EVOLUÇÃO DOS INDICADORES ECONÔMICOS E SOCIAIS NA INDÚSTRIA METALÚRGICA BRASILEIRA 1º. QUADRIMESTRE 2006

Documentos relacionados
INDICADORES ECONÔMICOS E SOCIAIS DA INDÚSTRIA METALÚRGICA OUTUBRO, 2006

EVOLUÇÃO DOS INDICADORES ECONOMICOS E SOCIAIS NA INDÚSTRIA METALÚRGICA BRASILEIRA

Quantidade de Acessos / Plano de Serviço / Unidade da Federação - Novembro/2007

Acre Previsão por Coeficiente no Estado

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

INFORME CONJUNTURAL. Comportamento do Emprego Jan-Dez Brasil. Subseção Dieese Força Sindical. Elaboração: 26/01/18

INFORME CONJUNTURAL. Comportamento do Emprego Jan-Jul Brasil. Subseção Dieese Força Sindical. Elaboração: 25/08/16

INFORME CONJUNTURAL. Comportamento do Emprego Janeiro Brasil. Subseção Dieese Força Sindical. Elaboração:05/03/18

BOLETIM EMPREGO Julho 2014

Análise do Emprego Industrial FEVEREIRO/2018 JAN-FEV 2018

Análise do Emprego Industrial JANEIRO/2019. Geração de empregos bate recorde no mês e aponta para um ano de maior crescimento da economia

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL ICPN

Síntese de indicadores. nº 1 setembro 2012 CAGED

BOLETIM EMPREGO Junho 2014

9, R$ , , R$ ,

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL (ICPN) Fevereiro/2014 (dados até Janeiro)

BOLETIM METALÚRGICO SUBSEÇÃO FTM-RS CUT JULHO 2018

INFORME CONJUNTURAL Comportamento do Emprego - Jan-Nov Brasil. 19/12/2014 Subseção DIEESE - Força Sindical

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL (ICPN) Maio / 2014 (dados até Abril)

Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos - Março de Inadimplência com cheques atinge 2,32% em março, aponta Serasa Experian

Emprego industrial 25 de Fevereiro de 2014 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Indústria Janeiro/2014

Setor de Máquinas e Equipamentos

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. Fevereiro/2013 (dados até Janeiro)

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. ICPN Fevereiro de 2016

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL ICPN

Análise do Emprego Industrial OUTUBRO/2018. Em outubro, Santa Catarina é o segundo estado que mais gera empregos no Brasil JAN-OUT.

S I N O P S E S I N D I C A L J U L H O D E

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL (ICPN) Maio/2013 (dados até Abril)

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL (ICPN) Março/2013 (dados até Fevereiro)

Gráfico 1 Movimentação do Emprego

FNPETI FÓRUM NACIONAL DE PREVENÇÃO E ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL. Cenário do Trabalho Infantil Dados PNAD 2014

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. Dezembro/2012 (dados até novembro)

Alexsandre Lira Cavalcante *

BOLETIM METALÚRGICO SUBSEÇÃO FTM-RS CUT MAIO 2018

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL ICPN. Setembro de 2015

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL ICPN

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA RECEITA DO SETOR DE SERVIÇOS (ABRIL )

Resultados- Junho OUTUBRO 2011

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. ICPN Junho de 2016

Cenário Macroeconômico e Político: Efeitos sobre a Economia do RS

Comércio em Números. Março/2018. Estudos Econômicos Fecomércio MG.

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. ICPN Maio de 2016

PAINEL DO MERCADO DE TRABALHO

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL ICPN. Janeiro de 2016

Mercado de Trabalho Empregos formais. Estado de São Paulo Município: Capivari

RESOLUÇÃO Nº 609, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014

RESULTADOS DAS PESQUISAS PIM-PF E PMC DO IBGE 1

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL ICPN

Observatório da Indústria Mato-Grossense

Contabilizando para o Cidadão

AS EMPRESAS LIGADAS AO TURISMO REATIVARAM CONTRATAÇÕES, GERANDO EMPREGOS EM ABRIL. Gráfico 1. Variação Mensal do Emprego no Turismo

BOLETIM MÁQUINAS AGRÍCOLAS SUBSEÇÃO FTM-RS/CUT Março 2018

Nível de Emprego Formal Celetista

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. ICPN Abril de 2016

Conjuntura - Saúde Suplementar

EMPREGO INDUSTRIAL Dezembro de 2013

Ranking de salário dos Tribunais de Justiça nos Estados e DF - Junho 2018 SS JUSTIÇA MG

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. ICPN Março de 2016

Contabilizando para o Cidadão

Contabilizando para o Cidadão Entendendo as Finanças Públicas

AGOSTO/2017 ATUALIZADO EM OUTUBRO/2017

Boletim de Conjuntura Econômica de Goiás N.35/Mar.2013

EMPREGO INDUSTRIAL Novembro de 2013

Estatísticas do Cadastro Central de Empresas Gerência do Cadastro Central de Empresas

Metalúrgicos da CUT injetarão R$ 2,3 bilhões na economia com o pagamento do 13º salário de 2013

Junho de Nota sobre os resultados da PIM-PF Regional SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL

NÍVEL DE EMPREGO FORMAL CELETISTA Outubro 2017 CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS CAGED

MARÇO/2017 ATUALIZADO EM JUNHO/2017

GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS

Boletim de Inteligência Estratégica

2015. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sebrae

Metalúrgicos da CUT injetarão R$ 2,1 bilhões na economia com o pagamento do 13º salário de 2012

Janeiro/ BRASIL. Análise do emprego. Brasil Janeiro/2014

Dezembro/ BRASIL. Análise do emprego. Brasil Dezembro/2013

COMÉRCIO VAREJISTA JUNHO DE 2017

Nível de Emprego Formal Celetista

CRESCIMENTO INDUSTRIAL, EMPREGO E RENDA NO RAMO METALÚRGICO

Dezembro e consolidado 2015

EMPREGO INDUSTRIAL SUMÁRIO EXECUTIVO EMPREGO MAIO DE 2013 A INDÚSTRIA FOI O SETOR QUE MAIS CONTRATOU EM MAIO E NO ACUMULADO DO ANO.

GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS

SUBSÍDIOS PARA A AÇÃO SINDICAL INDICADORES DA INDÚSTRIA METALÚRGICA BRASILEIRA. Outubro de 2010

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos MOTOCICLETAS DEZEMBRO DE 2016

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos MOTOCICLETAS JUNHO DE 2017

DEZEMBRO/2017 ATUALIZADO EM FEVEREIRO/2018

Pesquisa de Atividades em Tecnologia da Informação 07 DE DEZEMBRO DE 2017

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DE DIADEMA

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos MATO GROSSO OUTUBRO DE 2015

2015. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sebrae

EMPREGO INDUSTRIAL Fevereiro de 2014

CENSO BRASILEIRO DE SHOPPING CENTERS 2015/2016 CENSO BRASILEIRO DE SHOPPING CENTERS 2015/2016

Pesquisa de Atividades em Tecnologia da Informação 18 DE ABRIL DE 2018

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. ICPN Novembro de 2015

Resumo de vendas realizadas pelo Produtor por Safra, Origem e Destino

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL ICPN. Dezembro de 2015

2015. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sebrae

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E CIÊNCIAS ECONÔMICAS

NOVEMBRO/2017 ATUALIZADO EM JANEIRO/2018

2015. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sebrae

2015. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sebrae

CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS (CAGED) Lei N. º 4.923/65 Sumário Executivo Dezembro de 2018

Transcrição:

CNM/CUT - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS METALÚRGICOS DA CUT DIEESE - DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS SUBSEÇÃO CNM/CUT EVOLUÇÃO DOS INDICADORES ECONÔMICOS E SOCIAIS NA INDÚSTRIA METALÚRGICA BRASILEIRA 1º. QUADRIMESTRE 2006 INDICADORES DA INDÚSTRIA EM GERAL A produção industrial brasileira apresentou crescimento de 2,9% no primeiro quadrimestre do ano, resultado bastante positivo já que o último quadrimestre de 2005 apresentou crescimento de 0,9% e 2,6%, no acumulado dos últimos 12 meses. Apesar disso, na comparação entre abril/2005 e abril/2006, o resultado foi nulo (0,0%) - explicada pelo menor número de dias úteis esse ano e, em comparação com o mês de março/2006, a queda foi negativa em -1,9%. Quando observamos os 23 ramos estudados pelo IBGE, podemos observar que 14 setores apresentaram crescimento. Os principais são: metalurgia básica (4,2%), produtos químicos (2,0%) e bebidas (3,5%). Os outros 9 setores apresentaram queda. Entre as maiores quedas, destacamse os setores de farmacêutica (-7,0%) e alimentos (-1,5%). Outros movimentos setoriais também causaram impactos negativos sobre os números gerais da indústria, como a redução (-2,0%) e telefones celulares (-0,1%). No caso do setor automotivo, o resultado foi pontual no mês de abril e já apresenta crescimento significativo no mês de maio. Tabela 1 - Indicadores produção industrial Brasil, 2005-2006 Variação 2006 Abril de 2005 - Abril de 2006 0,0 Março de 2006 - Abril de 2006-1,9 Acumulado quadrimestre 2,9 Acumulado 12 meses 2,6 Fonte: IBGE, PIM, Abril de 2006. É importante observarmos outros indicadores da economia nesse período, que também demonstram certa estabilidade. As taxas de desemprego permanecem estáveis e o ICV/DIEESE apresentou deflação de -0,37% (maio/2006). O PIB no primeiro trimestre apresentou crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior e 3,4% em relação a igual trimestre de 2005. INDICADORES DA INDÚSTRIA METALÚRGICA 2006

Apesar de certa estabilidade na produção industrial, os setores que compõem a indústria metalúrgica têm obtido resultados mais expressivos. O setor automotivo, que apresentou resultados negativos em abril em relação a março (-2,7%), mostra uma retomada significativa em maio, fechando o mês com crescimento recorde de +10,4% em relação ao mês anterior. É o melhor maio da história, com exceção do ano de 1997. Junto com os resultados de abril, vieram também o anúncio de demissões de trabalhadores na Volkswagen e na GM, que ao todo, somam mais de 6.700 demissões até 2008. Os principais problemas apontados foram a queda de produção e na lucratividade com as exportações. Os dados de maio parecem não confirmar esse cenário, inclusive porque as montadoras, nesse mesmo período, refizeram suas previsões para o ano, aumentando as previsões de produção para 2,6 milhões de unidades e, de vendas para o mercado interno, para 1,8 milhões de unidades. O governo também está estudando medidas que mantenham o bom ritmo de exportação desse setor, que representa 11% do PIB brasileiro. Entre essas medidas, está a possibilidade de aumentar em 40% ou 50% a linha de financiamento para exportação de automóveis. O setor de autopeças, apesar de indicadores positivos, tem sofrido ainda mais com o valor do câmbio e as importações chinesas. O crescimento no faturamento de 9,6%, acumulado no primeiro bimestre, caiu para 1,7% no acumulado dos quatro primeiros meses. No entanto, a previsão de crescimento previsto para 2006 continua mantida. A indústria de bens de capital, afetada pelo câmbio e principalmente pelas importações vindas da China, avalia com cautela os resultados já que os resultados negativos iniciais de 2006 dão lugar a uma recuperação do faturamento e, com as medidas para o crescimento do setor que estão sendo discutidas pelo governo e representantes da indústria de bens de capital, esse quadro pode ser revertido e as expectativas de crescimento para 2006 serem confirmadas. A indústria de transformação passa por um ciclo de modernização e a indústria de bens de capital tem a oportunidade de aumentar escala, desenvolver novos produtos não fabricados no país, investir em tecnologia e ganhar mercado, mas que pode ser preenchida pela importação de máquinas e equipamentos, principalmente, chineses. Se esse movimento não for bem acompanhado, com medidas claras de política industrial para o setor. Mesmo o setor siderúrgico, que vem apresentando queda no faturamento, acredita que o quadro se reverte no segundo trimestre desse ano. O principal motivo para esses resultados é o desequilíbrio entre oferta e demanda nos estoques e nos preços observados no mercado, além do valor do dólar. No caso do dólar, o reflexo negativo fez com que a receita com as exportações caísse 23,8% somente em abril. A queda da produção em abril também teve como origem a paralisação temporária do alto forno da CSN. 2

Tabela 2 - Indicadores da indústria metalúrgica Primeiro bimestre de 2006 Setor Unidade Produção Faturamento Emprego* Exportação Importação Automotivo (Janeiro a Maio) Autopeças Nº 674,3 mil veículos ND 107,9 mil Us$ 1.058.270 (263.442 veículos) 38.563 veículos % 8,7% ND 3,2% 8,6% 23,6% Nº ND 199,6 mil US$ 2,68 bi US$ 2,19 bi (Janeiro a Abril) % 1,7% 2,8% 18,6% -1,9% Bens de Capital (janeiro a Abril) Siderurgia (Janeiro a Abril) Eletroeletrônico (Janeiro a Março) Nº R$ 4,4 milhões 211,6 mil US$ 736,91 milhões US$ 722,5 milhões % 2% 0,2% 7,3% 10,6% Nº 9,6 milhões toneladas US$ 5,6 milhões*** 61,6 mil*** US$1,9 milhões (328 mil toneladas) US$ 296,1 mil*** (1.732 milhões toneladas) % -10,2% (-0,9%) 1,6% (-8,2%) 71,3% Nº ND ND 136 mil US$ 2,07 bi US$ 4,26 bi % ND 18% 2,2% +23% +39% Fontes: Anfavea, Sindipeças, Abimaq, IBS, 2006. Elaboração subseção DIEESE CNM/CUT, 2006. ND Não disponível. * O indicador de crescimento do emprego é a comparação entre com igual mês de 2005. ** Os números totais por setores se referem apenas às empresas filiadas às entidades patronais acima. *** Janeiro a março. EMPREGO METALÚRGICO O emprego metalúrgico continua seguindo sua trajetória de crescimento acumulando no primeiro quadrimestre do ano +2,4%, o que representa cerca de 37.792 postos de trabalho, número um pouco superior ao encontrado no primeiro quadrimestre do ano passado (Tabela 3). Salvo dezembro de 2004 e dezembro 2005, meses que a indústria metalúrgica apresenta queda de produção e emprego por influências sazonais da produção, são 20 meses de crescimento do emprego metalúrgico. Tabela 3 - Variação emprego metalúrgico formal de Jan/Abr 2006 1 Mês Jan-abr/03 Jan-abr/04 Jan-abr/05 Jan-abr/06 Janeiro 1.334.856 1.379.228 1.536.937 1.595.840 Abril 1.362.604 1.437.027 1.573.290 1.633.632 Saldo de empregos no 27.748 57.799 36.353 37.792 período Variação % 2,1 4,2 2,4 2,4 Fonte: Perfil do Estabelecimento, MTE, 2005. 01/jan a 30/Abr. Elaboração: DIEESE/CNM, 2006. 1 Os dados sobre emprego metalúrgico tratam do emprego formal. Esses dados são originários dos registros administrativos do Ministério do Trabalho, sistematizados na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), no Perfil do Estabelecimento e no Caged (Cadastros Gerais de Empregados e Demitidos). Os dados também podem apresentar a formalização de trabalhadores que não possuíam vínculo empregatício formal. 3

Se considerarmos janeiro de 2003, período em que o emprego metalúrgico voltou a ter uma retomada mais acentuada, o percentual de crescimento é de +22,4%, o que representa 298.776 mil trabalhadores metalúrgicos a mais nesse período (Tabelas 4 e 5). Gráfico 1 Emprego Metalúrgico 1997 a 2006 (Mil trabalhadores) Emprego metalúrgico - 1997 a 2006 (Mil Trabalhadores) 1.800 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 0 1.596 1.634 1.537 1.343 1.341 1.222 1.277 1.305 1.335 1.379 1.202 jan/97 jan/98 jan/99 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 abr/06 Fonte: Perfil do Estabelecimento, MTE, 2005. Consideramos o dia 1º de cada mês e 30 de abril. Elaboração: DIEESE/CNM/CUT, 2006. Tabela 4 - Emprego metalúrgico, 1997 a 2003 Mês Nº Trabalhadores Variação % Janeiro/97 1.342.746 - Janeiro/98 1.340.912-0,1 Janeiro/99 1.221.796-8,9 Janeiro/00 1.201.811-1,6 Janeiro/01 1.277.057 6,3 Janeiro/02 1.304.487 2,1 Janeiro/03 1.334.856 2,3 Saldo de empregos no período -7.890-0,6 Fonte: Perfil do Estabelecimento, MTE, 2005. Consideramos o dia 1º de cada mês. Elaboração: DIEESE/CNM/CUT, 2006. Tabela 5 - Emprego metalúrgico, 2003 a 2006 Mês Nº Trabalhadores Variação % Janeiro/03 1.334.856 - Janeiro/04 1.379.228 3,3 Janeiro/05 1.536.937 11,4 Janeiro/06 1.595.840 3,8 Abril/06 1.633.632 2,4 Saldo de empregos no período 298.776 22,4 Fonte: Rais/Perfil do Estabelecimento, MTE, 2006. Elaboração: DIEESE/CNM, 2006. Elaboração: DIEESE/CNM/CUT, 2006. Consideramos o dia 1º de janeiro e 30 de abril. Ao observamos as regiões, destacamos a região norte do país, puxada pelo estado do Amazonas (+5,24%) e pelo Pará (+8,17%). Nas regiões sul, sudeste e nordeste, com médias de crescimento 4

muito próximas da média nacional, podemos destacar os estados da Bahia (+3,35%), Espírito Santo (+6,44%) e Paraná (+3,05%). (Tabelas 6 e 7) Tabela 6 - Número trabalhadores metalúrgicos por região, jan-abr/2006 Grandes Setores Janeiro/06 Abril/06 Postos de % Trabalho Norte 71.858 75.627 3.769 5,25 Nordeste 73.405 74.891 1.486 2,02 Sudeste 1.070.860 1.094.556 23.696 2,21 Sul 356.225 364.677 8.452 2,37 Centro-Oeste 23.492 23.881 389 1,66 Total 1.595.840 1.633.632 37.792 2,4 Fonte: Perfil do Estabelecimento, MTE, 2006. Consideramos o dia 1º de janeiro e 30 de abril. Elaboração: DIEESE/2006. Tabela 7 - Número trabalhadores metalúrgicos por estado, jan-abr/2006 Estados Janeiro/06 abr/06 Postos de % Trabalho Rondônia 1.139 1.128-11 -0,97 Acre 164 171 7 4,27 Amazonas 61.503 64.727 3.224 5,24 Roraima 69 82 13 18,84 Pará 7.909 8555 646 8,17 Amapá 468 380-88 -18,80 Tocantins 606 584-22 -3,63 Maranhão 5.462 5.178-284 -5,20 Piauí 1.951 1.943-8 -0,41 Ceará 14.296 14.818 522 3,65 Rio Grande do 2.996 2.985-11 -0,37 Norte Paraíba 2.522 2.570 48 1,90 Pernambuco 16.264 16.304 40 0,25 Alagoas 1.163 1.256 93 8,00 Sergipe 2.952 3.175 223 7,55 Bahia 25.799 26.662 863 3,35 Minas Gerais 193.850 198.303 4.453 2,30 Espírito Santo 18.418 19.604 1.186 6,44 Rio de Janeiro 86.862 87.326 464 0,53 São Paulo 771.730 789.323 17.593 2,28 Paraná 100.323 103.386 3.063 3,05 Santa Catarina 98.000 100.262 2.262 2,31 Rio Grande do Sul 157.902 161.029 3.127 1,98 Mato Grosso Sul 3.855 3.909 54 1,40 Mato Grosso 3.868 3.768-100 -2,59 Goiás 12.700 13.091 391 3,08 Distrito Federal 3.069 3.113 44 1,43 Total 1.595.840 1.633.632 37.792 2,4 Fonte: Perfil do Estabelecimento, MTE, 2005. Consideramos o dia 1º de janeiro e 30 de abril. Elaboração: DIEESE/2006. Quanto aos grandes setores da indústria metalúrgica, a indústria de material elétrico e de comunicação apresentou o maior crescimento (+3,31%). O setor que apresentou o menor, abaixo da média nacional foi a indústria de material de transporte, afetado principalmente pelo 5

desempenho da indústria automotiva, o que deve se reverter quando forem computados os resultados de maio (Tabela 8). Tabela 8 - Número trabalhadores metalúrgicos por setor Metalúrgico, jan-abr/2006 Grandes setores Jan/06 Abr/06 Postos de % Trabalho Indústria metalúrgica 610.454 625.554 15.100 2,47 Indústria mecânica 364.849 373.766 8.917 2,44 Indústria de material elétrico e de 227.226 234.743 7.517 3,31 comunicação Indústria de material de transporte 393.311 399.569 6.258 1,59 Total 1.595.840 1.633.632 37.792 2,4 Fonte: Perfil do Estabelecimento, MTE, 2005. Consideramos o dia 1º de janeiro e 30 de abril. Elaboração: DIEESE/2006. Grandes Setores IBGE 26 categorias. CONSIDERAÇÕES DA CNM/CUT Os resultados do primeiro quadrimestre do ano apresentam continuidade do crescimento do emprego e de outros indicadores, tais como produção física, faturamento e exportação, para quase a totalidade dos setores e subsetores da indústria metalúrgica. As projeções de crescimento apresentadas para este ano estão sendo mantidas pelos empresários, bem como as previsões de investimentos, o que significa que os atuais resultados estão dentro das expectativas para 2006. Os investimentos na indústrias metalúrgicas, conforme relatório do BNDES para os próximos 3 anos, que envolvem recursos da ordem de US$ 11,7 bilhões, estão tendo continuidade. Alguns setores indicam problemas localizados, como a produção siderúrgica, a indústria de bens de capital e, em especial, o segmento de máquinas e equipamentos agrícolas, que há pelo menos dois anos enfrenta sérios problemas e alguns setores que estão sofrendo maior impacto do câmbio. Mas medidas que estão sendo discutidas pelo governo, devem trazer resultados positivos para o próximo bimestre, tanto em questões localizadas de setores ou subsetores, como em questões macroeconômicas. Entre as medidas em discussão, estão a redução de impostos de importação para bens de capital sem similar no país, desonerando investimentos no país, a criação de linhas de crédito para financiamento da produção, da venda no mercado interno e exportação, medidas para recuperar o câmbio e medidas de incentivos a setores com forte impacto na economia (agricultura, construção civil). Na construção civil, medidas como aumento do crédito a juros menores e redução do IPI de produtos básicos da construção civil, anunciadas em fevereiro, já estão surtindo efeito nesse setor, que tem um impacto muito grande na geração de emprego. 6

No que diz respeito à agricultura, as principais medidas são o crescimento dos valores destinados para o Plano Safra (R$50 bilhões), o PRONAF (R$ 10 bilhões) e mais R$ 15 bilhões para rolagem da dívida dos agricultores. Essas medidas têm impactos positivos sobre a economia como um todo e também sobre alguns setores da indústria metalúrgica, como o setor de bens de capital e de caminhões. Para o setor de caminhões, foi divulgado recentemente o novo programa de financiamento pelo BNDES para compra de caminhões programa Pró-Caminhoneiro, que além de ampliar o prazo de pagamento do financiamento, estabelece outras medidas que possibilitam a redução do risco, e, portanto, dos juros e taxas, reduzindo assim, as parcelas a serem pagas pelos tomadores dos empréstimos. Essa medida pode beneficiar cerca de 630 mil trabalhadores, através de recursos de R$ 500 milhões disponíveis para o financiamento de até 100% de caminhões, chassis e carrocerias de caminhões novos ou usados de até oito anos. Outra medida importante e com grandes impactos positivos sobre a economia é o reajuste do salário mínimo. A partir de negociações entre representantes dos trabalhadores e governo, foi assinado um Protocolo de Intenções em 24 de janeiro de 2006, entre as seis Centrais e seis Ministros da República com três importantes decisões: (1) o reajuste do salário mínimo, a partir de abril de 2006, para R$ 350,00; (2) o envio ao Congresso de uma proposta de reajuste de 8% das tabelas progressivas do imposto de renda incidente sobre os rendimentos das pessoas físicas e, por último, (3) a retomada das atividades da Comissão Quadripartite para o fortalecimento do salário mínimo, de que trata o Decreto de 20 de Abril de 2005. Nos quatro últimos anos, o reajuste do salário mínimo acumulado é de 75% frente a uma inflação acumulada de 40,84%, (INPC/IBGE). Resulta assim, em um aumento real da ordem de 24,25%, no período. Considerando-se que o aumento real obtido nos dois últimos anos foi de 21,29%, a maior parte do aumento real do período foi conquistado nos anos das campanhas das Centrais, podendo-se atribuir um peso significativo ao papel da ação sindical na obtenção destes resultados. O salário mínimo, como é sabido tem importantes efeitos sobre a sociedade. Um deles é o efeito distributivo, já que 23,4 milhões de trabalhadores (31,6%), dentre os 74 milhões de pessoas ocupadas, recebem salário mínimo. Somando esses trabalhadores aos aposentados são cerca de 40 milhões de pessoas que têm seu rendimento referenciado a até um salário mínimo. Esse aumento significa um impacto potencial no poder de compra dos trabalhadores de R$ 25,5 bilhões/ano. Em se tratando de salário mínimo, este valor deverá ser destinado, prioritariamente, ao consumo dos chamados bens de salário, propiciando um acréscimo de demanda por alimentos, vestuário, remédios, etc. Trata-se, portanto, de um efeito positivo sobre o mercado interno através do crescimento da produção de bens de consumo. Esse aumento do consumo, decorrente da melhoria do poder de compra dos trabalhadores, determinará maior arrecadação de impostos da União que pode representar uma arrecadação tributária adicional de R$ 6,2 bilhões/ano. Além desses impactos positivos, os trabalhadores que recorrem ao seguro 7

desemprego também serão favorecidos e os pisos salariais de cerca de 26% das categorias, com valor igual ou próximo do salário mínimo, deverão ser corrigidos. Essas medidas devem garantir um crescimento mais substancial nos próximos meses, o que representaria um importante incremento sobre os resultados positivos de 2004. 8