Verificação do uso de dosímetros individuais em serviço de medicina nuclear de Pernambuco nos anos de 2002 a 2010

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Transcrição:

BJRS BRAZILIAN JOURNAL OF RADIATION SCIENCES 03-1A (2015) 01-14 Verificação do uso de dosímetros individuais em serviço de medicina nuclear de Pernambuco nos anos de 2002 a 2010 Renata Farias de Lira a, Fernando Roberto de Andrade Lima. a,b, José Wilson Vieira c a Departamento de Energia Nuclear - Universidade Federal de Pernambuco (DEN/UFPE) Av. Prof. Luiz Freire, 1000, Recife - PE CEP 50.740-540 renatafariasdelira@hotmail.com b Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE) Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) Av. Professor Luiz Freire, 200, Recife PE CEP 50740-540 falima@cnen.gov.br c Escola Poolitécnica de Pernambuco - UPE Rua Benfica, 455 - Madalena - Recife/PE CEP: 50720-001 jose.wilson59@uol.com.br Resumo A medicina nuclear (MN) é uma especialidade médica que utiliza material radioativo associado a fármacos para obter imagens diagnósticas e realizar procedimentos terapêuticos. Como qualquer atividade que faça uso de radiação ionizante, a MN deve ser justificada, otimizar seus procedimentos de trabalho e aplicar a limitação de dose. O uso de dosímetro individual é de extrema necessidade para avaliar as doses recebidas pelos trabalhadores e verificar se estas estão de acordo com as normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Este estudo tem como objetivo verificar o uso de dosímetros pelos indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE) em um Serviço de Medicina Nuclear (SMN) de Pernambuco a fim de controlar as exposições ocupacionais. Foram avaliados 56 IOE no período de 2002 a 2010. Verificou-se que o ano de 2005 apresentou maior número de IOE não monitorados, enquanto o ano de 2009 não apresentou IOE não monitorados. Observou-se ainda que com o passar dos anos apesar do aumento do número de trabalhadores a monitoração se mostrou mais efetiva. Não se pode

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 2 afirmar o motivo pelo qual a monitoração se tornou mais efetiva, porém acredita-se que uma maior preocupação com a radioproteção esteja sendo aplicada aos procedimentos de trabalho do SMN avaliado. Palavras-chave: colocar Serviço de Medicina Nuclear, Dosímetro individual, Exposição ocupacional. 1. INTRODUÇÃO A Medicina Nuclear (MN) é uma especialidade médica que utiliza radionuclídeos com características físicas e químicas adequadas, tanto para fins diagnósticos como terapêuticos. É capaz de evidenciar bem a função do órgão em estudo, enquanto a radiologia convencional, o ultrassom, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética destacam melhor os aspectos morfológicos e anatômicos. [1] O princípio básico da MN consiste em avaliar a função de um determinado órgão utilizando uma substância marcada com radionuclídeos que seja, normalmente, captada ou metabolizada pelo órgão que se deseja estudar [1]. Essas substâncias são denominadas radiofármacos e as características físico-químicas do fármaco, determinam sua fixação no órgão ou tecido alvo e sua eliminação pelo organismo, enquanto as características físicas do radionuclídeo determinam a aplicação do composto em diagnóstico ou terapia. [2] Toda atividade envolvendo aplicação de radiação ionizante, deve ser justificada e ter seus procedimentos de trabalho otimizados, assim como deve respeitar a limitação de dose, de acordo com os três princípios básicos da proteção radiológica: justificação, limitação de dose e otimização. O objetivo primário da proteção radiológica é fornecer um padrão apropriado de proteção para o homem, sem limitar os benefícios criados pela aplicação das radiações ionizantes. [3] O controle de trabalhadores de áreas controladas deve ser executado através de monitoração individual, avaliação de doses e supervisão médica. A monitoração individual é a monitoração de pessoas por meio de dosímetros individuais colocados sobre o corpo [4]. Os dosímetros são instrumentos que indicam a exposição ou a dose absorvida a que um indivíduo foi submetida. A utilização do dosímetro é necessária para obter uma estimativa da dose efetiva e/ou da dose equivalente no cristalino e extremidades, compatível com a atividade exercida, de modo a demonstrar conformidade com os requisitos administrativos e operacionais estabelecidos pelo serviço, bem como contribuir para o controle e melhoria da operação da instalação. [5]

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 3 2. MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho avaliou o uso de dosímetros individuais de 56 trabalhadores do Serviço de Medicina Nuclear (SMN) do Hospital das Clínicas de Pernambuco (HC/UFPE) no período do ano de 2002 ao ano de 2010. Foi realizado o levantamento do registro de monitoração do serviço, avaliando, os meses que não houve monitoração e a quantidade de IOE que não fizeram uso do dosímetro por mês e por ano. Foram analisados nos registros cada mês de cada ano do estudo as doses recebidas pelos trabalhadores e observando quantos e quais trabalhadores não utilizaram o dosímetro individual. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados da análise dos registros da instalação são apresentados nas Tabelas 1 a 9, que mostram o ano do estudo divididos em meses, também são vistos nas tabelas os meses em que não houve monitoração, a quantidade de IOE não monitorados por mês e por ano, a quantidade total de trabalhadores na instalação a cada ano.

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 4 Tabela 1. Verificação do uso de dosímetro individual no SMN - HC/UFPE em 2002 TOTAL MONITORADO/MÊS MONITORADO/ANO DE IOE Janeiro: 3 Fevereiro: 3 Março: 3 Abril: 3 Maio: X Junho: X Julho: 1 13 Maio, Junho e Novembro. 26 Agosto: 0 Setembro: 4 Outubro: 2 Novembro: X Dezembro: 4 Vê-se na Tabela 1que dos 26 IOE monitorados no ano de 2002, 13 não utilizaram o dosímetro no decorrer do ano. Observa-se também que os meses de maio, junho e novembro foram os meses em que algum dos IOE não forma monitorados. Ainda é visto que os meses de setembro e dezembro foram os que mais tiveram trabalhadores não monitorados.

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 5 Tabela 2. Verificação do uso de dosímetro individual no SMN - HC/UFPE em 2003 MONITORADO/MÊ MONITORADO/AN S O Janeiro: X Fevereiro: 1 Março: 0 Abril: 0 Maio: X Junho: 3 Julho: 3 6 Janeiro e Maio. 25 Agosto: 0 Setembro: 0 Outubro: 0 Novembro: 0 Dezembro: 1 Na Tabela 2, observa-se que 25 IOE foram analisados, sendo 6 destes não monitorados no decorrer do ano de 2003. Vê-se ainda que os meses de junho e julho foram os meses com mais funcionários não monitorados, bem como, que os meses de janeiro e maio não houve monitoração.

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 6 Tabela 3. Verificação do uso de dosímetro individual no SMN - HC/UFPE em 2004 MONITORADO/MÊ MONITORADO/AN S O Janeiro: 0 Fevereiro: 0 Março: 2 Abril: 0 Maio: 0 Junho: 3 Julho: 0 12 Outubro. 30 Agosto: 0 Setembro: 6 Outubro: X Novembro: 4 Dezembro: 1 A Tabela 3 apresenta os dados de 30 trabalhadores que foram observados durante o ano de 2004, sendo 12 deles não monitorados no decorrer do ano. A tabela ainda apresenta o mês de outubro como único mês sem monitoração e o mês de setembro como mês com mais IOE não monitorado no ano do estudo.

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 7 Tabela 4. Verificação do uso de dosímetro individual no SMN - HC/UFPE em 2005 MONITORADO/MÊS MONITORADO/ANO Janeiro: 1 Fevereiro: 2 Março: 0 Abril: 1 Maio: 1 Junho: 1 Julho: 0 9 Nenhum. 38 Agosto: 0 Setembro: 2 Outubro: 1 Novembro: 2 Dezembro: 0 A Tabela 4 mostra que não houve nenhum mês sem monitoração, e apenas 9 trabalhadores não monitorados dos 38 avaliados. Ainda mostra que os meses de fevereiro, setembro e novembro foram os meses com mais IOE não monitorados.

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 8 Tabela 5. Verificação do uso do dosímetro individual no SMN HC/UFPE em 2006 MONITORADO/MÊ MONITORADO/AN S O Janeiro: 0 Fevereiro: X Março: 2 Abril: 1 Maio: 7 Junho: 0 Fevereiro, Junho e Julho: 7 22 Dezembro. 37 Agosto: 0 Setembro: 8 Outubro: 1 Novembro Dezembro Na Tabela 5 são vistos os dados de 37 funcionários, sendo 22 deles não monitorados no decorrer do ano. A tabela mostra também que os meses de fevereiro, junho e dezembro não tiveram monitoração e ainda o mês de setembro como o maior número de trabalhadores não monitorados.

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 9 Tabela 6. Verificação do uso do dosímetro individual no SMN HC/UFPE em 2007 MONITORADO/MÊ MONITORADO/AN S O Janeiro: 1 Fevereiro: 1 Março: 1 Abril: 3 Maio: 0 Junho: 0 Julho: 0 8 Nenhum. 27 Agosto: 2 Setembro: 3 Outubro: 0 Novembro: 1 Dezembro: 1 Os dados apresentados na Tabela 6 são referentes a 27 IOE que foram avaliados no ano de 2007, destes, 8 não tiveram monitoração individual. Ainda vê-se na tabela que nenhum mês desse ano ficou sem monitoração, enquanto os meses de abril e setembro apresentaram a maior quantidade de funcionários que não fizeram uso do dosímetro pessoal.

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 10 Tabela 7. Verificação do uso do dosímetro individual no SMN HC/UFPE em 2008 MONITORADO/MÊS MONITORADO/ANO Janeiro: 0 Fevereiro: 0 Março: 0 Abril: 3 Maio: 1 Junho: 0 Julho: 0 6 Nenhum. 29 Agosto: 1 Setembro: 1 Outubro: 0 Novembro: 2 Dezembro: 0 A Tabela 7 exibe o mês de abril como o com maior quantia de IOE não monitorado e que não houve um mês sem monitoração. Ainda é mostrado na tabela que 6 dos 29 trabalhadores analisados não utilizaram dosímetro individual durante o ano de 2008.

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 11 Tabela 8.. Verificação do uso do dosímetro individual no SMN HC/UFPE em 2009 MONITORADO/MÊS MONITORADO/ANO Janeiro: X Fevereiro: 0 Março: 0 Abril: 0 Maio: 0 Junho: 0 Janeiro, Julho, Julho: X 0 Agosto e Dezembro. 47 Agosto: X Setembro: 0 Outubro: 0 Novembro: 0 Dezembro: X A Tabela 8 representa o ano com maior número de meses sem monitoração, sendo eles janeiro, julho, agosto e dezembro. Por outro lado, a tabela mostra não houve IOE sem monitoração dos 47 analisados.

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 12 Tabela 9. Verificação do uso do dosímetro individual no SMN HC/UFPE em 2010 MONITORADO/MÊS MONITORADO/ANO Janeiro: 5 Fevereiro: 0 Março: 0 Abril: 0 Maio: 0 Junho: X Junho e Dezembro. Julho: 1 6 56 Agosto: 0 Setembro: 0 Outubro: 0 Novembro: 0 Dezembro: X Na Tabela 9 são mostrados 6 trabalhadores não monitorados dos 56 avaliados no ano de 2010. Ainda é visto na tabela que nos meses de junho e dezembro não houve monitoração e também que o mês de janeiro teve 5 dos 6 IOE não monitorados. Após a análise dos dados apresentados na tabela pode-se observar que à medida que os anos se passaram a quantidade de IOE do SMN aumentou, acredita-se que devido ao crescimento da realização de exames. Mesmo com uma maior quantidade de trabalhadores, o número de funcionários não monitorados não cresceu, levando a crer que os princípios da proteção radiológica vêm sendo aplicados adequadamente e/ou que a fiscalização tem sido mais efetiva. Nota-se ainda que o ano de 2009 não apresentou IOE não monitorados e apresentou o segundo maior número de trabalhadores do estudo. Percebe-se também que o ano de 2006 foi o ano que

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 13 apresentou a maior quantidade de funcionários não monitorados, sendo 22 dos 37 monitorados. Pode-se ver que após 2006 houve a diminuição dos IOE não monitorados, talvez pelo cumprimento mais fiel dos padrões de segurança. Não se pode afirmar o real motivo do aumento de trabalhadores, mas acredita-se que popularização da MN tornou o serviço mais atuante e por isso a necessidade de mais trabalhadores. Também não há como afirmar o motivo da maior eficácia da monitoração dos funcionários, porém um provável motivo é a maior fiscalização da CNEN quanto à proteção radiológica, assim como maior conscientização dos IOE relacionada à necessidade de atender aos procedimentos de proteção e segurança. Para manutenção de uma boa monitoração individual, sugere-se a aplicação de cursos e treinamentos periodicamente para os IOE da instalação, a fim de aprimorar os procedimentos de trabalho e gerar um maior grau de conscientização da segurança, tanto do próprio trabalhador, como dos companheiros de trabalho e do público em geral. 4. CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos e apresentados, pode-se concluir que: - Em apenas um ano do estudo não houve IOE sem monitoração; - O trabalho apresentou que em todos os anos analisados, teve ao menos um mês sem monitoração; - A quantidade de trabalhadores do SMN aumentou com o passar dos anos; - Para uma monitoração mais eficaz, faz-se necessário a conscientização dos trabalhadores quanto ao uso dos dosímetros individuais. 5. AGRADECIMENTO Agradecimentos à CNPq pelo consentimento da bolsa de pós-graduação, ao Grupo de Dosimetria Numérica (GDN) e ao CRCN/NE pelo apoio e permissão do uso de suas instalações para desenvolvimento do trabalho e ao HC/PE pela concessão dos dados utilizados no estudo..

Lira, et. al. Braz. J. Rad. Sci. 2015 14 REFERÊNCIAS [1] MESQUITA, E. T, MESQUITA, C. T, FONSECA, L. M.-Medicina Nuclear Aplicada a Cardiologia, Editora Atheneu, Volume 4, 2001. [2] OLIVEIRA, R.. SANTOS, D. FERREIRA, D. COELHO, P. VEIGA, F.. Preparações radiofarmacêuticas e suas aplicações. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. abr/jun Vol. 42, n.º2, 2006. [3] COMMISSION OF THE EUROPEAN COMMUNITIES (CEC). Alara from theory towards practice, Final Report, 1991. [4] COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. CNEN-NN 3.01 - Diretrizes básicas de Proteção Radiológica, 2011. [5] MINISTÉRIO DA SAÚDE - PORTARIA DA SECRETARIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA Nº 453 - Diretrizes de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico, 1998.