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Transcrição:

76 ISSN 1981-7231 Dezembro, 2009 Corumbá, MS Custo de Produção em Pecuária de Corte em 2009, no Pantanal de Corumbá (MS) Thiago Bernardino de Carvalho 1 Urbano Gomes Pinto de Abreu 2 Bruno da Silva Almeida 3 Sérgio de Zen 4 Introdução O estudo foi realizado no município Corumbá localizado na região Pantanal do Estado do Mato Grosso do Sul, em novembro de 2009. Conforme o censo de agropecuário do IBGE realizado em 2006, Mato Grosso do Sul conta com um efetivo de bovinos de 20.379.721 cabeças, sendo que Corumbá contribui com 1.712.747 reses, desse total, sendo o município com maior número de bovinos de corte do país. Corumbá possui 64.961 km 2 de área territorial, sendo 61.819 km 2 situada na planície pantaneira (95,6% do município localiza-se na planície pantaneira). Quase metade do ecossistema Pantanal (44,7%) situa-se na área municipal de Corumbá. O sistema típico de produção de bovinocultura de corte na região foi identificado como cria em sistema de produção extensiva, sendo as sub-regiões pantaneiras da Nhecolândia e dos Paiaguás as com maior efetivo bovino no município. Os solos característicos do Pantanal nestas duas sub-regiões são os hidromórficos. O clima é tropical úmido, com inverno seco, chuvas no verão, que ocorrem no período de novembro a abril e seca de maio a outubro. Os meses de verão são extremamente quentes e os meses de inverno podem se caracterizar por frio com temperaturas atingindo até 0ºC. A pluviosidade média oscila em torno dos 1.300 mm. Metodologia Foi utilizada a análise do tipo painel, onde, em reuniões com produtores, técnicos e pesquisadores estabelece-se perfil de uma propriedade modal. Em outras palavras, levantouse as características da propriedade que mais ocorre na região de influência da cidade onde foi realizado o estudo. Desta forma, através desta propriedade típica, traçou-se o perfil produtivo regional da propriedade rural. As principais características do sistema modal de produção na região foram definidas em reunião técnica com 11 proprietários rurais da região. 1 Economista, Mestre em Economia Aplicada, CEPEA/ESALQ/USP, Av. Centenário, 1080, 13416-000, Piracicaba, SP. 2 Médico Veterinário, Dr., Embrapa Pantanal, Caixa Postal 109, 79320-900, Corumbá, MS. urbano@cpap.embrapa.br 3 Engenheiro Agrônomo, CEPEA/ESALQ/USP, Av. Centenário, 1080, 13416-000, Piracicaba, SP. 4 Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia Aplicada, CEPEA/ESALQ/USP, Av. Centenário, 1080, 13416-000, Piracicaba, SP.

2 Custo de Produção em Pecuária de Corte em 2009, no Pantanal de Corumbá (MS) Características da Propriedade Rural da Região O valor da terra nua com pastagem nativa foi estimado em R$ 500,00 por hectare. O tamanho típico de propriedade encontrado foi de 10.000 hectares, dos quais 2.000 ha eram destinados a reserva legal (20% do total) e 8.000 ha a pastagens (80% do total). Nessa área, o rebanho total foi de 3.096 animais ou 1.632,69 Unidades Animal (UA), com taxa de lotação de 0,21 UA/ha, levando em consideração que cada UA equivale a 450 kg de peso vivo. O rebanho compreendeu bezerros, bezerras, novilhas, touros, vacas solteiras e paridas, conforme mostra a Tabela 1. A receita da propriedade foi constituída pela venda de touros e vacas para descarte, novilhas e bezerros (as). O principal produto comercializado na região de Corumbá foi venda de bezerros. Cuja receita correspondeu a 49,7% do total da entrada em caixa. Identificou-se que desta propriedade típica são comercializados anualmente 841 animais de forma constante. Os índices zootécnicos médios aferidos com os dados do levantamento dos custos na pecuária de corte estão presentes na Tabela 2. A receita da propriedade foi constituída pela venda de touros e vacas para descarte, novilhas e bezerros (as). O principal produto comercializado na região de Corumbá foi venda de bezerros. Cuja receita correspondeu a 49,7% do total da entrada em caixa. Identificou-se que desta propriedade típica são comercializados anualmente 841 animais de forma constante. Os índices zootécnicos médios aferidos com os dados do levantamento dos custos na pecuária de corte estão presentes na Tabela 2. Em 2009, o valor recebido pelo produtor pela arroba caiu, em média, 14,3%, enquanto a carne vendida pelo frigorífico ao atacado teve queda de 11,2% (traseiro) e 16,3% (dianteiro). Isso contribuiu para diminuir a margem, ou até mesmo torná-la negativa para pecuaristas brasileiros. Tabela 1. Estrutura do rebanho do gado de corte. Categoria Número Peso médio (kg) Bezerrros 455 93 Reprodutor 69 600 Bezerras 455 83 Novilhas 12 a 24 meses 345 175 Novilhas 24 a 36 meses 257 240 Vaca parida (multíparas) 1020 345 Vaca falhada/solteira/seca 495 310 Total Animais 3096

Custo de Produção em Pecuária de Corte em 2009, no Pantanal de Corumbá (MS) 3 Tabela 2. Índices zootécnicos da produção pecuária no Pantanal de Corumbá, MS. Descrição Valor Taxa de Mortalidade pré-desmama (%) 8,7 Taxa de Mortalidade pós-desmama (%) 3 Relação vaca/touro 25 Intervalo de partos (meses) 24 Idade a primeira cria (meses) 40 Crias produzidas/vaca 4,4 Idade total da vaca (anos) 12,2 Taxa de natalidade (multiparas) (%) 50 Taxa de natalidade (matrizes) (%) 55,9 Taxa Reposição de Matrizes (Descarte/matrizes/ano) (%) 11 Taxa Reposição de Touros / ano (%) 9 Taxa de desfrute (%) 27,2 Taxa de lotação em área de pasto (UA/ha) 0,2 Ganho de Peso Médio Diário do Bezerro (g/dia) 443 Ganho de Peso Médio Diário da Bezerra (g/dia) 377 Ganho de Peso Médio Diário da Novilha (12 a 24 meses) (g/dia) 164 Ganho de Peso Médio Diário da Novilha (24 a 36 meses) (g/dia) 123 Em Corumbá, o atual estudo apontou que a receita líquida com vendas de animais, foi de R$458.084,00. Dentro da parte de maquinário, benfeitorias e utilitários, as propriedades típicas da região, como a estudada, apresentaram inventário muito amplo e variado como mostra a Tabela 3. Análise dos Custos Para se manter na atividade na região de Corumbá, o pecuarista usa vários grupos de insumos para manter seu rebanho produzindo a pasto. Os principais segmentos, de insumos para a pecuária de corte são: nutrição animal, genética, produtos veterinários, fertilizantes e sementes. O produtor consome cada vez mais insumos, à medida que a atividade vem aumentando sua produtividade.

4 Custo de Produção em Pecuária de Corte em 2009, no Pantanal de Corumbá (MS) Tabela 3. Inventário da propriedade modal. Benfeitorias Especificação Quantidade Valor do Novo (reais) Vida Útil (anos) curral 50 m de diâmetro 1 80.000 30 sede 100 m 2 1 100.000 50 casa funcionário 50 m 2 2 40.000 30 cerca perimetral 1 km 20 3.800 8 cerca interna 1 km 30 3.800 8 cochos madeira 20 100 25 porteira madeira 10 300 30 simbras madeira 10 30 3 galpão para sal 25 m 2 1 20.000 20 garagem 60 m² 1 48.000 30 galpão 70 m 2 1 56.000 30 açudes bebedouros 20x30 m 5 10.000 4 poço semi-artesiano 12 m de profundidade 2 6.000 80 Máquinas Trator 65 cv 1 65.000 25 Implementos grade intermed. 12 discos 1 12.000 25 roçadeira arrasto 1 12.000 15 carreta 4 rodas 1 15.000 15 Equipamentos motosserra Sthil 08 1 3.000 3 pistola (vacinação) aço 4 150 10 pulverizador costal 20 l 3 300 5 gerador 1 7.000 3 motor estacionário 1 10.000 10 carro de boi 1 5.000 2 ferramentas 1.500 2 Utilitário caminhonete 4 x 4 1 90.000 10 Cada região possui características específicas na produção pecuária. Assim, cada município tem uma composição distinta de custos de produção na pecuária de corte. Eles podem ser descritos de acordo com os principais componentes da produção: Depreciação e manutenção de benfeitorias; Comercialização; Vacinas; Antibióticos; Medicamentos em geral; Controle parasitário e Aquisição de animais. Suplementação animal; Manutenção das pastagens; Mão-de-obra; Pró-labore; Administrativo; Depreciação de equipamentos;

Custo de Produção em Pecuária de Corte em 2009, no Pantanal de Corumbá (MS) 5 O Custo Operacional Efetivo (COE) diz respeito ao desembolso feito pelo produtor. Já o Custo Operacional Total (COT), refere-se ao COE mais os custos correspondentes à depreciação de benfeitorias, máquinas e animais adultos. Por fim, o Custo Total (CT) é igual ao custo operacional total mais a remuneração (juros) sobre o capital circulante, (COE) e sobre o capital empatado em benfeitorias, máquinas, animais e terra. O prólabore (remuneração pela atividade) é determinado pelos próprios produtores, e pode ter grande interferência no balanço entre a receita total e o custo operacional total de acordo com o padrão de vida levado pelo proprietário. Entre os insumos efetivos, o pró-labore foi responsável pelo maior desembolso anual da atividade, participando com 38,48% do COE, conforme apresentado na Figura 1. O segundo item com a maior participação dos gastos efetivos, é o item custos administrativos (16,33%). Vale destacar que uma característica peculiar da região pantaneira é o gasto com o transporte em avião, devido a dificuldade de infraestrutura rodoviária, e das chuvas que tornam os acessos limitados até as fazendas. A mão-de-obra foi o terceiro insumo com maior participação no COE (13,85%) da propriedade. Por fim, assim como a manutenção de pastagens, os custos com nutrição mineral tiveram um aumento expressivo nos últimos anos devido à alta do petróleo e a escassez de certos minerais. Com isso, a suplementação mineral foi responsável por 13,69% dos custos efetivos da propriedade. Figura 1. Ponderação dos principais insumos no COE do sistema de produção no Pantanal de Corumbá-MS. A propriedade modal da região de Corumbá apresentou o COE de R$ 311.858,13 e o COT de R$ 375.825,46. Nesse contexto, a receita de R$ 458.084,00 consegue cobrir os custos efetivos da propriedade (COE) mais os custos com depreciação (COT), o que possibilita aos produtores de cria na região, ao longo do tempo, a renovação das benfeitorias da propriedade. No entanto, quando se considera todo o Capital Investido (compra da terra, formação de pastagens, benfeitorias e animais) encontrou-se o montante de R$ 7.849.615,76. Assim, é possível calcular o Custo de Oportunidade de Capital (COC), que representa 6% do total do Capital Investido (ou seja, o rendimento que seria obtido caso o CI fosse aplicado em poupança bancária), que no caso, foi de R$ 470.976,95. Somando o COT e o COC encontrou-se o Custo Total (CT) de R$ 846.802,41. Por fim, a Receita líquida encontrada (diferença entre a Receita e o CT) foi de R$ -388.718,41, como observamos na Tabela 4. A rentabilidade operacional efetiva da bovinocultura de corte foi de R$ 18,28 por hectare de pastagem ao ano. Enquanto que a rentabilidade operacional total, que inclui o custo de depreciação (COT), foi de R$ 10,28/ha de pastagem ao ano.

6 Custo de Produção em Pecuária de Corte em 2009, no Pantanal de Corumbá (MS) Tabela 4. Custos e investimentos. Descrição R$ A) Receita pecuária 458.084,00 B) Custo operacional efetivo (COE) 311.858,13 C) Depreciação total 63.967,33 D) Custo operacional total (COT) (B+C) 375.825,46 E) Capital investido (CI) 7.849.615,76 F) Custo de oportunidade de capital (COC) (6% de E) 470.976,95 G) Custo total (CT) (D+F) 846.802,41 H) Receita líquida (A-G) -388.718,41 Considerações Finais De acordo com os cálculos dos dados levantados na região de Corumbá, o estudo revelou que a receita da pecuária de corte consegue cobrir o custo operacional efetivo (COE) e o custo operacional total (COT), é suficiente para abater a depreciação, mas insuficiente para cobrir o capital investido (CI). Este fato indica que a atividade é um investimento sustentável e lucrativo, no curto e no médio prazo, mas não em longo prazo, pois o produtor não conseguirá remunerar seu capital investido. Portanto, a absorção de tecnologias especialmente as que impactam positivamente os índices reprodutivos do rebanho de cria são essenciais para a manutenção do produtor na atividade em longo prazo. COMO CITAR ESTE DOCUMENTO CARVALHO, T. B. de; ABREU, U.G.P.de; ALMEIDA, B. da S.; ZEN, S de. Custo de Produção em Pecuária de Corte em 2009, na região do Pantanal de Corumbá (MS). Corumbá: Embrapa Pantanal, 2009. 4 p. (Embrapa Pantanal.Comunicado Técnico, 76. Disponível em: <http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/download.php?arq_pdf=cot76>. Acesso em: 10 mar. 2010. Comunicado Técnico, 76 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Pantanal Endereço: Rua 21 de Setembro, 1880 Caixa Postal 109 CEP 79320-900 Corumbá, MS Fone: 67-3234-5800 Fax: 67-3234-5815 Email: sac@cpap.embrapa.br 1ª edição 1ª impressão (2009): Formato digital Comitê de Publicações Expediente Presidente: Thierry Ribeiro Tomich Secretário-Executivo : Suzana Maria Salis Membros: Débora Fernandes Calheiros Marçal Hernique Amici Jorge Jorge Ferreira de Lara Regina Célia Rachel Supervisor editorial: Suzana Maria de Salis Revisão Bibliográfica : Viviane de Oliveira Solano Tratamento das ilustrações : Regina Célia Rachel Editoração eletrônica : Regina Célia Rachel Disponibilização na Home Page: Luiz E. M. Britto