Ictiose Doenças Raras Eurico Castro Alves Presidente do Conselho Diretivo

Documentos relacionados
PROJECTO DE LEI N.º /X PRESCRIÇÃO POR DENOMINAÇÃO COMUM INTERNACIONAL E DISPENSA DO MEDICAMENTO GENÉRICO DE PREÇO MAIS BAIXO. Exposição de motivos

Deliberação n.º 80/CD/2017

Propostas na área da Saúde

Lei n.º 14/2000, de 8 de Agosto Medidas para a racionalização da política do medicamento no âmbito do Serviço Nacional de Saúde

Diploma DRE. Secção I. Regras gerais. Artigo 1.º. Objeto

Deliberação n.º 25/CD/2015. Assunto: Atualiza o anexo do regulamento dos medicamentos não sujeitos a receita médica de dispensa exclusiva em farmácia

Deliberação n.º 1772/2006, de 23 de Novembro (DR, 2.ª série, n.º 244, de 21 de Dezembro de 2006)

Deliberação n.º 638/98, de 3 de Dezembro (DR, 2.ª série, n.º 294, de 22 de Dezembro de 1998)

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DO MEDICAMENTO PARA USO HUMANO EM MEIO HOSPITALAR

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diário da República, 1.ª série N.º de julho de

Deliberação n.º 1028/2009, de 7 de Janeiro (DR, 2.ª série, n.º 68, de 7 de Abril de 2009)

Portaria n.º 195-A/2015, de 30 de junho 1 Aprova o procedimento comum de comparticipação e de avaliação prévia de medicamentos

Decreto-Lei n.º 305/98, de 7 de Outubro Alteração ao Decreto de Lei n.º 118/92, de 25 de Junho

INFARMED Gabinete Jurídico e Contencioso

NORMAS / FORMULÁRIO PARA A INTRODUÇÃO DE NOVOS MEDICAMENTOS NA ADENDA AO FORMULÁRIO NACIONAL DE MEDICAMENTOS

Despacho n.º 8333/2014, de 19 de junho (DR, 2.ª série, n.º 121, de 26 de junho de 2014)

O RNEC na perspetiva dos Estudos Observacionais. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos (DGRM) INFARMED, I.P. Fátima Canedo

DELIBERAÇÃO Nº 051/CD/2015

PROJECTO DE LEI N.º 346/XI ESTABELECE O REGIME DE PREÇOS DE MEDICAMENTOS PARA EFEITO DA SUA AQUISIÇÃO PELOS HOSPITAIS DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

Observatório do Medicamento e dos Produtos de Saúde INFORMAÇÃO SOBRE O IMPACTO DAS MEDIDAS DE POLÍTICA DO MEDICAMENTO

PROJECTO DE LEI N.º 205/VIII REGULARIZAÇÃO DOS GASTOS COM A COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS. Exposição de motivos

Acesso à inovação terapêutica. Política coerente ou maratona de obstáculos? Tânia Furtado

Despacho n.º B/2001, de 31 de Maio 1 (DR, 2.ª série n.º 148, de 28 de Junho de 2001)

Normas de Saúde dos SSCGD

Departamento da Qualidade na Saúde Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 14/2012, de 26 de

Decreto-Lei n.º 205/2000, de 1 de Setembro Alteração ao Decreto de Lei n.º 118/92, de 25 de Junho

DELIBERAÇÃO Nº 107/CD/2015

Manda o Governo, pelo Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, o seguinte:

Esclarecer os conceitos relacionados com os diferentes tipos de indisponibilidade;

RELATÓRIO ACTIVIDADES 2017 SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE SAÚDE

PERFIL ECONOMISTA D R A. C L Á U D I A S A N T O S, E C O N O M I S T A D A S A Ú D E. Seminário

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1507/XIII/3.ª RECOMENDA AO GOVERNO MEDIDAS DE APOIO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS RARAS

Divulgação geral, Hospitais do SNS e Profissionais de Saúde

Programa de Acesso Precoce e de Partilha de Risco

PROVA ESCRITA DE CONHECIMENTOS PARTE ESPECIFICA (REF G10)

Projecto de Lei n.º /X. Regime de dispensa de medicamentos ao público pelas farmácias hospitalares do SNS

Nestes termos, de harmonia com o disposto no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 118/92 de 25 de Junho:

Monitorização de justificações técnicas e direito de opção - registo de casos

Os desafios da oncologia: a sociedade, o sistema, o doente. Gabriela Sousa Oncologia Médica IPO Coimbra

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO PEDIDO DE COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTO PARA USO HUMANO

Ensaios clínicos. Cannabis para fins medicinais. INFARMED. Aniversário 25 anos.

Despacho n.º /2000, de 10 de Agosto (DR, 2.ª Série, n.º 198, de 28 de Agosto de 2000) (Revogado pelo Despacho n.º B/2001, de 31 de Maio)

Cartão da Pessoa com Doença Rara (CPDR) Doença rara; cartão; requisição; emissão. Médicos hospitalares do Sistema de Saúde

Artigo 2.º Escalões de comparticipação 1 - A comparticipação do Estado no preço dos medicamentos é fixada de acordo com os seguintes escalões:

FORMULÁRIO PARA APROVAÇÃO DE PREÇOS DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS COM BASE NO MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO

Resultados da Avaliação para

MINISTÉRIO DA SAÚDE. INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Regime da Formação do Preço dos Medicamentos

Sistema de Preços de Referência

MINISTÉRIO DA SAÚDE. INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. N. o de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-A Artigo 30. o

O presente decreto-lei tem por objecto a adopção de medidas fundamentais para a revisão da política do medicamento em Portugal.

INFARMED Gabinete Jurídico e Contencioso

PROCEDIMENTO DE VERIFICAÇÃO DA INSTRUÇÃO DE UM PEDIDO DE RENOVAÇÃO DA AIM SUBMETIDO POR PROCEDIMENTO NACIONAL MÓDULO 1 INFORMAÇÕES ADMINISTRATIVAS

CIRCULAR INFORMATIVA. PARA: Beneficiários no âmbito dos cuidados de saúde transfronteiriços

«Artigo 2.º [...] a) Escalão A - a comparticipação do Estado é de 95% do preço de venda ao público dos medicamentos; b)... c)... d)

Despacho n.º 3/91, de 8 de Fevereiro 1 (DR, 2.ª série, n.º 64, de 18 de Março de 1991)

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DO MEDICAMENTO PARA USO HUMANO EM MEIO HOSPITALAR

Doenças Raras e Medicamentos Órfãos Rare Diseases and Orphan Drugs

Seminário APCL sobre Mieloma Múltiplo. Em colaboração com a IMF

APOIO À DESCARBONIZAÇÃO DA FROTA DE TÁXIS

Conferência de imprensa. 30 de Agosto de 2012

Guia de apoio à Renovação Quinquenal de MV reclassificados

Dispensa de medicamentos - - monitorização do exercício do direito de opção na ARSN

INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso 23-A4

MINISTÉRIO DA SAÚDE INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Farmoz - Sociedade Técnico Medicinal, S.A.

Decreto-Lei n.º 97/2015, de 1 de junho Procede à criação do Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde

Despacho n.º 10280/2008, de 11 de Março (DR, 2.ª série, n.º 69, de 8 de Abril de 2008)

Circular Informativa. humano. Divulgação geral

APIFARMA Associação Portuguesa da Industria Farmacêutica. Lisboa, 30 de Janeiro de 2013

Grupo Parlamentar PROJECTO DE RESOLUÇÃO N.º /XI/2ª

Acesso e financiamento da inovação em Oncologia: para dados diferentes, critérios de avaliação iguais? Que alternativas?

Regulamento Municipal para Atribuição de Comparticipações em Vacinação Infantil

ECB-PUBLIC PARECER DO BANCO CENTRAL EUROPEU. De 7 de julho de sobre o novo regime jurídico das caixas económicas (CON/2015/23)

Regimento Interno da Comissão de Farmácia e Terapêutica

FAQ s. Destinam-se a complementar as instruções constantes na Circular Informativa Conjunta n.º 01/INFARMED/ACSS.

Medicamentos biológicos. Apresentação: Paulo Paiva Comentários: Patrocínia Rocha Centro Hospitalar do Porto

DIRECÇÃO DE ECONOMIA DO MEDICAMENTO E PRODUTOS DE SAÚDE

DIRECÇÃO DE ECONOMIA DO MEDICAMENTO E PRODUTOS DE SAÚDE

Comissão de Farmácia e Terapêutica. Regulamento Interno. Comissão de Farmácia e Terapêutica da Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P.

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DO MEDICAMENTO PARA USO HUMANO EM MEIO HOSPITALAR

Revisão Anual de Preços

MINISTÉRIO DA SAÚDE (2) Diário da República, 1.ª série N.º de maio de 2012

RELATÓRIO PÚBLICO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DO MEDICAMENTO EM MEIO HOSPITALAR

Proposta de DECISÃO DE EXECUÇÃO DO CONSELHO

Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, I.P.

SISTEMA DE INCENTIVOS AO EMPREENDEDORISMO E EMPREGO (SI2E) FSE

(Revogado pela Portaria n.º 224/2015, de 27 de julho)

Despacho n.º 18419/2010, de 2 de Dezembro (DR, 2.ª série, n.º 239, de 13 de Dezembro de 2011)

ADITAMENTO AO ACORDO ENTRE OS MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS, DA ECONOMIA E DA SAÚDE E A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

Acordo entre o Estado Português, representado pelos Ministros das Finanças, da Economia e da Saúde, e a Indústria Farmacêutica

Manda o Governo, pelo Ministro da Saúde, em cumprimento do disposto no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 242-B/2006, de 29 de Dezembro, o seguinte:

Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde

PROJETO DE LEI Nº 1103/XIII/4ª DISPENSA DE MEDICAMENTOS AO PÚBLICO PELAS FARMÁCIAS HOSPITALARES DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diário da República, 1.ª série N.º de junho de Decreto-Lei n.º 97/2015

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DO MEDICAMENTO PARA USO HUMANO EM MEIO HOSPITALAR

Deliberação n.º 873/2013, de 6 de março (DR, 2.ª série, n.º 67, de 5 de abril de 2013)

Transcrição:

Ictiose Doenças Raras Eurico Castro Alves Presidente do Conselho Diretivo INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. 09 de abril de 2014

Ictiose - caracterização Grupo heterogéneo de dermatoses, maioritariamente por determinação genética, só raramente adquiridas. Característica comum: queratinização anómala da epiderme, conferindo à superfície cutânea um aspeto descamativo peculiar, evocativo de escamas de peixe (ictios=peixe). Patologia complexa: atualmente existem mais de 24 tipos de ictioses diferentes, alguns dos quais raros e de diagnóstico difícil. Prevalência de ictiose de determinação genética: 13,3/milhão hab 140 doentes em PT Prevalence of inherited ichthyosis in France: a study using capture-recapture method Dreyfus I et al.orphanet J Rare Dis. 2014 Jan 6;9(1):1 2

Tratamento tópico Emolientes, hidratantes e queratolíticos Ictiose - tratamento Formulações de tópicos contendo alfa hidroxiácidos como ácido láctico e ácido glicólico Formulações para uso tópico contendo propilenoglicol Quando a descamação é excessiva: aplicação de cremes ou pomadas queratolíticas contendo ácido salicílico (2 a 5%), ou ureia (10 a 20%). Tratamento sistémico Acitretina efeitos adversos significativos, incluindo fetotoxicidade e teratogenicidade Isotretinoína efeitos adversos significativos, incluindo fetotoxicidade e teratogenicidade 3

Ictiose - tratamento Com indicação terapêutica aprovada para a ictiose Classificação farmacoterapêutica Denominação Comum Internacional Forma Farmacêutica Comparticipação 13.3.2 Acitretina Cápsula 37% Sem indicação terapêutica aprovada para a ictiose Classificação farmacoterapêutica Denominação Comum Internacional Forma Farmacêutica Comparticipação 13.3.1 Tacalcitol Pomada 37% 13.3.1 Betametasona + Calcipotriol Pomada 37% 13.3.1 Calcitriol Pomada 37% 13.3.1 Betametasona + Calcipotriol Gel 37% 13.3.1 Triamcinolona + Ácido salicílico Líquido cutâneo 37% Classificação farmacoterapêutica Denominação Comum Internacional Forma Farmacêutica Comparticipação 13.4.2.2 Isotretinoína Cápsula 37% 4

Ictiose Preços e comparticipação N.º REGISTO NOME COMERCIAL DCI FORMA FARMACÊUTIC A 8756403 Neotigason Acitretina Cápsula 10 mg 20 8756411 Neotigason Acitretina Cápsula 10 mg 50 8756437 Neotigason Acitretina Cápsula 25 mg 50 DOSAGEM EMBALAGEM TITULAR AIM PREÇO Actavis Group PTC ehf. Actavis Group PTC ehf. Actavis Group PTC ehf. COMP Regime Geral COMP Regime Especial GENÉRICO 13,73 37% 90% N 28,72 37% 90% N 57,02 37% 90% N 2809184 Bonalfa Tacalcitol Pomada 4 µg/g 30 g Isdin 15,47 37% 90% N 4945283 Bonalfa Tacalcitol Pomada 4 µg/g 50 g Isdin 24,53 37% 90% N 3872686 Daivobet 3872785 Daivobet 5146402 Daivobet 5146410 Daivobet 8790402 Localone Betametasona + Calcipotriol Betametasona + Calcipotriol Betametasona + Calcipotriol Betametasona + Calcipotriol Triamcinolona + Ácido salicílico Pomada Pomada Gel Gel Líquido cutâneo 0.5 mg/g + 0.05 mg/g 0.5 mg/g + 0.05 mg/g 0.5 mg/g + 0.05 mg/g 0.5 mg/g + 0.05 mg/g 0.2 mg/ml + 1 mg/ml 30 g 60 g 30 g 60 g 125 ml Leo Pharmaceutical Products Leo Pharmaceutical Products Leo Pharmaceutical Products Leo Pharmaceutical Products Pierre Fabre Dermo- Cosmétique Portugal 24,98 37% 90% N 46,55 37% 90% N 24,91 37% 90% N 46,54 37% 90% N 6,13 37% 90% N 5

Ictiose - Projetos de Lei do GP do CDS-PP e do GP Os Verdes Regime de Comparticipação de medicamentos destinados a portadores de ictiose PONTOS COMUNS Os medicamentos queratolíticos e psoriáticos, pertencentes à CFT 13.3.1 (de aplicação tópica) e 13.3.2 (de ação sistémica) comparticipados pelo escalão C, passam a ser comparticipados pelo escalão A, quando destinados a portadores de ictiose. O doente deve fazer-se acompanhar de documentação que comprove que é portador de ictiose. Os doentes deverão ter acesso a centros de referência de dermatologia. Os doentes deverão ter acesso ao dístico de deficientes para veículos. 6

Ictiose - Projetos de Lei do GP do CDS-PP e do GP Os Verdes DIFERENÇAS (não são da competência do Infarmed) Projeto de Lei n.º 187/XII/1.ª - GP CDS-PP Os doentes de ictiose deverão ter acesso ao dístico de deficientes para veículos, desde que devidamente comprovado pelos centros de referência de dermatologia habilitados para o efeito. Projeto de Lei n.º 487/XII/ 3.ª - GP do PEV Necessidade de fomentar a investigação sobre doenças raras e o desenvolvimento de medicamentos para estas patologias. Os doentes de ictiose deverão ter acesso ao cartão de doença rara. 7 Os doentes de ictiose deverão beneficiar de ajuda para o acesso a tratamentos termais, parte fundamental do tratamento da doença.

Ictiose - Projetos de Lei do GP do CDS-PP e do GP Os Verdes Pontos a considerar (Infarmed) Prescrição efetuada apenas por médicos especialistas em dermatologia Dispensa limitada ao ambiente hospitalar Exclusão da majoração de comparticipação em ictioses secundárias (não determinadas geneticamente) 8

Ictiose - Projetos de Lei do GP do CDS-PP e do GP Os Verdes Pontos a considerar (Infarmed) A existência de um único medicamento com autorização terapêutica aprovada para a ictiose poderá condicionar a aplicabilidade deste projeto de lei Dos medicamentos tópicos e sistémicos utilizados no tratamento da ictiose, apenas a acitretina tem aprovada indicação específica para esta patologia no Resumo das Características do Medicamento 9

Ictiose - Projetos de Lei do GP do CDS-PP e do GP Os Verdes Constrangimento regulamentar Apenas a acitretina pode atualmente ser incluída num regime especial de comparticipação para ictiose Decreto-Lei n.º 176/2006 de 30 de agosto, redação atual (Estatuto do Medicamento) Artigos 4.º n.º1, 5.º n.º1, 14.º n.º1, 15.º n.º2 alínea b) e 181.º n.º2 alínea b) Decreto-Lei n.º48-a/2010 de 13 de maio, redação atual Artigos 4.º n.º1 alínea a), 7.º n. os 1 e 2 e 20,º n.º2 10

Ictiose - Projetos de Lei do GP do CDS-PP e do GP Os Verdes Decreto-Lei n.º 176/2006 de 30 de agosto, redação atual (Estatuto do Medicamento) Art.º 4.º n.º1: princípio do primado da proteção da saúde pública. Art.º 5.º n.º1: prescrição médica ou da dispensa pelo farmacêutico, deve realizar-se no respeito pelo princípio do uso racional do medicamento, no interesse dos doentes e da saúde pública Art.º 14.º n.º1: a comercialização de medicamentos no território nacional está sujeita a autorização do órgão máximo do INFARMED, I.P. Art.º 15.º n.º2 alínea b): requerimento para autorização de introdução no mercado deve incluir indicações terapêuticas, contraindicações e reações adversas; Art.º 181.º n.º2 alínea b): contraordenação por ( ) introdução no mercado, comercialização, dispensa, fornecimento ou venda ao público ( ), ou administração de medicamentos em desconformidade com os termos das respetivas autorizações ou registos. Decreto-Lei n.º48-a/2010 de 13 de maio, redação atual Art. 4.º n.º1 alínea a): condições de comparticipação Art.º 7.º n. os 1 e 2: pedido de comparticipação deve ser acompanhado de comprovativo das indicações terapêuticas Art.º 20,º n.º2: comparticipação pode ser restringida a determinadas indicações terapêuticas fixadas no diploma que estabelece a comparticipação 11

Ictiose - Projetos de Lei do GP do CDS-PP e do GP Os Verdes Tratamento com acitretina: Comparticipação a 37% ( esc. C ) Se a comparticipação for alterada para 90% nos portadores de ictiose ( esc. A ) Escalões de comparticipação Escalão A: 90% Escalão B: 69% Escalão C: 37% Escalão D: 15% R. Especial: por beneficiários ou por patologia Aumento da despesa anual para o SNS estimado em 30 000 12

Ictiose - Projetos de Lei do GP do CDS-PP e do GP Os Verdes Criação de um regime de comparticipação de medicamentos destinados a portadores de ictiose que abranja todos os medicamentos utilizados no seu tratamento Mediante inclusão da ictiose nas indicações terapêuticas dos respetivos Resumos das Características do Medicamento Implica submissão de evidência científica pelas empresas farmacêuticas titulares, por ex. sob a forma de ensaios clínicos que comprovem a eficácia terapêutica desses medicamentos na indicação em apreço. 13 Estatuto do Medicamento Dec-Lei n.º 176/2006, 30 de agosto - Art.º 15.º n.º2 alínea j) (requerimento para pedido de autorização de introdução no mercado deve incluir resultado dos ensaios farmacêuticos, pré-clínicos e clínicos

Doenças Raras Qualquer doença que afete menos de 5 pessoas em cada 10 000 (definição da Comissão Europeia). UE: estimativa de 5 000 a 8 000 doenças raras, que afetam entre 6 % a 8 % da população. 27 a 36 milhões na UE Portugal: 630.000 portadores de doenças raras, assumindo uma prevalência de 6% na população. 14

Doenças Raras Projeto de Lei do GP do Bloco de Esquerda Aspetos a clarificar Art. 2º, n.º1 - O preço dos medicamentos destinados ao diagnóstico, prevenção ou tratamento de doenças raras é inteiramente suportado pelo Estado. Definição das doenças raras abrangidas pelo Projeto de Lei abranger toda e qualquer doença rara, ou apenas as crónicas, progressivas e degenerativas, ou que constituam um risco para a vida? Definição dos medicamentos destinados ao diagnóstico, prevenção ou tratamento de doenças raras abrangidos o Projeto de Lei propõe que a lista seja definida e publicada pelo Ministério da Saúde Necessidade de definir os princípios de construção da lista 15

Doenças Raras Projeto de Lei do GP do Bloco de Esquerda Art. 2º, n.º1 - O preço dos medicamentos destinados ao diagnóstico, prevenção ou tratamento de doenças raras é inteiramente suportado pelo Estado. (cont.) Estimativa de encargos Estimativa correta: necessário saber o número de doentes e o custo médio de tratamento por doente, para cada doença rara A título de exemplo - Paramiloidose» doentes têm acesso gratuito aos medicamentos destinados ao tratamento da doença» encargo anual para o mercado ambulatório do SNS em 2011: 1,7M (Fonte: SIARS) 2.000 doentes com paramiloidose em Portugal encargo médio anual com cada doente em ambulatório de 865 16

Doenças Raras Projeto de Lei do GP do Bloco de Esquerda Art. 2º, n.º2 Sem prejuízo do número anterior, o preço dos restantes medicamentos comparticipados pelo Estado, quando destinados a doenças raras, é comparticipado pelo Escalão A Quais os restantes medicamentos, para além dos medicamentos destinados ao diagnóstico, prevenção ou tratamento de doenças raras (Art. 2º, n.º1), que se pretende que sejam abrangidos? todo e qualquer medicamento comparticipado, desde que se destine a um portador de doença rara, independentemente da indicação 17 terapêutica?

Doenças Raras Projeto de Lei do GP do Bloco de Esquerda Assumindo uma prevalência de doenças raras na população portuguesa de 6%; n=630.000 Considerando que os portadores de doenças raras representariam para o mercado ambulatório do SNS o mesmo encargo que os doentes com paramiloidose A estimativa de encargos anuais para o SNS, com o mercado ambulatório de medicamentos destinados a doentes portadores de doenças raras, seria 545 M. 18

Doenças Raras Projeto de Lei do GP do Bloco de Esquerda Art. 3º, n.º1 - Todos os medicamentos órfãos são automaticamente abrangidos. Medicamentos utilizados no diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças raras que constituem um risco para a vida ou são cronicamente debilitantes (Regulamento (CE) n.º 141/2000 16dez99) Atualmente, 97% dos medicamentos órfãos já são distribuídos nos Hospitais do SNS e comparticipados a 100% pelo Estado Impacto atual deste Projeto de Lei na despesa com medicamentos, ao nível dos medicamentos órfãos, é de 28 582 19

Medicamentos Órfãos Indicações Terapêuticas Principais 20

Milhões de euros Medicamentos Órfãos Despesa 80 70 74.887.906 60 50 49.499.867 40 30 20 10 0 2012 2013 Em 2013: 74,9 M 21 7,7% da despesa total com medicamentos

Doenças Raras Projeto de Lei do GP do Bloco de Esquerda Art. 3º, n.º1 - Todos os medicamentos órfãos são automaticamente abrangidos. Inclusão de novos medicamentos órfãos Necessitam de avaliação farmacoeconómica: avaliação de preço face ao valor terapêutico acrescentado e n.º de doentes a tratar (Art.º 20.º do Anexo I Decreto-Lei n.º 48- A/2010 de de 13 de maio, redação atual ) 22 Análise realizada em novembro de 2013: 34% (19 em 56) dos medicamentos avaliados para financiamento de âmbito hospitalar (avaliação prévia hospitalar), tinham o estatuto de medicamento órfão.

Doenças Raras Projeto de Lei do GP do Bloco de Esquerda Pontos a considerar: Regimes especiais de comparticipação para formas graves de doenças raras (definição de doença rara baseia-se apenas na prevalência). Necessário identificar as doenças raras existentes em Portugal e o n.º de portadores. 23

Doenças Raras Projeto de Lei do GP do Bloco de Esquerda Pontos a considerar: Restrição do regime especial de comparticipação a determinados prescritores e/ou locais de prescrição, como os centros de tratamento de doenças raras. Pretende-se que fiquem abrangidos medicamentos comparticipados que tenham indicação aprovada em sede de AIM numa doença rara, ou todos os medicamentos comparticipados, independentemente da indicação aprovada, desde que destinados a portadores de doenças raras? 24