SISTEMAS DE PRODUÇÃO E CULTIVARES DE FEIJOEIRO EM CONSÓRCIO COM MILHO 1 PRODUCTION SYSTEMS AND BEAN CULTIVARS IN INTERCROPPING WITH MAIZE

Documentos relacionados
XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

AVALIAÇÃO DE CONSÓRCIOS DE DUAS VARIEDADES DE MILHO-PIPOCA COM FEIJÃO SEMEADO NA SAFRINHA

Comportamento do milho consorciado com feijão em sistema de plantio direto

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

RENDIMENTO DE FEIJÃO CULTIVADO COM DIFERENTES FONTES DE ADUBOS VERDES NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE COBERTURA NITROGENADA.

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

Comportamento do feijoeiro em cultivo consorciado com milho em sistema de plantio direto

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

RENDIMENTO DE GRÃOS DE FEIJÃO-CAUPI EM SISTEMA CONSORCIADO COM SORGO IRRIGADO NO NORTE DE MINAS GERAIS

MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIAS EM ESPAÇAMENTO NORMAL E REDUZIDO

ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO E RENDIMENTO DE GRÃOS DE MILHO SOB DO CULTIVO CONSORCIADO COM ADUBOS VERDES. Reges HEINRICHS. Godofredo César VITTI

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

Características Agrônomicas e Produção de Massa Seca no Cultivo Consorciado de Milho e Urochloa ruziziensis Inoculados com Azospirillum brasiliense

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

EFEITO DE DOSES DE ADUBAÇÃO MOLÍBDICA EM CULTIVARES DE FEIJOEIRO EM SOLOS DE VÁRZEA E DE TERRAS ALTAS COM IRRIGAÇÃO SUPLEMENTAR

Produtividade de Genótipos de Feijão do Grupo Comercial Preto, Cultivados na Safra da Seca de 2015, no Norte de Minas Gerais.

CONSORCIO DE MILHO COM BRACHIARIA BRINZANTHA

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

TEORES FOLIARES DE MACRONUTRIENTES PARA O ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DE ESPAÇAMENTOS E REGULADOR DE CRESCIMENTO

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO TARDIA DE COBALTO, NA ABSCISÃO DE FLORES E COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM (Vigna unguiculata).

AVALIAÇÃO DO FEIJOEIRO SOB TRÊS DENSIDADES DE SEMEADURA

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

MILHO SAFRINHA SOLTEIRO E CONSORCIADO COM POPULAÇÕES DE BRAQUIÁRIA EM SEMEADURA TARDIA

TÍTULO: AVALIAÇÃO REGIONAL DE CULTIVARES DE FEIJÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Avaliação de aspectos produtivos de diferentes cultivares de soja para região de Machado-MG RESUMO

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

PARCELAMENTO DA COBERTURA COM NITROGÊNIO PARA cv. DELTAOPAL E IAC 24 NA REGIÃO DE SELVÍRIA-MS

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

Rendimento e caraterísticas agronômicas de soja em sistemas de produção com integração lavoura-pecuária e diferentes manejos de solo

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

Desempenho do Consórcio Milho-braquiária: Populações de Plantas e Modalidades de Semeadura de Urochloa brizantha cv. Piatã

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS

INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SEMEADURA NA CULTURA DO FEIJÃO

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DE BORDADURA NAS LATERAIS E NAS EXTREMIDADES DE FILEIRAS DE MILHO NA PRECISÃO EXPERIMENTAL 1

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

RESPOSTA FOTOSSINTÉTICA DE PLANTAS DE MILHO SAFRINHA EM DIFERENTES ESTÁDIOS E HORÁRIOS DE AVALIAÇÃO

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE PLANTAS DE MILHO COM DIFERENTES EVENTOS DE BIOTECNOLOGIA

CRESCIMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA SUBMETIDAS A ÉPOCAS DE SEMEADURAS DISTINTAS NO SEMIÁRIDO PIAUIENSE

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS E DENSIDADES DE SEMEADURA DE MILHO EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

CARACTERÍSTICAS FENOLÓGICAS, ACAMAMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO ARROZ-DE-SEQUEIRO (Oryza sativa L.), CONDUZIDA SOB DIFERENTES REGIMES HÍDRICOS.

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

ISSN do Livro de Resumos:

Gessi Ceccon, Luís Armando Zago Machado, (2) (2) (3) Luiz Alberto Staut, Edvaldo Sagrilo, Danieli Pieretti Nunes e (3) Josiane Aparecida Mariani

DESEMPENHO DE NOVAS CULTIVARES DE CICLO PRECOCE DE MILHO EM SANTA MARIA 1

NUTRIÇÃO DA MAMONEIRA CONSORCIADA COM FEIJÃO COMUM EM FUNÇÃO DO PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA, SOLTEIRO E CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis em DOURADOS, MS 1.INTRODUÇÃO

Efeito de Arranjos Plantio na Produtividade do Milho Consorciado com Brachiaria brizantha

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

Pesquisa Agropecuária Tropical ISSN: Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos. Brasil

SISTEMAS DE CONSÓRCIO MILHO FEIJÃO PARA A REGIÃO DO VALE DO RIO DOCE, MINAS GERAIS

USO DE FONTES MINERAIS NITROGENADAS PARA O CULTIVO DO MILHO

Palavras chave: Zea mays, Phaseolus vulgaris, Vigna unguiculata, Effect of Different Arrangements on Maize-Common Bean and Maize-Cowpea Mixtures

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MA TO GRO S SO DO SUL

V Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO IRRIGADO

ENSAIO DE COMPETIÇÃO DE 15 GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO CULTIVADOS EM SISTEMA ORGÂNICO

DESEMPENHO PRODUTIVO DO MILHO EM RELAÇÃO AO ESPAÇAMENTO ENTRE FILEIRAS E DENSIDADE DE PLANTAS SOB IRRIGAÇÃO

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

ESTABILIDADE DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS PARA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS, CICLO 2005/2006 1

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) EM CRUZ DAS ALMAS, BAHIA

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE FEIJÃO DO GRUPO COMERCIAL CARIOCA NO ESTADO DE SERGIPE NO ANO AGRÍCOLA 2001.

CRESCIMENTO E DIÂMETRO DO CAULE DE CULTIVARES DE SOJA EM DIFERENTES ÉPOCAS DE SEMEADURA NO SEMIÁRIDO

Milho consorciado com plantas de cobertura, sob efeito residual de adubação da cultura da melancia (1).

Adaptabilidade e Estabilidade de Cultivares de Milho na Região Norte Fluminense

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Época de Semeadura da Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis Intercaladas nas Entrelinhas da Cultura do Milho em Sistema Plantio Direto*

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GIRASSOL EM SAFRINHA DE 2005 NO CERRADO NO PLANALTO CENTRAL

Características biométricas de cafeeiro intercalado com diferentes sistemas de produção de abacaxizeiro para agricultura familiar do Projeto Jaíba

AVALIAÇÃO DE TRÊS CULTIVARES DE MILHO(Zea mays L.) SOB QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO

RESULTADOS DO ENSAIO NACIONAL DE MILHO EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA, EM MATO GROSSO DO SUL, 2008

Palavras-chave: cultivares de milho, efeito residual de adubos.

Resposta de Cultivares de Milho à Adubação Nitrogenada em Cobertura

Doses e épocas de aplicação do nitrogênio no milho safrinha.

Transcrição:

Scientia Agraria ISSN 1519-1125 (printed) and 1983-2443 (on-line) COSTA, D. S. et al. Sistemas de produção e cultivares... SISTEMAS DE PRODUÇÃO E CULTIVARES DE FEIJOEIRO EM CONSÓRCIO COM MILHO 1 PRODUCTION SYSTEMS AND BEAN CULTIVARS IN INTERCROPPING WITH MAIZE Denis Santiago da COSTA 2 Rafael Marani BARBOSA 3 Marco Eustáquio de SÁ 4 RESUMO Visando melhor aproveitamento da área, a utilização de consórcio de culturas pode se tornar alternativa viável para maior lucratividade, principalmente em pequenas propriedades, que têm pequena área e podem explorar a mão de obra familiar. Com o consórcio milho-feijão, o milho pode ser utilizado para o consumo in natura e o feijão para consumo próprio ou utilizado como semente para a próxima semeadura. Explorando essa possibilidade, foi conduzido um experimento no período de maio a outubro de 2007, no município de Selvíria-MS, com o objetivo estudar os efeitos de sistemas de consorciação envolvendo arranjo de plantas e alturas de milho sobre o desempenho de quatro cultivares de feijoeiro. O delineamento estatístico foi blocos ao acaso com quatro repetições e esquema fatorial 4 x 5 constituído por quatro cultivares de feijoeiro (Carioca Precoce, Colibri, Rubi, IAC Carioca Eté) e cinco sistemas de cultivo (Solteiro, consórcio de uma linha de feijão entre as linhas de milho alto, uma linha de feijão entre as linhas de milho baixo, duas linhas de feijão entre as linhas de milho alto e consórcio com duas linhas de feijão entre as linhas de milho baixo). Concluiu-se que, a produtividade das cultivares foi dependente do sistema de consórcio e também as cultivares de feijoeiro somente diferiram em produtividade quando cultivadas no sistema solteiro ou uma linha de feijão entre o milho de porte baixo. As cultivares Carioca Precoce e Rubi estiveram entre as melhores nos dois sistemas. Palavras-chave: Phaseolus vulgaris; Zea mays; arranjo; porte do milho. ABSTRACT For a better exploitation of the area, the use of culture in intercropping can become a viable alternative to higher profitability, especially in small farms that have small area and can explore the family labor. With the intercropping maizebeans, corn can be used for consumption in natura and beans for own consumption or used as seed for the next sowing. Exploring this possibility, an experiment was conducted from May to October 2007, in Selvíria-MS, the objective was to study the effects of intercropping systems involving plant arrangement and size of maize on the performance of four common bean cultivars. The experimental design was a randomized block design with four replications and a factorial 4 x 5 made up of four bean cultivars (Carioca Precoce, Colibri, Rubi, IAC Carioca Eté) and five cropping systems (Single, intercropping of a row of beans between rows of tall maize, a row of beans between the rows of short maize, two rows of beans between rows of tall maize and two rows of beans between the rows of small maize). It was concluded that the productivity was dependent on the intercropping system and also the only bean cultivars differed in yield when grown in the single system or a row of beans between maize stature. The cultivars Carioca Precoce and Rubi were among the best in both systems. Key-words: Phaseolus vulgaris; Zea mays; arrangement; maize size. 1 Parte do projeto de pesquisa desenvolvido com bolsa da FAPESP. 2 Bolsista FAPESP. Graduando do curso de agronomia UNESP-Ilha Solteira. Endereço: Rua Porto Rico, 961, Vila Esperança, CEP: 13635-103, Pirassununga, SP, Brasil. E-mail: the_denis@hotmail.com 3 Graduando do curso de agronomia. UNESP, lha Solteira, SP, Brasil. E-mail: marani_7@hotmail.com 4 Professor do Curso de Agronomia da UNESP-Ilha Solteira. Departamento de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio-Economia. Rua Monção, 230, CEP 15385-000, Ilha Solteira, SP, Brasil.E-mail: mesa@agr.feis.unesp.br Scientia Agraria, Curitiba, v.11, n.6, p.425-430, Nov./Dec. 2010. 425

INTRODUÇÃO O consórcio é considerado um sistema de cultivo de duas ou mais culturas que realizam a convivência entre si, de modo que parte ou todo seu ciclo é realizado em uma mesma área (Portes & Silva, 1996). Sistemas de consórcio entre espécies vegetais que apresentam diferentes arquiteturas de plantas e distintos padrões de crescimento do sistema radicular podem melhorar o aproveitamento dos recursos do meio (água, luz e nutrientes), proporcionando maior acúmulo de massa por área em determinado tempo (Vieira, 1999). Além disso, consórcio contribui para elevar a biodiversidade do agroecossistema, o que pode reduzir a incidência de pragas, doenças e plantas daninhas durante o cultivo (Altieri et al., 2003). O consórcio milho-feijão é prática generalizada em boa parte das pequenas propriedades do Brasil, nas quais os produtores buscam, com esse sistema, a redução dos riscos de perdas, o melhor aproveitamento da sua propriedade e maior retorno econômico, além de constituir alternativa altamente viável para aumentar a oferta de alimentos (Andrade et al., 2001). O feijoeiro é uma leguminosa de metabolismo fotossintético C 3, ou seja, mostra-se menos eficiente na fixação do CO 2 em relação ao milho, que é uma gramínea e apresenta metabolismo fotossintético C 4. O sucesso desse consórcio está basicamente nas diferenças apresentadas por ambas as espécies quanto às exigências e tolerâncias. Neste sistema, nota-se competição entre a gramínea e a leguminosa, principalmente em relação à luz, já que a leguminosa apresenta porte bem mais baixo que a gramínea (Vieira, 1999). Uma vez que a radiação afeta o desenvolvimento da cultura de menor porte, a escolha do melhor arranjo e da época de semeadura é crucial no desempenho do sistema, ou seja, na maximização da produção (Flesch, 2002). Várias indagações ainda são feitas com relação ao consórcio milho-feijão, quando se busca maximizar a eficiência de ambas as culturas. Assim, encontrar cultivares adaptadas aos sistemas de consórcio pode melhorar o desempenho do sistema e a produtividade das culturas consortes. O objetivo do trabalho foi estudar os efeitos de sistemas de consórcio, envolvendo arranjo de plantas e alturas de milho, sobre o desempenho e produtividade de quatro cultivares de feijoeiro. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado na Fazenda experimental da UNESP, Campus de Ilha Solteira, Selvíria-MS, em solo anteriormente ocupado por vegetação de cerrado e classificado como Latossolo Vermelho Eutrófico típico, argiloso, A moderado, hipodistrófico, álico, caulinítico, férrico, compactado, muito profundo e moderadamente ácido (Lve) (Embrapa, 2006). Os resultados da análise de solos referente ao local de implantação do experimento estão contidos na Tabela 1. A área está situada aproximadamente a 50º 57 W e 21º44 S, com altitude de 335 m. O clima é do tipo Aw segundo a classificação de Koëppen, apresentando temperatura média do ar anual de 24,5 ºC, precipitação pluviométrica anual de 1370 mm e umidade relativa média do ar anual de 64,8% (Hernandez et al., 1995). A área foi manejada em sistema de preparo convencional com uma aração e duas gradagens. TABELA 1 - Características químicas do solo da área do experimento. Selvíria-MS, 2007. P M.O. ph K Ca Mg H+Al S.B. T V m mg dm -3 g dm -3 CaCl 2 mmol c dm -3 % % 15 16 4,6 3,2 19 9 21 31 52 60 3 M.O.= matéria orgânica; S.B.= soma de bases; T= capacidade de troca catiônica (CTC); V= saturação de base e m= saturação de alumínio. O delineamento estatístico foi blocos ao acaso com 4 repetições e esquema fatorial 4 x 5 envolvendo 4 cultivares de feijoeiro e 5 sistemas de produção. As cultivares de feijoeiro utilizadas pertencem ao grupo Carioca, sendo duas com hábito de crescimento do tipo I (Carioca Precoce e Colibri), cultivares de crescimento determinado e ereto, e duas do tipo II (Rubi e IAC Carioca Eté), cultivares de crescimento indeterminado e semi ereto. Os sistemas foram: feijão solteiro, consórcio uma linha de feijão + milho de porte alto, consórcio uma linha de feijão + milho de porte baixo, duas linhas de feijão + milho de porte alto e duas linhas de feijão + milho de porte baixo. No sistema solteiro o feijão foi semeado com o espaçamento de 0,5 m entre linhas. No caso de uma linha, o espaçamento do feijoeiro foi de 0,5 m entre fileiras de milho, portanto, 1 m entre linhas de feijão e no caso de duas linhas de feijão, elas foram espaçadas sempre 0,5 m entre si, a 0,25 m de cada linha de milho. Foram utilizados dois híbridos de milho, sendo um híbrido de porte baixo (P30A10) e outro de porte alto (XB 7116), os quais foram utilizados para produção de espigas verdes. A adubação de semeadura (N-P 2 O 5 -K 2 O 8-28-16 +Zn) utilizada foi de 250 kg ha -1 para o feijão solteiro, 250 kg ha -1 para o consórcio uma linha de feijão entre as linhas de milho (125 kg ha -1 na linha do milho e 125 kg ha -1 para o feijão) e 375 kg ha -1 426 Scientia Agraria, Curitiba, v.11, n.6, p.425-430, Nov./Dec. 2010

para o consórcio duas linha de feijão entre as linhas de milho (125 kg ha -1 para a linha do milho e 250 kg ha -1 para as duas linhas de feijão), visando dar condições equivalentes para os diferentes arranjos. A adubação em cobertura foi realizada no estádio fenológico V 4-6 (feijoeiro com a sexta folha trifoliolada) para o feijoeiro e no estádio V 4 (milho com a 4ª folha totalmente desenvolvida) para o milho, aplicando-se 50 kg ha -1 de N (fonte uréia). O experimento foi conduzido no período de inverno com irrigação por aspersão (o turno de rega variava de acordo com a evapotranspiração, sendo que o volume irrigado representava a quantidade de água perdida pela evapotranspiração da cultura). O milho foi semeado na base de 6 sementes por metro, com objetivo de obter densidade de 5 plantas por metro, enquanto para o feijão foram utilizadas 18 sementes por metro, visando se obter densidade de 15 plantas por metro, exceto para a cultivar Colibri, para a qual se desejava uma densidade final de 18 plantas por metro. As avaliações realizadas no feijoeiro foram as seguintes: - Estandes inicial e final estimados em plantas por hectare a partir da contagem em 2 m nas duas linhas centrais de cada parcela, determinando-se a densidade e calculando-se de acordo com o espaçamento do feijoeiro; - Massa seca - avaliada em 10 plantas coletadas aleatoriamente dentro da parcela no estádio R1 (uma flor aberta em 50% das plantas); - Número de vagens por planta determinado a partir de amostra de 10 plantas por parcela; - Número de sementes por vagem determinado na amostra de 10 plantas da avaliação anterior; - Produção de sementes estimada a partir da colheita de 2 m x 4 m de cada parcela, trilha mecânica e pesagem, sendo o resultado expresso em kg ha -1, considerando o grau de umidade de 130 g kg -1 b.u. (base úmida); - Massa de 1000 sementes estimada a partir de 8 subamostras de 100 sementes por parcela, que foram pesadas em balança de precisão de 0,1 g, de acordo com metodologia descrita nas Regras para Análise se Sementes (Brasil, 2009). Os dados obtidos foram submetidos à análise da variância. A comparação das médias foi feita pelo teste de Tukey (5%), utilizando o programa SISVAR (Ferreira, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO A emergência das plantas ocorreu aos 6 e 10 dias após a semeadura para o milho e para o feijão, respectivamente. Por se tratar de semeadura de inverno a emergência das plântulas atrasou em função da temperatura do solo. As populações inicial e final do feijoeiro variaram de acordo com o sistema de produção e com as cultivares utilizadas. O consórcio de uma linha de feijão entre as linhas de milho, tanto de porte alto como de porte baixo, apresentou menores populações (inicial e final). A menor população nesses dois sistemas é plenamente justificada, pois nestes arranjos havia apenas 1 linha de feijão entre as de milho, o que diminui o número de plantas por hectare (Tabela 2). TABELA 2 - Média de população de plantas inicial e final, massa seca da parte aérea, altura de planta e altura de inserção da primeira vagem de quatro cultivares de feijoeiro, em cinco sistemas de produção. Selvíria-MS, 2007. Fator População inicial (plantas ha -1 ) População final (plantas ha -1 ) Massa seca (g) Altura de plantas (cm) Altura de inserção (cm) Feijão(Fe) Carioca Precoce 264750 b 252625 b 7,67 45,3 c 18,14 b Colibri 327250 a 311125 a 6,81 59,8 b 21,51 a Rubi 231375 b 221500 b 7,92 68,8 a 20,97 ab IAC Carioca Eté 238500 b 227775 b 7,39 61,0 b 19,89 ab Consórcio(C) Solteiro 318437 a 300000 a 5,55 b 54,07 b 19,44b 1 L + Milho alto 193750 b 185656 b 6,87 ab 55,17ab 20,30 ab 1 L + Milho baixo 191718 b 184062 b 8,32 a 61,32 ab 17,87 c 2 L + Milho alto 296562 a 274062 a 7,90 ab 61,47 a 21,58 a 2 L + Milho baixo 306875 a 292500 a 8,61 a 61,69 a 21,45 a Valores de F F(Fe) 11,806* 11,326* 1,052 n.s. 32,204* 3,073* F(C) 16,012* 18,842* 5,137* 3,388* 2,715* F(Fe*C) 1,645 n.s. 1,573 n.s. 1,041 n.s. 0,973 n.s. 1,048 n.s. C.V.%(Consórcio) 25,67 23,87 29,56 14,00 18,52 C.V.%(Feijão) 21,38 21,44 27,93 13,11 18,81 * significativo pelo teste F a 5% de probabilidade; n.s. não significativo pelo teste F a 5% de probabilidade; C.V.: coeficiente de variação. Médias seguidas de mesma letra na coluna não difere entre si pelo teste de Tukey a 5%. 1 L= linhas de feijoeiro espaçadas à 0,5 m entre fileiras de milho, portanto, 1 m entre linhas de feijão; 2 L = linhas de feijoeiro espaçadas sempre 0,5 m entre si, a 0,25 m de cada linha de milho. Scientia Agraria, Curitiba, v.11, n.6, p.425-430, Nov./Dec. 2010. 427

Quanto à população de plantas mais adequada ao consórcio, há controvérsias, porém, grande parte dos trabalhos destaca que os maiores rendimentos têm sido obtidos com populações de 40.000 plantas ha -1 e 120.000 plantas ha -1 para milho e feijão, respectivamente, na época das águas, e de 60.000 plantas ha -1 para o milho e 240.000 plantas ha - 1 para o feijão comum, na época da seca. (Vieira, 1999; Morgado & Willey, 2008). Para altura de plantas observou-se que os feijoeiros consorciados apresentaram maior altura em relação ao sistema de cultivo solteiro (Tabela 2). Tal resultado é explicável devido ao fato de que plantas submetidas ao sombreamento tendem a estiolarem-se para buscar a luz solar (Taiz & Zeigher, 2004). A altura de inserção da primeira vagem do feijoeiro mostrou variação significativa em função dos sistemas, sendo que os consórcios com duas linhas de feijão apresentaram maiores valores para essa variável. Também ocorreram variações para altura de planta e altura de inserção da primeira vagem de acordo com as cultivares utilizadas (Tabela 2). Essa variação é causada pelas diferenças genéticas entre cultivares, as quais respondem de forma diferente quando são submetidas a condições adversas. Quanto à massa de matéria seca, o tratamento feijão cultivado no sistema solteiro apresentou menor valor. Por se tratar de planta C 3, o feijoeiro pode apresentar alta taxa de fotorrespiração, fazendo com que a conversão de gás carbônico seja baixa quando há ocorrência de altas temperaturas (Taiz & Zeigher, 2004). O sombreamento causado pelas plantas de milho pode ter resultado em menor temperatura na superfície foliar, que certamente favoreceu o acúmulo de matéria seca. Também não se descarta da hipótese de a maior população de plantas do monocultivo ter influenciado negativamente no acúmulo de matéria seca e deve-se considerar a possibilidade do feijoeiro em consórcio ter utilizado parte do adubo da linha de milho. Santos (2007), em um dos estudos com dois híbridos de milho e quatro cultivares de feijão, observou diferenças de matéria seca entre as cultivares, mas o uso do consórcio não influenciou a quantidade de matéria seca. O número de vagens planta -1 e grãos vagem -1 não foram influenciados nem pelas cultivares de feijoeiro, nem pelos sistemas de consórcio estudados (Tabela 3). Entretanto, verificou-se que houve diferenças para a massa de 1000 sementes de acordo com a cultivar utilizada, sendo assim considerada uma característica que varia de acordo com o genótipo utilizado. Também, a utilização dos diferentes sistemas de consórcio afeta a massa de 1000 sementes. Verificou-se que, quanto mais o feijoeiro estava em situação de ausência de competição (solteiro, uma linha de feijoeiro entre os milhos de portes alto e baixo) maior foi a massa de 1000 sementes, quando comparado no sistema que havia maior competição (duas linhas de feijoeiro entre os milhos de portes alto e baixo). TABELA 3 - Médias de número de vagens.planta -1, número de semente.vagem -1, massa de 100 sementes e produtividade de grãos de quatro cultivares de feijoeiro comum, em cinco sistemas de produção. Selvíria-MS, 2007. Fator Número de vagens planta -1 Número de sementes vagem -1 Massa de 1000 sementes (g) Produtividade kg ha -1 Feijão(Fe) Carioca Precoce 8,9 4,0 232,6 b 1610 Colibri 7,5 3,9 232,9 b 1266 Rubi 8,4 3,8 252,5 a 1507 IAC Carioca Eté 8,3 3,7 246,6 a 1524 Consórcio(C) Solteiro 8,64 4,30 248,9 a 1863 1 L + Milho alto 8,07 3,83 245,6 ab 728 1 L + Milho baixo 8,95 4,07 247,6 ab 1357 2 L + Milho alto 7,22 4,41 231,9 b 1473 2 L + Milho baixo 8,60 3,60 231,8 b 1962 Valores de f F(Fe) 1,615 n.s. 0,845 n.s. 10,715* 2,311 n.s. F(C) 0,526 n.s. 2,251 n.s. 4,416* 10,602* F(Fe*C) 1,298 n.s. 1,095 n.s. 1,228 n.s. 2,604* C.V.%(Consórcio) 25,26 21,38 6,78 24,77 C.V.%(Feijão) 24,34 15,74 5,67 24,4 *significativo pelo teste F a 5% de probabilidade; n.s. não significativo pelo teste F a 5% de probabilidade; C.V.: coeficiente de variação. Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. 1 L= linhas de feijoeiro espaçadas à 0,5 m entre fileiras de milho, portanto, 1 m entre linhas de feijão; 2 L = linhas de feijoeiro espaçadas sempre 0,5 m entre si, a 0,25 m de cada linha de milho. 428 Scientia Agraria, Curitiba, v.11, n.6, p.425-430, Nov./Dec. 2010

Os resultados obtidos, exceto para a massa de 1000 sementes, concordam com Soares et al. (2000), que em estudos com a cultivar Jalo Precoce em consórcio com milho, não verificaram diferença para número de vagens planta -1, grãos vagem -1 e massa de 100 grãos em um arranjo de duas fileiras de feijão. Por outro lado, Maciel et al (2004) verificaram que o consórcio interferiu em todas as características agronômicas do feijoeiro e que a mais afetada foi o número de vagens planta -1 enquanto as menos afetadas foram o número de grãos vagem -1 e a massa de 100 grãos. A produtividade do feijoeiro foi significativamente influenciada pela interação sistema de consórcio e cultivar. Na análise do desdobramento da interação observou-se que o feijão Carioca Precoce foi o que mais produziu no sistema solteiro, diferindo do Colibri e IAC Carioca Eté, porém, não diferindo do Rubi. Entretanto, esta cultivar foi também a que mais sofreu com o sistema de consórcio uma linha de feijão entre as linhas de milho (porte alto e baixo), indicando que ela deve ser utilizada em sistema solteiro, ou no sistema de consórcio duas fileiras de feijoeiro entre as linhas do milho de porte baixo (Tabela 4). Costa e Marino (2000) também verificaram que a produtividade do feijoeiro cultivado com uma linha de milho e uma linha de feijão diminui concordando com os dados obtidos para o mesmo esquema de consórcio. TABELA 4 - Médias de produtividade de grãos (kg ha -1 ) de quatro cultivares de feijoeiro em cinco sistemas de produção. Selvíria-MS, 2007. Consórcio/Feijão Solteiro 1 L. M. alto 1 L. M. baixo 2 L. M. alto 2 L. M. baixo Colibri 1254 a B 860 a A 860 a B 1628 a A 1728 a A Rubi 1997 a AB 562 b A 1568 a AB 1668 a A 1739 a A IAC Carioca Eté 1664 abc B 865 c A 1753 ab A 1144 bc A 2194 a A Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. 1 L= linhas de feijoeiro espaçadas à 0,5 m entre fileiras de milho, portanto, 1 m entre linhas de feijão; 2 L = linhas de feijoeiro espaçadas sempre 0,5 m entre si, a 0,25 m de cada linha de milho. Alguns autores não tem observado diferenças na produtividade de feijoeiro em função da cultivar ou do porte de milho. Pereira Filho et al. (1991) não observaram efeitos significativos de cultivares de milho sobre o rendimento do feijoeiro. Também, em trabalhos envolvendo cultivares de milho de portes diferentes e feijoeiro, Pereira Filho et al. (2000) verificaram que não houve diferenças de produtividade da leguminosa quanto ao porte da planta de milho. Cruz et al. (1984) avaliaram o comportamento de quinze cultivares de milho (cinco cultivares de porte normal, cinco de porte baixo e cinco precoces), em cultivo solteiro e consorciado na mesma linha com o feijão e concluíram que o menor porte de milho não contribuiu para maior produtividade do feijão associado. Dornelles et al. (1997), com o objetivo estudar alternativas de arranjos, variando o número de linhas do milho e do feijão, e quatro épocas de semeadura do milho em sistemas consorciados de milho e feijão, verificaram que o feijão consorciado praticamente não apresentou diferenças do monocultivo, diferentemente dos resultados da presente pesquisa onde as cultivares Carioca Precoce, Rubi e IAC Carioca Eté apresentaram comportamento distinto em função do sistema de consórcio utilizado. Para Raposo et al. (1995), os arranjos de plantas influenciam significativamente no rendimento de grãos do milho e feijão consorciados, que tiveram reduções de 18,7% e 52,2% em relação aos respectivos cultivos solteiros, concordando, portanto, com o observado no presente trabalho. CONCLUSÕES 1) A produtividade das cultivares foi dependente do sistema de consórcio. 2) As cultivares de feijoeiro somente diferiram em produtividade quando cultivadas no sistema solteiro ou uma linha de feijão entre o milho de porte baixo As cultivares Carioca Precoce e Rubi estiveram entre as melhores nos dois sistemas. REFERÊNCIAS 1. ALTIEIRI, M.A., SILVA, E.N., NICHOLLS, C.I. O papel da biodiversidade no manejo de pragas. Ribeirão Preto: Holos, 2003. 226 p. 2. ANDRADE, M.J.B.; MORAES, A.R.; TEXEIRA, I.R.; SILVA, M.V.Avaliação de sistemas de consórcio de feijão com milho pipoca. Ciência e Agrotecnologia, v. 25, n. 2, p. 242-250, 2001. 3. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Regras para análise de sementes. Brasília: Mapa/ACS, 2009. 4. COSTA, J.G.; MARINO, J.T.S. Efeitos de diferentes arranjos no consórcio milho-feijão e milho-caupi no Acre, Brasil. Acta Amazônica, v. 30, n. 3, p. 363-368, 2000. 5. CRUZ, J.C. et al. Avaliação de cultivares de milho associado com feijão. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 19, n. 2, p. 163-168, 1984. 6. DORNELLES, E.L.B.; MENDEZ, M.G.; CORREA, L.A.V.; SCHUCH, L.O.B. Arranjos de plantas e épocas de semeadura no cultivo consorciado de feijão (Phaseolus vulgaris L.) e milho (Zea mays L.) na região sul do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrociência, v. 3, n. 1, p. 11-16, 1997. Scientia Agraria, Curitiba, v.11, n.6, p.425-430, Nov./Dec. 2010. 429

7. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2. ed. Rio de Janeiro, 2006. 306 p. 8. FERREIRA, D.F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45., 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 2000. p. 255-258. 9. FLESCH, R.D. Efeitos temporais e espaciais no consórcio intercalar de milho e feijão. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 37, n. 1, p. 51-56, 2002. 10. HERNANDEZ, F.B.T.; LEMOS FILHO, M.A.F., BUZETTI, S. Software hidrisa e o balanço hídrico de Ilha Solteira. Ilha Solteira: Faculdade de Engenharia- Área de Hidráulica e Irrigação.1995. 45 p. 11. MACIEL, A.D.; ARF, O.; SILVA, M.G.; SÁ, M.E.; RODRIGUES, R.A.F.; BUZETTI, S.; BIANCHINI SOBRINHO, E. Comportamento do feijoeiro em cultivo consorciado com milho em sistema de plantio direto. Acta Scientiarum Agronomy, v. 26, n. 3, p. 273-278, 2004. 12. MORGADO, L. B.; WILLEY, R. W. Optimum plant population for maize-bean intercropping system in the Brazilian semiarid region. Scientia Agricola, v. 65, n. 5, p. 474-480, 2008. 13. PEREIRA FILHO, I.A.; OLIVEIRA, A. C.; CRUZ, J.C. Sistema de plantio de milho em fileiras duplas e simples em consórcio com o feijoeiro comum. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 35, n. 5, p. 951-957, 2000. 14. PEREIRA FILHO, I.A; CRUZ, J.C; RAMALHO, M.A.P.; Produtividade e índice de espiga de três cultivares de milho em sistema de consórcio com feijão comum. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 26, n. 5 p. 745-751, 1991. 15. PORTES, T. A.; SILVA, C.C. Cultivo consorciado In: ARAÚJO, R.S.; RAVA, C.A.; STONE, L.F.; ZIMMERMANN, M.J. de O. (Coords.). A cultura do feijoeiro comum no Brasil. Piracicaba: Potafós, 1996. p. 619-638. 16. RAPOSO, J.A. A. SCHUCH, L.O.B.; ASSIS, F.N.; et al. Consórcio de milho e feijão em diferentes arranjos e populações de plantas, em Pelotas, RS. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 30, n. 5, p. 639-647, 1995. 17. SANTOS, N.C.B. Comportamento de cultivares de feijoeiro e milho verde em cultivo solteiro e consorciado. 2007. 97 f. Tese (Doutorado em Agronomia - Sistemas de Produção), Curso de Pós Graduação em Sistemas de Produção. UNESP, Ilha Solteira, 2007. 18. SOARES, D.M.; DEL PELOSO, M.J.; KLUTHCOUSKI, J.; GANDOLFI, L.C.;FARIA, D.J. de. Tecnologia para o sistema consórcio de milho verde com feijão no plantio de inverno. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2000. 51 p. (Embrapa Arroz e Feijão. Boletim de Pesquisa, 10). 19. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 449-484. 20. VIEIRA, C. Estudo monográfico do consórcio milho-feijão no Brasil. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1999. 183 p. Recebido em 21/10/2009 Aceito em 20/12/2010 430 Scientia Agraria, Curitiba, v.11, n.6, p.425-430, Nov./Dec. 2010