INVENTÁRIO TURISTICO DA CIDADE DE SÃO BORJA - MUSEU ERGOLÓGICO DE ESTÂNCIA 1 Alessandra Schettert Fava 2 Gisele Nabolotnyj da Rosa 3 Glaucio Peixoto Borin 4 Milane Flores Almeida 5 INTRODUÇÃO São Borja origina-se da Redução de São Francisco de Borja, fundada pelos jesuítas da Companhia de Jesus, à margem esquerda do Rio Uruguai, na fronteira com a Redução de Santo Tomé, localizada à margem ocidental do mesmo rio (Rio Uruguai). Os primitivos habitantes deste território foram os indígenas, que deixaram um legado na cultura e na formação étnica. Hoje, o município destaca-se tanto no agronegócio (sua principal base econômica) quanto nas rotas comerciais do Mercosul e apresenta um grande potencial turístico a ser explorado. É um município localizado na região oeste do estado do Rio Grande do Sul, conta com uma população estimada de 62.990 habitantes (IBGE 2010). Trata-se de uma cidade histórica considerada o primeiro dos Sete Povos das Missões. Possui atrativos turísticos ligados à sua origem histórica, cultural. Localizam-se na cidade fontes com valor histórico: Fonte São João Batista e Fonte de São Pedro, que preservam até hoje elementos que fizeram parte da antiga redução jesuítica de São Borja. Há museus que retratam a história da cidade, como o Museu Municipal Apparício Silva Rillo, conhecido como Museu Missioneiro, o Museu Getúlio Vargas, o Memorial Casa João Goulart, o Museu Ergológico de Estância e o Museu Militar. 1 Grupo de Trabalho (GT) 01- Gastronomia e Turismo 2 Acadêmica do curso tecnológico de Gestão do Turismo do IF Farroupilha, campus São Borja. E-mail: ale.fava@hotmail.com 3 Acadêmica do curso tecnológico de Gestão do Turismo do IF Farroupilha, campus São Borja. E-mail: gisanabolotnyjdarosa@gmail.com 4 Acadêmico do curso tecnológico de Gestão do Turismo do IF Farroupilha, campus São Borja. E-mail: gpb.fiscal@gmail.com 5 Acadêmica do curso tecnológico de Gestão do Turismo do IF Farroupilha, campus São Borja. E-mail: milanesuzana@hotmail.com 1
DESENVOLVIMENTO Em um primeiro momento foi feito o inventário do atrativo, que consiste em levantar o máximo de informações básicas sobre o atrativo, tais como infraestrutura de apoio e turística, fluxo turístico, potencialidades, etc. O Grupo Amador de Arte Os Angüeras é uma associação civil que tem finalidades artístico-culturais, com sede na cidade de São Borja, sendo fundado em 10 de outubro de 1982. O Museu Ergológico da Estância ou Museu dos Angüeras, como é conhecido popularmente, é especializado em ergologia campeira, que tem como finalidade reunir móveis, utensílios, veículos, heranças materiais em geral advindas das antigas estâncias e fazendas da região das Missões e da Fronteira do Rio Grande do Sul. O Museu se localiza na área urbana da cidade, no bairro Maria do Carmo. Embora o museu se encontre no perímetro urbano, não há uma linha transporte público que passe próximo ao atrativo, a linha mais próxima se encontra a 800 metros do local. Ainda que perto deste (240 metros) exista a Escola Estadual de Ensino Médio Apparicio Silva Rillo. Referente à estrutura de funcionamento, a visitação é aberta ao público durante todo o ano e de forma gratuita, de terça a sábado com horário de atendimento específico: pela manhã está disponível ao público das 9h às 12h e à tarde das 14h às 17h. O acesso é pavimentado até a porta do atrativo, possui um centro de recepção e atendente para visitação guiada informando a história da utilização dos objetos nas estâncias, além de contar histórias e curiosidades referentes a alguns itens lá presentes. Possui atendimento e material gráfico disponível somente em português. Houve um período em que o museu se manteve fechado à visitação pública para reformas e por falta de funcionários, pois anterior a esta falta de efetivo havia dificuldades em manter o museu aberto. Os membros do grupo amador de arte revezavam-se para manter a regularidade da visitação. O principal público do museu são as escolas municipais e estaduais da cidade, devido ao seu caráter educativo, porém se percebe que há interesse por parte dos turistas de outros estados e países em relação ao atrativo, por sua característica cultural. Os meses de maior 2
fluxo de visitantes têm relação com a realização de eventos que geralmente acontecem no mês de maio (semana dos museus), junho (semana Apparício Silva Rillo e exposição de artistas locais de renome) e setembro (semana farroupilha e primavera dos museus). Integra roteiros turísticos comercializados como a "Rota das Missões", "Trilha da lua cheia" e o city tour da cidade de São Borja. O atrativo possui uma área de exposição coberta com bom estado de conservação, estilo arquitetônico das casas das estâncias espanholas e portuguesas do século XX. Todo acervo que está no museu provém de doações arrecadadas nos shows do grupo Os Angüeras, quando os objetos eram levados como forma de ingresso para o evento. Todos eles são peças do cotidiano no campo, das casas e bolichos das estâncias. Dentre os itens da exposição permanente do museu estão murais, fotografias, vitrais, gravuras, moedas, etc. Em meio a alguns artigos estão os trajes de gala que mulheres e homens usavam para os bailes, as charretes e carruagens que usavam na lida diária do campo ou as mais elaboradas usadas como meio de transporte para viagens as cidades. Anexo ao museu existe o espaço Bonpland que foi batizado com esse nome em homenagem ao médico, botânico e farmacêutico Aimé Bonpland, que viveu em São Borja próximo ao local do terreno até o ano de 1853, onde atuava como médico e mantinha uma farmácia, atendendo gratuitamente pessoas sem recursos. Este espaço foi cedido pela prefeitura municipal com o intuito de utilização pela comunidade. Em um segundo momento foi realizada a análise F.O.F.A que consistiu em salientar os pontos fortes e fracos, as oportunidades e ameaças do local estudado. Fatores Internos (Controláveis) Forças - Acervo condizente com a proposta do museu; Fatores Externos (Incontroláveis) Oportunidades - Possibilidade de utilização do terreno cedido pela prefeitura; 3
Pontos Fortes Pontos Fracos - Reforça a cultura gaúcha; - Afastado do centro; - Apresenta fluxo adequado de visitantes. Fraquezas - Falta de acessibilidade; - Falta de sinalização; - Dificuldade de acesso ao transporte; - Pouca qualificação técnica dos funcionários; - Muitos objetos para pouco espaço físico; - Diversificação de peças disponíveis para compra como souvenir para turistas; - Materiais de divulgação gráfica e atendimento apenas em português. - Realização de eventos culturais no espaço Aimé Bonpland; - Possibilidade de implantação de novas atividades para atrair turistas; - Elaboração de material gráfico e atendimento em outros idiomas. Ameaças - Impedimento do uso do espaço físico pelo grupo Angüeras e do espaço Bompland pela prefeitura; - Retirada/troca dos funcionários pela prefeitura municipal; - Afastado do centro; - Desconhecimento da origem de algumas peças e seus doadores; - Escassez de recurso financeiro. Em um terceiro momento foi realizada a etapa de prognóstico, que visou propor ações de melhoria para o ambiente do atrativo, bem como melhor aproveitamento do espaço a curto, médio e longo prazo. Curto prazo (2 anos) Médio prazo (3 anos) Longo prazo (5 anos) - Qualificação dos funcionários para atendimento em uma língua estrangeira - Divulgação do local e de sua história durante - Contratação de um museólogo para a 4
(espanhol). Pensa-se na qualificação destes como uma forma de melhorar a comunicação com os visitantes estrangeiros, uma vez que o fluxo de turistas de língua espanhola é considerável. - Elaboração de material gráfico em três idiomas e em braile (Português, Espanhol e Inglês). Sugere-se que para ampliar a acessibilidade no museu, sejam ofertados alguns poucos exemplares em braile, e também sejam confeccionados materiais nos três idiomas, porém um material para cada língua sugerida. - Utilização do espaço Aimé Bonpland para realização de eventos culturais. A proposta é que sejam realizados eventos culturais neste espaço como forma de valorização do museu, da cultura gaúcha e missioneira, através de apresentações musicais, sarais de poesia, exposições de artistas locais, entre outros. - Criação e confecção de chaveiros com a fachada do museu e alguns objetos que estão expostos (arados de ferro, prensa de madeira, etc), ampliando e instigando a venda de souvenirs. - Melhorar a rede elétrica e iluminação do museu. todo o ano. (Escolas, centro de informações turísticas, associações, hotéis, etc). - Melhorar a sinalização de acesso até o atrativo. Pois muitas placas encontram-se com difícil visualização por estarem tortas ou escondidas por árvores, além de não indicarem a distância até o local. inventariação das obras e organização do espaço. 5
REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística. Disponível em:<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=431800&search=rio grande-do-sul sao-borja> Museu Ergológico de Estância 6