ESTRIAS E SUAS ABORDAGENS TERAPÊUTICAS: REVISÃO DE LITERATURA

Documentos relacionados
ESTRIAS E SUAS ABORDAGENS TERAPÊUTICAS: REVISÃO DE LITERATURA

Eletrolifting (S ( tri r at)

MICROGALVANOPUNTURA NO TRATAMENTO DAS ESTRIAS Mariana Christoni Leite 1, Eunice Tokars 2.

A AÇÃO DA CORRENTE GALVÂNICA EM ESTRIAS ATRÓFICAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA Suelen Carla Polinarski 1, Sílvia Patrícia de Oliveira 2

OS PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS ESTRIAS

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A GALVANOPUNTURA E A ESCARIFICAÇÃO NO TRATAMENTO DAS ESTRIAS ATRÓFICAS BRANCAS EM MULHERES ENTRE 20 E 25 ANOS

A EFICÁCIA DA CORRENTE GALVÂNICA EM ESTRIAS NACARADAS: Revisão Bibliográfica

DermCom. Comunicação celular para reparação da pele.

RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE ESTRIAS NAS CLÍNICAS DE FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL DE CAMPINA GRANDE- PB

Estrias X Recursos Fisioterápicos: Revisão

Peeling Químico - Médio

ENVELHECIMENTO. Definições do Envelhecimento, Acne e Lesões de conteúdo liquido. Envelhecimento cutâneo. Envelhecimento Intrínseco (fisiológico)

PEELINGS MECÂNICOS. Disciplina: Métodos e Técnicas Aplicados a Estética Facial 2 CST em Estética e Cosmética. Cuiabá

Eletroterapia no Tratamento de Estrias

RESUMO. Palavras-chave: Estrias atróficas. Galvanopuntura. Escarificação. ABSTRACT

CONGRESSO BRASILEIRO DE FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL 08 a 10 DE NOVEMBRO 2012 RECIFE PE MODALIDADE TEMA LIVRE 1

Peeling Químico - Superficial

REJUVENESCIMENTO FACIAL POR PEELING QUÍMICO

Dra Letícia Guimarães

ESTUDO COMPARATIVO NO TRATAMENTO DE ESTRIAS ATRÓFICAS EM MULHERES APÓS O USO DO STRIAT E ÁCIDOS

Peeling Químico - Profundo

Microdermoabrasão

BENEFICIO DA CORRENTE GALVÂNICA NO TRATAMENTO DAS ESTRIAS ATRÓFICAS: REVISÃO DE LITERATURA

OS EFEITOS DO PEELING DE CRISTAL SOBRE A SOBRE A CICATRIZ DE ACNE: REVISÃO DE LITERATURA

O EFEITO DA GALVANOPUNTURA NO TRATAMENTO DE ESTRIAS ATRÓFICAS. Larissa Mendes dos Santos¹, Alison Walvy de Souza²

CORRENTE MICROGALVÂNICA NO TRATAMENTO DE ES- TRIAS ATRÓFICAS: REVISÃO DE LITERATURA

ORIENTADOR(ES): ROSANA MATSUMI KAGESAWA MOTTA, VALÉRIA LIMA MUNHÓZ SILVA

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA CEAFI PUC-GOIÁS CURSO DE PÓS-GRADUÇÃO EM FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE ALTERAÇÕES ESTÉTICAS CORPORAIS: ESTRIAS 1

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ESTÉTICA E COSMÉTICA Autorizado pela Portaria MEC nº 433 de , DOU de

Mariana Gontijo Diretora Sênior de Vendas Independente

MICROGALVANOPUNTURA EM ESTRIAS ATRÓFICAS

MODELO FORMATIVO. DATA DE INíCIO / FIM / Manhã - 09h30-13h30 Tarde - 14h30-19h30 INVESTIMENTO

A INFLUÊNCIA DO USO DE CONTRACEPTIVO ORAL NO RESULTADO DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DE ESTRIAS

O EFEITO DA MICROGALVANOPUNTURA NAS ESTRIAS ATRÓFICAS NACARADAS

ESTUDO DA CORRENTE GALVÂNICA E DO ÁCIDO GLICÓLICO NO TRATAMENTO DAS ESTRIAS. Dayane Michelette de Matos¹, Patrícia Novo²

Protocolo de Revitalização 4D Revitalização Facial através de Ácidos.

PEELING DE ÁCIDO LÁCTICO

PRINCIPAIS MÉTODOS PARA TRATAMENTO ESTÉTICO DE ESTRIAS

ESTRIAS: FISIOPATOLOGIA, PRINCIPAIS TRATAMENTOS ESTÉTICOS. ¹ Docente adjunto de Biomedicina, Uninassau, Caruaru, Pernambuco Brasil.

Capítulo 2 Aspectos Histológicos

Conheça! TimeWise Repair

ELETROLIFTING NO TRATAMENTO DE RITIDES FACIAIS

Protocolo de Emergência Anti Envelhecimento Facial.

AUTOR(ES): NATÁLIA MAIRA DA SILVA PEREIRA, ÉVELYN DAIANE DA SILVA MELO, SILVANA DOMINGOS ROSSI CERAZE, THAIS FERNANDES LEMES

A PELE E OS CUIDADOS COM A PELE

O envelhecimento é definido como a soma de mudanças que o organismo sofre com o decorrer do tempo, que podem ser perceptíveis e/ou silenciosas.

O MICROAGULHAMENTO ASSOCIADO AO PEELING QUÍMICO NO TRATAMENTO DE ESTRIAS CORPORAIS

Intervenção Fisioterapeutica em Queimados. Aluna: Giselle Sousa Pereira

#JUNTASPODEMOS Cuidar da sua P EL E! De pele a gente entende!

Esse sistema do corpo humano, também conhecido como pele, é responsável pela proteção contra possíveis agentes externos. É o maior órgão do corpo.

Fisioterapia Brasil 2017;18(4):

Efeitos da Microdermoabrasão associado a Galvanopuntura das Estrias. Polianni de Araujo 1, Patricia Novo 2.

Módulo 1 Histologia e fisiopatologia do processo cicatricial

Limpeza de Pele Tissue

Departamento de Ciências e Biologia Exercícios sobre Tecido Conjuntivo Propriamente Dito e Tecido Adiposo 1ª Série do Ensino Médio

ANÁLISE COMPARATIVA DO EFEITO DA CORRENTE MICROGALVÂNICA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NO TRATAMENTO DE ESTRIAS ATRÓFICAS.

TKN HA Glowcomplex. Conteúdo 5 viais de 5 ml. Tratamentos Anti flacidez

Bruna Vaz Diretora de Vendas Independente

Acupuntura clássica no tratamento de reparo tecidual das estrias

RECURSOS TERAPÊUTICOS NO TRATAMENTO DE ESTRIAS

A EFICÁCIA DA CORRENTE GALVÂNICA EM RÍTIDES FACIAL: REVISÃO LITERATURA

CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS DIANA DA SILVA BUTZKE PÂMELA CRISTINA FERNANDES DE FREITAS A CARBOXITERAPIA NO TRATAMENTO DE ESTRIAS

09/03/2015. Profa. Esp. Elaine Cristina Sabino Ovalle

MICRODERMOABRASÃO ASSOCIADO AO ÁCIDO GLICÓLICO NO TRATAMENTO DE ESTRIAS. Isabella Carolina Perdoncini 1, Fabiana de Cássia Tozo 2

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL

O USO DO OLEO DE ROSA MOSQUETA NO TRATAMENTO DE ESTRIAS GRAVÍDICAS. Jéssica Karine Pereira 1, Roberta Kochan².

O ÁCIDO RETINÓICO NO TRATAMENTO DA ACNE

TRATAMENTOS FACIAIS ESTÉTICOS MAIS PROCURADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA DA REGIÃO

O USO DO MICROAGULHAMENTO EM CICATRIZES DE ACNE

Pós graduação de Cosmiatria (Dermato-estética)

Epiderme: Encontra-se na camada papilar da derme e pode adquirir espessuras diferentes em determinadas partes do corpo humano.

Conhecimentos básicos. Cuidados com a Pele. Parte I

PEELING FACIAL RENOVADOR EM GEL TIMEWISE REPAIR

As olheiras são uma queixa muito comum e podem surgir por diferentes motivos, como condição genética, noites mal dormidas, estresse, cansaço, alergia

PATOLOGIA DA PELE. Conhecimentos Básicos para Atendimento no Varejo TATIANA FERRARA BARROS

Reparação. Regeneração Tecidual 30/06/2010. Controlada por fatores bioquímicos Liberada em resposta a lesão celular, necrose ou trauma mecânico

CURSO SUPERIOR DE TECNOLÓGIA EM ESTÉTICA E COSMÉTICA Autorizado pela Portaria MEC nº 433 de , DOU de CH Total: T 30h P 30h

Componente Curricular: Envelhecimento Cutâneo. Pré-requisito: --- Professor: Iolando Brito Fagundes Titulação: Doutor PLANO DE CURSO EMENTA

MICROAGULHAMENTO - O QUE É?

Análise comparativa do trauma mecânico e da corrente galvânica através do uso da microgalvanopuntura no tratamento de estrias

Curso de Pós-Graduação em Farmácia Estética Lato Sensu. Conteúdo Programático

Conheça! TimeWise. Repair

PREVALÊNCIA DE ESTRIAS EM MULHERES GESTANTES PARTICIPANTES DA INSTITUIÇÃO LEGIÃO DA BOA VONTADE (LBV) DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL-PR, BRASIL.

PEELING QUÍMICO COM ÁCIDO GLICÓLICO NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

ENVELHECIMENTO CUTÂNE0. Professora: Erika Liz

A UTILIZAÇÃO DO ELETROLIFTING EM RITIDES FACIAIS

OS EFEITOS DO MICROAGULHAMENTO ASSOCIADO AO FATOR DE CRESCIMENTO NO TRATAMENTO DE ESTRIAS ATRÓFICAS E BRANCAS NA REGIÃO GLÚTEA: ESTUDO DE CASO.

Linha Time Wise Repair. Diretora Patrícia Lacerda Unidade Corações

STARNEW FLUÍDO REJUVENESCEDOR OBTIDO DA ESTRELA DO MAR

O que é o Ultraformer?

CARBOXITERAPIA NO TRATAMENTO DE ATROFIA LINEAR CUTÂNEA

Envelhecer... Um tempo de beleza, permitindo que a vida desabroche com. ChroNOline

UTILIZAÇÃO DA RADIOFREQUENCIA EM PTOSE MAMÁRIA. Emanuelle Fernanda Figueira da Silva¹, Simone de Almeida Cosmo De Santis²

Descubra o. poder da. VITAMINA C na sua pele. Com A Médica e Diretora Nacional Senior Sheyla Mourão

APAIXONE-SE POR MÓDULO 2

CORRENTE GALVÂNICA FILTRADA: EFEITO NO TRATAMENTO DAS ESTRIAS NACARADAS

Transcrição:

ESTRIAS E SUAS ABORDAGENS TERAPÊUTICAS: REVISÃO DE LITERATURA Patrícia Kranz Sabbag 1, Silvia Patrícia de Oliveira 2. 1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 Fisioterapeuta Dermato- funcional, Professora adjunta do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço para correspondência: Patrícia Kranz Sabbag, patriciasabbag@hotmail.com RESUMO: As estrias são consideradas um distúrbio estético, no qual ocorre um rompimento das fibras elásticas e colágenas na derme. No entanto, existem poucas pesquisas sobre a fisiopatologia das estrias cutâneas, sendo a maior parte dos trabalhos priorizados nas abordagens terapêuticas. Dentre os tratamentos mais realizados na estética, destacam-se a galvanopuntura e os peelings, cuja finalidade é a reorganização das fibras colágenas e a reparação tecidual. O objetivo deste trabalho é através de uma revisão de literatura, verificar os tratamentos estéticos, que possam ser realizados pelo Tecnólogo em Estética, com resultados positivos. Porém, leva-se em conta que não haverá regressão total do quadro. Palavras-chave: Estrias atróficas. Tratamentos. Eletroterapia. Peelings. ABSTRACT: The stretch marks are considered an esthetic disorder in which a disruption occurs in the elastic and collagen fibers in the dermis. However, there is little research on the pathophysiology of striae and most of the work prioritizes in therapeutic approaches. Among the most frequently performed in aesthetic treatments, eletrolifting and peeling stand out. Their aim is the reorganization of collagen and tissue repair. The objective of this work is through a literature review check aesthetic treatments that may be performed by an aesthetic technologist with positive results, but takes into account that there will be no regression of the frame. Keywords: Stretch marks. Treatments. Electrotherapy. Peels.

1 INTRODUÇÃO As estrias apresentam-se como lesões atróficas lineares paralelas, sendo uma alteração que acomete tanto homens, quanto mulheres e geralmente obedecem às linhas de clivagem da pele. No início são violáceas e evoluem para nacaradas, quando se tornam esbranquiçadas 1. Por tratar-se de um processo de natureza estética, uma vez que não gera incapacitação física ou alteração da função cutânea, causa um profundo desagrado em alguns indivíduos, chegando a tornar-se motivo de depressão psíquica e sentimentos de baixa autoestima 2. Dentre os recursos com efeitos mais expressivos encontram-se diversos tratamentos como: microdermoabrasão 3, corrente galvânica 4 e peelings químicos 3. A microdermoabrasão é um método não invasivo, não cirúrgico, não requer a utilização de anestesia e, não possui efeitos colaterais e nem contraindicações 5. Trata- se de um procedimento de leve desgaste da pele, com finalidade de causar uma remodelação da derme 6. Na galvanização utiliza-se a corrente galvânica com o intuito de gerar um processo inflamatório intenso na trama acometida pela estria, busca-se uma regeneração da mesma proporcionando por sua vez um retorno da sensibilidade fina 7. Já os tratamentos com peelings químicos, propiciam uma descamação controlada da epiderme e derme com a finalidade de revitalização 3. Este trabalho tem como objetivo analisar, através de uma revisão de literatura, quais os procedimentos estéticos mais utilizados para o tratamento de estrias. 2 ESTRIAS As estriações atróficas, striae distensae ou popularmente conhecidas como estrias, podem ser definidas como um processo degenerativo cutâneo, sendo este benigno e que variam a cor conforme a fase evolutiva 2.

Trata-se de uma atrofia tegumentar adquirida que possui diversas nomenclaturas, variam conforme idiomas, possíveis etiologias e, aspecto da pele macroscopicamente analisados 8. Clinicamente, caracterizam-se pela morfologia, em geral linear, atrófica e superficial e, eventualmente, franzida discretamente, com mínimas rugas transversas ao seu maior eixo que somem quando tracionadas 9. As estrias são frequentemente encontradas em indivíduos obesos, durante a gestação (com ênfase no último trimestre), nas síndromes de Marfan e de Cushing, com uso sistêmico ou tópico de esteróides (cortisona ou ACTH), nos tumores da suprarrenal, infecções agudas e debilitantes (febre tifóide, intertrigo inguinal, febre reumática, tuberculose, AIDS e lúpus), com atividades enérgicas (musculação), estresse e em outras situações 10. São classificadas como: rosadas ou iniciais, com aspecto inflamatório e tonalidade rosada da epiderme, uma vez que é causada pela distensão intensa das fibras elásticas. Desta forma, pode-se assim visualizar, por nitidez, uma excessiva circulação capilar da derme subpapilar. Há também as atróficas, que possuem aspecto cicatricial, linha flácida no centro e hipocrômica. As fibras elásticas estão entrelaçadas e algumas se apresentam rompidas. A estrutura do colágeno está desordenada e os anexos da pele encontram-se conservados. Já as nacaradas apresentam flacidez central e são revestidas por epitélio pregueado no qual ocorrem falhas dos pêlos, na secreção sudorípara e sebácea. As fibras elásticas estão na maioria rompidas e as lesões evoluem para fibrose 9. 2.1 ETIOLOGIA Há o conhecimento de três teorias, nas quais se encontram bastante controvérsia, tais como 11 :

2.1.1 Teoria mecânica Provam-se através de fatos, sejam estes isolados ou não, que seriam as alterações das forças de tensão que agem sobre a pele, então denominadas striae distensae 11. Seja em decorrência de um excessivo depósito de gordura nas células adiposas, especialmente no momento em que surgem repentinamente, como na gravidez, quando ocorrem danos às fibras elásticas, chegando ao rompimento ou perda dessas fibras no momento em que houve o estiramento da pele, ou durante o crescimento na adolescência, bem como na obesidade 14. No entanto, não há evidências de que a hidratação cutânea, através de ativos cosméticos, possa prevenir o surgimento das estrias 10. 2.1.2 Teoria endocrinológica Esta teoria demonstra que a teoria mecânica é muito simplificada quando afirma que o estiramento da pele, quer por crescimento ou deposição de gordura, seria o motivo de surgimento das estrias 10. Diversos autores postulam uma semelhança de causas entre esteróides tópicos ou sistêmicos e as estrias. Pode-se explicar assim que o surgimento, em diferentes patologias, não decorre da afecção em si, mas das drogas usadas em seu tratamento 10. Ocorrem naturalmente em breves períodos de estimulação cortical, simulando uma aplicação exógena de cortisona, ou pode se alastrar por diversos anos ao longo de toda adolescência 11. 2.1.3 Teoria infecciosa Sugere-se que processos infecciosos, como os notados em adolescentes após o surgimento de estrias púrpuras, sejam ocasionados por febre tifóide, febre

reumática, tifo, hanseníase e outras infecções que provocam danos às fibras elásticas, ocasionando assim as estrias 10. 2.2 HISTOLOGIA E INCIDÊNCIA Observa-se uma redução tanto no volume, quanto na quantidade dos elementos da pele e o rompimento das fibras elásticas. Além disso, nota-se que a epiderme é delgada e há um declínio na espessura da derme. As fibras colágenas estão afastadas entre si, e no centro da lesão não existem muitas fibras elásticas, ao contrário do contorno onde surgem reunidas e ondeadas 10. Apesar de surgirem em ambos os sexos, predominam no feminino. Um dos principais períodos é a adolescência 12, sendo bastante comum durante o período gestacional 13, porém estes podem variar 14. Não costumam ocorrer, em condições normais, em pessoas acima de 45 anos e nem em pré-púberes 13. 2.3 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS No início são avermelhadas ou violáceas e, podem estar discretamente elevadas, uma vez que se apresentam edemaciadas devido ao processo inflamatório, o que explicaria uma ocasional queixa de prurido 9 e, depois esbranquiçadas com aspecto lustro, quando são denominadas como nacaradas 11. Podem ser definidas atróficas, pelo fato de apresentarem uma diminuição na espessura da pele, que são ocasionadas pela redução do volume e número de seus elementos e, representada por adelgaçamento, menor elasticidade, rarefação de pêlos, pregueamento e secura 8. Raras ou numerosas surgem paralelamente às outras eperpendiculares às linhas de fenda da pele, indicando um desequilíbrio na elasticidade do local, o que caracteriza uma lesão tecidual 11. Também se mostram com carácter bilateral,

ou seja, há uma tendência de serem distribuídos simetricamente em ambos os lados 3. 3 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS 3.1 CORRENTE GALVÂNICA Trata-se de uma corrente contínua, pois a fonte de energia mantém entre seus pólos uma diferença de potencial constante. Sua onda é unipolarizada ou unidirecional, ou seja, a corrente flui em um único sentido. Neste tipo de onda não existe tempo de repouso, por isso, pode causar queimaduras. Os íons são polarizados no sentido da corrente, não havendo assim, o efeito da repolarização 2. 3.1.1 Galvanopuntura Também chamada popularmente de microgalvânica, pelo fato de ser uma microcorrente polarizada, o aparelho utiliza uma corrente contínua e intensidade diminuída ao nível de microampères. Porém, não há empecilho em utilizar uma corrente contínua pulsada com frequência elevada 1. O eletrodo ativo é em forma de agulha, que pode ser descartável ou esterilizável, acoplada a um porta-agulha no formato de caneta, sendo este conectado ao pólo negativo da corrente a qual foi agregada 1. A agulha utilizada deve ser fina, confeccionada em material inoxidável, resistente e pontiaguda, para penetrar com facilidade a pele e, o comprimento não deve ultrapassar 4 mm 1. É uma técnica que associa os benefícios da corrente galvânica, como a estimulação sensorial, hiperemia capilar, aumento da circulação, nutrição da área e aceleração do processo de cicatrização, juntamente com os efeitos do processo

inflamatório, induzido pela puntura da agulha, sendo o principal meio, o qual a corrente penetrará pela pele na estria 8. Deve-se utilizar a intensidade quando em locais pequenos, tal como nas estrias, reduzida a décima parte (0,1mA = 100µA), pois quanto menor o eletrodo, menor a intensidade aplicada, e vice-versa 15. O trauma causado pela inflamação eleva a atividade metabólica local, causando uma formação de tecido colágeno, com regresso da sensibilidade fina, devido ao preenchimento da área degenerada 16. 3.1.2 Contraindicações Devem-se observar alguns fatos que impossibilitam o tratamento, tais como níveis elevados de glicorticóides, sejam exógenos ou endógenos, que ocorrem na síndrome de Cushing ou, na puberdade, assim como após a gravidez, quando ocorrem grandes alterações hormonais. Evitar a exposição solar para não haver risco de hiperpigmentação cutânea. Não estimular, em regiões em que há feridas recentes, bem como processo inflamatório ativo, de modo a evitar cronificação ou agravamento da lesão. 3.2.1 Peelings mecânicos É uma técnica de esfoliação não cirúrgica, a qual pode- se controlar e executar de forma não invasiva. Possui inúmeras recomendações, dentre elas, a prevenção de estrias e o afinamento do tecido epitelial, preparando-o para tratamentos que consistam em revitalização e resultando em uma textura saudável e fina, causada pelo aumento de proteínas de reticulina, elastina e colágeno 1. Apresenta carácter regenerativo, o qual desencadeia um processo inflamatório, baseado em uma lesão causada por agente físico 10. Pode ser

utilizado antes do peeling químico, diminuindo a barreira mecânica da pele, favorecendo a permeação do agente e otimizando os resultados 3. 3.2.2 Contraindicações A técnica não deve ser muito enérgica, para evitar um desconforto e, deve ser mais cuidadosa no momento em que apresentar eritema ou vermelhidão. Por isso, deve- se evitar a exposição solar nas 48 horas, tanto antes, quanto após o procedimento 12. É desaconselhado o uso em lesões tegumentares seguidas de processo inflamatório. Deve-se ter controle do uso de cosméticos ou cosmecêuticos que contêm ácidos, evitando uma grande sensibilização epidérmica, salvo com indicação e acompanhamento médico ou fisioterapêutico severo. Assim como, associação de peelings químicos ou produtos ceratolíticos às sessões de microdermoabrasão, sem o prévio conhecimento do profissional responsável 1. 3.2.2 Peelings Químicos São substâncias que possuem ph menor que o da pele e modificam-na para uma região ácida, causando uma esfoliação ou peeling químico, que são classificados como muito superficial, superficial, médio e profundo, que dependem tanto do percentual, quanto do ph da formulação 1. Estas por sua vez, produzem uma destruição controlada da epiderme e derme e, induzem a uma reepitelização, que favorece uma melhora na aparência da pele danificada, seja por fatores extrínsecos, intrínsecos ou cicatrizes remanescentes 3. O mais indicado na estética para estrias e utilizado de forma segura, quando verificado o fototipo cutâneo e aplicado com a porcentagem ideal, é o de ácido glicólico 5. Sendo o mais simples dos alfa-hidroxiácidos (AHAs), levemente irritante para pele e mucosas, quando utilizado em alta concentração e/ou baixo

ph 17. Também considerado como um verdadeiro queratolítico, uma vez que apresenta uma estrutura química pequena, têm grande poder de permeação cutânea 18. No tratamento para estrias leva-se em conta que, as áreas corporais apresentam elementos pilossebáceos em menos quantidade e, portanto, estão mais predispostas a complicações, quando usados métodos mais agressivos 3. Este age na diluição do cimento celular interno, responsável pela queratinização anormal. Facilita o desprendimento de células mortas, reduz a coesão dos corneócitos, o espessamento da camada córnea e, melhora a hidratação cutânea, aumentando a captação de umidade e a capacidade de interação com a água 17. A ocorrência deste fenômeno deve-se a ativação do ácido glicólico e, do ácido hialurônico contido na pele, que é conhecido pelo fato de reter uma grande quantidade de água, a qual é elevada quando em contato com o ácido glicólico, consequentemente, a capacidade da pele é expandida 17. Porém, devem ser observados diversos fatores antes de realizar o peeling, tais como: características pessoais do paciente, integridade da barreira epidérmica, produto e técnica empregada 3. Por conter propriedade eficaz para reparação tecidual, é indicado para estrias, pelo fato de ser confiável, de caráter natural e benéfico, uma vez que os resultados no procedimento são positivos 19. 4 METODOLOGIA Este estudo teve embasamento teórico, baseado em referências bibliográficas publicadas no período de 2004 a 2012, em livros, artigos científicos já publicados e, trabalhos acadêmicos relacionados ao tema.

5 DISCUSSÃO Os tratamentos estéticos realizados para estrias são classificados de acordo com a lesão e o grau apresentado 1. As estrias quando tratadas no início do seu aparecimento apresentam-se com coloração avermelhada, onde autores afirmam ser a fase mais efetiva para obtenção de uma resposta terapêutica 10, seja com a utilização de peelings e/ou com a galvanopuntura, pelo aumento da vascularização local. Porém, nas estrias tardias, o tratamento deve ser intensificado, considerando somente os procedimentos estéticos seguros a serem realizados e permitidos 8. Sendo assim, é válido nas estrias a utilização da galvanopuntura, para que ocorra o processo inflamatório, aumento do número de fibroblastos e elastina na região, seguido de microdermoabrasão 1 com a finalidade de promover uma renovação celular 3. No entanto, é importante salientar que não se deve realizar na mesma sessão microdermoabrasão associado ao peeling químico, ou galvanopuntura combinada com peeling para não gerar lesão. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS As estrias são lesões tegumentares adquiridas e, como toda cicatriz, possuem difícil tratamento. Com o avanço atual das técnicas, vários tratamentos estéticos são realizados, porém, não há estudos que comprovem sua eficácia para o desaparecimento total das estrias e, por tratar-se de predisposição genética, a prevenção inclui tanto a manutenção do peso ideal quanto uma boa hidratação cutânea. A melhora da aparência com diminuição da espessura/ largura e coloração são alcançadas através de procedimentos de galvanopuntura, microdermoabrasão e peelings. Estas técnicas podem ser utilizadas tanto em conjunto, quanto isoladas, principalmente quando referidas à peelings químicos ou a determinadas classificações de estrias. Onde a aparência pode variar em

diversas situações, a lesão pode apresentar-se em depressão ou elevada em relação ao nível da pele e/ou com coloração diferenciada, cabendo ao profissional Tecnólogo em Estética avaliar corretamente e indicar o tratamento mais adequado. REFERÊNCIAS 1. BORGES, F. S. Dermato-funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2010. 2. MAIO, M. Tratado de Medicina Estética. 2. ed. 3. vol. São Paulo: Roca, 2011. 3. AMARAL, C. N. et al.tratamento em estrias: um levantamento teórico da microdermoabrasão e do peeling químico. [2007 ou 2008]. 12 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Cosmetologia e Estética) Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, [2007 ou 2008]. 4. MONDO, P. K. S.; ROSAS, R. F. Efeitos da corrente galvânica no tratamento das estrias atróficas. [2004?].6 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia) Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, [2004?]. 5. KEDE, M. P. V.; SERRA, A.; CEZIMBRA, M. Guia de beleza e juventude para homens e mulheres. 1. ed. Rio de Janeiro: SENAC, 2005. 6. BOSCHIN, L. R. M.; ASSUNÇÃO, F. F. O. Utilização da microdermoabrasão no envelhecimento facial. Revista FisioBrasil, Edição nº 101, Ano 14, p. 32-35, 2011.

7. OSÓRIO, A. C. R. Estudo comparativo do tratamento de estrias atróficas em duas pacientes tratadas com o eletrolifting. 2005. 86 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia) Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel, 2005. 8. WHITE, P. A. S. et al. Efeitos da galvanopuntura no tratamento das estrias atróficas. 2007. 12 f. Monografia (Especialização em Fisioterapia Dermato-funcional) Universidade de Ribeirão Preto, São Paulo, 2007. 9. KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia Estética. São Paulo: Atheneu, 2004. 10. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia Dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3. ed. rev. e ampliada. São Paulo: Manole, 2004. 11. LIMA, K. S.; PRESSI, L. O uso da microgalvanopuntura no tratamento de estrias atróficas: análise comparativa do trauma mecânico e da microcorrente. 2005. 38 f. Monografia (Fisioterapia) Universidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, 2005. 12. CANTO, S. M. L.; MEJIA, D. P. M. Efeito da microdermoabrasão com peeling de cristal na terapêutica das estrias. [2012?]. 14 f. Monografia (Especialização em Fisioterapia Dermato-funcional) Faculdade Ávila, Goiânia, [2012?]. 13. AZULAY, R. D. Dermatologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

14. BONETTI, V. B. Incidência de estrias em acadêmicos da Faculdade Assis Gurgacz, identificando a sua principal causa. 2007. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia) Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel, 2007. 15. CONSULIN, M. O uso da microcorrente galvânica em estrias albas. 2008. 79 f. Dissertação de Mestrado (Fisioterapia) Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2008. 16. REBONATO, T. A. et al. Utilização de microcorrente galvânica em estrias atróficas crônicas Relato de caso. 2009. 4 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia) Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná, Guarapuava, 2009. 17. MICHALUN, N.; MICHALUN, M. V. Dicionário de ingredientes para cosmética e cuidados da pele. Tradução de: Mauro Silva. 3. ed. São Paulo: SENAC, 2010. 18. PERSSONELLE, J.G. Cosmiatria: A ciência da beleza. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. 19. PONTE, M. G. Recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento das estrias: uma revisão de literatura. [entre 2005 e 2012]. 12 f. Monografia (Especialização em Fisioterapia Dermato-funcional) Faculdade Ávila, Goiânia, [entre 2005 e 2012].