O QUE VOCE PRECISA SABER SOBRE O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

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Transcrição:

O QUE VOCE PRECISA SABER SOBRE O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ASPECTOS RECURSAIS O Novo CPC traz mudanças que visam simplificar o sistema recursal tornando o processo civil mais célere, econômico e efetivo. O destaque fica por conta do fim do Agravo Retido e dos Embargos de Infringentes, a restrição às hipóteses de cabimento do Agravo de Instrumento, e a uniformização do prazo para interposição e resposta dos recursos, padronizado em quinze dias úteis, à exceção dos embargos de declaração, cujo prazo é de cinco dias úteis. Com o fim do Agravo Retido, o CPC adotou o modelo de preclusão elástica, diferindo a impugnação das interlocutórias não contempladas no rol do Artigo 1015, para o Recurso de Apelação, Contrarrazões ou Apelação Adesiva. Ainda com o objetivo de reduzir o número de recursos, o NCPC pôs fim aos Embargos infringentes. Para tanto, o Art. 942 adotou uma técnica de julgamento que impõe a continuidade da sessão de julgamento, com a convocação de mais julgadores, em número suficiente para inverter, se for o caso, o resultado inicial. A solução visa, por um lado, garantir à parte o direito de fazer prevalecer o voto vencido, e por outro, a aceleração e simplificação do processo, com a eliminação de um recurso. FUNDAMENTAÇÃO ESTRUTURADA O NCPC amplia a garantia de fundamentação das decisões judiciais, exigindo que a motivação preencha requisitos objetivos e que o magistrado enfrente todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador (art. 489, 1º, IV). O novo texto legal ainda elenca outras hipóteses em que não se considerará fundamentada a decisão judicial, não mais permitindo ao magistrado, por exemplo, limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida. (art. 489, 1º, I). TUTELAS PROVISÓRIAS O sistema de tutela provisória no NCPC comporta uma primeira subdivisão: tutela da urgência (cautelar e antecipada) e tutela da evidência. E essas são as novidades:

Na tutela de urgência ocorre a unificação das técnicas (cautelar e antecipatória), estando sujeitas aos mesmos requisitos: a) probabilidade de existência do direito material alegado; b) perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. (art. 300 NCPC) Na tutela da evidência não há necessidade de demonstrar o perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, devendo a mesma ser concedida quando se observar quaisquer das hipóteses previstas no artigo 311, como quando restar configurado o abuso do direito de defesa (311, I, NCPC) ou ainda quando, havendo tese firmada em julgamento de casos repetitivos, ou em súmula vinculante, os fatos restarem demonstrados por prova documental. ÔNUS DA PROVA Em relação ao ônus da prova, devemos ressaltar que o artigo 357 do NCPC traz um rol de atividades a serem desenvolvidas para sanear o processo, preparando-o para a fase instrutória, dentre as quais merece relevo a definição quanto à distribuição do ônus da prova. O novo diploma processual mantém a atual distribuição do ônus probatório entre autor (quanto ao fato constitutivo de seu direito) e réu (quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor), abrindo-se, porém, no 1º do artigo 373, a possibilidade de aplicação da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova pelo juiz no caso concreto, diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário (...) desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. O limite para essa inversão é o saneamento do processo, para evitar que as partes sejam surpreendidas na Sentença com a inversão do ônus, o que incidiria na vedação à decisões surpresas, positivada no Artigo 10 do CPC/2015. VEDAÇÃO À DECISÃO DE TERCEIRA VIA Os artigos 9º e 10º do novo Código de Processo Civil estabelecem que a parte deve ser instada a se manifestar sobre quaisquer questões de fato ou de direito suscitadas ao longo do processo, antes do órgão jurisdicional decidir a seu respeito, bem como que as partes não podem ser surpreendidas por decisão cujos fundamentos de fato e de direito não foram previamente submetidos à sua consideração, sob pena de nulidade. O novo CPC, portanto, reafirma que o contraditório há que ser efetivo e não mera garantia ilusória de manifestação. Às partes deve ser assegurado o direito de influenciar nas decisões judiciais. Mas não apenas isso! O Artigo 10 veda a que o juiz saque uma carta da manga e surpreenda as partes, ou uma das partes. Por exemplo, o autor ajuíza uma ação de cobrança; o réu diz que não deve, e o

magistrado profere uma decisão de terceira via reconhecendo a prescrição em sentença quando nenhuma das partes discutiu essa questão. NEGÓCIO PROCESSUAL A inovadora direção proposta pelo NCPC estabelece o princípio da cooperação, que impõe dever de colaboração entre todos os sujeitos do processo, na busca da solução justa e efetiva em tempo razoável. (art. 6º NCPC) Assim, versando o processo sobre direito disponíveis, é lícito as partes a estipulação de mudanças no procedimento visando ajustá-lo às especificidades da causa, podendo as mesmas, antes ou durante o processo, convencionarem sobre seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, cabendo ao juiz controlar a validade de tais convenções. (art. 190 NCPC) Poderão, ainda, o juiz e as partes fixar de comum acordo, calendário para a prática de atos processuais, dispensando-se neste caso, a necessidade de intimação para a realização dos atos cujas datas tiverem sido previamente estipuladas. (art. 191 NCPC). DIREITO DE DEFESA Pela nova sistemática processual, antes mesmo da contestação, realizar-se-á a audiência de conciliação ou de mediação (art. 334, NCPC). A contestação deve ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, da data da audiência ou do protocolo do pedido de cancelamento, na hipótese de ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual (art. 335, II, NCPC). Na contestação se concentra todos os atos processuais de defesa. Passaram, então, a ser matérias, necessariamente, alegáveis no bojo da contestação: i. Incompetência absoluta e relativa; ii. Impugnação ao valor da causa; iii. Impugnação à gratuidade de justiça; iv. Reconvenção (Art. 343); v. Denunciação da Lide (Art. 126 e 131); vi. Chamamento ao Processo (Art. 131). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS O Código de Processo Civil de 1973 deixava à critério do juiz a fixação dos honorários, por equidade. Reconhecendo a natureza alimentar da verba honorária, o novo diploma processual estabeleceu o percentual mínimo de 10% (dez por cento) a título de honorários sucumbenciais (Art. 85, 2º) e expressamente vedou sua compensação (Art. 85, 14).

O novo CPC também instituiu os honorários recursais, objetivando remunerar o trabalho realizado pelo profissional nas instâncias superiores, e ao mesmo tempo servir de desestímulo à interposição de recursos com baixa probabilidade de êxito (Art. 85, 1º e 11º). Passam, então, a ser devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente, incumbindo ao Tribunal, ao julgar o recurso, majorar os honorários fixados anteriormente, levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, não podendo ultrapassar, no cômputo geral da fixação da verba honorária, o percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou o valor atualizado da causa, para a fase de conhecimento. O reconhecimento do direito do advogado público a receber os honorários pela sua prestação de serviços (Art. 85, 19º), pacificou a controvérsia sobre os beneficiários dos honorários da Advocacia Pública, coroando a luta dos advogados públicos pelo seu recebimento. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDA REPETITIVA Uma das grandes novidades do CPC/2015 está positivada no Artigo 976, que instituiu no ordenamento processual civil o Incidente de Resolução de Demanda Repetitiva, cabível quando houver, simultaneamente, a efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e haja risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. O incidente tem a finalidade de racionalizar e atribuir eficiência ao funcionamento do Poder Judiciário, ao mesmo tempo em que assegura interpretação isonômica à questão jurídica controvertida em demandas repetitivas que busquem tutela jurisdicional a interesses individuais homogêneos. Não é qualquer multiplicação de processos que autoriza a instauração do IRDR, mas apenas aquela que ofereça risco efetivo de prolação e coexistência de decisões judiciais conflitantes. Admitido o incidente, o relator determina a suspensão de todos os casos idênticos em tramitação no primeiro e segundo grau até o julgamento final do incidente. O IRDR irradia efeitos sobre vários dispositivos do CPC: i. Possibilitando julgar liminarmente improcedente o pedido quando este contrariar entendimento firmado em IRDR (Art. 332, III); ii. Dispensando a remessa ex officio quando a sentença estiver fundada em entendimento firmado em IRDR (Art. 496, 4º, III); iii. Facultando ao relator negar provimento a recurso que for contrário a entendimento firmado em IRDR (Art. 932, IV, c) ou dar provimento a recurso, depois das contrarrazões, se a decisão recorrida contrariar entendimento firmado em IRDR (Art. 932, V, c).

SUSTENTAÇÃO ORAL O CPC/2015 passa a permitir a sustentação oral no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência (Artigo 937, VIII). Outra inovação foi a possibilidade de a sustentação oral se realizar por videoconferência, quando o advogado tiver domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal, desde que seja requerido até o dia anterior ao da sessão.