Introdução Este trabalho é sobre o Património Mundial, onde vou tentar saber como é que é o comportamento cívico de uma sociedade perante o seu património o pode proteger. Vou tentar apresentar uma situação em que o património foi destruído por uma guerra (Iraque). Vou investigar o site da UNESCO, para mostrar qual a importância desta organização na protecção do Património Mundial. 2
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A Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural foi adoptada na 17ª Assembleia Geral da UNESCO, em Novembro de 1972 em Paris. Serviu como resposta a uma preocupação crescente sobre o estado de conservação do Património Mundial. Neste tratado internacional, nunca visto antes, com a participação de 180 países (este número continua a subir), de todo o mundo reconheceram que determinados sítios localizados nos seus territórios nacionais, estavam inscritos na lista do Património Mundial, assumiram como tal a sua protecção como uma responsabilidade de cooperação da comunidade internacional como um todo. O comité do Património Mundial foi fundado quatro anos após a adopção da convenção em 1976. O primeiro grupo de lugares foi inscrito na lista do Património Mundial em 1978. O comité do Património Mundial reúne-se uma vez por ano, para actualizar a lista do Património Mundial da UNESCO e fazer a selecção de mais sítios propostos para a classificação de Património Mundial, Cultural e Natural. As principais funções do comité são identificar, com base nas candidaturas submetidas pelos Estados Membros, os bens culturais e naturais de valor Universal Excepcional que devem ser protegidos ao abrigo da convenção e adicionar esses bens ao inventário da lista do Património. Em conjunto com os estados membros decidir quais os bens incluídos na lista do Património da UNESCO que devem ser inscritos ou excluídos da lista do Património Mundial em perigo. O Património Cultural e Natural estão cada vez mais ameaçados não só por causas naturais de degradação, mas também pela evolução da vida social e económica que os agrava, através de fenómenos de alteração do clima e de destruição humana. Vila Viçosa 4
Os conflitos armados e as guerras, os terramotos, as cheias, as chuvas ácidas e outros desastres naturais, a poluição, também mão humana, são causas de degradação do património. As pessoas acham muito engraçado assinalar os monumentos por onde passam, nem que seja com um simples coração ou o próprio nome da pessoa que parece ser uma coisa insignificante, mas causa grande destruição. A caça furtiva, a urbanização sem planeamento e desenvolvimento turístico sem vigilância, colocam sérios problemas aos sítios classificados como Património Mundial. Os perigos podem ser analisados, em referência a ameaças específicas que sejam comprovadas ou quando se refiram a ameaças eminentes ou potenciais, no caso de um bem enfrentar condições que possam ter um impacto negativo sobre os seus valores de Património Mundial. Vista geral da Catedral de Colónia que é Património Mundial da UNESCO 5
Ao abrigo da convenção do Património Mundial de 1972, o comité pode inscrever na lista do Património Mundial em perigo, os bens cuja protecção exija grandes trabalhos para se manterem nas devidas condições e para os quais tenha sido pedida assistência nos termos da Convenção. Entre estas responsabilidades dos sítios listados, conta-se a monitorização do estado de conservação desses mesmos sítios e a sua boa gestão, de modo a evitar que esses locais possam ser postos em consideração no âmbito da lista do Património Mundial em perigo. A conservação do Património Mundial é um processo contínuo. Se um país não protege os locais inscritos, corre o risco de que esses locais sejam retirados da sua lista. Os países devem informar periodicamente o Comité do Património Mundial sobre o estado de conservação do seu património. Torre de Hércules é Património Mundial 6
Se o Comité do Património Mundial for avisado sobre possíveis perigos para um sítio, ele é incluindo na lista do Património Mundial em perigo, com o fim de chamar a atenção mundial sobre as condições, naturais ou criadas pelo homem, que ameaçam as características pelas quais inicialmente se inscreveu na lista do Património Mundial. O primeiro responsável pela protecção do Património Mundial é o governo do país onde se encontram os bens, os edifícios, as cidades históricas, os elementos naturais, etc. Perante as constantes ameaças de alterações climáticas e mesmo de destruição devido à evolução da vida social e económica, os responsáveis pela conservação são muitas vezes confrontados com a falta de recursos financeiros, o que faz com que não seja fácil manter o seu património em perfeitas condições sem ajuda. Museu do Louvre 7
Conservar o Património arqueológico e o património cultural é apelar às disciplinas que vão desde as ciências de engenharia à microbiologia, englobando não só a arqueologia, a história da arte, a arquitectura e as mais delicadas técnicas de restauro, a botânica, a zoologia e gestão florestal, mas também a economia, o urbanismo, as ciências jurídicas e administrativas, pois todo o esforço é pouco para manter o Património conservado e na lista do Património Mundial da UNESCO. Também seria muito importante que as populações fossem mais educadas para a importância da conservação do seu Património, pois só cidadãos mais cultos e informados poderão exigir das entidades competentes a recuperação do património histórico que os nossos antepassados nos deixaram como herança. Esculturas colossais (Egipto) 8
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A Babilónia é uma formosa cidade da antiguidade, que fica situada nas margens do rio Eufrates, a 160 km de Bagdade. É célebre pelos seus jardins suspensos (uma das sete Maravilhas do Mundo), os seus palácios, as suas riquezas, a sua extensão e as suas muralhas consideradas invencíveis. A Babilónia é capital de sucessivos impérios, e hoje é apenas um amontoado de ruínas desenterradas pelos arqueólogos a partir do século XIX. Situada nas margens do rio Eufrates, dominava a única grande estrada que atravessava a Mesopotâmia. A antiga cidade de Babilónia abrigava os Jardins Suspensos da Babilónia, a Torre de Babel, além de grandes palácios e zigurates Babilónia 10
A fundação da Babilónia remonta ao III milénio a.c., quando os habitantes foram deportados para povoarem uma nova cidade. A sua história conta dois momentos de grande esplendor, que se designam como o Império Antigo e o Império Novo, separados por um período de decadência. O primeiro período é dominado pelo Hamurábi (1728 168 ac.), que formou um vasto império centralizado, unindo os reinos da Suméria e Acádia, sendo governados sob a sua autoridade. Foi um excelente legislador, como prova o código que tem o seu nome. O segundo período de grandeza da Babilónia segue-se a uma era de decadência e inicia-se em 625 a.c., chegando a estender as suas fronteiras até ao rio Nilo. O rei mais importante de todos durante este período é Nabucadonosor, muito citado na Bíblia. A tomada de Jerusalém provoca a deportação de muitos judeus, que ficou conhecida como o cativeiro da Babilónia, que só terminou quando os Persas de Crio tomaram a cidade, aproveitaram-se de uma brecha aberta nas muralhas pela cheia do rio Eufrates. Jardins suspensos da Babilónia (Iraque) 11
A Babilónia nos séculos seguintes foi sucessivamente tomada e pilhada por Xerxes. A contribuição da Babilónia foi muito importante na civilização antiga. A Babilónia foi reconstruída muitas vezes antes da destruição final. Atingiu o auge da glória cerca do ano 600 a.c.. Era uma cidade lindíssima, com muralhas e templos de grande riqueza, de entre os seus monumentos destacaram-se os Ziguarates que é em forma de pirâmide e também o maravilhoso jardim suspenso. As muralhas da Babilónia recentemente construídas com a técnica e o mesmo material utilizado na antiguidade. Jardins suspensos (Babilónia) 12
A cerca de 90 km de Bagdade, encontram-se as ruínas da antiga Babilónia, embora essas ruínas estejam dispersas, ainda é possível ver os locais em que se erguiam os Palácios e os Ziguaretes. Durante o século XIX os arqueólogos fizeram escavações no local, actualmente, várias partes da muralha da antiga cidade foram reconstruídas. Possíveis ruínas dos Jardins da Babilónia (1950) No ano de 2003, Bush enviou as tropas norte-americanas para bombardear parte do Iraque, afectando as ruínas da Babilónia fundadas há mais de 4000 anos, localizadas a cerca de 160 km a sudoeste de Bagdade. A Torre de Babel, o portão de Ishtar, Santuários da religião Islâmica e cristã e vários palácios incluindo o do rei onde ficam situados os Jardins Suspensos ficaram danificados. Versão de Bruegel, o velho, da Torre de Babel, o zigurate babilónico de Nabucodonosor. Do monumento original, restou apenas os alicerces. 13
Durante 21 meses de ocupação as tropas norte-americanas transformaram a cidade num autêntico acampamento, estas tropas destruíram calçadas com 2,6 mil anos de idade, algumas áreas da cidade foram cobertas de cascalho para facilitar a aterragem de Helicópteros e parque de veículos militares. Os fragmentos arqueológicos foram usados para encher sacos de areia, quando uma base militar foi instalada no local. Réplica do portão de Ishtar Entrada principal da cidade Escavações do Tempo de E-sagila no Iraque. As ruínas do Templo de E-sagila, provavelmente o mais importante santuário Babilónico, o qual tem supostamente uma conexão com a Torre de Babel. 14
No portão de Ishatar, um dos mais importantes monumentos da Babilónia, apareceram rachaduras e lacunas e alguém teria tentado retirar tijolos decorados. O porta-voz do Ministério da defesa da Polónia desmentia que as tropas norte-americanas tivessem invadido o território da Babilónia e tivessem realizado projectos violando os monumentos históricos e destruindo-os. Tropas americanas na Babilónia durante a guerra de 2003 Maquete do centro da antiga Babilónia 15
Com base nestes acontecimentos a UNESCO denunciou os bombardeamentos dos EUA sobre museus, palácios e sítios arqueológicos. O vice-director da cultura da UNESCO, anunciou ter recebido uma informação alarmante sobre os ataques americanos e ingleses. A UNESCO perante estes danos irreparáveis na Babilónia preparou-se para a reconstrução de algum do património destruído. Aspecto do Palácio de Verão do Rei Nabucodonosor II, construído recentemente na Babilónia. Tudo, inclusive o leão, é actual A Harpa Real de Ur, toda em ouro, com 5 mil anos e Hércules, cobre do séc. II a.c., peças roubadas. 16
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O nome da UNESCO, organismo da ONU, vem das iniciais em inglês cuja tradução é Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Inaugurado oficialmente a 4/11/1946, tem como objectivo contribuir para manter a paz e a segurança, estreitando por meio da educação, da ciência e da cultura a colaboração entre as nações, a fim de assegurar o respeito universal da justiça, da lei, dos direitos do homem e das liberdades fundamentais, sem distinção de sexo, raça, língua ou religião, que a carta das Nações Unidas reconhece a todos os povos. É uma Associação de Estados, o seu funcionamento é garantido pela cotização dos estados membros, que são quase duas centenas. Devido a divergências quanto à sua política e gestão, os EUA, em 1984, Singapura e Grã -Bretanha no ano seguinte (1985), abandonaram a organização, mas mantiveram-se como observadores. A Grã- Bretanha voltou a entrar para a UNESCO em 1997. Mênfis e sua Necrópole, incluindo as Pirâmides de Gizé (Egipto). Os objectivos da UNESCO são principalmente educacionais, ou seja contra o analfabetismo e a iliteracia, científicos no que diz respeito às ciências exactas e naturais e também no campo das ciências sociais e culturais. Para a sua realização promove estudos de base sobre os grandes problemas suscitados pela promoção do homem, intensifica o intercâmbio das actividades do espírito, informação, publicação, encontros étnicos audiovisuais e colabora nos empreendimentos que dizem respeito ao ensino, à cultura e ao desenvolvimento científico. 18
A Estátua da Liberdade (Estados Unidos). Em 1972 a UNESCO adoptou a convenção para a protecção do Património Mundial, Cultual e Natural, tendo como principal objectivo a salvaguarda dos bens naturais e culturais inscritos na lista do Património Mundial. São Património Mundial os bens culturais que constituem a herança colectiva da Humanidade. Foi elaborada uma lista de sítios e monumentos, que pela sua riqueza natural ou artística, são património comum, abrangendo 721 lugares em 124 países em 2001. Os principais objectivos da UNESCO passam pela conservação do património classificado, comprometendo os Estados desses países para cuidar do seu próprio património, mas envolvendo a comunidade internacional nessa responsabilidade. Colónia Viking L'Anse aux Meadows (Canadá) 19
Cada estado que faz parte da Convenção reconhece a obrigação de assegurar a identificação, a protecção, a conservação, a valorização e a transmissão às gerações futuras, do património situado no seu próprio território. Cada país deve responsabilizar-se pela prevenção do seu património o que faz com que ele seja visto como um ídolo que mantém o seu património em perfeitas condições. No âmbito das suas atribuições a UNESCO recebe a contribuição de Organizações não Governamentais (ONGs), e tem de as referir por tratarem especificamente de questões museológicas e de património, o Concelho Internacional dos Museus (ICOM) e o Concelho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS). Muralha da China (China). O ICOM tem como objectivo promover os interesses da museologia e de outros assuntos relacionados com a gestão e as actividades dos museus. O ICOMOS tem como objectivo a promoção da conservação, protecção, reabilitação e melhoria dos monumentos, grupos de edifícios e sítios a nível internacional. O ICOMOS exerce um papel de grande importância junto da UNESCO, de consultoria, principalmente no que se refere à elaboração de listas do Património Cultural. Brasília, (Brasil) 20
A protecção do Património Mundial criou o Fundo do Património, que é alimentado por contribuições, obrigatórias e voluntárias, dos estados que fazem parte da Convenção e também recebe doações de outros Estados, de instituições internacionais, de organismos públicos ou privados, de particulares e também o produto de angariações de fundos e as receitas de manifestações que podem ser organizadas para ajudar o Fundo do Património. Com todas estas ajudas o Fundo permitiu que o Conselho do Património Mundial respondesse a mais de 200 pedidos apresentados pelos governos. Forneceu a peritagem e os equipamentos necessários aos empreendimentos da mais diversa amplitude, desde estudos, inventários, planos de gestão, trabalhos de prevenção, de restauro ou de valorização. No âmbito desta assistência, a formação de pessoal especializado a todos os níveis ocupa um lugar muito importante para a importância da protecção do Património. Com este Fundo também foram organizados muitos estágios, destinados a jovens especialistas de vários países, em vários campos que vão desde o restauro de monumentos históricos à gestão de parques naturais. Centro histórico da Cidade do Porto, (Portugal). Greenwich Marítimo (Reino Unido) 21
Conclusão Neste trabalho abordei temas muito importantes como cada povo, preserva o seu Património da melhor maneira possível. Alguns sítios nem por isso são tão bem preservados, pois os governantes desses países não lhes dão a devida atenção e deixam esse património degradar-se. Também há muitos lugares por este Mundo fora onde o património é destruído, como na Babilónia (Iraque), cidade destruída várias vezes, pela falta de escrúpulos das pessoas. Foram destruídos monumentos com grande importância histórica, entre eles palácios, o Zinguarete que é em forma de pirâmide, as muralhas, os Jardins Suspensos, que são uma das sete Maravilhas do Mundo entre outro que foram destruídos. A última vez que a Babilónia foi destruída, foi em 2003 pelos bombardeamentos das tropas norteamericanas, que provocaram danos irreversíveis no seu património. 22
A UNESCO tem um papel muito importante na prevenção do Património Mundial, pois é esta Organização, que se encarrega de angariar fundos para conseguir garantir a preservação do património dos muitos países que fazem parte desta Organização, e que não conseguem essa preservação sem ajuda, pois esses arranjos são muito dispendiosos. Assim, consegui concluir que o Património Mundial, em alguns sítios é considerado muito importante e os seus representantes tentam preservá-lo a todo o custo, enquanto outros como por exemplo na Babilónia o património foi destruído sem que ninguém o pudesse evitar e que perante tudo isto a UNESCO tem um papel muito importante. Como curiosidade: Portugal é um dos países com maior número de monumentos classificados como Património da Humanidade, o que demonstra a amplitude da sua importância mundial. Os monumentos portugueses podem ser encontrados por todo o Mundo, o que mostra a dimensão e a importância da presença portuguesa a uma escala global. Isto é muito importante para o nosso país, pois faz com que seja uma sociedade desenvolvida, não por conservar o Património da melhor maneira, mas pela grandeza de terem o seu Património espalhado pelos quatro cantos do Mundo, pois em termo de conservação ainda tem muito que aprender. Do Brasil à Tanzânia, do Paraguai ao Sri Lanka, os portugueses deixaram marcas culturais de enorme valor, classificadas oficialmente pela UNESCO em três continentes diferentes. 23
Bibliografia Este trabalho foi realizado com a ajuda de pesquisas na internet e várias visitas à biblioteca de Monchique para consultar algumas Enciclopédias sobre o Património Mundial da UNESCO que foram fundamentais para a realização deste trabalho. http://pt.wikipedia.org/wiki/patrim%c3%b3nio_mundial http://www.portugalnotavel.com/tag/patrimonio-mundial-unesco/ http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-babilonica/jardinssuspensos-da-babilonia6.php A enciclopédia, Editora Público, 2004, vol. 3 A minha primeira enciclopédia, Editoral Verbo, 1992, vol.1 Enciclopédia Verbo, edição século XXI, 2002, vol. 22 Enciclopédia Verbo, edição XXI, 2002, vol.28 24