Superior Tribunal de Justiça

Documentos relacionados
Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Transcrição:

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 650.390 - SP (2015/0003290-0) RELATOR : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA AGRAVANTE : A R P ADVOGADO : ROBERTO MASSAO YAMAMOTO E OUTRO(S) AGRAVADO : V F DOS S ADVOGADO : ANDRÉA PINTO AMARAL CORRÊA E OUTRO(S) EMENTA AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CASAMENTO. REGIME DE BENS. SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS. ART. 258, II, DO CC/16 (ART. 1.641, II, CC/02). SÚMULA N. 284/STF. PARTILHA. ESFORÇO COMUM. PROVA. SÚMULAS N. 7 E 83/STJ 1. Incide o óbice previsto na Súmula n. 284 do STF na hipótese em que a deficiência da fundamentação do recurso não permite a exata compreensão da controvérsia. 2. O recurso especial não é sede própria para rever questão referente à existência de prova de esforço exclusivo de um dos cônjuges para a constituição do acervo de bens adquiridos após o casamento na hipótese em que seja necessário reexaminar elementos fáticos. Aplicação da Súmula n. 7/STJ. 3. No regime da separação obrigatória, comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, sendo presumido o esforço comum (Súmula n. 377/STF). 4. Agravo regimental desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva (Presidente), Marco Aurélio Bellizze e Moura Ribeiro votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 27 de outubro de 2015(Data do Julgamento) MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Documento: 1457723 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2015 Página 1 de 9

Relator Documento: 1457723 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2015 Página 2 de 9

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 650.390 - SP (2015/0003290-0) RELATOR : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA AGRAVANTE : A R P ADVOGADO : ROBERTO MASSAO YAMAMOTO E OUTRO(S) AGRAVADO : V F DOS S ADVOGADO : ANDRÉA PINTO AMARAL CORRÊA E OUTRO(S) RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA: Trata-se de agravo regimental interposto por A R P contra decisão que negou provimento a agravo em recurso especial, tendo em vista a incidência da Súmula n. 83/STJ. Em suas razões, sustenta o agravante violação do art. 1.641, II, do CC, uma vez que, à época do casamento, a nubente contava com mais de 60 anos, devendo ser aplicado o regime da separação total de bens, bem como que a aquisição de imóveis no Brasil foi feita com ganhos financeiros da época em que trabalhara como enfermeira nos Estados Unidos. V F DOS S apresentou impugnação ao agravo regimental (e-stj, fls. 477/481). É o relatório. Documento: 1457723 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2015 Página 3 de 9

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 650.390 - SP (2015/0003290-0) EMENTA - AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CASAMENTO. REGIME DE BENS. SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS. ART. 258, II, DO CC/16 (ART. 1.641, II, CC/02). SÚMULA N. 284/STF. PARTILHA. ESFORÇO COMUM. PROVA. SÚMULAS N. 7 E 83/STJ 1. Incide o óbice previsto na Súmula n. 284 do STF na hipótese em que a deficiência da fundamentação do recurso não permite a exata compreensão da controvérsia. 2. O recurso especial não é sede própria para rever questão referente à existência de prova de esforço exclusivo de um dos cônjuges para a constituição do acervo de bens adquiridos após o casamento na hipótese em que seja necessário reexaminar elementos fáticos. Aplicação da Súmula n. 7/STJ. 3. No regime da separação obrigatória, comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, sendo presumido o esforço comum (Súmula n. 377/STF). 4. Agravo regimental desprovido. VOTO O EXMO. SR. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (Relator): A recurso não merece prosperar, devendo a decisão monocrática ser mantida por seus próprios fundamentos, assim expressos: DECISÃO Trata-se de agravo interposto por A. R. P. contra decisão que inadmitiu recurso especial em razão da incidência da Súmula n. 7/STJ. Alega a parte agravante, em síntese, que o recurso especial atendeu aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual requer o seu processamento. É o relatório. Decido. O recurso especial foi interposto com fundamento no art. 105, inciso III, alínea 'a', da Constituição Federal, contra acórdão prolatado pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO em apelação nos autos de ação de divórcio. O julgado traz a seguinte ementa: 'DIVÓRCIO - Casamento realizado no exterior, sem registro no Brasil - HomoIogação que apenas confere oponibilidade erga omnes - Matrimônio existente e válido inter partes - Bens declarados exclusivamente em território nacional, adquiridos durante o vínculo. Hipótese de pluralidade de domicílios que autoriza seja aplicada a nossa legislação interna - Varoa que casou com mais de sessenta anos - Regime da obrigatória separação de bens - Norma de ordem pública e ultrativa - CC/16, art. 258, par. ún., II, c.c CC/02, art. 2.039 - Prevalência do tempus regit Documento: 1457723 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2015 Página 4 de 9

actum - Recurso desprovido. SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA X COMUNICABILIDADE - Conceito de bens aquestos que abrange apenas o patrimônio adquirido durante o casamento e/ou a união estável a partir do esforço comum (direto e/ou indireto) do casal - Inteligência da Súm. 377 do STF, ainda em vigor - Enriquecimento sem causa obstado - Precedentes do STJ e - desta Corte - Aquisição onerosa que implica presunção de esforço comum - Ônus da prova - Recurso desprovido. PARTILHA - Mulher que se qualificou como solteira em todos os instrumentos negociais/registrários - Claro intuito de transacionar patrimônio sem o conhecimento do marido - Inócua tentativa de ignorar a necessária outorga uxória - CC/16, art. 235, caput, c.c. seu inc. I - Imóvel vendido durante a união - Partes que constituíram, juntas e como sócias, empresa, poucos meses depois - Presunção de que ambos desfrutaram do produto auferido - Exclusão imposta - Recurso provido em parte' (e-stj, fl. 323). No recurso especial, aduz a parte recorrente que o aresto hostilizado, além de contrariar o art. 1.641, II, do Código Civil, divergiu da orientação do Superior Tribunal de Justiça quanto à inaplicabilidade da Súmula n. 377/STF diante do art. 1.641, II, do Código Civil. Passo, pois, à análise das proposições deduzidas. Inicialmente, vale salientar que, no acórdão recorrido, afirmou-se que, no caso em comento, o regime de bens é o da separação obrigatória dos bens previsto no Código Civil de 1916, em obediência ao postulado do tempus regit actum. Assim, o acórdão recorrido encontra amparo na jurisprudência do STJ de que, no regime da separação obrigatória, comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, sendo presumido o esforço comum. A propósito, confiram-se os seguintes precedentes: 'PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO DE INVENTÁRIO QUE VISA À PARTILHA DE BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DE SOCIEDADE CONJUGAL FORMADA SOB O REGIME DE SEPARAÇÃO LEGAL DE BENS. ART. 258 DO CC/1916. ESFORÇO COMUM. SÚMULA N. 377/STF. PRECEDENTES DO STJ. 1. A partilha dos bens adquiridos na constância da sociedade conjugal, erigida sob a forma de separação legal de bens (art. 258, parágrafo único, I, do CC/1916), não exige a comprovação ou demonstração de comunhão de esforços na formação desse patrimônio, a qual é presumida, à luz do entendimento cristalizado na Súmula n. 377/STF. Precedentes do STJ. 2. A necessidade de preservação da dignidade da pessoa humana e de outras garantias constitucionais de igual relevância vem mitigando a importância da análise estritamente financeira da contribuição de cada um dos cônjuges em ações desse jaez, a qual cede espaço à demonstração da existência de vida em comum e comunhão de esforços para o êxito pessoal e profissional dos consortes, o que evidentemente terá reflexos na formação do patrimônio do casal. 3. No caso concreto, a recorrente, ora agravada, foi casada com o agravante por aproximadamente 22 (vinte e dois) anos pelo regime da separação legal de bens, por imposição do art. 258, parágrafo único, I, do CC/1916, portanto, perfeitamente aplicável o entendimento sedimentado na Súmula n. 377 do STF, segundo o qual os aquestos adquiridos na constância do casamento, pelo regime da separação legal, são comunicáveis, independentemente da comprovação do esforço comum para a sua aquisição, que, nessa hipótese, é presumido. 4. Agravo regimental desprovido.' (AgRg no REsp n. 1.008.684/RJ, relator Ministro Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, DJe de 2/5/2012.) Documento: 1457723 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2015 Página 5 de 9

'DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. ALIMENTOS. UNIÃO ESTÁVEL ENTRE SEXAGENÁRIOS. REGIME DE BENS APLICÁVEL. DISTINÇÃO ENTRE FRUTOS E PRODUTO. 1. Se o TJ/PR fixou os alimentos levando em consideração o binômio necessidades da alimentanda e possibilidades do alimentante, suas conclusões são infensas ao reexame do STJ nesta sede recursal. 2. O regime de bens aplicável na união estável é o da comunhão parcial, pelo qual há comunicabilidade ou meação dos bens adquiridos a título oneroso na constância da união, prescindindo-se, para tanto, da prova de que a aquisição decorreu do esforço comum de ambos os companheiros. 3. A comunicabilidade dos bens adquiridos na constância da união estável é regra e, como tal, deve prevalecer sobre as exceções, as quais merecem interpretação restritiva, devendo ser consideradas as peculiaridades de cada caso. 4. A restrição aos atos praticados por pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos representa ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana. 5. Embora tenha prevalecido no âmbito do STJ o entendimento de que o regime aplicável na união estável entre sexagenários é o da separação obrigatória de bens, segue esse regime temperado pela Súmula 377 do STF, com a comunicação dos bens adquiridos onerosamente na constância da união, sendo presumido o esforço comum, o que equivale à aplicação do regime da comunhão parcial. 6. É salutar a distinção entre a incomunicabilidade do produto dos bens adquiridos anteriormente ao início da união, contida no 1º do art. 5º da Lei n.º 9.278, de 1996, e a comunicabilidade dos frutos dos bens comuns ou dos particulares de cada cônjuge percebidos na constância do casamento ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão, conforme previsão do art. 1.660, V, do CC/02, correspondente ao art. 271, V, do CC/16, aplicável na espécie. 7. Se o acórdão recorrido categoriza como frutos dos bens particulares do ex-companheiro aqueles adquiridos ao longo da união estável, e não como produto de bens eventualmente adquiridos anteriormente ao início da união, opera-se a comunicação desses frutos para fins de partilha. 8. Recurso especial de G. T. N. não provido. 9. Recurso especial de M. DE L. P. S. provido.' (REsp n. 1.171.820/PR, relatora para o acórdão Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe de 27/4/2011.) 'RECURSO ESPECIAL - UNIÃO ESTÁVEL - APLICAÇÃO DO REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS, EM RAZÃO DA SENILIDADE DE UM DOS CONSORTES, CONSTANTE DO ARTIGO 1641, II, DO CÓDIGO CIVIL, À UNIÃO ESTÁVEL - NECESSIDADE - COMPANHEIRO SUPÉRSTITE - PARTICIPAÇÃO NA SUCESSÃO DO COMPANHEIRO FALECIDO QUANTO AOS BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL - OBSERVÂNCIA - INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 1790, CC - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I - O artigo 1725 do Código Civil preconiza que, na união estável, o regime de bens vigente é o da comunhão parcial. Contudo, referido preceito legal não encerra um comando absoluto, já que, além de conter inequívoca cláusula restritiva ('no que couber'), permite aos companheiros contratarem, por escrito, de forma diversa; II - A não extensão do regime da separação obrigatória de bens, em razão da senilidade do de cujus, constante do artigo 1641, II, do Código Civil, à união estável equivaleria, em tais situações, ao desestímulo ao casamento, o que, certamente, discrepa da finalidade arraigada no ordenamento jurídico nacional, o qual se propõe a facilitar a convolação da união estável em casamento, e não o contrário; IV - Ressalte-se, contudo, que a aplicação de tal regime deve inequivocamente sofrer a contemporização do Enunciado n. 377/STF, pois os bens adquiridos na constância, no caso, da união estável, devem comunicar-se, Documento: 1457723 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2015 Página 6 de 9

independente da prova de que tais bens são provenientes do esforço comum, já que a solidariedade, inerente à vida comum do casal, por si só, é fator contributivo para a aquisição dos frutos na constância de tal convivência; V - Excluída a meação, nos termos postos na presente decisão, a companheira supérstite participará da sucessão do companheiro falecido em relação aos bens adquiridos onerosamente na constância da convivência (período que não se inicia com a declaração judicial que reconhece a união estável, mas, sim, com a efetiva convivência), em concorrência com os outros parentes sucessíveis (inciso III, do artigo 1790, CC). VI - Recurso parcialmente provido.' (REsp n. 1.090.722/SP, relator Ministro Massami Uyeda, Terceira Turma, DJe de 30/8/2010.) Incide, portanto, a Súmula n. 83/STJ. Ante o exposto, nego provimento ao agravo. Publique-se." Inicialmente, frise-se que o regime de bens aplicado pelo Tribunal a quo foi o regime da separação obrigatória de bens previsto no Código Civil de 1916 (art. 258, II) vigente à época do casamento, porquanto a agravante contava com mais de 60 anos, sendo que tal regime é o mesmo previsto no art. 1.641, II, do Código Civil de 2002. O dispositivo de lei (1.641, II, do Código Civil/2002) apontado como violado não sustenta a tese defendida pela parte recorrente de que deveria ser aplicado o regime da separação total de bens. Dessa forma, em prejuízo da compreensão da controvérsia, não foi demonstrada com clareza e precisão a necessidade de reforma do acórdão recorrido. Aplicável, assim, a Súmula n. 284/STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia Ademais, consta no acórdão recorrido que não houve prova de que os bens imóveis adquiridos no Brasil em nome apenas da parte agravante foram comprados somente com ganhos financeiros de época anterior ao casamento, concluindo que não houve prova capaz de ilidir a presunção do esforço comum. Assim, deve ser aplicada, nesse aspecto, a Súmula n. 7/STJ, ensejando o não conhecimento do recurso especial. Com efeito, a jurisprudência desta Corte já se consolidou no sentido de que, no regime da separação obrigatória, comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, sendo presumido o esforço comum. Dou destaque ao seguinte precedente: "PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO DE INVENTÁRIO QUE VISA À PARTILHA DE BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DE SOCIEDADE CONJUGAL FORMADA SOB O REGIME DE SEPARAÇÃO LEGAL DE BENS. ART. 258 DO CC/1916. ESFORÇO COMUM. SÚMULA N. 377/STF. PRECEDENTES DO STJ. 1. A partilha dos bens adquiridos na constância da Documento: 1457723 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2015 Página 7 de 9

sociedade conjugal, erigida sob a forma de separação legal de bens (art. 258, parágrafo único, I, do CC/1916), não exige a comprovação ou demonstração de comunhão de esforços na formação desse patrimônio, a qual é presumida, à luz do entendimento cristalizado na Súmula n. 377/STF. Precedentes do STJ. 2. A necessidade de preservação da dignidade da pessoa humana e de outras garantias constitucionais de igual relevância vem mitigando a importância da análise estritamente financeira da contribuição de cada um dos cônjuges em ações desse jaez, a qual cede espaço à demonstração da existência de vida em comum e comunhão de esforços para o êxito pessoal e profissional dos consortes, o que evidentemente terá reflexos na formação do patrimônio do casal. 3. No caso concreto, a recorrente, ora agravada, foi casada com o agravante por aproximadamente 22 (vinte e dois) anos pelo regime da separação legal de bens, por imposição do art. 258, parágrafo único, I, do CC/1916, portanto, perfeitamente aplicável o entendimento sedimentado na Súmula n. 377 do STF, segundo o qual os aquestos adquiridos na constância do casamento, pelo regime da separação legal, são comunicáveis, independentemente da comprovação do esforço comum para a sua aquisição, que, nessa hipótese, é presumido. 4. Agravo regimental desprovido." (AgRg no REsp n. 1.008.684/RJ, relator Ministro Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, DJe de 2/5/2012.) Assim, com a ratificação, na sua integralidade, das razões norteadoras do não acolhimento do agravo recurso especial, conclui-se que, nada obstante os argumentos desenvolvidos na presente via recursal, a decisão agravada deve ser mantida por seus próprios fundamentos. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É o voto. Documento: 1457723 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2015 Página 8 de 9

CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA Número Registro: 2015/0003290-0 AgRg no AREsp 650.390 / SP Números Origem: 00097951620078260477 120328 126507 12652007 EM MESA JULGADO: 27/10/2015 SEGREDO DE JUSTIÇA Relator Exmo. Sr. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. JOÃO PEDRO DE SABOIA BANDEIRA DE MELLO FILHO Secretária Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA AUTUAÇÃO AGRAVANTE : A R P ADVOGADO : ROBERTO MASSAO YAMAMOTO E OUTRO(S) AGRAVADO : V F DOS S ADVOGADO : ANDRÉA PINTO AMARAL CORRÊA E OUTRO(S) ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Família - Casamento - Dissolução AGRAVO REGIMENTAL AGRAVANTE : A R P ADVOGADO : ROBERTO MASSAO YAMAMOTO E OUTRO(S) AGRAVADO : V F DOS S ADVOGADO : ANDRÉA PINTO AMARAL CORRÊA E OUTRO(S) CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva (Presidente), Marco Aurélio Bellizze e Moura Ribeiro votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: 1457723 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2015 Página 9 de 9