HISTÓRIA - 2 o ANO MÓDULO 05 A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA: POLÍTICA
Como pode cair no enem (ENEM) Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o coronel e pelo coronel. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural. (LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 [adaptado].) O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social: a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda. b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes. c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica. d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia. e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.
Fixação 1) (PUC) A República criou uma cidadania precária, porque calcada na manutenção da iniquidade das estruturas sociais acentuou as distâncias entre as diversas regiões do país, cobrindo-as com a roupagem do federalismo difuso da política dos governadores, ou dando continuidade à geografia oligárquica do poder que, desde o Império, diluía o formalismo do Estado e das instituições. (SALIBA, Elias Thomé. Raízes do riso: a representação humorística na história brasileira; da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p.67.) O fragmento de texto acima refere-se aos primeiros tempos da República no Brasil. É correto afirmar que a implantação da República: a) renovou as instituições políticas, ampliando o poder do Estado e dissolvendo os poderes locais; b) alterou radicalmente a estrutura social do Império, devido à ascensão da burguesia e declínio da aristocracia; c) introduziu um modelo federalista, que permitiu maior autonomia local e integração nacional; d) manteve os desníveis sociais presentes no Império e não ofereceu ampliação significativa dos direitos de cidadania; e) centralizou agudamente o poder nas mãos dos governadores, diminuindo as atribuições das instituições políticas e do Presidente da República.
Fixação Em relação às eleições da República Velha, a alternativa que melhor explica a charge é: a) os coronéis eram, muitas vezes, acusados de falsificação das atas eleitorais, de alistamento de defuntos ou de comprar os componentes da mesa eleitoral; b) pelo voto de cabresto, o coronel garantia para seus candidatos o apoio dos que lhe deviam favores, pois o voto não era secreto; c) era prática comum, capangas ou jagunços, para servir a seus patrões, matar os adversários políticos, expulsar os indesejáveis ou ameaçar eleitores indecisos; d) para votar, o cidadão dirigia-se à mesa eleitoral, composta por indicação, que controlava as listas de presença e votação; e) a estrutura de poder incluía coronéis, oligarquias es-taduais e governo federal, estabelecendose no topo dessa pirâmide a política do café com leite. 2) (PUC) Analise, com atenção, a charge a seguir. (Detalhe da charge Como se faz uma eleição, de Amaro. Revista da Semana, n o 495, 1919, Rio de Janeiro. Biblioteca Nacional.)
ixação ) (UERJ) A proclamação da República em 1889, ao promover a descentralização políticoadministrativa do país, gerou expectativas de uma efetiva autonomia no agora Estado do Rio de Janeiro. A implantação da República Federativa do Brasil coincidiu, no estado do Rio, com sérias dificuldades econômicas e financeiras que, em fins da década de 1890, chegaram a uma situação limite, muito embora esse quadro de crise tenha sido entremeado por breves conjunturas de recuperação. Além desses problemas de ordem econômica, o exercício, pelos fluminenses, da autonomia que o federalismo oferecia, foi dificultado, mais uma vez, pela proximidade da capital federal, a ponto de se tornar voz corrente que a política estadual era decidida na rua do Ouvidor. (FERREIRA, Marieta de M. Política e poder no Estado do Rio de Janeiro na República Velha. In: Revista Rio de Janeiro. UFF, dezembro de 1985.) O Estado do Rio de Janeiro, apesar da nova estrutura política decorrente da Proclamação da epública, apresentou, na virada do século XIX, características que o distinguiam dos estados e São Paulo e Minas Gerais. Uma dessas características, destacada no texto acima, é: ) enfraquecimento do poder político local; ) retomada do poder econômico das elites locais; ) controle do governo da União pelos políticos locais; ) subordinação à crescente intervenção econômico-financeira do poder central.
Proposto 1) (UERJ) (STORNI, 1927. In: LEMOS, Renato. Uma história do Brasil através da caricatura. Rio de Janeiro: Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.) A dominação dos grandes proprietários rurais durante a República Velha deu origem à expressão popular voto de cabresto, mecanismo eleitoral que resulta de: a) influência política das oligarquias regionais; b) adaptação do campesinato à realidade do mundo urbano; c) inconformismo do eleitor nas pequenas cidades do interior; d) submissão dos trabalhadores rurais aos valores soberanos das cidades.
Proposto 2) (UNIRIO) (NOVAES. Carlos Eduardo e LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo. Ática. 1997. p. 198.) Considerando a charge acima e a Constituição Republicana de 1891, podemos afirmar que a: a) consolidação da 1 a República, em torno dos projetos agro exportadores, disseminou a economia cafeeira por todo o Brasil e garantiu um pacto de poder que satisfez aos diversos setores do mercado de trabalho emergentes; b) expansão da economia cafeeira garantiu uma estabilidade política para as elites agroexportadoras, que se utilizaram do papel centralizador do Estado para atender as demandas sociais vigentes e não houve demanda pelo voto popular; c) permanência de grandes setores sociais marcados pelo analfabetismo favoreceu o avanço da economia brasileira na 1 a República, uma vez que os trabalhadores se identificaram com os projetos da elite cafeeira; d) exclusão, pelo voto, de grande contingente da população brasileira adiou o processo histórico de compromisso com a educação do país e favoreceu a permanência de setores da elite cafeeira no poder durante a 1 a República; e) autonomia dos estados, sancionada com a Constituição de 1891, estabeleceu várias interpretações sobre as formas de participação do analfabeto e da mulher, possibilitando a candidatura de analfabetos em alguns estados.
Proposto 3) (UNESP) Em 31 de outubro de 1897, Campos Salles, então candidato à Presidência da República, expôs seus projetos políticos em um banquete realizado em São Paulo: A autoridade federal não se fará sentir no território do Estado senão por motivo pertinente aos interesses gerais da União e por meio de seus respectivos funcionários, visto não deverem criar relações de hierarquia ou de subordinação entre funcionários locais e os da União. a) De acordo com o discurso de Campos Salles, qual deve ser a relação entre o poder da União e o dos estados? b) A política dos governadores, implementada pelo presidente Campos Salles, constituiu-se em um dos pilares da República velha, estendendo-se até 1930. Explique o seu funcionamento.
Proposto 4) (FGV) O ano de 2001 foi pródigo em acusações e denúncias a poderosos parlamentares brasileiros, as quais redundaram em renúncias e perdas de mandatos. Alguns desses representantes do Poder Legislativo foram chamados de coronéis pela imprensa do país. De forma mais precisa, podemos definir o coronelismo como: a) o fenômeno caracterizado pela influência de determinados políticos, decorrente de sua vinculação com regimes militares, o que estreitou seus contatos com generais e coronéis; b) a prática de determinados setores do exército que pretendiam estabelecer uma ampla política de reformas no Brasil, durante a República Velha; c) a ação política de poderosos proprietários rurais que controlavam a administração de determinados municípios e estabeleciam uma relação clientelista com seus eleitores; d) a ação política de antigos membros das Forças Armadas vinculados à Ditadura Militar e que dispõem, atualmente, de mandatos legislativos; e) a atuação dos poderosos políticos nordestinos que controlam os investimentos e os órgãos do Governo Federal em sua região.
Proposto 5) (FGV) Rui Barbosa, como candidato à Presidência da República nas eleições que se realizaram em 1910, declarava: Mas por isso mesmo que quero o exército grande, forte, exemplar, não o queria pesando sobre o governo do país. A nação governa. O exército, como os demais órgãos do país, obedece. (Apud CARONE, Edgard, A Primeira República. 1889-1930. São Paulo. Difel. 1969. p. 51) Nessa declaração, Rui Barbosa expressava uma: a) crítica ao governo militar do então Presidente marechal Deodoro da Fonseca; b) crítica à candidatura de seu oponente, o militar Hermes da Fonseca; c) defesa da maior atuação do Exército na política nacional; d) resposta à tentativa de golpe militar liderada pelo Marechal Floriano Peixoto; e) recusa ao apoio da oligarquia paulista para sua candidatura.
Proposto 6) (PUC) Na República Velha (1889-1930), o progresso político-partidário tinha como características, EXCETO: a) a efetiva participação na vida política se restringia aos representantes da elite proprietária; b) o foco do poder se localizava nos Estados, sob a hegemonia dos economicamente mais fortes; c) a existência de um Legislativo unicameral composto de representantes eleitos apenas pelos Estados; d) o predomínio do PRP e PRM sobre as demais forças partidárias existentes no país.
Proposto 7) (FUVEST) Diante do meu charuto muito doutor de lei ficou menor do que um anão de circo de cavalinho. (Ponciano de Azeredo Furtado, personagem criado por José Candido de Carvalho, em O Coronel e o Lobisomem). Tomando como referência o texto, identifique o fenômeno nele retratado e explique suas raízes e permanências.
Proposto 8) (UNICAMP) Essa cova em que estás, com palmos medida, é a conta menor que tiraste em vida. É de bom tamanho, nem largo nem fundo, é a parte que te cabe deste latifúndio. Não é cova grande, é cova medida, é a terra que querias ver dividida. (MELLO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina) a) Qual o conflito social abordado neste poema? b) Transcreva dois trechos do poema em que fica bem caracterizado esse conflito. Explique-os.