CARTOGRAFIA TEMÁTICA

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Transcrição:

CARTOGRAFIA TEMÁTICA O ponto de partida da cartografia temática é a definição de um tema. A elaboração de mapas temáticos exigirá atentar para duas questões básicas: quais são as variáveis visuais e quais são suas respectivas propriedades perceptivas. As maneiras de implantação das informações podem ser através de pontos, linhas e áreas que variam visualmente em tamanho, valor, cor e forma. Essas variáveis visuais possuem propriedades perceptivas como: Percepção seletiva ou qualitativa (diversidade): o olho consegue isolar os elementos (cor ou textura para diferenciar áreas e formas para distinguir pontos). Percepção ordenada: as categorias ordenam-se espontaneamente (valor para ordem de importância ou tempo) Percepção quantitativa: a relação de proporção visual é imediata. Constituído, assim, o sistema de signos, compete ao construtor do mapa temático aplicá-lo convenientemente a cada questão. Figura 1

Variáveis Visuais tamanho corresponde à variação do tamanho do ponto, de acordo com a informação quantitativa; valor pressupõe a variação da tonalidade ou de uma sequência monocromática; granulação corresponde a variação da repartição do preto no branco onde deve-se manter a mesma proporção de preto e de branco; cor significa a variação das cores do arco-íris, sem variação de tonalidade, tendo as cores a mesma intensidade. Por exemplo: usar azul, vermelho e verde é usar a variável visual cor. O uso do azul-claro, azul médio e azul escuro corresponde à variável valor ; orientação corresponde às variações de posição entre o vertical, o oblíquo e o horizontal; forma agrupa todas as variações geométricas ou não. A legenda deverá ser organizada de acordo com a relação existente entre os dados utilizando as variáveis visuais que representem exatamente as mesmas relações, ou seja, essa relação poderá ser qualitativa, ordenada ou quantitativa. Na construção da legenda, após identificar a variável visual mais adequada ao tipo de informação que se quer representar, e seu respectivo modo de implantação, acontece a transcrição da linguagem escrita para a gráfica. Dessa forma, as relações entre os dados e sua respectiva representação, são pontos de partida na caracterização da linguagem cartográfica. Para que o processo de comunicação entre o construtor do mapa e o usuário (leitor do mapa) se estabeleça, os seguintes princípios jamais poderão ser ignorados: Um fenômeno se traduz por um só sinal. Exemplo: arroz, feijão e milho. Não apresenta quantidade e nem ordem. A informação nesse caso é qualitativa e a variável visual mais adequada para sua representação é a forma ou a cor (matiz). Uma ordem se traduz somente por uma ordem. Exemplo: densidades, hierarquias e sequências ordenadas, ou seja, quando a informação quantitativa é ordenada em classes e a variável visual mais adequada é o valor. Nesses casos, não se deve utilizar a variável visual tamanho porque não é possível diferenciar quanto vale cada ponto dentro da classe estabelecida. Variações quantitativas se traduzem somente pela variável visual tamanho. Além das variáveis visuais, o quadro apresentado na figura 1, também apresenta os modos de implantação. Esses são diferenciados de acordo com a extensão do fenômeno na realidade. Dessa forma, distinguem-se três modos de implantação: implantação pontual, quando a superfície ocupada é insignificante, mas localizável com precisão; implantação linear, quando sua largura é desprezível em relação ao seu comprimento, o qual, apesar de tudo, pode ser traçado com exatidão; implantação zonal, quando cobre no terreno uma superfície suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfície proporcional homóloga.

Fenômenos Qualitativos Os métodos de mapeamento para os fenômenos qualitativos utilizam as variáveis visuais seletivas forma, orientação e cor, nos três modos de implantação: pontual, linear e zonal. Mapas de símbolos pontuais com informação seletiva no modo de implantação pontual

Mapa de conexão com informação seletiva no modo de implantação linear

Mapa corocromático com informação seletiva no modo de implantação zonal Os mapas corocromáticos apresentam dados geográficos e utilizam diferenças de cor na implantação zonal. Este método deve ser empregado sempre que for preciso mostrar diferenças nominais em dados qualitativos, sem que haja ordem ou hierarquia.

Fenômenos Ordenados Os fenômenos ordenados são representados em classes visualmente ordenadas e utilizam a variável valor na implantação zonal. Os mapas mais significativos para representar fenômenos ordenados são os mapas coropléticos. Mapa coroplético com informação ordenada no modo de implantação zonal

Fenômenos Quantitativos Os fenômenos quantitativos são representados pela variável visual tamanho e podem ser implantados em localizações pontuais do mapa ou na implantação zonal, por meio de pontos agregados, como também, na implantação linear com variação da espessura da linha. Mapa de círculos proporcionais com informação quantitativa no modo de implantação pontual

Mapa de semicírculos opostos com informação quantitativa no modo de implantação pontual