Diversidade e Abundância de Flebotomíneos do Gênero Lutzomyia (Diptera: Psychodidae) em Áreas de Mata do Nordeste de Manacapuru, AM

Documentos relacionados
Marlisson Augusto Costa FEITOSA 1, Eloy Guillermo CASTELLÓN 1

Fauna flebotomínica (Diptera: Psychodidae) da Serra do Tepequém, Município de Amajarí, Estado de Roraima, Brasil

José Manuel Macário REBÊLO 2, Yrla Nívea OLIVEIRA-PEREIRA 3

Marlisson Augusto Costa FEITOSA ¹, Eloy Guillermo CASTELLÓN ²

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA EXPERIMENTAL - PGBIOEXP. [Autor] [Título]

Jaime de Liege Gama Neto 1 ; Toby Vincent Barrett 2 ; Rui Alves de Freitas 3

Revista Eletrônica de Biologia

OS FLEBOTOMÍNEOS DA REGIÃO AMAZÔNICA, ESTRADA MANAUS - HUMAITA, ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL (DÍPTERA: PSYCHODIDAE: PHLEBOTOMINAE).

Sandflies (Diptera: Psychodidae) in a primary non-flooded forest of Experimental Station of Tropical Forestation, Amazonas State, Brazil.

SHORT COMMUNICATION: CONTROLE AMBIENTAL DE FLEBOTOMÍNEOS COM CARRAPATICIDAS E INSETICIDAS

FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) NO ESTADO DE RORAIMA, BRASIL. II. ESPÉCIES COLETA DAS NA REGIÃO NORTE.

Flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) coletados em um assentamento rural no Estado do Amapá, Brasil

Species structure of sand fly (Diptera: Psychodidae) fauna in the Brazilian western Amazon

Flebotomíneos do Estado de Tocantins, Brasil (Diptera: Psychodidae)

DISTRIBUIÇÃO DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDEA) NA AMAZÔNIA LEGAL ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE INFORMATICA E GEOPROCESSAMENTO 1

Flebótomos (Diptera, Phlebotominae) da Ilha de São Luis, zona do Golfão Maranhense, Brasil

Espécies de flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) em matas ciliares na transição entre a Amazônia úmida e o Nordeste semi-árido do Brasil

Sand flies (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) from Central Amazonia and four new records for the Amazonas state, Brazil

Lista preliminar das espécies do gênero Lutzomyia, França, 1924 (Psychodidae, Phlebotominae) do Estado do Maranhão, Brasil

ARTIGO. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 33(1):11-19, jan-fev, 2000.

Contribution to the Knowledge of the Phlebotomine Sand Flies Fauna (Diptera: Psychodidae) of Timóteo Municipality, Minas Gerais, Brazil

Flebotomíneos em área de transmissão de leishmaniose tegumentar na região norte do Estado do Paraná - Brasil: Variação Sazonal e Atividade Noturna*

IDENTIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DE FLEBOTOMÍNEOS CAPTURADOS EM ÁREA URBANA MORPHOLOGIC IDENTIFICATION OF PHLEBOTOMINE SANDFLIES CAPTURED IN URBAN AREA

Almério de Castro Gomes** Eunice Aparecida Bianchi Galati**

494 The fauna of phlebotomines (Diptera, Psychodidae) in different phytogeographic regions of the state of Maranhão, Brazil

Anexo Parecer IEC

Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) em reservas florestais da área metropolitana de São Luís, Maranhão, Brasil

Ceclie M.B. BIANCARDI*, Eloy Guillermo CASTELLÓN*

Fauna de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) em área endêmica de leishmaniose visceral canina na região metropolitana de São Luís MA, Brasil

Epidemiologia da Leishmaniose Tegumentar e descrição das populações de flebotomíneos no município de Acrelândia, Acre, Brasil

PALAVRAS-CHAVE Flebotomíneo, Lutzomyia, armadilha de emergência, criadouros naturais, Amazônia Central.

Uso do SIG para o estudo da leishmaniose em Santarém, Pará, Brasil

Phlebotomine sandfly species from an American visceral leishmaniasis area in the Northern Rainforest region of Pernambuco State, Brazil

Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) de área endêmica de leishmaniose na região dos cerrados, Estado do Maranhão, Brasil

Estudo de flebotomíneos (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) na zona urbana da Cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil,

FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA, PSYCHODIDAE) DE ÁREA DE CERRADO NO MUNICÍPIO DE CORUMBATAÍ, CENTRO-LESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

Rev. Colombiana cienc. Anim. 1(2).2009

Data on sand fly fauna (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) in Itatiaia National Park, Rio de Janeiro State, Brazil

Francimeire Gomes PINHEIRO 1, Sérgio Luís Bessa LUZ 2, Antonia Maria Ramos FRANCO 1,3

The Sand Fly Fauna (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) of a Focus of Cutaneous Leishmaniasis in Ilhéus, State of Bahia, Brazil

Frequency and diversity of phlebotomine sand flies (Diptera: Psychodidae) in Sinop, State of Mato Grosso, Brazil

NEW RECORDS OF PHLEBOTOMINE FAUNA (DIPTERA, PSYCHODIDAE) IN THE AMANÃ SUS- TAINABLE DEVELOPMENT RESERVE, AMAZONAS, BRAZIL

Sandfly fauna in a military training area endemic for American tegumentary leishmaniasis in the Atlantic Rain Forest region of Pernambuco, Brazil

Avaliação de medidas de controle de flebotomíneos no Município de Lobato, Estado do Paraná, Sul do Brasil

Descritores: Psychodidae. Ecologia de vetores. Leishmaniose mucocutânea, transmissão. Introdução

Eloy G. Castellón 2 Nelson F. Fé 3 Paulo F. Buhrnheim 3 Flavio A. Fé 3

artigo original Francinaldo Soares Silva, Luis Paulo Costa de Carvalho e Janderson Mesquita Souza 1 RESUMO ABSTRACT

ESPÉCIES ARBÓREAS DA BACIA DO RIO MAUÉS-MIRI, MAUÉS AMAZONAS

FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) EM CUITÉ-PB

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS UFAM INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA INPA

JOSÉ APRÍGIO NUNES LIMA

Heloísa Aparecida Machado Naves* Maria Elisa Santos Dourado Carvalho" RESUMO

Helena H. TANIGUCHI 1* José Eduardo TOLEZANO 1 Rui LAROSA 1 Carlos R. ELIAS 1 Eunice A. B. GALATI 2

FLEBOTOMÍNEOS DE MUNICÍPIOS DO NORTE DO ESTADO DO PARANÁ, SUL DO BRASIL. Abstract

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA HUMANA NOS MUNICÍPIOS DE CAMPINÁPOLIS, GENERAL CARNEIRO, NOVA XAVANTINA E NOVO SÃO JOAQUIM EM MATO GROSSO

Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) em uma vila de exploração de minérios - Pitinga, município de Presidente Figueiredo, Amazonas, Brasil

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIODIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO PPBC. MESTRADO PEDRO CARVALHO FREIRE

PRISCILA GUIMARÃES DIAS¹ ALICE FUMI KUMAGAI²

É importante que você conheça os principais biomas brasileiros e compreenda as características.

Ocorrência de Flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) em Matas de Galeria no Distrito Federal, Brasil

Ecology of Phlebotomine sandflies (Diptera, Psychodidae) in Brazilian Atlantic Forest

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública

Phlebotomine sand flies (Diptera, Psychodidae) in an American tegumentary leishmaniasis transmission area in northern Espírito Santo State, Brazil

MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ INSTITUTO OSWALDO CRUZ. Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE, SOCIEDADE E ENDEMIAS NA AMAZÔNIA

Flebotomíneos de localidades rurais no noroeste do Estado do Paraná, Brasil. Sandflies in rural localities in northwest Paraná State, Brazil.

Article/Artigo INTRODUCTION

The sandfly fauna (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) of the Parque Estadual da Serra da Tiririca, Rio de Janeiro, Brazil

Magnitude e tendência da Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de São Paulo, Brasil, 1975 a 2008

Key words: Phlebotominae - Lutzomyia longipalpis - visceral leishmaniasis - Mato Grosso do Sul - Brazil MATERIALS AND METHODS

The Phlebotominae Sand Fly (Diptera: Psychodidae) Fauna of Two Atlantic Rain Forest Reserves in the State of Rio de Janeiro, Brazil

KEY WORDS: Sand flies. Leishmaniasis. Vector. Porto Primavera dam.

FAUNA ANTROPÓFILA DE FLEBÓTOMOS DA RODOVIA TRANSAMAZONICA, ERAS I L (DIPTERA, PSYCHODIDAE)

Article/Artigo INTRODUCTION METHODS

Samuel do Carmo Lima Prof. Dr. do Instituto de Geografia - UFU

Study of the sand flies in American cutaneous leishmaniasis area, in the municipality of Alto Caparaó and Caparaó, Minas Gerais State ARTIGO/ARTICLE

ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE. Palavras-Chave: Phlebotominae. Ocorrência. Registro.

DIVERSIDADE E FREQUÊNCIA DA FAUNA FLEBOTOMÍNEA (DIPTERA: PSYCHODIDAE) EM ÁREAS COM TRANSMISSÃO DE LEISHMANIOSE, NO ESTADO DE GOIÁS

2: incidência de flagelados em flebótomos selváticos < >

Carlos Frederico Loiola/ +, Delano Anibal da Silva, Eunice Aparecida Bianchi Galati *

Phlebotomine (Diptera: Psychodidae) fauna in the Fiocruz Atlantic Forest Biological Station, Rio de Janeiro, Brazil

ARTIGO ARTICLE. Gustavo Marins de Aguiar 2 Wagner Muniz de Medeiros 2 Tania Santos De Marco 2 Simone Corrêa dos Santos 2 Simone Gambardella 2

FAUNA FLEBOTOMÍNICA DO DISTRITO FEDERAL, REGIÃO CENTRO-OESTE

HYGEIA, ISSN: Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde -

Marlisson Augusto Costa FEITOSA 1, Genimar Rebouças JULIÃO 2, Manoel Djalma Pereira COSTA 3, Braulio BELÉM 3, Felipe Arley Costa PESSOA 2

Categoria Trabalho Acadêmico\Resumo Expandido OCORRÊNCIA DE DÍPTEROS MUSCÓIDES (FANNIDAE) NO MUNICÍPIO DE TEODORO SAMPAIO, SÃO PAULO

MANILKARA HUBERI STANDLEY (MAÇARANDUBA), EM UMA FLORESTA NATURAL NA REGIÃO DE PARAGOMINAS, PA 1.

Major Article. Ecology of phlebotomines (Diptera, Psychodidae) in rural foci of leishmaniasis in tropical Brazil

Phlebotomine sand flies (Diptera, Psychodidae) from Rio de Janeiro State, Brazil: Species distribution and potential vectors of leishmaniases

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA RODRIGO ESPÍNDOLA GODOY

do Vale do Araguaia UNIVAR - LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA HUMANA NO MUNICÍPIO DE GENERAL CARNEIRO MATO GROSSO

Universidade Estadual de Dourados, Rod. Dourados Itaum, km 12, Cidade Universitária, Dourados-MS, Brasil. 3

Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) na área de influência da Usina Hidrelétrica (UHE) Serra do Facão, Goiás, Brasil

Biomas / Ecossistemas brasileiros

SURVEY OF SANDFLY FAUNA (DIPTERA: PSYCHODIDAE) IN UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS STATE, BRAZIL,

OCORRÊNCIA DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHDIDAE) EM MATAS DE GALERIA NO DISTRITO FEDERAL, BRASIL

AMERICAN CUTANEOUS LEISHMANIASIS IN THE PONTAL OF PARANAPANEMA - SP, BRAZIL: ECOLOGICAL AND ENTOMOLOGICAL ASPECTS

SAZONALIDADE DE FLEBOTOMÍNEOS EM ÁREA ENDÊMICA DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNICÍPIO DE SOBRAL, CEARÁ, BRASIL

de Aguiar 2 1-FUNASA / 2- FIOCRUZ / 3-MNRJ RESUMO

UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL ANDREIA FERNANDES BRILHANTE

Transcrição:

138 January - February 2007 PUBLIC HEALTH Diversidade e Abundância de Flebotomíneos do Gênero Lutzomyia (Diptera: Psychodidae) em Áreas de Mata do Nordeste de Manacapuru, AM DÍLVIA F. SILVA, RUI A. FREITAS E ANTONIA M.R. FRANCO Lab. Leishmaniose e Doença de Chagas do Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Av. André Araújo, 2936, C. postal 478, 69086-000, Manaus, AM Neotropical Entomology 36(1):138-144 (2007) Diversity and Abundance of Phlebotomine of the Genus Lutzomyia (Diptera: Psychodidae) in Areas of Forest in the Northeast of Manacapuru, Amazonas State, Brazil ABSTRACT - The genus Lutzomyia has great importance in the New World, with some species implicated in the transmission of causal agents of leishmaniases, bartonellosis and arboviruses. From April 2003 to June 2004 an investigation was undertaken on the richness and abundance of the sand fly fauna in the northeast area of Manacapuru county, Amazonas State. The captures were carried out, with 16 light traps CDC, in areas of forest known as terra firme along the highway Manuel Urbano. In the period of 13 months we collected a total of 10,446 sandfly specimens, 3,908 males (38%) and 6,465 females (62%), distributed in 43 species belonging to the genus Lutzomyia, 10 subgenera and six species groups. These results evidenced a diversified and abundant sand fly fauna, with some species not yet reported for Manaus county, close to the study area. KEY WORDS: Leishmaniasis, sand fly fauna, vector insect RESUMO - O gênero Lutzomyia tem grande importância No Novo Mundo, com algumas espécies implicadas na transmissão dos agentes causais das leishmanioses, bartoneloses e arboviroses. De abril de 2003 a junho de 2004 foi realizada uma investigação sobre a fauna flebotomínica na região nordeste do município de Manacapuru, AM. As coletas foram realizadas em áreas de mata de terra firme ao longo da Rodovia Manuel Urbano, utilizando-se 16 armadilhas luminosas CDC. No período de 13 meses foram coletados 10.446 espécimes de flebotomíneos, dos quais, 3.908 machos (38%) e 6.465 fêmeas (62%), distribuídos em 43 espécies pertencentes ao gênero Lutzomyia, divididas em 10 subgênero e seis grupos de espécies. Os resultados encontrados para a região nordeste de Manacapuru evidenciaram uma fauna flebotomínica diversificada e abundante, com algumas espécies ainda não registradas para o município de Manaus, AM, vizinho à área estudada. PALAVRAS-CHAVE: Leishmaniose, fauna flebotomínica, inseto vetor Os flebotomíneos apresentam distribuição pantropical, com algumas espécies sendo encontradas nas regiões temperadas (Lewis 1971). Nas Américas distribuem-se do extremo sul do Canadá até o norte da Argentina. Algumas espécies são de distribuição restrita, regional ou local, outras são de ampla distribuição continental, resultando em largas faixas de superposição (Martins & Morales-Farias 1972, Rebêlo et al. 1996). O conhecimento da fauna flebotomínica mostrouse de grande importância devido à capacidade desses insetos de transmitirem patógenos. No Novo Mundo, o gênero Lutzomyia é o de maior importância, com algumas espécies implicadas na transmissão dos agentes causais das leishmanioses, bartoneloses e arboviroses. Na América Latina, a leishmaniose tem sido historicamente associada a ambientes florestais (Andrade-Filho et al 2001, Peterson & Shaw 2003). A riqueza e diversidade de espécies pertencentes a diferentes grupos apresentam padrões distintos de distribuição. Algumas espécies são restritas ao ambiente silvestre e outras registradas em áreas profundamente alteradas pela ação do homem. O desenvolvimento do processo de modificação ambiental decorrente da ação antrópica alterou os habitats dos flebotomíneos, resultando no provável aumento do risco para a leishmaniose tegumentar, devido à adaptação de algumas espécies ao ambiente modificado. Na região Amazônica, foram realizados vários estudos enfatizando os aspectos biológicos, taxonômicos e ecológicos dos flebotomíneos. Arias & Freitas (1982), Ready et al. (1983), Cabanillas et al. (1999) e Castellón et al. (2000) observaram que as alterações ocorridas em áreas de floresta influenciam na composição e comportamento da fauna flebotomínica. Barreiras geográficas, como rios e montanhas, são muito importantes para determinar diferenças na diversidade

January - February 2007 Neotropical Entomology 36(1) 139 da fauna de uma região (Haffer 1992). O município de Manacapuru, localizado no Amazonas, ao lado direito do Rio Negro, no encontro dos Rios Solimões e Manacapuru, apresenta vegetação de mata primária característica da região amazônica, e sua economia é baseada no extrativismo vegetal da borracha, madeira, castanha, juta, malva e óleo de copaíba (IBGE 2000). O conhecimento sobre a fauna flebotomínica na microregião deste município ainda é escasso. Para os poucos casos de leishmaniose tegumentar americana ocorridos nesta área, não se tem conhecimento acerca dos possíveis vetores, o que justifica a necessidade do estudo entomológico em diferentes sítios da mata de terra firme. O conhecimento dos habitats dos flebotomíneos, sua diversidade e abundância são de fundamental importância para o controle da doença na área, não existindo nenhuma publicação com dados consistentes sobre estes insetos, bem como sobre a fauna e flora existente neste município. Com base na carência de tais informações objetivamos com este trabalho determinar a diversidade e abundância de espécies da fauna flebotomínica, observando seus aspectos biológicos em áreas de mata do Nordeste do Município de Manacapuru. Material e Métodos Área de estudo. As coletas foram realizadas em áreas de mata de terra firme ao longo da Rodovia Manuel Urbano, em Manacapuru, 68 km distante do município de Manaus e localizado à margem esquerda do Rio Solimões, na confluência com a foz do Rio Manacapuru. O município possui 7.335 km², altitude média de 34 m, latitude de 3 17 49 S e longitude de 60 37 28 W. Sua população é de 78.785 habitantes (IBGE 2000). Seu clima é tropical chuvoso e úmido, com temperatura média de 26 C. Dentro do município, a coleta restringiuse a três áreas de mata: Ramal do Acajatuba (03º14 08 S e 60º34 28 W), Ramal Nova Esperança (03º14 51 S e 60º31 41 W) e Reserva Ecológica Floresta da Vida (03º13 21 S e 60º27 01 W) (Fig.1), localizadas ao longo da Rodovia Manuel Urbano, num trecho de mata contínua. Nestas áreas pode-se observar a existência de pequenos assentamentos com plantações de mandioca. O Ramal do Acajatuba apresenta áreas mais desmatadas com várias clareiras. Coleta e identificação dos insetos. O levantamento da fauna flebotomínica foi realizado de abril de 2003 a junho de 2004. Os flebotomíneos foram coletados com armadilhas luminosas tipo CDC (CDC miniature - Hausherr Machine Works, New Jersey, EUA). Em cada área foram utilizadas 16 armadilhas que permaneceram ligadas no período das 18:00h às 6:00h, estabelecendo-se um dia de coleta mensal para cada área. As coletas foram realizadas no período chuvoso (abril a junho/ 2003 e março a junho/2004) e no período seco (julho a dezembro/2003). O índice pluviométrico foi de 705,7 mm para o período chuvoso em 2003 e 820,6 mm em 2004, e 487.1 mm no período seco em 2003. O material coletado foi triado no Laboratório da Fundação Nacional de Saúde do município e acondicionado em frascos de vidro contendo álcool 70%. Em seguida foi conduzido ao Laboratório de Leishmaniose e Doença de Chagas CPCS/ INPA para clarificação em NaOH (VETEC) e diafanizado em Fenol P.A. (VETEC) para a identificação, utilizando-se a chave de classificação de Young & Duncan. Análise estatística. Foi utilizado o teste estatístico nãoparamétrico (Qui-Quadrado) para analisar as diferenças de densidade entre os sexos. A diversidade de espécies encontradas no município foi calculada através do índice de Fisher-Williams (Southwood 1980), = S - 1/Ln.N, com representando índice de diversidade, S é o número de espécies e N o número total de indivíduos. Resultados Diversidade de espécies. No período de 13 meses (abril a dezembro/2003 e março a junho/2004) foram coletados 10.446 espécimes de flebotomíneos. Estes estão distribuídos em 43 espécies pertencentes ao gênero Lutzomyia França. As espécies estão divididas em subgênero (10) e grupos (seis): Evandromyia (três), Lutzomyia (três), Nyssomyia (cinco), Psathyromyia (oito), Psychodopygus (sete), Pressatia (dois), Sciopemyia (dois), Trichophoromyia (três), Trichopygomyia (um), Viannamyia (dois), Grupo Aragaoi (um), Grupo Baityi (um), Grupo Migonei (dois), Grupo Oswaldoi (um), Grupo Pilosa (um) e Grupo Saulensis (um). O índice de diversidade geral calculado para a região Nordeste do município de Manacapuru foi de = 5,7. Para a Reserva Ecológica Floresta da Vida (km 51) o índice foi = 5,3, Ramal Nova Esperança (km 60) = 5,1 e Ramal do Acajatuba (km 66) = 4,8 (Tabela 1). Dentre os 10.446 espécimes, foram coletados 3.908 machos (38%) e 6.465 fêmeas (62%), ocorrendo uma diferença significativa na abundância entre ambos os sexos (P < 0,05). As espécies mais abundantes para o km 51 foram: Lutzomyia davisi Root 22,9% (869), seguida de L. eurypyga Martins, Falcão & Silva 22,6% (855), L. anduzei Rozeboom 17,6% (666), L. longispina Mangabeira 6,2% (236), L. chagasi Costa Lima 5,6% (210), L. umbratilis Ward & Fraiha 5,5% 0,(208), L. ayrozai Barretto & Coutinho 3,6% (135), L. olmeca nociva Young & Arias 3,5% (133). As demais espécies totalizaram 12,4% da amostra (Fig. 2). Para o km 60 foram: L. anduzei 44,3% (2.231), seguida de L. umbratilis 13,7% (690), L. davisi com 10,1% (509), L. longispina 9,1% (457), L. ayrozai 5,2% (264), L. olmeca nociva 3,7% (189), L. chagasi 2,5% (125),. As demais espécies totalizaram 11,3% da amostra (Fig. 3). No km 66 foram: L. davisi 25,5% (416), seguida de L. anduzei 16,7% (273), L. octavioi 14,2% (232), L. chagasi 8,6% (141), L. amazonensis 7,2% (118), L. longispina 6,4% (105), L. umbratilis 6,3% (103). As demais espécies totalizaram 14,9% da amostra (Fig. 4). Discussão Os dados obtidos evidenciaram uma fauna flebotomínica diversificada e abundante, com algumas espécies ainda não registradas no município de Manaus, Amazonas tais como: Lutzomyia araracuarensis Morales & Minter, L. choti Floch

140 Silva et al. - Diversidade e Abundância de Flebotomíneos do Gênero Lutzomyia (Diptera: Psychodidae... (a) (b) (b1) (b3) (b2) Fig. 1. Localização das áreas de estudo ao longo da Rodovia Manuel Urbano, Município de Manacapuru no Estado do Amazonas. (a) disposição do Município de Manacapuru; (b) disposição dos ramais; (b1) Ramal do Acajatuba; (b2) Ramal Nova Esperança; (b3) Reserva Ecológica Floresta da Vida. & Abonnenc, L. gibba Young & Duncan, L. chagasi Costa Lima. O índice geral de diversidade foi em torno de = 5,7; com 43 espécies das quais pertencentes a diferentes grupos e subgêneros, indica que ocorreram diferenças na diversidade das áreas trabalhadas. A Reserva Ecológica Floresta da Vida e o Ramal Nova Esperança apresentaram níveis próximos de diversidade ( = 5,3 e = 5,1), com 35 espécies para ambas. Entretanto, no Ramal do Acajatuba observou-se um índice menor com = 4,8, atribuído à grande devastação no local para ocupação de moradias. Em trabalhos realizados no município de Porto Grande, AP, Freitas et al. (2002)

January - February 2007 Neotropical Entomology 36(1) 141 Tabela 1. Número de espécies e índice de diversidade encontradas na Reserva Ecológica Floresta da Vida ( km 51), Ramal Nova Esperança ( km 60) e Ramal do Acajatuba ( km 66), Manacapuru, AM. Espécies Áreas de Coleta km 51 km 60 km 66 Total L. abonnenci 0 3 0 3 L amazonensis 46 91 118 255 L. anduzei 666 2.231 273 3.170 L. antunesi 6 6 1 13 L. aragaoi 1 9 11 21 L. araracuarensis 0 7 0 7 L. ayrozai 135 264 75 474 L. baityi 1 0 0 1 L. (Evandromyia) sp. 8 1 2 11 L. claustrei 0 2 7 9 L. chagasi 210 125 141 476 L. choti 39 2 3 44 L. cutellata 0 3 0 3 L. cuzquena 1 0 0 1 L. davisi 869 509 416 1.794 L. dendrophyla 4 6 5 17 L. eurypyga 855 19 37 911 L. flaviscutellata 18 24 7 49 L. furcata 23 5 3 31 L. geniculata 47 0 0 47 L. georgii 21 24 3 48 L. gibba 1 0 0 1 L. gomezi 0 1 2 3 L. longispina 236 457 105 798 L. lutziana 5 4 5 14 L. marinkellei 0 6 0 6 L. monstruosa 33 61 0 94 L. octavioi 35 75 232 342 L. olmeca nociva 133 189 56 378 L. paraensis 11 29 1 41 L. pilosa 1 0 0 1 L. punctigeniculata 0 0 1 1 L. rorotaensis 40 37 1 78 L. saulensis 31 1 0 32 L. scaffi 5 0 0 5 L. servulolimai 27 86 7 120 L. shannoni 5 6 0 11 Continua Tabela 1. Continuação. Espécies Áreas de Coleta km 51 km 60 km 66 Total L. sordellii 46 34 10 90 L. tuberculata 0 2 0 2 L. trispinosa 1 21 6 28 L. umbratilis 208 690 103 1.001 L. walkeri 5 0 0 5 L. williamsi 8 3 1 12 Total Diversidade ( ) 3.781 5,3 5.033 5,1 1.632 4,8 10.446 5,7 encontraram um índice de diversidade em torno de 6,8 para mata de terra firme, com 46 espécies coletadas. Neste trabalho foram utilizados três pontos de coleta ao longo da BR-210, registrando-se índices de diversidade muito próximos entre as espécies (km 7 = 6,1, km 17 = 6,9, km 57 = 6,3). No município de Paragominas, PA, Rebêlo & Oliveira-Pereira (2001) coletaram 31 espécies em mata de terra firme, com índice de diversidade de = 6,1. Barrett et al. (1996), em coletas realizadas no município de Tefé, AM, encontraram um índice de diversidade em torno de = 10,0 com o total de 51 espécies, apresentando espécies diferentes das encontradas no município de Manaus. A abundância das espécies dos subgêneros Nyssomyia e Psychodopygus, com representantes vetores, demonstraram um maior risco para as pessoas adquirirem a leishmaniose nas matas de Manacapuru. Ambos os subgêneros são predominantes na Região Amazônica, com diversidade maior do que em outras regiões do Brasil. Na Amazônia, segundo Grimaldi et al. (1991) e Gil et al. (2003), as espécies de Psychodopygus e Nyssomyia são comprovadamente importantes vetores de espécies de Leishmania que causam leishmaniose cutânea, tanto no ciclo enzoótico, quanto no ciclo zoonótico. A menor abundância das espécies do subgênero Psychodopygus (29,6%) em nossas coletas difere dos resultados encontrados por outros autores em áreas de floresta primária amazônica (Arias & Freitas 1982, Ready et al. 1986, Rebêlo et al. 2000 e Cabanillas et al. 2001). Nas áreas de floresta primária, as espécies do subgênero Nyssomyia (44,1%) foram as mais abundantes. Segundo Forattini (1973), diferenças na paisagem e características ecológicas, bem como as barreiras geográficas existentes, podem influenciar no comportamento e distribuição dos flebotomíneos. Para o sugênero Psychodopygus destacam-se as espécies incriminadas como vetores: L. davisi, L. chagasi, L. ayrozai, L. amazonensis Root e L. paraensis; enquanto que para Nyssomyia: L. anduzei, L. umbratilis, L. olmeca nociva e L. flaviscutellata Mangabeira. L. ayrozai, L. paraensis e L. davisi estão envolvidas na transmissão de Leishmania (Viannia) naiffi Lainson & Shaw, protozoário também isolado de tatu (Dasypus novencictus L.) na Região Amazônica (Lainson & Shaw 1989, Rebêlo & Oliveira-Pereira 2001). Grimaldi et al. (1991), em estudos realizados em Rondônia, isolaram de

142 Silva et al. - Diversidade e Abundância de Flebotomíneos do Gênero Lutzomyia (Diptera: Psychodidae... 25 A 20 15 10 5 0 L. davisi L. eurypyga L. anduzei L. longispina L. chagasi L. umbratilis L. ayrozai L. olmeca nociva outras 45 40 B Abundância de espécies (%) 35 30 25 20 15 10 5 0 L. anduzei L. umbratilis L. davisi L. longispina L. ayrozai L. olmeca nociva L. chagasi outros 30 C 25 20 15 10 5 0 L. davisi L. anduzei L. octavioi L. chagasi L. amazonensis L. longispina L. umbratilis outros Fig. 2. Abundância de espécies do gênero Lutzomyia (Diptera: Psychodidae) em área de mata de terra firme do Nordeste de Manacapuru, AM. A - km 51; B - km 60; C - km 66.

January - February 2007 Neotropical Entomology 36(1) 143 L. davisi flagelados identificados como L. (V.) braziliensis Vianna. Todas essas espécies foram coletadas em floresta primária de Manacapuru, apresentando maior densidade para L. davisi, cuja distribuição geográfica abrange toda a Amazônia. L. fl aviscutellata é uma espécie zoofílica, cujo habitat são áreas de floresta, realizando o repasto sanguíneo em pequenos roedores dos gêneros Oryzomys e Proechimys, sendo considerada agente vetor da Leishmania (Leishmania) amazonensis Lainson & Shaw que causa a leishmaniose cutânea difusa (Shaw et al. 1972). L. olmeca nociva foi encontrada naturalmente infectada com L. (L.) amazonensis em coletas realizadas na área periurbana de Manaus (Arias et al. 1987). Essas espécies podem ser encontradas em aberturas de árvores caídas, desde que ofereçam condições tanto para o desenvolvimento das formas imaturas, como também para a permanência de seus hospedeiros vertebrados (Ready et al. 1983). Apesar de existirem muitas tocas de animais e árvores caídas no local da coleta, L. flaviscutellata foi encontrada em baixa densidade. Isto se deve ao fato de a espécie estar muito mais próxima ao solo, visto que realiza o repasto sanguíneo em roedores, e a armadilha utilizada para coleta não ser a mais adequada. Provavelmente o método mais eficiente para coleta dessa espécie seja armadilha com a iscas animais. L. umbratilis é conhecida como vetora de L.(V.) guyanensis, sendo responsável pelos casos de leishmaniose cutânea na região amazônica, frequentemente com múltiplas lesões (Rebêlo et al. 1999). Na área de Manacapuru essa espécie apresentou-se com densidade inferior à de L. anduzei, incriminada como vetor secundário da leishmaniose cutânea na Região Amazônica (Arias & Freitas 1977). A razão total fêmeas/machos das espécies coletadas encontra-se próximo de 2:1. Aguiar et al. (1985) acreditam que a armadilha luminosa possa atrair um maior número de machos, visto que estes formam um agregado com o propósito de acasalamento. Em nossas coletas o número de machos foi inferior ao número de fêmeas, não corroborando com o pressuposto observado pelos autores anteriormente citados. Alterações na composição vegetal, associada ao comportamento de ocupação dos ambientes florestais, pode contribuir para a incidência da leishmaniose no município. Porém, ainda é desconhecido o vetor e parasito circulantes nessas áreas. Os resultados deste trabalho apresentam as primeiras informações publicadas sobre a fauna flebotomínica no nordeste de Manacapuru, contribuindo para a compreensão dos vetores da leishmaniose nesta região. Referências Aguiar, G.M., M.L. Vilela, P.D. Schuback, T. Soucasaux & A.C.R. Azevedo. 1985. Aspectos da ecologia dos flebótomos do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro. IV. Frequência mensal em armadilhas luminosas (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae). Mem. Inst. Oswaldo Cruz 80: 465-482. Andrade Filho, J.D., M.B. Valente, W.A. Andrade, R.P. Brazil & A.L. Falcão. 2001. Flebotomíneos do estado de Tocantins, Brasil (Diptera: Psychodidae). Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 34: 323-329. Arias, J.R. & R.A. Freitas. 1977. On the vectors of cutaneous leishmaniasis in the Central Amazon of Brazil. 1. Preliminary Findings. Acta Amazon. 7: 293-294. Arias, J.R. & R.A. Freitas. 1982. On the vectors of cutaneous leishmaniasis in Central Amazon of Brasil. 3. Phlebotomine sandfly stratificacion in a terra firme forest. Acta Amazon. 12: 599-603. Arias, J.R., R.A. Freitas, R.D. Naiff & T.V. Barrett. 1987. Observations on the parasite Leishmania mexicana amazonensis and its natural infections of the sand fly Lutzomyia olmeca nociva. PAHO Bulletin 21: 48-53. Barrett, T.V., R.A. Freitas, M.I.C. Albuquerque & J.H.C. Guerrero. 1996. Report on a collection of Lutzomyia sandflies (Diptera: Psychodidae) from the middle Solimões (Amazonas, Brazil). Mem. Inst. Oswaldo Cruz 91: 27-35. Cabanillas, M.R.S. & E.G. Castellón. 1999. Distribution of sandflies (Diptera: Psychodidae) on tree-trunks in a non-flooded area of the Ducke Forest Reserve, Manaus, AM, Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 94: 289-296. Cabanillas, M.R.S., J. Braga & M. Viena. 2001. Flebotomíneos da floresta de terra firme da Amazônia Peruana (Diptera: Psychodidae). Acta Amazonica 31: 275-284. Castellón, E.G., N.F. Fé, P.F. Buhrnheim & F.A. Fé. 2000. Flebotomíneos (Diptera,Psychodidae) na Amazônia. II. Listagem das espécies coletadas na Bacia Petrolífera no Rio Urucu, Amazonas, Brasil, utilizando diferentes armadilhas e iscas. Rev. Bras. Zool. 17: 455-462. Forattini, O. P. 1973. (4 Volume) Entomologia médica. Ed. Edgard Blucher Ltda., São Paulo 657p. Freitas, R.A., R.D. Naiff & T.V. Barrett. 2002. Species diversity and flagellate infections in the sandfly fauna near Porto Grande, State of Amapá, Brazil (Diptera: Psychodidae: Kinetoplastida: Trypanosomatidae). Mem. Inst. Oswaldo Cruz 97: 53-59. Gil, L.H.S., S.A. Basano, A.A. Souza, M.G.S. Silva, I. Barata, E.A. Ishikawa, L.M.A. Camargo & J.J. Shaw. 2003. Recent observations on the sand fly (Diptera: Psychodidae) fauna of the State of Rondônia, Western Amazônia, Brazil: The importance of Psychodopygus davisi as a vector of zoonotic cutaneous leishmaniasis. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 98: 751-755. Grimaldi Jr, G., H. Momen, R.D. Naiff, D. Mcmhon-Pratt & T.V. Barrett. 1991. Caracterization and classification of leishmanial parasites from humans, wild mammals, and sand flies in the Amazon Region of Brazil. Am. J. Trop. Med. Hyg. 44: 645-661. Haffer, J. 1992. Ciclos de tempo e indicadores de tempos na história da Amazônia. Estud. Avan. 6: 7-39. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Censo demográfico 2000. Informações básicas municipais. Rio de Janeiro. Lainson R. & J.J. Shaw. 1989. Leishmania (Viannia) naïffi sp. n. a parasite of the armadillo, Dasypus novemcinctus (L.) in Amazonian Brazil. Ann. Parasitol. Hum. Comp. 64: 3-9. Lewis, D.J. 1971. Phlebotomid sandflies. Bull. W.H.O. 44: 535-551.

144 Silva et al. - Diversidade e Abundância de Flebotomíneos do Gênero Lutzomyia (Diptera: Psychodidae... Martins, A.V. & E.N. Morales-Farias. 1972. Sobre a distribuição geográfica dos flebotomíneos americanos (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae). Rev. Bras. Biol. 32: 361-371. Peterson, A.T. & J. Shaw. 2003. Lutzomyia vectors for cutaneous leishmaniasis in Southern Brazil: Ecological niche models, predicted geographic distributions, and climate change effects. Int. J. Parasitol. 33: 919-931. Ready, P.D., R. Lainson & J.J. Shaw. 1983. Leishmaniasis in Brazil: XX. Prevalence of enzootic rodent leishmaniasis (Leishmania mexicana amazonensis), and apparent absence of pian bois (Le. Braziliensis guyanensis), in plantations of introduced tree species and in other non-climax forests in eastern Amazônia. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg. 77: 775-785. Ready, P.D., R. Lainson, J.J. Shaw & R.D. Ward. 1986. The ecology of Lutzomyia umbratilis Ward & Fraiha (Diptera: Psychodidae), the major vector to man of Leishmania braziliensis guyanensis in north-eastern Amazonian Brazil. Bull. Entomol. Res. 76: 21-40. Rebêlo, J.M.M., J.A.C. Araújo, M.L. Carvalho, V.L.L. Barros, F.S. Silva & S.T. Oliveira 1999. Flebótomos (Diptera, Phlebotominae) da Ilha de São Luis, zona do Golfão Maranhense, Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 32: 247-253. Rebêlo, J.M.M., S.T. Oliveira, V.L.L. Barros, J.M.L. Costa, L.A. Ferreira & A.R. Silva. 2000. Phlebotominae (Diptera: Psychodidae) de Lagoas, município de Buriticupu, Amazônia Maranhense. I - Riqueza e abundância relativa das espécies em área de colonização recente. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 33: 11-19. Rebêlo, J.M.M., W.A. Mendes, J.M.L. Costa & N. Cavaleiro. 1996. Lista preliminar das espécies do gênero Lutzomyia, França 1924 (Psychodidae, Phlebotominae) do estado do Maranhão, Brasil. Cad. Saúde Pública 12: 545-549. Rebêlo, J.M.M. & Y.N. Oliveira -Pereira. 2 0 0 1. Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) de matas de terra firme e de várzea, do município de Paragominas, estado do Pará, Brasil. Acta Amazônica 31: 145-154. Shaw, J.J. 1972. Leishmaniasis in Brazi l. VI. Observations on the seasonal types of forest and its relationship to enzootic rodent leishmaniasis (Leishmania mexicana amazonensis). Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg. 39: 261-266. Wolff, M., D. Sierra, L.M. Murcia & I.D. Vélez. 2003. Phlebotominae fauna (Diptera: Psychodidae) in the Departament of Amazonas, Colombia. Neotrop. Entomol. 32: 523-526. Young, D.G. & M.A. Duncan. 1994. Guide to the identification and geographic distribuition of Lutzomyia sand flies in México, the East Indies, Central and South America (Diptera: Psychodidae). Mem. Am. Entomol. Inst. 54: 1-881. Received 07/IV/06. Accepted 28/VIII/06.