due to the great importance of salt in food and as the main source of iodine, it is essential to constantly monitor the quality of the product, with regard to the suitability criteria of the current legislation, being the producer and the health authority control of good practices hygiene in the manufacture of the salt for consumption. Thus, this study evaluated the quality of 377 samples of salt sold in the state of Rio Grande do Norte, the 2nd half 2015 to 1st half of 2016 as the physicochemical aspects, macroscopic, microscopic and labeling. KEYWORDS: salt; extraneous matters; iodine; good habits. 1. INTRODUÇÃO O Rio Grande do Norte possui condicionantes naturais e socioeconômicos que lhe conferem maior produtividade em relação às demais áreas produtoras, respondendo por mais de 90% da produção nacional (Diniz, 2013). Do ponto de vista natural, destacam-se seu recorte litorâneo, sua morfologia extremamente plana, fatores climáticos como a intensa insolação e ação dos ventos que contribuem para evaporação e a impermeabilidade do solo (ANVISA, 2004). O sal possui um papel fundamental na saúde humana, por ser utilizado na conservação, preparo e industrialização dos alimentos (Silva et al., 2010). Também por ser ingerido regularmente em pequenas quantidades, é o responsável pela presença do iodo na alimentação, uma vez que, dentre seus constituintes como o cloreto de sódio (NaCl), ferrocianeto de sódio e alumínio silicato de sódio (antiumectantes), encontra-se, o iodato de potássio (KIO3), o qual é essencial na produção dos hormônios da tireoide (tiroxina e triiodotironina), cuja carência ou excesso pode causar graves

problemas à saúde (Pereira et al., 2008). Daí a importância das análises físico-químicas no monitoramento do teor de iodo no sal. A qualidade do sal ou de qualquer outro alimento é uma preocupação constante de todos que se interessam pela saúde e defesa dos direitos do consumidor (Carvalho et al., 1998). Portanto torna-se necessário a realização de análises macroscópicas e microscópicas, já que o processo de beneficiamento do sal envolve a etapa de evaporação do produto a céu aberto nas salinas, resultando no aparecimento de sujidades que podem trazer algum tipo de risco à saúde (Souza et al., 2009). Esse trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade macroscópica, microscópica, físico-química e de rotulagem de amostras de sal produzidas no Rio Grande do Norte do 2º semestre de 2015 ao 1º semestre de 2016. 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram analisadas 377 amostras de sal de diferentes marcas comercializadas no estado, do 2º semestre de 2015 ao 1º semestre de 2016. Os caracteres organolépticos analisados foram: forma, granulação, odor e sabor, cuja metodologia obedeceu à técnica IAL (2005). Já o ensaio de teor de iodo, foi realizado segundo a IAL (2005) e ANVISA (2013). Para pesquisa de sujidades no sal, foi utilizada a técnica de análise de matérias macroscópicas e microscópicas, como recomendado pela AOAC (2012), ANVISA (2014), ANVISA (2000) e Código de Defesa do Consumidor. E a análise de rótulo foi executada segundo um check list de acordo com a ANVISA (2002), ANVISA (2013), INMETRO (2002) e ANVISA (2003). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As análises físico-químicas apresentaram para o período de estudo, apenas 3,2% de reprovação no ensaio de teor de iodo, cuja média semestral foi de 33,6 ± 9,9 mg/kg, com máximo de 120,8 e mínimo de 0,0 mg/kg. Quanto aos caracteres organolépticos, 100% das amostras foram satisfatórias. Em relação aos resultados das análises de rotulagem, 83% foram satisfatórios e 17% insatisfatórios. Quanto aos tipos de sal analisados, 37,7% foram de sal moído, 47,7% de refinado e apenas 14,6% de grosso. Já os resultados obtidos na microscopia demonstraram um percentual de 90,5% de amostras satisfatórias e apenas 9,5% de insatisfatórias. Dentre as sujidades encontradas, destacam-se: elementos rígidos como pedras e fragmentos de concha (5mm), cascalhos, areia, matérias carbonizadas, partículas metálicas e magnéticas, borracha, tecidos vegetais, insetos, pêlo humano e fios de plástico conforme a figura 1. Pela presença de sujidades no sal e teor de iodo fora do valor de referência da ANVISA/MS (15 a 45 mg/kg), constata-se que ainda há falhas na política de boas práticas no processamento do produto e no controle da dosagem do iodo. Além disso, são necessárias adequações em alguns itens de rótulo, por não estarem conformes com as legislações vigentes.

Figura 1 - Matérias estranhas presentes em amostras insatisfatórias de sal Fonte: Setor de Microscopia LACEN/RN

4. CONCLUSÃO Com base nos resultados obtidos conclui-se que, devido a presença de matérias estranhas indicativas de falhas nas boas práticas de fabricação e a presença de elementos rígidos acima de 2 mm, considerados prejudiciais a saúde humana segundo a RDC 14/14, ainda há inadequações no processo de beneficiamento do sal. Também o teor de iodo fora do padrão de referência da ANVISA (15 a 45 mg/kg), demonstra a deficiência no controle da dosagem do mesmo por parte de algumas empresas. Quanto aos resultados insatisfatórios nas análises de rotulagem, são necessárias medidas corretivas visando uma melhor adequação do produto ás legislações vigentes. Portanto é essencial a continuidade dos programas de monitoramento do sal assim como as ações da vigilância sanitária junto aos produtores no sentido de se obter um produto final de boa qualidade. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Programa Nacional garante qualidade do sal consumido no país. Revista de Saúde Pública, 2004, 38(4) 611:2. AOAC - Association of Official Analytical Chemists International (AOAC), 19 ed., pg. 36, (16.12.04), tec. 945-80, 2012. Brasil. Resolução RDC n.14 de 28 de Março de 2014 ANVISA/MS. Aprova o Regulamento Técnico que estabelece os requisitos mínimos para de avaliação de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas e seus limites de tolerância. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília 2014, seção 1, P. 58; Brasil. Ministério da Saúde. Visalegis: Legislação em Vigilância Sanitária. Decreto n.75.697, de 06 de maio de 1975. Padrões de identidade e qualidade do sal [acesso em 30 ago 2003]. Disponível em: http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showact.php?id=26. Brasil. Resolução RDC n.23, de 24 de abril de 2013. A Diretoria Colegiada da ANVISA/MS dispõe sobre o teor de iodo no sal destinado ao consumo humano e dá outras providências. Diário Oficial da União. 2013 28 maio; (55):79; Seção 1. Brasil. Resolução RDC n.28, de 28 de março de 2000. Dispõe sobre os procedimentos básicos de Boas Práticas de Fabricação em estabelecimentos beneficiadores de sal destinado ao consumo humano e o roteiro de inspeção sanitária em indústrias beneficiadoras de sal. Diário Oficial da União. 2000 30 Mar. Seção 1. Brasil. Resolução RDC n.259, de 20 de setembro de 2002. A Diretoria Colegiada da ANVISA/MS aprova regulamento técnico sobre rotulagem de alimentos embalados. Diário Oficial da União. 2002 23 set; (184):33; Seção 1. Brasil. Lei n.10.674, 16 de maio de 2003. O Congresso Nacional obriga que os produtos alimentícios comercializados informem sobre a presença de glúten. Diário Oficial da União. 2003 19 maio; (94):1; Seção 1. Brasil. Portaria n.157, de 19 de agosto de 2002. O INMETRO aprova o Regulamento Técnico Metrológico estabelecendo a forma de expressar o conteúdo líquido a ser utilizado nos produtos pré medidos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. 2002 20 ago; (EI):161; Seção 1. Brasil. Resolução RDC n.360, de 23 de dezembro de 2003. A Diretoria Colegiada da ANVISA/MS aprova o regulamento técnico sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados. Diário Oficial da União. 2003 26 dez; (251):33; Seção 1.

Burton BT. Manual de Nutrição na Saúde e na Doença. 3 ed. Editora Bisordi Ltda. São Paulo. 1987; Adad, J. M.T. Controle Químico de Qualidade. 1 ed. Editora Guanabara Dois S.A. Rio de Janeiro. 1982. Carvalho W, Silva CAS, Vilela MAP, Meurer VM. Avaliação da qualidade e coposição de temperos alho e sal industrializados, comercializados na cidade de Juiz de Fora. Alim. Nutr. São Paulo, 1998: (9): 39-52. Diniz MTM. Condicionantes socioeconômicos e naturais para a produção de sal marinho no Brasil: as particularidades da principal região produtora. Tese (doutorado) Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Geografia. Fortaleza, 2013. Diaz AS. Proposta de sistema de controle de qualidade e de seguimento do consumo de sal iodado. Manual Técnico. Ministério do Estado e da Saúde. Direção Geral da Saúde. Programa Nacional de Nutrição. Cabo Verde, 2003. FDA - Ora Laboratory Manual. Microanalytical & Filth analysis 2004: Vol. IV: (4). Instituto Adolfo Lutz. Método físico-químicos para análise de alimentos. Coordenadores Odair Zenebom e Neus Sadocco Pascuet. São Paulo. Instituto Adolfo Lutz. Téc. 154/IV e 383/IV. 4 ed. 2005. Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor. D.O.U.- Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 10 de janeiro de 2007(retificado). Pereira AV, Belinski AC, Valus N, Beltrame FL. Avaliação da qualidade de amostras comerciais de sal de cozinha. Iniciação Científica CESUMAR Jul/Dez. 2008: 10(2): 97-101. Silva DAI, Santana MFS, Mendes AS. Avaliação da qualidade dos sais de cozinha consumidos na região metropolitana de Belém. Simpósio em Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2. Congresso do Instituto Nacional de Frutos Tropicais, 1. Avanços em Tecnologia de Alimentos: anais. Aracajú, 2010. Sousa AL, Magalhães SRC, Braga LO, Dias LP, Silva MJM. Identificação macroscópica e microscópica de sujidades em diferentes marcas de sais de cozinha. IV Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica. Pará. 2009.