Análise de níveis de aptidão física de escolares

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Transcrição:

1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso Análise de níveis de aptidão física de escolares Autor: Jonathan Henrique W. dos Santos, Karla Adriely da Costa Bose Liker, Uellerson Noé Caixeta Orientadora: ProfªMsc. Mônica Vieira de Souza Brasília - DF Jonathan Henrique W. dos Santos, Karla Ad 2014 Jonathan Santos, Karla Adriely Liker, UellersonCaixeta

2 Análise de níveis de aptidão física de escolares. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Disciplina TCCII, do curso de Licenciatura em Educação Física, como requisito parcial para avaliação na disciplina no Semestre 2014.1. Orientadora: Msc. Mônica Vieira de Souza. Assinatura do orientando Assinatura do orientando Assinatura do orientando Assinatura do orientador Brasília DF 2014

3 INTRODUÇÃO A aptidão física refere-se à capacidade do individuo apresentar um desempenho físico adequado em suas atividades diárias; pode ser relacionada com a saúde e aptidão motora, ou destrezas e habilidades esportivas, e também a demonstração de qualidades e capacidades físicas que conduzam ao menor risco de desenvolvimento de doenças e incapacidades funcionais ao praticar estas atividades (BOHME 2003). Aptidão física relacionada à saúde refere-se ao estado de características físicas e fisiológicas que definem os riscos para desenvolvimento prematuro de doenças ou morbidade, apresentando associação ao estilo de vida sedentário (VANHEES, et.al., 2005). Índices satisfatórios dos aspectos de aptidão física relacionados à saúde oferecem alguma proteção ao aparecimento e desenvolvimento de doenças crônicas, de tal forma que melhores índices cardiorrespiratórios, de forca/resistência muscular, flexibilidade, assim como níveis adequados de gordura corporal, estão diretamente associados com um menor risco para o desenvolvimento de doenças degenerativas, assim, a aquisição de hábitos positivos para a pratica de atividade física na infância pode repercutir deforma positiva no estado de aptidão física e saúde durante a vida adulta (BOHME et al, 2010). O ser humano vem se tornando cada vez menos dependente das suas capacidades físicas para sobreviver, uma vez que os tempos modernos reduziram ou em alguns casos, extinguiram as atividades laborais e cotidianas de predominância física. Como consequência, os hábitos das pessoas tornaram-se menos ativos. Se por um lado os recursos tecnológicos aumentam a produtividade dos bens de consumo, por outro têm contribuído negativamente para os níveis basais da aptidão física (PITANGA 2002). A preocupação com a melhora da qualidade de vida das pessoas tornase uma questão de grande importância para a sociedade, essa preocupação leva ao surgimento de pesquisas com o propósito de investigar a aptidão física de crianças e adolescentes, assim também como estudos que meçam a eficiência cardiovascular/respiratória e neuromuscular de crianças e adolescentes, buscando comparar populações permitindo assim ações e intervenções(bohme 2003).

4 Andreasi et.al (2010),analisaram em seu estudo, a associação da aptidão física relacionada à saúde com os indicadores demográficos e antropométricos de 998 escolares do ensino fundamental (2º ao 9º ano) no município de Botucatu (SP), todos na faixa etária entre 7 a 15 anos, tendo encontrado os seguintes resultados: o sexo feminino mostrou-se mais propenso à inaptidão de força/resistência abdominal; que a obesidade e a hiperadiposidade abdominal predispõem os escolares à inaptidão de força/resistência abdominal e resistência aeróbia e que o excesso de adiposidade corpórea diminui a flexibilidade do tronco. Concluindo assim, que as inaptidões físicas foram relacionadas ao sexo feminino, à obesidade e à hiperadiposidade abdominal. Programas de mudança do estilo de vida nas escolas, voltados à aptidão física e à adequação alimentar, preencheriam os objetivos de promoção da maior aptidão física desses escolares. Pelegrini, et.al (2010), tiveram como objetivo analisar a aptidão física de escolares brasileiros, de acordo com uma avaliação referenciada por critérios de saúde. Sua amostra foi de 7.507 escolares (4.114 meninos e 3.393 meninas), de 7 a 10 anos de idade e foram mensuradas as variáveis: massa corporal, estatura, flexibilidade (sentar e alcançar), força/resistência muscular (abdominal modificado um minuto) e aptidão cardiorrespiratória (corrida/caminhada nove minutos), utilizando como critério de classificação os testes motores recomendados pelo Physical Best e tendo como resultados a baixa aptidão física nos escolares, apresentando risco a saúde para flexibilidade (meninos: 58,3%; meninas: 51,2%, p < 0,001), forca/resistência muscular (meninos: 75,3%; meninas: 73,8%, p< 0,001) e aptidão cardiorrespiratória (meninos: 80,8%; meninas: 77,6%, p < 0,001). Após os resultados concluiu que os escolares brasileiros apresentaram níveis inadequados de aptidão física e sugerem a implementação de mecanismos que contribuam para a promoção da aptidão física de crianças, principalmente com iniciativas de políticas públicas em bairros, parques, condomínios que possibilitem a atividade física e a prática de esportes. Com os avanços tecnológicos da sociedade moderna, crianças e adolescentes têm-se tornado nas últimas décadas, mais sedentários, incrementando problemas como a obesidade (RIBEIRO 2001). Segundo Maestri e Fiamoncini (2006) a interferência tecnológica pode ser sentida de maneira especial, na infância. As brincadeiras de rua não desapareceram, mas cederam grande parte do seu espaço para jogos de computador, onde o

5 esforço físico é mínimo, para as inúmeras horas em frente a um aparelho de televisão. Ao lado disso, alimentos gordurosos e altamente calóricos fazem parte da vida cotidiana, esses dois fatores contribuem para o aumento de gordura corporal. A avaliação da aptidão física de escolares implica em conhecer suas qualidades físicas e classificar os resultados obtidos diante de critérios estabelecidos e aceitos como referência (SEABRA, MAIA e GARGANTA, 2001). Vários são os testes (Fitnessgram, HELENA, AAPHERD) para avaliar o nível de aptidão física conhecidos no Brasil e no Mundo, sendo um deles os testes desenvolvidos em 2003, e conhecidos como Projeto Esporte Brasil (PROES-BR), que foi o teste usado para avaliar a aptidão física do nosso estudo o PROESP-BR teve como objetivo delinear fatores de aptidão motora em crianças e adolescentes da faixa etária entre 7 e 16 anos, e assim constituir indicadores que forneçam subsídios adicionais para a elaboração de políticas de educação física e esportes para crianças e jovens do Brasil.Os testes são apresentados da seguinte forma: Como critérios de avaliação do nível de aptidão física dos participantes foram utilizadas tabelas normativas apresentadas para cada idade e sexo, disponíveis pelo PROESP-BR, o mesmo adota um sistema referenciado em normas, tendo como referência uma amostra de 100 mil crianças e jovens brasileiros, estratificados por idade e sexo em diferentes regiões brasileiras. Neste sentido, este estudo teve como objetivo analisar os níveis de aptidão física de escolares de uma escola pública da Região Administrativa de Ceilândia, cidade satélite de Brasília-DF. Além de fornecer dados atualizados para futuras intervenções com objetivo de melhorar a aptidão física de crianças e adolescentes com intuito de prevenção de problemas de saúde futuros.

6 2. METODOLOGIA 2.1 Método Este é um estudo secundário, descritivo, de base de dados coletados, em uma Escola de Ensino Fundamental da Região Administrativa da Ceilândia/DF. Estes dados foram coletados pelo professor de Educação Física da própria escola, entre os meses de março e abril do ano de 2013, nas turmas do 8º ano do ensino fundamental II. 2.2 Amostra A seleção dos escolares foi feita por conveniência durante as aulas de educação física das turmas do 8º ano do ensino fundamental, tendo apenas uma chance para participar, uma vez que as avaliações foram feitas em um único dia. Nesta perspectiva, foram selecionadas as fichas de 98 escolares, com idades entre 13 e 15 anos, de ambos os sexos, 47 meninos e 51 meninas. 2.3 Variáveis e instrumentos: O Sexo; A idade; A estatura foi medida através de fita métrica fixada na parede; O peso foi avaliado através de balança digital (Filiziola), onde os sujeitos vestiam roupas leves e descalços; A flexibilidade foi medida através do teste de sentar e alcançar, (sem banco de well s) Para avaliação da potência de membros inferiores e superiores foram utilizados o salto em distância e arremesso de bola de medicine Ball de 2Kg; e por fim, A resistência muscular que foi avaliada através de teste abdominal contabilizando o número máximo de repetições realizadas em um minuto. 2.4 Análise estatística Foi utilizada a estatística descritiva através da média e desvio padrão (±). Para apresentação dos dados, optamos por fazer uso de tabelas de

frequência e o teste t para amostras independentes no intuito de verificar possíveis diferenças entre os sexos (masculino x feminino) e adotado o α<0,05. 7 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao tomarmos como referência os valores propostos pelo PROESP (Tabela 2) para saúde, verificamos (Tabela 1) que meninos e meninas tiveram resultados não satisfatórios nas variáveis flexibilidade (94,5%) e força/resistência abdominal (76%), sendo classificados como zona de risco à saúde, no entanto para a variável IMC (78,5), ambos os gêneros tiveram um desempenho satisfatório sendo classificados como zona saudável. Tabela 1 Valores descritivos e teste t para as variáveis antropométricas, estado nutricional e Aptidão Física relativamente ao sexo. Variáveis Meninos n=47 Meninas n=51 p * Idade (anos) 13,7±0,58 13,37±0,5 - Estatura (cm) 1,70±0,08 1,61±0,1 0,00 Massa (kg) 52,3±9,09 52,75±11,3 0,81 IMC (Kg/m²) 19,2±0,58 19,9±4,0 0,28 Flexibilidade (cm) 18,1±7,25 22,63±8,1 0,00 Abdominal (n de repetições) 38,8±10,36 25,53±8,1 0,00 Potência de MI (cm) Potência de MS (cm) 153,4±25,53 405,4±76,87 122,63±21,7 341,56±43,3 0,00 0,00 *Nível de significância do Teste t de Student para amostras independentes (p < 0,05.); IMC = índice de massa corporal; MI = membros inferiores; MS = membros superiores; cm = centímetros; s = segundos. Tabela 2 - Classificação do grupo observado conforme os critérios do PROESP-BR Variáveis Meninos n= 47 Meninas n=51 Total n=98 IMC Zona saudável 79% 78% 78,5% Zona de risco a saúde 21% 22% 21,5% Flexibilidade Zona saudável 11% 0% 5,5% Zona de risco a saúde 89% 100% 94,5% Abdominal Zona saudável 34% 14% 24% Zona de risco a saúde 66% 86% 76%

8 Para o teste de Potência de Membro Inferior, não houve diferença significativa para esta variável e nem para ambos o sexos com 71,5% para classificação (fraco) e 5% para classificação (muito bom). Assim, pode-se observar que na Tabela 3, relativa à variável acima, que não houve diferença significativa para ambos os gêneros. Tabela 3 - Classificação dos escolares conforme critérios adotados pelo PROESP-BR por sexo. Potência de Membro Inferior VARIÁVEIS MENINOS MENINAS TOTAL N % N % N % FRACO 34 73% 36 70% 70 71,5% RAZOÁVEL 9 19% 5 10% 7 14,5% BOM 2 4% 7 14% 9 9% MUITO BOM 2 4% 3 6% 5 5% EXCELENTE 0 0% 0 0% 0 0% Já para a variável Potência de Membro Superior, tanto os meninos quanto as meninas tiveram resultados satisfatórios, ambos os gêneros, com apenas 5% deles tiveram um resultado satisfatório para a classificação (fraco), sendo que as meninas obtiveram um resultado superior a dos meninos para a classificação (Muito Bom). Observação da Tabela 4 As meninas obtiveram um resultado melhor que os meninos na classificação (Muito Bom): Meninas = 47% / Meninos = 15%. Tabela 4 - Classificação dos escolares conforme critérios adotados pelo PROESP-BR por sexo. Potência de Membro Superior VARIAVEIS MENINOS N % MENINAS N % TOTAL N % FRACO 4 8% 1 2% 5 5% RAZOÁVEL 13 28% 8 16% 21 22% BOM 20 43% 13 25% 33 34% MUITO BOM 7 15% 24 47% 31 31% EXCELENTE 3 6% 5 10% 8 8%

9 Esses estudos apresentados analisaram os índices de Aptidão Física, com a faixa etária de 7 á 15 anos. Fonseca (2010) tem dado ênfase na análise da aptidão física relacionada à saúde (resistência muscular e força, flexibilidade, aptidão cardiorrespiratória e composição corporal) como meio de investigar a prática de atividades físicas e a necessidade de programas de promoção de saúde em diversas populações, sejam elas escolares, adultos ou idosos. Andreasi et al (2010), em seu estudo, com faixa etária de 7-15 anos, verificou a associação da aptidão física relacionadas com a variáveis flexibilidade, força/resistência abdominal e resistência aeróbia,destacando como maior significância a idade (9,7±2,4 anos); o sexo (52,9% - com predominância do sexo masculino) e a adiposidade corporal ( 45,4%, - com excesso de adiposidade corpórea). No estudo deles, verificou-se que o sexo feminino mostrou-se mais propenso a inaptidão física (Força/Resistência Muscular) do que o sexo masculino. De acordo com Pelegrini et al (2010), que analisaram a flexibilidade, e força/resistência Muscular de crianças de 7 á 10 anos verificou-se que não houve diferenças significativas para ambos os gêneros de todas as variáveis apresentadas: flexibilidade (50%), força/resistência muscular (74,5%). Ambos os gêneros apresentaram níveis inadequados de aptidão física. No estudo, verificou que aproximadamente, 96% dos escolares não atingiram o patamar desejado para a saúde.

10 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando que a maioria dos sujeitos não atingiu níveis satisfatórios de aptidão física, e muitas vezes encontrando-se na zona de risco a saúde, sugerimos estudos futuros, para que tenhamos uma melhor compreensão do desenvolvimento da aptidão física de crianças e adolescentes no Distrito Federal e no Brasil, relacionando-os também aos indicadores de qualidade de vida e nível de atividade física.

11 REFERÊNCIAS: ANDREASI V., MICHELIN,E. RINALDI, A.E.M., BURINI, R.C. Aptidão física associada às medidas antropométricas de escolares do ensino fundamental. Revista Pediátrica (Rio J.) vol.86/6 Porto Alegre. 2010 ARAUJO, A. C. C., OLIVEIRA, S.S. Aptidão física em escolares de Aracaju. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, 2008. BOHME, M.T.S. Relações entre aptidão física, esporte e treinamento esportivo. Revista Brasileira de Ciências e Movimento. 2003. CENESP-UFRGS. Projeto Esporte Brasil: Indicadores de saúde e fatores de prestação esportiva em crianças e jovens. [online] 2005; Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/esef/proesp-br> [2007 ago. 25]. DOREA, V.R. Aptidão física e saúde: Um estudo de tendência secular em escolares de 7 a 12 anos de Jequie (BA). [Tese Doutorado Programa de Pós-graduação da Escola de Educação Física e Esporte]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2004. FERREIRA, M. F. Aptidão Física e saúde na educação física escolar: Ampliando o enfoque. Rev. Bras. Cienc. Esporte, v. 22, n. 2, 2001. IBGE- Dados populacionais do município de Ceilândia, Distrito Federal, 2012. GUEDES, D. P. Implicações associadas ao acompanhamento do desenvolvimento motor de crianças e adolescentes. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes. São Paulo, 2007. JUNIOR, H.S. RODRIGUES A. R. et.al., Aptidão física relacionada á saúde em escolares de baixo nível socioeconômico do município de Cambé/PR. Revista Educação Física/UEM/Maringá, V.16, n.1, 2005. LUGUETTI, C.N., RE, A.H.N., BOHME, M.T.S. Indicadores de aptidão física de escolares da região Centro-oeste da cidade de São Paulo, Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. 2010. MAESTRI, M.; FIAMONCINI, R.L. Perfil antropométrico de crianças na idade de 8 à 10 anos. Revista digital. Buenos Aires, 11, n. 97, 2006. PELEGRINI, A. SILVA, D. A. S. PETROSKI, E. L., GLANER, M. F. Aptidão Física Relacionada à Saúde de Escolares Brasileiros: Dados do Projeto Esporte Brasil, 2010.

PITANGA F.J.G. Epidemiologia da Atividade Física. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, 2002. SEABRA A, MAIA JA, GARGANTA R. Crescimento, maturação, aptidão física, força explosiva e habilidades motoras específicas. Estudo em jovens futebolistas e não futebolistas do sexo masculino dos 12 aos 16 anos de idade. Revista Portuguesa Ciências Desporto, 2001. VANHEES, L., LEFEVRE, J., PHILIPPAERTS, R., MARTENS, M., HUYGENS, W., TROOSTERS, T., & BEUNEN, G. How to assess physical activity? How to assess physical fitness? European Journal Cardiovascular Prevent Reability. 12(2), 102 14. 2005. 12